Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

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(tirei por própria conta o nome, endereço, telefone, e-mail e alguns trechos da carta desse leitor)

Informações: Dia: 15/04/2007 Hora: 14:54:00
Nome: ............
Outro: ............
e-mail: ............
Telefone: ............
Comentários: Padre, Quem lhe escreve é uma alma atormentada pelos pecados e por não ter atendido a vocação que Deus lhe chamou. Desde criança sentia a vocação para a vida religiosa. Meu sonho era entrar para o seminário aos doze anos e vir a ser padre ou frade. No ano de 1976, quando completei a idade, minha tia levou-me ao nosso pároco (que ainda vive) para que eu fosse encaminhado ao seminário. Foi quando soubemos que os seminários não recebiam mais jovens de doze anos, pois a Igreja agora entendia que era melhor que o jovem “crescesse no mundo” e ao atingir a idade adulta fizesse o curso de teologia para vir a ser padre. Recordo-me bem que chorei todo o caminho de volta para casa. A partir daí comecei a ter uma crise de fé. Duvidava da existência de uma vida após a morte e da eficácia da oração. Em outras palavras, tornei-me teísta. Minha família tem um lado protestante, e eles haviam deixado uma Bíblia protestante em nossa casa. Comecei a ler aquela Bíblia, e achar que o protestantivo não era “tão mal” como havia aprendido. Buscava desesperadamente a fé, mas o fazia fora dos arraiais católicos. Aos 15 anos aderi a uma seita protestante, onde me casei, fui missionário, e freqüentei até os 25anos de idade. Por esta época estava concluindo o curso de Direito na Universidade Federal de
..., tinha uma razoável bagagem intelectual, e tive minha segunda crise religiosa, quando entendi que aquela seita não tinha fundamentos sólidos. Em 1989, conheci pessoas da TFP e aos poucos fui estimulado a estudar o catolicismo, e embora não tivesse uma firme convicção freqüentei e apoiei aquela entidade, juntamente com minha esposa (nesta época eu já era civilmente casado, com três filhos, e Promotor de Justiça). Minha adesão ao catolicismo, entretanto, não foi “de corpo e alma”, uma vez que eu ainda tinha “recaídas” agnósticas devido às inúmeras leituras que havia feito antes de conhecer o grupo. Estas leituras “atéias”, aliás, foram decisivas para o abandono do protestantismo. Na verdade eu fiz o caminho da Revolução: catolicismo, protestantismo e, finalmente, agnosticismo. Agora tentava voltar ao “meu primeiro amor” mas, além de graves deficiências de ordem espiritual, as circunstâncias da vida impediam que eu o fizesse da maneira como sentia que devia ter feito: a total dedicação ao reino de Deus. Aliás, recordo-me que antes de casar-me disse à minha noiva: ser monge era o \"plano A\". O casamento era o \"plano B\". Enquanto freqüentávamos a sede da TFP, o dirigente convenceu minha esposa da necessidade do casamento religioso. Eu assenti, embora continuasse a sentir o chamado para a vida celibatária. Casamos na Santa Igreja. Com a morte do fundador da TFP, esta entidade entrou em crise, pois muitos de seus integrantes acreditavam que o Reino de Maria de que fala s. Luis Maria Grignon de Montforte, e o triunfo do Imaculado Coração de Maria prometido em Fátima, começaria ainda em vida de Plínio Correa de Oliveira. Esta crise interna atingiu os “correspondentes” daquela entidade, entre eles eu que, como já dito, não tinha uma sólida formação católica. Por circunstâncias profissionais, eu minha esposa passamos a morar em cidades diferentes. Não é necessário dizer que por esta época eu não mais rezava. Aconteceu o que se espera nestas situações: envolvi-me com mulheres, e acabamos nos separando. Atualmente tenho 43 anos, sou divorciado, e minha ex-esposa (civilmente falando) voltou ao protestantismo. Desde final do ano passado, sinto um movimento da graça de Deus em minha alma. Sinto-me atormentado pelos meus erros e pecados, e sei que N. S.a. quer me salvar. Tenho duas dificuldades: primeiro, a mais imediata, é que vivo maritalmente com uma moça. A segunda, é que não posso dedicar-me a vida religiosa como gostaria (a vida monástica). Gostaria de pedir suas orações por esta alma atormentada. Grato,...

 

 

Anápolis, 23 de abril de 2007

 

Ao prezado senhor ...

 

Caríssimo, não se desespere, mas confie na misericórdia de Nosso Senhor: “Gloria-se o Senhor de usar de misericórdia, perdoando aos pecadores(Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a Morte, Consideração XVI , Ponto III).

Li e reli o seu e-mail, e vi que nem tudo está perdido. O senhor precisa ter muita fé e ser forte para sair de tal situação.

Lembre-se continuamente de que vida aqui na terra só existe uma. Para entrar no céu, temos que vivê-la santamente.

Para o senhor viver em paz com Deus, isto é, na GRAÇA SANTIFICANTE, é preciso que deixe de viver em ADULTÉRIO. Lembre-se de que o céu vale muito mais do que uma mulher.

Deixe essa mulher e faça uma sincera confissão, não COMUNITÁRIA, mas AURICULAR, com um sacerdote, e com certeza a paz voltará ao seu coração: “Feliz de quem pode dizer de coração: Jesus, eu quero só a vós e nada mais” (Santo Afonso Maria de Ligório, A Prática do amor a Jesus Cristo, Resumo das Virtudes).

Quanto ao trabalho para a glória de Deus, depois que voltar “ao primeiro amor” (Santo Agostinho), procure um Movimento sério na Igreja, e então poderá realizá-lo.

Rezarei pelo senhor, para que deixe essa vida de adultério e que faça o mais rápido possível uma confissão, porque a vida é breve: “Assistimos todos os dias à morte de muitos, celebramos os seus enterros e funerais, e no entanto continuamos a prometer-nos longos anos de vida” (Santo Agostinho, Sermão 17).

Aconselho-te a ler o livro Preparação para a Morte, de Santo Afonso Maria de Ligório.

Seja forte! O primeiro mandamento da lei de Deus diz que devemos AMÁ-LO sobre TODAS as COISAS.

Eu te abençôo e te guardo no Puríssimo Coração de Maria.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

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