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                  O testamento: 
                  
                  Eclesiástico 33,19—42,14 
                    
                  
                  
                  
                  Enquanto 
                  o homem vive, deve conservar a 
                  propriedade 
                  dos seus bens (33,20-24); para os escravos 
                  é preciso empregar tanto a severidade 
                  
                  como a afeição (33,25-33). Embora admitindo sonhos inspirados 
                  do alto, em geral é bom 
                  desconfiar deles (34,1-8). As viagens são muito educativas, 
                  não obstante os 
                  perigos que as acompanham (34,9-13), pois Deus protege os que 
                  o temem (34,14-20). 
                  O trecho 34,21—35,13 é dedicado ao culto divino. O autor 
                  condena os atos de 
                  piedade viciados por uma consciência impura (34.21-31). O 
                  autêntico culto não pode separar-se da observância da 
                  Lei (35,1-13). Deus não se compraz em fingimentos: ele escuta 
                  os gritos dos pobres e oprimidos (35,14-26). A seguir, numa 
                  prece, pede-se a Deus que liberte Israel dos opressores 
                  pagãos, humilhando seus 
                  exércitos como no passado, e que reúna novamente as tribos de 
                  Israel segundo as promessas feitas aos profetas, e 
                  todos os povos reconheçam o verdadeiro 
                  Deus (36,1-22). Seguem três trechos sobre a arte do 
                  discernimento em 
                  relação às mulheres (36,23-31), ao amigo (37,1-6), e ao 
                  conselheiro (37,7-15). 
                  Novos critérios para distinguir a verdadeira da falsa sabedoria 
                  (37,16-26). Os temas 
                  da saúde, do médico, da doença e da morte são tratados nos 
                  trechos 
                  37,27—38,23. O jovem é convidado a ser temperante (37,27-31). 
                  O médico e a 
                  medicina, ramo da sabedoria, fazem parte da criação de Deus 
                  (38,1-8). A doença, castigo de Deus, pode ser curada 
                  com o arrependimento e com o recurso
                  ao médico (38,9-15). O 
                  culto dos mortos deve ser praticado com fidelidade e 
                  moderação (38,16-23). Um breve tratado sobre o trabalho do 
                  agricultor, do operário e 
                  do oleiro (38,24-34), 
                  
                  chamado às vezes «sátira das profissões», prepara 
                  
                  
                  o elogio do escriba da 
                  Lei, numa confissão autobiográfica (39,1-11). 
                  Enfim, o autor
                  dirige
                  uma fervorosa exortação a 
                  seus discípulos (39,12-15) e, num brado 
                  em forma hínica, afirma a 
                  bondade de todas as coisas e 
                  justifica
                  o louvor universal 
                  devido ao Criador (39,16-35). Depois, reflete sobre a condição 
                  do homem votado à morte (40,1-17). Vários são os graus da 
                  felicidade e da fortuna (40,18-27). O
                  sábio deve evitar de viver 
                  de esmolas (40,28-30). Um amargo lamento sobre a 
                  morte (41,1-4) introduz a 
                  consideração sobre o destino dos ímpios e a sobrevivência 
                  dos justos na memória dos vivos (41,5-13). Segue uma 
                  consideração sobre a 
                  verdadeira e a falsa vergonha (41.14—42,8), e sobre as filhas, 
                  preocupação para um 
                  pai (42,9-14). 
                  
                  
                  
                  Nos 
                  vinte versículos dedicados ao culto, o Sirácida usa a 
                  linguagem profética de Is l, Mq 6 e SI 50. Na bela oração de 
                  36,1-22 o autor recorre a temas
                  tradicionais, especialmente dos salmos, e exprime a própria visão 
                  escatológica. A 
                  perícope 37,16-25 oferece uma interessante doutrina 
                  antropológica .centralizada 
                  sobre o pensamento, a 
                  palavra e a ação do homem. É colocada em relevo a 
                  interioridade do homem, a 
                  sua liberdade moral e sua responsabilidade. O elogio 
                  do médico (38,1-8), 
                  cuja
                  atividade não era sempre 
                  benevolamente entendida pêlos contemporâneos, demonstra a 
                  impostação humanística do autor. O trecho 39,1-11, 
                  dividido em quatro 
                  estrofes de quatro versículos cada uma, contém em síntese a 
                  figura ideal do sábio. O tema de 39,16-35, tomado de Gn l, é 
                  desenvolvido em forma de hino. Em 40,18-27 encontra-se um 
                  elenco, em quatro estrofes, de trinta valores humanos na 
                  esfera da cidade e da família, dos prazeres dos sentidos e
                  do temor de Deus. Em 42,2-8 dezesseis ações positivas se referem em 
                  grande parte ao setor da economia e da administração. 
                  
                  
                  (Pe. 
                  Teodorico Ballarini, Introdução à Bíblia com Antologia 
                  Exegética, III/2, Cap. XIV: Eclesiástico ou Sirácida, § 23. 
                  Questões Introdutórias). 
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