A Associação dos Consoladores de Jesus Agonizante no Getsêmani, fundada em Anápolis-Go, no dia 05 de abril de 2007, Quinta-feira Santa, pelo Revmo. Pe. Divino Antônio Lopes FP., tem como única finalidade, consolar Nosso Senhor Jesus Cristo nas noites de quinta para sexta-feira, das vinte e três horas à meia-noite, usando o livro que Santa Gema Galgani se servia para este horário. O membro dessa Associação, deixará de fazer essa oração, somente quando a quinta-feira coincidir com um dia santo de guarda. No Brasil são quatro: 1° de Janeiro – Santa Maria Mãe de Deus, Corpus Christi, 8 de dezembro – Imaculada Conceição e Santo Natal. O católico que desejar participar dessa Associação deverá nos comunicar por telefone, carta ou e-mail. Depois de aceito como membro, o católico receberá um pôster de Jesus agonizante, e o livro contendo as orações próprias para esta hora de oração. Caso não seja possível fazer essa hora de oração diante do Santíssimo Sacramento, faça-a em casa diante do pôster de Jesus agonizante. Essa oração poderá ser feita individual ou comunitariamente.
Jesus Cristo convidou Santa Margarida Maria Alacoque a viver com Ele a agonia do Getsêmani. Nosso Senhor disse-lhe: “Todas as noites de quinta para sexta-feira, eu te farei participar na tristeza mortal que quis sentir no jardim das Oliveiras e a qual te reduzirá, sem que a possas compreender, a uma espécie de agonia mais difícil de suportar que a morte. E para me acompanhar nessa humilde oração que apresentei, então, a meu Pai, em meio a todas as minhas angústias, tu te levantarás, entre onze horas e meia-noite, para te prostrares durante uma hora comigo, com a face em terra, tanto para aplacar a cólera divina, pedindo misericórdia para os pecadores, como para amenizar, de alguma forma, a amargura que sentia do abandono de meus apóstolos, o que me levava a lançar-lhes em rosto que não tinham podido velar uma hora comigo, e durante esta hora, farás o que eu te ensinar” (Autobiografia, 57). Nessa noite de quinta para sexta-feira, Jesus a cumula das maiores graças (Autobiografia, 68).
Motivos gerais do desagravo
"Ao desagravo obriga-nos um duplo dever de justiça e de amor. De justiça, pois cumpre-nos expiar a ofensa feita a Deus pelas nossas culpas, restabelecendo assim a ordem violada. De amor, pois assim damos prova de nos compadecermos do Cristo padecente, "saturado de opróbrios", dando-lhe, na medida de nossa pequenez, algum consolo. Pecadores que somos todos, réus de múltiplas culpas, ao nosso Deus não só devemos honrar com culto de adoração, ofertando à sua suma majestade as devidas homenagens, com o culto de reconhecimento, que enaltece a sua grandeza infinita; devemos ainda prestar ao nosso Deus justíssimo a reparação de nossos "inumeráveis pecados, ofensas e negligências". À consagração, portanto, que nos vota a Deus e nos vale o título de "dedicados a Deus", com a santidade e firmeza – no sentir do Doutor Angélico (2-2, q. 81, a. 8, c) – próprias deste ato, é mister juntar outrossim a expiação, que apaga inteiramente os pecados, para que a santidade da justiça infinita não nos repila como indignos e impudentes, e recuse o nosso presente sem sequer dignar-se de deitar-lhe a vista".
A reparação: dever do homem decaído
"Este dever de desagravo cabe ao gênero humano inteiro, já que, como no-lo ensina a fé cristã, após a deplorável queda de Adão, manchado com o pecado original, está sujeito à concupiscência, entregue a lastimosas depravações e é merecedor de perdição eterna. Muito embora soberbos filósofos dos nossos tempos neguem essa verdade, renovando o erro antigo de Pelágio, enaltecendo a virtude inata do gênero humano a altear-se até os mais remontados cimos; o Apóstolo rejeita essas falsas teorias do orgulho humano, lembrando-nos de que "éramos, por natureza, filhos da ira" (Ef 2,3).
Por isso, desde o berço da
humanidade, reconheceram os homens este dever de expiação comum e,
guiados pela luz natural, começaram a cumpri-lo,
Necessidade da reparação em nossos dias
"Quão urgente, portanto, especialmente em nosso século, seja a necessidade da expiação e do desagravo, não o pode ignorar quem quer que, com a vista e com a mente considerar, como acima dizíamos, este mundo "todo sujeito à maldade" (l Jo 5,19). Com efeito, desde os confins do Extremo Oriente até o mais afastado Ocidente, chega a nós o clamor dos povos, cujos reis ou governos se levantaram, conjurados contra o Senhor e a sua Igreja (cf. Sl 2,2). Vimos, nesses países, calcados aos pés, os direitos divinos e humanos, os templos destruídos, os religiosos e as virgens consagradas a Deus expulsos de suas casas, atirados em masmorras, vítimas da fome e de violências aviltantes, as crianças arrancadas ao seio materno da Igreja, impelidas a renegar e a blasfemar Jesus Cristo e induzidas aos piores excessos da luxúria, todo o povo cristão ameaçado, oprimido, em risco perpétuo de apostatar da fé, ou pagar sua fidelidade com a morte mais atroz – fatos estes dolorosos e lancinantes, que parecem desde já prenunciar e antecipar "o princípio das dores" que há de causar "o homem do pecado, a erguer-se contra tudo o que é Deus e religião" (2 Ts 2,4). Nem é espetáculo menos triste, veneráveis irmãos, encontrar tantos, em todas as classes dos próprios fiéis, lavados no batismo com o sangue do Cordeiro Imaculado e enriquecidos com graça, reduzidos à ignorância das divinas verdades, imbuídos de erros perniciosos, vivendo longe da casa paterna, numa vida viciosa, sem a luz da verdadeira fé, sem a alegria da esperança na felicidade futura, carentes do benefício e do conforto que ministra o ardor da caridade, podendo-se com toda a verdade dizer que estão imersos nas trevas da morte. Além disto, alastra cada vez mais entre os fiéis o desrespeito à disciplina eclesiástica e às antigas tradições, esteio de toda a vida cristã, tutela da sociedade doméstica, baluarte da santidade do matrimônio; a educação da juventude é de todo desleixada ou demasiado efeminada, e por fim denega-se até à Igreja o poder de educar cristamente a juventude; é, de modo deplorável, esquecido o pudor cristão no modo de viver e de trajar, especialmente das mulheres; depara-se por toda parte uma cobiça insaciável dos bens caducos, um predomínio desenfreado dos interesses profanos, uma busca indébita do favor popular, o menosprezo da legítima autoridade e da palavra de Deus e o conseqüente abalo na fé, posta em risco de perder-se. Mas ao conjunto de tantos males acrescenta-se a inércia covarde dos que, à semelhança dos apóstolos adormecidos e postos em fuga, titubeantes na fé, abandonam miseramente o Cristo oprimido de dores ou acometido pêlos satélites de Satanás e a perfídia dos que, imitando o traidor Judas, ou com sacrílega temeridade se achegam à comunhão, ou passam para os arraiais do inimigo. E assim, acode de per si o pensamento de terem já chegado os tempos profetizados por Nosso Senhor: "Já que se alastrou a iniqüidade, o amor de muitos esfriará" (Mt 24,12)".
A prática do desagravo
"Quantos, abrasados pelo amor a Jesus padecente, aplicarem o ânimo a estas considerações, não poderão deixar de reparar com maior empenho a honra de Cristo, expiar as culpas próprias e alheias e procurar a eterna salvação das almas. Por certo, podemos, de algum modo, aplicar a nossos tempos as palavras do Apóstolo: "Onde abundou o pecado, superabundou a graça" (Rm 5,20). Com efeito, acrescida em vastas proporções a malícia humana, também vai aumentando, de modo prodigioso, por mercê do Espírito Santo, o número dos fiéis de ambos os sexos, que, com ânimo mais generoso, se esforçam por dar satisfação ao Coração Divino pelas injúrias que recebe, a ponto de não duvidarem em oferecer-se a Cristo como vítimas. Quem com amor meditar quanto lhe formos relembrando, e o imprimir no próprio coração, deverá, com certeza, não só detestar qualquer pecado como mal sumo e, portanto, evitá-lo, mas oferecer-se totalmente à vontade de Deus e empenhar-se em reparar a honra de Deus ofendida, com prece constante, com o uso de penitências voluntárias e a aceitação resignada de todas as provações, numa palavra, com a vida toda imbuída deste espírito de reparação. Deste espírito nasceram muitas famílias religiosas de ambos os sexos, que, de dia e de noite, se esforçam, sucessivamente, por fazerem as vezes do Anjo consolador de Jesus no horto; deste espírito nasceram as pias associações, aprovadas pela Santa Sé e favorecidas com indulgências, que, com oportunos exercícios de piedade e de virtude, entendem desagravar o Senhor; tais são, para não falarmos em outros, o uso freqüente de solenes atos de reparação, por parte não só de fiéis particulares, mas de paróquias, dioceses e nações inteiras".
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