Anápolis,
06 de julho de 2007
Ao senhor Virgílio
Pereira de Barros
Caríssimo senhor, nas dificuldades olhe para o alto e conte com a
ajuda de Nosso Senhor: “Mas exulte de alegria todo aquele que em
vós se refugia; sob a vossa proteção se regozijem, os que amam vosso
nome! Porque ao justo abençoais com vosso amor, e o protegeis como
um escudo!” (Sl 5, 12-13).
Estamos rezando pelos seus filhos, para que o Deus Onipotente os
proteja e lhes dê forças para que suportem as provações.
Vivemos num vale de lágrimas e, para não naufragarmos, devemos
buscar ajuda em Cristo Jesus: “Quando se recorre a Ele com
confiança, tem-se sempre a certeza de ser bem recebido. Como Ele é
bom! Quanto digno é de todo o nosso culto! Ele é o único e
verdadeiro amigo das almas! Prostremos-nos a seus pés, e expandamos
no se Coração toda a nossa gratidão”
(M. Hamon).
Senhor Virgílio, cuidado com as pessoas! O coração do homem é falso
e interesseiro; não se apegue às pessoas, muitas possuem uma
serpente no lugar da língua: “Deus, na sua Bondade divina, me
ajuda a me separar do mundo. Se, porém, eu me entregar
demasiadamente ao espírito do século, me castigará. Ele me fará
sofrer nas criaturas, para que a elas não me apegue, e me inspirará
repugnância por tudo o que não for Deus. De tudo me afastarei”
(São Pedro Julião
Eymard, A Divina Eucaristia, Vol. 3).
Hoje, é preciso analisar até o sorriso das pessoas: se estão
sorrindo para nós, se estão sorrindo de nós ou se são tontas.
Leia com atenção o
seguinte trecho:
“Considera que és
pó e que em pó te hás de converter. Virá o dia em que será preciso
morrer e apodrecer num fosso, onde ficarás coberto de vermes. A
todos, nobres e plebeus, príncipes ou vassalos, estará reservada a
mesma sorte. Logo que a alma, com o último suspiro, sair do corpo,
passará à eternidade, e o corpo se reduzirá a pó.
Imagina que estás em
presença de uma pessoa que acaba de expirar. Contempla aquele
cadáver, estendido ainda em seu leito mortuário: a cabeça inclinada
sobre o peito; o cabelo em desalinho e banhado ainda em suores da
morte, os olhos encovados, as faces descarnadas, o rosto
acinzentado, os lábios e a língua cor de chumbo; hirto e pesado o
corpo. Treme e empalidece quem o vê... Quantas pessoas, à vista de
um parente ou amigo morto, mudaram de vida e abandonaram o mundo.
É ainda mais horrível
o aspecto do cadáver quando começa a corromper-se... Nem um dia se
passou após o falecimento daquele jovem e já se percebe o mau
cheiro. É preciso abrir as janelas e queimar incenso; é mister que
prontamente levem o defunto à igreja ou ao cemitério, e o entreguem
à terra para que não infeccione toda a casa. Mesmo que aquele corpo
tenha pertencido a um nobre ou potentado, não servirá senão para que
exale ainda fetidez mais insuportável, — disse um autor.
Vês o estado a que
chegou aquele soberbo, aquele dissoluto!... Ainda há pouco, via-se
acolhido e cortejado pela sociedade; agora tornou-se o horror e o
espanto de quem o contempla. Os parentes apressam-se a afastá-lo de
casa e pagam aos coveiros para que o enterrem em um esquife e lhe
dêem sepultura... Há bem poucos instantes ainda se apregoava a fama,
o talento, a finura, a polidez e a graça desse homem; mas apenas
está morto, nem sua lembrança se conserva.
Ao ouvir a notícia de
sua morte, limitam-se uns a dizer que era homem honrado; outros, que
deixou à sua família grande riqueza. Contristam-se alguns, porque a
vida do falecido lhes era proveitosa; alegram-se outros, porque vão
ficar de posse de tudo quanto tinha. Por fim, dentro em breve, já
ninguém falará nele, e até seus parentes mais próximos não querem
ouvir falar dele para não se lhes agravar a dor que sentem. Nas
visitas de condolências, trata-se de outro assunto; e, quando alguém
se atreve a mencionar o falecido, não falta um parente que advirta:
Por caridade, não pronuncies mais o seu nome!
Considera que assim
como procedes por ocasião da morte de teus parentes e amigos, assim
os outros agirão na tua. Os vivos entram no cenário do mundo para
desempenhar seu papel e ocupar os lugares dos mortos; mas do apreço
e da memória destes pouco ou nada cuidam. A princípio, os parentes
se afligem por alguns dias, mas se consolam depressa com a parte da
herança que lhes couber e, talvez, parece que até a tua morte os
regozija. Naquela mesma casa onde exalaste o último suspiro, e onde
Jesus Cristo te julgou, passarão a celebrar-se, como dantes,
banquetes e bailes, festas e jogos. E tua alma, onde estará então?”
(Santo Afonso
Maria de Ligório, Preparação para a Morte, Consideração I, Ponto I).
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Eu te abençôo e te guardo no Coração Santíssimo de Nosso Senhor.
Atenciosamente,
Pe.
Divino Antônio Lopes FP.
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