Informações: Dia: 14/08/2007 Hora: 09:19:06
Nome: Rodrigo Maria Antônio da Silva
Outro: artigo
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Comentários: Caro Ir. Gabriel, caso queira, pode publicar este meu
artigo que acabo de escrever. Lembra-se de mim, do IBP? A Imperatriz
Covardia Uma palavra que pode bem caracterizar a crise pela qual a
Igreja tem passado nos últimos tempos é covardia. Sendo a Igreja
militante e sendo o cristão um soldado de Cristo, logo para o
cristão covardia equivale à apostasia. Sempre houve covardes na
história da Igreja, e por isso sempre houve apóstatas. Como, porém,
o número de covardes nunca foi tão grande como nos últimos tempos,
por isso mesmo nunca houve maior apostasia. Há exatos cem anos, em
1907, o Modernismo era condenado solenemente por São Pio X, através
da encíclica Pascendi e do decreto Lamentabili. Porém, como as
autoridades da Igreja subseqüentes a São Pio X não tiveram a mesma
coragem de se opor tenazmente às manifestações da heresia
modernista, esta acabou vindo a triunfar com o Concílio Vaticano II.
Comemorar, pois, agora, os cem anos da coragem de S. Pio X,
significa também lastimar os cem anos de covardia daqueles que
deviam ter imitado o exemplo do único Papa santo do século XX. Foi a
covardia, portanto, que produziu a maior desgraça da história da
Igreja: o Concílio Vaticano II, com sua gama de funestíssimas
inovações, todas, por sua vez, também marcadas com o sinete da
covardia. O Vaticano II significou, por assim dizer, uma tentativa
de “regularizar” a covardia dos Pastores em enfrentar os lobos... O
que foi a “abertura ao mundo”, senão o resultado da covardia de
contrariar as idéias e caprichos dos tempos atuais? O que significou
a acolhida do ecumenismo, senão a regularização oficial da covardia
em enfrentar hereges e cismáticos? O que foi a aceitação da tese da
liberdade religiosa, senão a oficialização da covardia em lutar pelo
reinado social da única Igreja de Cristo? E a aprovação da tese da
colegialidade, o que foi senão a expressão da covardia em defender a
autoridade suprema do Papa? E quanto à “reforma” litúrgica, em que
se constituiu ela, senão num verdadeiro compêndio de todas as
covardias conciliares? João XXIII, Paulo VI e João Paulo II,
infelizmente, não tiveram a coragem que seria necessária para
resistir aos desmandos de Cardeais e Bispos. Os senhores Bispos, por
sua vez, foram covardes frente aos abusos de seus Padres. Os Padres,
seguindo o exemplo de seus maiores, fizeram-se covardes diante dos
pecados do povo. E assim Sua Majestade, a Imperatriz Covardia, tudo
dominou... Os pais tornaram-se covardes com os filhos. Os
professores se tornaram covardes com os alunos. As autoridades civis
acovardaram-se na defesa da vida e da família. Os pregadores se
acovardaram frente a seus ouvintes, bem como os confessores em
relação a seus penitentes. Acovardaram-se também os reitores dos
seminários, permitindo que estes se transformassem em verdadeiros “feminários”...
A falta de coragem dos Pastores da Igreja em combater os erros,
acabou dando espaço à proliferação de grupos indignos do nome
cristão: RCC, Neo-Catecumenato, Comunhão e Libertação, etc.
Inventaram até uma “Pastoral dos Casais em Segunda União”, a qual
bem mereceria ser chamada de “Pastoral da Ilusão”, pois ilude os
divorciados adúlteros com a perspectiva de se salvarem sem se
converterem... A covardia de abraçar e pregar o mistério da Cruz,
inspirou a certos pseudo-frades a materialista Teologia da
Libertação. Religiosos com medo do sacrifício, alteraram as regras e
costumes deixados por seus Santos Fundadores, entregando-se a uma
vida relaxada, de tal modo que, por exemplo, Santo Inácio teria
vergonha dos jesuítas atuais, e Santo Afonso coraria ao visitar um
convento redentorista moderno... Por covardia deixou-se de falar dos
Novíssimos, de se pregar a penitência, de se atacar as ocasiões de
pecado. As pregações tornaram-se uma romântica “água com açúcar”...
Por covardia cessou-se de anunciar que Deus odeia infinitamente toda
religião que não seja a Santa Igreja Católica, Sua única Igreja,
fora da qual não há e nem pode haver santidade ou salvação. Por
covardia frente ao comunismo, se recusou condená-lo no Vaticano II,
bem como se recusou a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de
Maria. Nem mesmo o “Índex” dos livros proibidos escapou de ser
abolido, em conseqüência da covardia a em condenar os erros.
Deixou-se de cantar ao “Senhor Deus dos Exércitos”, para se cantar
ao “Deus do Universo”... Só não houve covardia em se tratando de
pecar e de desonrar o nome de cristão. E não se alegue ignorância
para desculpar a covardia de nossos tempos. Muitos conhecem a
verdade mas cruzam os braços quando se trata de defendê-la. Todos
sabem, por exemplo, que a prática da “comunhão na mão” ocasiona a
perda de muitos fragmentos eucarísticos, os quais acabam pisados,
varridos, etc, e, no entanto, quantas são as vozes que se levantam
para protestar contra estas evidentes profanações e sacrilégios?
Onde foi parar o destemor dos Mártires, a bravura dos cruzados, o
zelo dos inquisidores, a coragem dos missionários e o ardor de todos
os Santos, que sempre caracterizaram a cristandade? Será que
pretendemos que os Anjos desçam a lutar em nosso lugar? Covardia,
covardia... E como “a leão morto até as lebres insultam”, é lógico
que os inimigos da Fé se aproveitam imensamente da indolência dessa
raça mole de cristãos. Esta cristandade às avessas parece só se
irritar com uma coisa: com o zelo dos que ainda resistem ao mundo.
Seja um covarde que tudo aceita e você será aplaudido. Seja um
católico combatente e você será apedrejado. Esquece-se, assim, do
que já no século XVII ensinava o Pe. Manuel Bernardes: “Se espancas
os cães da vinha, pareces ser também ladrão. (...) Mas lá está o
Senhor da vinha, a quem darás conta dos frutos que nem defendeste,
nem deixaste defender.” Já não se aplicam excomunhões... Exceto
contra os que não se curvam perante Sua Majestade, a Imperatriz
Covardia. Época maldita, que canonizas traidores e excomungas
Confessores da Fé! Quer-se, de todo modo, levar os soldados de
Cristo a abandonar a batalha e a deixar o estandarte da Igreja
Católica para seguir a bandeira do Concílio Vaticano II. Quer-se, ao
menos, que se calem... Mas como poderiam fazê-lo, sabendo que isso
seria dar a vitória a este “Deus” estranho, ao qual serve a
“civilização do amor”? Sim, porque os devotos da “modernidade”
servem a um outro “Deus” que não o nosso. E esse “Deus” da
“civilização do amor” é realmente muito estranho... Mostra-se
extremamente tolerante e “compreensivo”. Prefere acordos duvidosos a
combates. Tem diplomatas em vez de soldados. Mais se agrada de um
“Encontro das Religiões” em Assis, do que de uma missão para
converter os infiéis. Sua moral é a liberdade. Sua hierarquia é a
igualdade. Sua ascese é a fraternidade. Seu culto, a filantropia.
Seu apostolado, o ecumenismo. Seu dogma, o relativismo. Sua
“Igreja”, a humanidade. Um “Deus” bem “aggiornato”, não é?... E não
digamos que este estranho “Deus” não existe. Existir, ele existe. Só
que não é verdadeiro Deus e, segundo a tradição popular, tem
chifres... Pelos interesses dele trabalha, de modo quase
“onipresente”, Sua Majestade, a Imperatriz Covardia. Não se espere,
porém, que esta Imperatriz se nos apresente pelo seu nome próprio.
Ela prefere usar os doces nomes de Tolerância, Paz, Solidariedade,
Amor... E assim inúmeros homens vão, a cada dia, aumentando as
fileiras do sonolento e preguiçoso Império da Covardia. E se o
sangue dos Mártires é semente de novos cristãos, o sono dos covardes
também não deixa de ser uma sementeira, mas de novas apostasias... E
diante deste triste espetáculo poderíamos ficar, deliciosamente, de
braços cruzados? Não seria isso trair o caráter indelével de
soldados de Cristo que recebemos no sacramento da Crisma? Não seria
pisar o Evangelho d’Aquele que proclamou não ter vindo trazer a paz,
mas a espada (Mt X, 34)? Cumpre reacender o sangue cristão daqueles
que acovardaram diante do mundo, diante do Modernismo, diante do
Vaticano II. E quanto a nós, antes a morte do que desertar! Antes
morrermos do prostrar-nos ante a asqueroso trono dessa tão
infelizmente reinante, Imperatriz Covardia. Se é preciso que
desçamos à arena, que assim seja. Conosco está a Virgem Imaculada,
“terrível como um exército em linha de batalha” (Cant VI,9). Conosco
estão os Santos, nossos heróis de guerra. E pelo Deus que morreu por
nós, morramos nós também, cantando com Santa Teresa d’Ávila: “Não
haja entre nós covarde! Aventuremos a vida: Não há quem melhor a
guarde Que o que a deu por já perdida. Jesus comanda a investida, E
prêmio será da guerra; Ah! Não durmais; ah! não durmais, Porquanto
não há paz na terra.” Rodrigo Maria A. da Silva.
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