Anápolis, 08 de novembro de 2007
Ao senhor Ricardo Pimentel Alves
Barueri – São Paulo
Prezado senhor, não perca
um só minuto, mas faça o bem continuamente:
“Quanto a vós, irmãos, não
vos canseis de fazer o bem”
(2 Ts 3, 13).
Para enviar-lhe o cilício,
é preciso que nos envie o endereço completo.
Cilício
era uma túnica, cinto ou cordão de crina, que se trazia sobre a pele
para mortificação ou penitência.
O termo vem do latim
cilicinus que quer dizer feito de pêlo de cabra, ou cilicium
que quer dizer tecido grosseiro de pêlo de cabra ou vestido de gente
pobre. Hoje é conhecido como forma de mortificação voluntária ao
lado do jejum e abstinência dentre outras formas.
Modalidade de cilício
Modernamente tem sido
substituído por instrumentos mais discretos que produzem efeito
corporal similar. Muitos santos usaram o cilício como forma de
penitência, mortificação ou sacrifício voluntário.
São João Batista vestiu-se
com pele de cabra enquanto se afastou no deserto e jejuava. Santa
Rosa de Lima, discretamente, usava espinhos por debaixo de uma coroa
de rosas que portava com habitualidade. São Tomás More, por debaixo
da camisa de seda com que comparecia à corte de Henrique VIII, usava
habitualmente uma outra de tecido grotesco, a título de cilício,
como forma de sacrifício voluntário. Paulo VI, Madre Teresa de
Calcutá e irmã Lúcia de Fátima praticaram a mortificação corporal
dentre muitos outros religiosos e leigos.
Várias
ordens religiosas católicas fazem uso do cilício, com habitualidade,
por pequenos períodos de tempo, como instrumento de mortificação com
o objetivo de aliar algum sacrifício pessoal ao sacrifício de Cristo
na cruz, com espírito de penitência, de reparação e desagravo.
A mortificação corporal,
da qual o cilício é apenas um instrumento, pertence ao patrimônio
espiritual da Igreja, é feita pelos religiosos católicos com o
espírito que narra João Paulo II na Carta Apostólica Salvifici
Dolores: "Cristo
não escondia aos seus ouvintes a necessidade do sofrimento. Pelo
contrário, dizia-lhes muito claramente: “Se alguém quer vir após
mim... tome a sua cruz todos os dias”
(Lc 9,23);
e aos seus discípulos punha algumas exigências de ordem moral, cuja
realização só é possível se cada um se "renega a si mesmo".
E ainda, no mesmo
documento: "Assim
como todos foram chamados a "completar" com o próprio sofrimento "o
que falta aos sofrimentos de Cristo"
(1Pd 4,13 e Cl 1,24).
Cristo ensinou o homem a fazer o bem com o sofrimento e, ao mesmo
tempo, a fazer o bem a quem sofre. Sob este duplo aspecto, revelou
cabalmente o sentido do sofrimento".
Eu te abençôo e te guardo
no Puríssimo Coração de Maria Santíssima.
Atenciosamente,
Pe. Divino Antônio Lopes
FP.
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