Anápolis, 19 de agosto de
2007
À senhora Adriane Lima
Congonhas – MG
Prezada senhora, faça
penitência: “Não sabeis que a carne rebela, quando é acariciada?”
(São Godofredo).
Obrigado pelo seu e-mail.
Cilício
era uma túnica, cinto ou cordão de crina, que se trazia sobre a pele
para mortificação ou penitência.
O termo vem do latim cilicinus
que quer dizer feito de pêlo de cabra, ou cilicium que quer
dizer tecido grosseiro de pêlo de cabra ou vestido de gente pobre.
Hoje é conhecido como forma de mortificação voluntária ao lado do
jejum e abstinência dentre outras formas.
Modalidade de cilício
Modernamente tem sido substituído por
instrumentos mais discretos que produzem efeito corporal similar.
Muitos santos usaram o cilício como forma de penitência,
mortificação ou sacrifício voluntário.
São João Batista vestiu-se com pele
de cabra enquanto se afastou no deserto e jejuava. Santa Rosa de
Lima, discretamente, usava espinhos por debaixo de uma coroa de
rosas que portava com habitualidade. São Tomás More, por debaixo da
camisa de seda com que comparecia à corte de Henrique VIII, usava
habitualmente uma outra de tecido grotesco, a título de cilício,
como forma de sacrifício voluntário. Paulo VI, Madre Teresa de
Calcutá e irmã Lúcia de Fátima praticaram a mortificação corporal
dentre muitos outros religiosos e leigos.
Várias
ordens religiosas católicas fazem uso do cilício, com habitualidade,
por pequenos períodos de tempo, como instrumento de mortificação com
o objetivo de aliar algum sacrifício pessoal ao sacrifício de Cristo
na cruz, com espírito de penitência, de reparação e desagravo.
A mortificação corporal, da qual o
cilício é apenas um instrumento, pertence ao patrimônio espiritual
da Igreja, é feita pelos religiosos católicos com o espírito que
narra João Paulo II na Carta Apostólica Salvifici Dolores:
"Cristo não escondia aos seus ouvintes a
necessidade do sofrimento. Pelo contrário, dizia-lhes muito
claramente: "Se alguém quer vir após mim... tome a sua cruz todos os
dias" (Lc 9,23); e aos seus discípulos punha algumas exigências de
ordem moral, cuja realização só é possível se cada um se "renega a
si mesmo".
E ainda, no mesmo documento:
"Assim como todos foram chamados a "completar"
com o próprio sofrimento "o que falta aos sofrimentos de Cristo"
(1Pd 4,13 e Cl 1,24). Cristo ensinou o homem a fazer o bem com o
sofrimento e, ao mesmo tempo, a fazer o bem a quem sofre. Sob este
duplo aspecto, revelou cabalmente o sentido do sofrimento".
Eu te abençôo e
te guardo no Sagrado Coração de Jesus.
Atenciosamente,
Pe. Divino
Antônio Lopes FP.
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