Anápolis, 09 de fevereiro de 2008
Ao senhor Josué Maria Barbosa Mendes
Novo Gama
– GO
Caríssimo senhor, faça
progresso no caminho da santidade:
“Não há ninguém que não
deve se esforçar para progredir no caminho da perfeição; por isso,
todos sem exceção, devemos empenhar-nos para que, no dia da
redenção, pessoa alguma seja ainda encontrada nos vícios do passado”
(São Leão Magno,
Sermões).
Enviar-lhe-ei o DVD sobre a Santa Missa Tridentina; quanto aos
cilícios, como já lhe escrevi, é preciso da aprovação do seu
confessor ou diretor espiritual.
Medite durante três dias esse trecho, juntamente com a sua noiva:
“Considera que és pó e que em pó te hás de converter. Virá o dia em
que será preciso morrer e apodrecer num fosso, onde ficarás coberto
de vermes. A todos, nobres e plebeus, príncipes ou vassalos, estará
reservada a mesma sorte. Logo que a alma, com o último suspiro, sair
do corpo, passará à eternidade, e o corpo se reduzirá a pó.
Imagina que estás em presença de
uma pessoa que acaba de expirar. Contempla aquele cadáver, estendido
ainda em seu leito mortuário: a cabeça inclinada sobre o peito; o
cabelo em desalinho e banhado ainda em suores da morte, os olhos
encovados, as faces descarnadas, o rosto acinzentado, os lábios e a
língua cor de chumbo; hirto e pesado o corpo. Treme e empalidece
quem o vê… Quantas pessoas, à vista de um parente ou amigo morto,
mudaram de vida e abandonaram o mundo.
É ainda mais horrível o aspecto do
cadáver quando começa a corromper-se… Nem um dia se passou após o
falecimento daquele jovem e já se percebe o mau cheiro. É preciso
abrir as janelas e queimar incenso; é mister que prontamente levem o
defunto à igreja ou ao cemitério, e o entreguem à terra para que não
infeccione toda a casa. Mesmo que aquele corpo tenha pertencido a um
nobre ou potentado, não servirá senão para que exale ainda fetidez
mais insuportável, — disse um autor.
Vês o estado a que chegou aquele
soberbo, aquele dissoluto!… Ainda há pouco, via-se acolhido e
cortejado pela sociedade; agora tornou-se o horror e o espanto de
quem o contempla. Os parentes apressam-se a afastá-lo de casa e
pagam aos coveiros para que o enterrem em um esquife e lhe dêem
sepultura… Há bem poucos instantes ainda se apregoava a fama, o
talento, a finura, a polidez e a graça desse homem; mas apenas está
morto, nem sua lembrança se conserva.
Ao ouvir a notícia de sua morte,
limitam-se uns a dizer que era homem honrado; outros, que deixou à
sua família grande riqueza. Contristam-se alguns, porque a vida do
falecido lhes era proveitosa; alegram-se outros, porque vão ficar de
posse de tudo quanto tinha. Por fim, dentro em breve, já ninguém
falará nele, e até seus parentes mais próximos não querem ouvir
falar dele para não se lhes agravar a dor que sentem. Nas visitas de
condolências, trata-se de outro assunto; e, quando alguém se atreve
a mencionar o falecido, não falta um parente que advirta: Por
caridade, não pronuncies mais o seu nome!
Considera que assim como
procedes por ocasião da morte de teus parentes e amigos, assim os
outros agirão na tua. Os vivos entram no cenário do mundo para
desempenhar seu papel e ocupar os lugares dos mortos; mas do apreço
e da memória destes pouco ou nada cuidam. A princípio, os parentes
se afligem por alguns dias, mas se consolam depressa com a parte da
herança que lhes couber e, talvez, parece que até a tua morte os
regozija. Naquela mesma casa onde exalaste o último suspiro, e onde
Jesus Cristo te julgou, passarão a celebrar-se, como dantes,
banquetes e bailes, festas e jogos. E tua alma, onde estará então?”
(Santo Afonso
Maria de Ligório, Preparação para a Morte, Consideração I, Ponto I).
Eu te abençôo e te guardo
no Coração Bondoso de Nossa Senhora.
Atenciosamente,
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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