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            Anápolis, 24 de novembro de 2007 
              
            
            Ao senhor Thiago Dionísio - Seminarista 
            
            Florianópolis – Santa 
            Catarina 
              
            
            Caríssimo senhor, ame a 
            Santa Igreja Católica e seja-lhe fiel: 
            “Amem esta Igreja, sejam essa 
            Igreja, fiquem na Igreja! E amem o Esposo!” 
            (Santo Agostinho). 
              
            
            Para enviar-lhe o cilício, 
            é preciso que nos envie o endereço completo. 
            
            Rezo pela sua perseverança 
            e para que seja um santo sacerdote: 
            “Deus concedeu-nos uma graça 
            preciosa; fez-vos sentir vivamente a necessidade de uma vida 
            sacerdotal santa. Já muitas vezes vos tendes repetido a vós mesmos: 
            ‘Tenho de ser um santo sacerdote: sem isto, considero a minha 
            carreira como que falida’. 
            
            Que verdade isto não é! 
            Como é profundamente verdadeiro! Sim, queridos Irmãos, deveis ser 
            santos, não deveis ser uns padres quaisquer, padres vulgares. De 
            outro modo, para bem pouco serve o vosso zelo e os vossos 
            sofrimentos. As ovelhas fugirão de vós e perder-se-ão em grande 
            número. Faz mais um santo só com uma palavra, que um homem vulgar 
            com uma série de discursos. As palavras de um sacerdote santo ferem, 
            abalam o sentimento, transfiguram as almas e renovam-nas de um modo 
            extraordinário, porque nascem da graça, da oração e da penitência, 
            vêm cheias da graças de Deus. Talvez um sábio possa imitá-las 
            habilmente, mas Deus só fala através da boca de um santo (Mt 10, 
            20). 
            
            A ciência é um auxílio; 
            os talentos naturais são necessários, mais ou menos. Irmãos, não 
            vendais ouropéis. Irmãos, não sejais recipientes vazios. Possuí 
            ciência e talento; mas sede antes de mais nada, homens de oração e 
            enérgicos na penitência. Sede Santos!  
            
            Irmãos, cada dia nos traz 
            as mesmas ocupações: sublimes, mas monótonas e tantas vezes 
            exaustivas. Tende cuidado, meus irmãos, com a rotina. Vigiai, para 
            que os santos Sacramentos não percam aos vossos olhos o seu caráter 
            divino, para que o vosso  Mestre se não converta numa ‘coisa 
            qualquer’ nas vossas mãos; procurai não perder a vossa estima pelos 
            doentes e pobres; tende cuidado para que as crianças se não 
            convertam para vós em objeto de aborrecimento; os pecadores  em 
            objeto de aversão. Não estou a ser difuso demais; atendei a uma 
            coisa só; não sejais padres vulgares! Procurai energicamente 
            permanecer firmes no propósito de vos santificardes, como o estais 
            na resolução de vos salvardes. Assim, a administração contínua dos 
            Sacramentos será para vós uma das fontes mais ricas de consolações e 
            de edificação.  Não vos desvieis do caminho da santidade. Então, o 
            vosso Mestre será o vosso amigo íntimo; então, Jesus dar-se-á a 
            conhecer na fração do Pão e em nenhum lugar o reconhecereis melhor, 
            o visitareis com mais agrado que na Hóstia Santa que manejais tão 
            freqüentemente. Os vossos doentes passarão a ser os vossos melhores 
            auxiliares; sereis para eles verdadeiros consoladores. Amareis e 
            estimareis os vossos pobres como a verdadeiros irmãos de Cristo, e 
            bem depressa sereis vós devedores deles e não eles vossos.  As 
            crianças, apesar dos seus defeitos, serão os vossos prediletos, e 
            vós os delas. Tornar-se-ão para vós uma grande família espiritual, 
            cujo pai sois vós. Continuai a seguir sem desvios o vosso caminho. À 
            medida que avançais, encontrareis cruzes, mal-entendidos, oposições, 
            mofas, aridez  e abandonos. Mas chegareis ao termo sem terdes de ir 
            mendigar consolações entre leigos. No meio das cruzes, conservareis 
            ao menos a esperança e a confiança, e isto basta enquanto vivermos 
            neste mundo. E quem sabe se o vosso irmão não virá a ser a vossa 
            alegria? 
            
            Irmãos! Só temos uma vida 
            e não ficaremos sempre neste mundo. Vamos de viagem, e louco é o que 
            procura aqui morada e lugar de repouso (Hb 13, 14). 
            
            Para que servem lindos 
            móveis com cabeça de leão e ornatos de ouro? Dentro de trinta anos 
            estarão no quarto dos vossos herdeiros! Que são os conhecimentos e 
            os amigos deste mundo? Quinze dias após a vossa morte, já andareis 
            fora da lembrança e do coração deles, apesar de, enquanto vivestes, 
            vos terem custado muito tempo e muitas dores de cabeça. Que são os 
            louvores e a consideração? Fumo vão que nos inebria, estonteia e nos 
            faz mais mal que bem” 
            (Servo de Deus Eduardo Poppe). 
            
            Eu te abençôo e te guardo 
            no Coração Bondoso de Nosso Senhor. 
              
            
            Atenciosamente, 
              
            
            Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
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