| 
             
            Anápolis, 21 de agosto de 2007 
              
            
            Ao senhor André Valente 
            Franco 
              
            
            Prezado senhor, entre na Congregação que você encontrou e não fique 
            procurando novidades: “O noviço que passa de mosteiro a mosteiro 
            se parece com um animal que, sob o jugo, é movido para cá e para lá”
            (Abade Isaías, 
            Apoftegmas). 
              
            
            Sobre os Franciscanos, não os conheço, já vi alguns há muitos anos 
            atrás, mas nunca convivi com os mesmos. 
            
            Cada religioso tem o dever de obedecer as Constituições de seu 
            Instituto: “Pela sua profissão religiosa, os membros de um 
            Instituto comprometem-se a observar com fidelidade e amor as suas 
            constituições, pois reconhecem nestes a forma de vida aprovada pela 
            Igreja para o seu Instituto e a expressão autêntica do seu espírito, 
            da sua tradição e da sua regra” 
            (Elementos Essenciais da Doutrina da Igreja sobre a Vida Religiosa 
            aplicados aos Institutos Consagrados ao Apostolado, III, 3). 
            
            Sobre os Franciscanos: “Pensa na beleza da Regra, dada com tanta 
            sabedoria e luz por homens que o Espírito Santo transformara em 
            templos seus! São Bento, com quanta perfeição organizou sua ordem! 
            São Francisco de Assis, com que virtude fundou a sua! Ele, ao 
            orientar seus frades para a perfeição, escolheu a mais austera 
            pobreza e pessoalmente a viveu com simplicidade. Francisco procurou 
            a humilhação, desprezou-se a si mesmo, não se preocupou em agradar 
            aos outros contrariando minha vontade, amou ser vilipendiado pelo 
            mundo, mortificou seu corpo, destruiu o egoísmo. Francisco cercou-se 
            de dores, afrontas e infâmias por amor do humilde Cordeiro, com o 
            qual viveu crucificado. A tal ponto chegou que, por graça singular, 
            viam-se no seu corpo as chagas do meu Filho. Foi assim que orientou 
            seus frades. Perguntar-me-ás: ‘E as demais ordens, também elas foram 
            fundadas na pobreza?’ Sim, mas cada uma salienta um aspecto 
            particular. Embora todas se alicercem na pobreza, acontece-lhes como 
            aquilo que se verifica com as virtudes: todas elas adquirem sua 
            força na caridade, mas cada homem pratica melhor uma delas, embora 
            todos vivam no amor. Assim acontece com as ordens. O ideal 
            particular de Francisco foi a pobreza; foi orientado no amor a ela 
            que organizou sua ordem com extrema severidade. Iniciou-a com homens 
            já perfeitos, não com pessoas comuns. Eram poucos, mas bons. Eu 
            disse ‘poucos’, porque não são numerosos os que atingem a perfeição. 
            Com o passar do tempo aumentou o número dos seus frades e, por causa 
            das imperfeições, decaiu a prática da pobreza. Isso aconteceu não 
            por defeito da ordem, mas porque apareceram súditos desobedientes e 
            superiores maus” 
            (Santa Catarina de Sena, O Diálogo, Quarta Parte, 36. 3. 2).
             
            
            Sobre o cilício, lhe enviarei o mais rápido possível. É um 
            presente. 
            
            Eu te abençôo e te guardo no Imaculado Coração de Maria Santíssima. 
              
            
            Atenciosamente, 
              
            
            Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
               |