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                 Anápolis, 09 de fevereiro de 2008 
            
              
            
              
            
            Ao vocacionado Matheus 
            
            Congonhas – Minas Gerais 
            
              
            
            Caríssimo Matheus, ame a 
            cruz e carregue-a com paciência: 
            “Se alguém ama a tribulação, 
            ela se lhe tornará motivo de alegria e paz” 
            (Abade Elias, Apoftegmas, Letra Eta, 6). 
            
              
            
            Prezado Matheus, essa 
            atitude de usar a batina somente dentro do seminário é péssima, isso 
            cheira 
            DUPLICIDADE. 
            Por que as mulheres podem andar seminuas, e os amigos de Deus iguais 
            a VAQUEIROS? 
            Precisamos 
            brilhar 
            com o exemplo em todos os lugares, principalmente quando saímos de 
            casa. É muito fácil viver 
            EMPACOTADO 
            dentro do quarto, fazendo 
            “sala” 
            para o Anjo da Guarda. 
            
            Quanto à costura, qualquer
            boa 
            costureira 
            consegue fazer uma batina. 
            
            Leia esse trecho e depois
            deite em sua 
            cama imaginando você dentro de um caixão. 
            Santa Mariana de Jesus Paredes e Flores, o Lírio de Quito, assim 
            fazia: “Cristão, 
            para compreenderes melhor o que és — disse São João Crisóstomo — 
            ‘aproxima-te de um sepulcro, contempla o pó, a cinza e os vermes, e 
            chora’. Observa como aquele cadáver, de amarelo que é, se vai 
            tornando negro. Não tarda a aparecer por todo o corpo uma espécie de 
            penugem branca e repugnante. Sai dela uma matéria pútrida, nasce uma 
            multidão de vermes, que se nutrem das próprias carnes. Às vezes, se 
            associam a estes os ratos para devorar aquele corpo, saltando por 
            cima dele, enquanto outros penetram na boca e nas entranhas. Caem a 
            pedaços as faces, os lábios e o cabelo; descarna-se o peito, e em 
            seguida os braços e as pernas. Quando as carnes estiverem todas 
            consumidas, os vermes passam a se devorar uns aos outros, e de todo 
            aquele corpo só resta afinal um esqueleto fétido que com o tempo se 
            desfaz, desarticulando-se os ossos e separando-se a cabeça do 
            tronco. Reduzido como a miúda palha que o vento leva para fora da 
            eira no tempo do estio (Dn 2, 35). Isto é o homem: um pouco de pó 
            que o vento dispersa. 
            
            Onde está agora aquele 
            cavalheiro a quem chamavam alma e encanto da conversação? Entra em 
            seu quarto; já não está ali. Visita o seu leito; foi dado a outro. 
            Procura sua roupa, suas armas; outros já se apoderaram de tudo. Se 
            quiseres vê-lo, acerca-te daquela cova onde jaz em podridão e com a 
            ossada descarnada. Ó meu Deus! A que estado ficou reduzido esse 
            corpo alimentado com tanto mimo, vestido com tanta gala, cercado de 
            tantos amigos? Ó Santos benditos do céu, como haveis sido prudentes: 
            pelo amor de Deus — fim único que amastes neste mundo — soubestes 
            mortificar a vossa carne. Agora, os vossos ossos, como preciosas 
            relíquias, são venerados e conservados em urnas de ouro. E vossas 
            belas almas gozam de Deus, esperando o dia final para se unir a 
            vossos corpos gloriosos, que serão companheiros e partícipes da dita 
            sem fim, como o foram da cruz durante a vida. Este é o verdadeiro 
            amor ao corpo mortal: fazê-lo suportar trabalhos, a fim de que seja 
            feliz eternamente, e negar-lhe todo prazer que o possa lançar para 
            sempre na desdita” 
            (Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a 
            Morte, Consideração I, Ponto II). 
            
            Entre no seminário e 
            persevere; não fique pulando de galho em galho: 
            “O noviço que passa de mosteiro em 
            mosteiro, se parece com um animal que, sob o jugo, é movido para cá 
            e para lá” 
            (Abade Isaías, Apoftegmas, Letra Eta, 3). 
            
            Eu te abençôo e te guardo 
            no Coração da Virgem Maria. 
              
            
            Atenciosamente, 
            
              
            
            
                                                                
                                Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
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