Anápolis, 02 de outubro de
2007
Ao Revmo. Pe. Sebastião
Natal de Rezende
Rio de Janeiro – RJ
Deus lhe pague pelo e-mail.
Enviar-lhe-ei com alegria,
em breve, os DVD’s sobre a Santa Missa Tridentina. É um presente
para o senhor.
O Servo de Deus Eduardo
Poppe assim escreveu aos sacerdotes:
“Deus concedeu-nos uma graça preciosa; fez-vos sentir vivamente a
necessidade de uma vida sacerdotal santa. Já muitas vezes vos tendes
repetido a vós mesmos: ‘Tenho de ser um santo sacerdote: sem isto,
considero a minha carreira como que falida’.
Que verdade isto não é!
Como é profundamente verdadeiro! Sim, queridos Irmãos, deveis ser
santos, não deveis ser uns padres quaisquer, padres vulgares. Douto
modo, para bem pouco serve o vosso zelo e os vossos sofrimentos. As
ovelhas fugirão de vós e perder-se-ão em grande número. Faz mais um
santo só com uma palavra, que um homem vulgar com uma série de
discursos. As palavras de um sacerdote santo ferem, abalam o
sentimento, transfiguram as almas e renovam-nas de um modo
extraordinário, porque nascem da graça, da oração e da penitência,
vêm cheias da graças de Deus. Talvez um sábio possa imitá-las
habilmente, mas Deus só fala através da boca de um santo (Mt 10,
20).
A ciência é um auxílio;
os talentos naturais são necessários, mais ou menos (I Cor 13).
Irmãos, não vendais ouropéis. Irmãos, não sejais recipientes vazios.
Possuí ciência e talento; mas sede antes de mais nada, homens de
oração e enérgicos na penitência. Sede Santos!
Irmãos, cada dia nos traz
as mesmas ocupações: sublimes, mas monótonas e tantas vezes
exaustivas. Tende cuidado, meus irmãos, com a rotina. Vigiai, para
que os santos Sacramentos não percam aos vossos olhos o seu caráter
divino, para que o vosso Mestre se não converta numa “coisa
qualquer” nas vossas mãos; procurai não perder a vossa estima pelos
doentes e pobres; tende cuidado para que as crianças se não
convertam para vós em objeto de aborrecimento; os pecadores em
objeto de aversão. Não, estou a ser difuso demais; atendei a uma
coisa só; não sejais padres vulgares! Procurai energicamente
permanecer firmes no propósito de vos santificardes, como o estais
na resolução de vos salvardes. Assim, a administração contínua dos
Sacramentos será para vós uma das fontes mais ricas de consolações e
de edificação. Não vos desvieis do caminho da santidade. Então, o
vosso Mestre será o vosso amigo íntimo; então, Jesus dar-se-á a
conhecer na fração do Pão e em nenhum, lugar o reconhecereis melhor,
o visitareis com mais agrado que na Hóstia Santa que manejais tão
freqüentemente. Os vossos doentes passarão a ser os vossos melhores
auxiliares; sereis para eles verdadeiros consoladores. Amareis e
estimareis os vossos pobres como a verdadeiros irmãos de Cristo, e
bem depressa sereis vós devedores deles e não eles vossos. As
crianças, apesar dos seus defeitos, serão os vossos prediletos, e
vós os delas. Tornar-se-ão para vós uma grande família espiritual,
cujo pai sois vós. Continuai a seguir sem desvios o vosso caminho. À
medida que avançais, encontrareis cruzes, mal-entendidos, oposições,
mofas, aridez e abandonos. Mas chegareis ao termo sem terdes de ir
mendigar consolações entre leigos. No meio das cruzes, conservareis
ao menos a esperança e a confiança, e isto basta enquanto vivermos
neste mundo. E quem sabe se o vosso irmão não virá a ser a vossa
alegria?
Irmãos! Só temos uma vida
e não ficaremos sempre neste mundo. Vamos de viagem, e louco é o que
procura aqui morada e lugar de repouso (Hb 13, 14).
Para que servem lindos
móveis com cabeça de leão e ornatos de ouro? Dentro de trinta anos
estarão no quarto dos vossos herdeiros! Que são os conhecimentos e
os amigos deste mundo? Quinze dias após a vossa morte, já andareis
fora da lembrança e do coração deles, apesar de, enquanto vivestes,
vos terem custado muito tempo e muitas dores de cabeça. Que são os
louvores e a consideração? Fumo vão que nos inebria, estonteia e nos
faz mais mal que bem”.
Atenciosamente,
Pe. Divino Antônio Lopes
FP.
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