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            Anápolis, 10 de abril de 2008 
            
              
            
              
            
            Ao senhor Antônio Garcia de Oliveira 
            Neto 
            
            Fortaleza 
            – Ceará 
            
              
            
            Prezado senhor, 
            LUTE FERVOROSAMENTE 
            para salvar a sua alma imortal, porque a 
            VIDA é CURTA e a MORTE não manda recado: 
            “... a morte me pode 
            surpreender a qualquer momento, pois acompanha-me sempre contando os 
            meus passos, fixados pelo decreto eterno e imutável do Criador” (São Pedro 
            Julião Eymard, A Divina Eucaristia, Vol. 3). 
            
              
            
            Enviar-lhe-ei a Liturgia das Horas.  
            
            Caríssimo senhor, 
            MEDITE 
            sobre a 
            ETERNIDADE do 
            INFERNO:
            “Aquele que entrar uma vez 
            no inferno jamais sairá de lá. A este pensamento o rei Davi 
            exclamava trêmulo: ‘Não me trague o abismo, nem o poço feche sobre 
            mim a sua boca’ (Sl 68,16). Apenas um réprobo cai naquele poço de 
            tormentos, fecha-se sobre ele a entrada para nunca mais se abrir. No 
            inferno só há porta para entrar e não para sair, disse Eusébio 
            Emeseno; e explicando as palavras do salmista escreve: ‘O poço não 
            fecha a sua boca, porque se fechará a abertura em cima e se abrirá 
            em baixo para devorar os réprobos’. Enquanto vivo, o pecador pode 
            ter alguma esperança, mas, se a morte o surpreender em pecado, 
            perderá toda a esperança (Pr 11,7). Se os condenados pudessem ao 
            menos embalar-se em alguma enganosa ilusão que aliviasse o seu 
            desespero horrível! O pobre enfermo, ferido e prostrado em seu 
            leito, desenganado dos médicos, talvez se iluda a respeito de seu 
            estado, pensando que encontre algum médico ou remédio novo que o 
            possa curar. O infeliz delinqüente, condenado à prisão perpétua, 
            também procura alívio em seu pesar na esperança remota de evadir-se 
            e desta maneira obter a liberdade. Conseguisse sequer o condenado 
            iludir-se assim, pensando que algum dia poderia sair da sua prisão! 
            Mas não; no inferno não há esperança, nem certa nem provável; não há 
            até um, quem sabe, consolador (Sl 49,21). O desgraçado réprobo verá 
            sempre diante de si a sentença que o obriga a gemer perpetuamente 
            nesse cárcere de sofrimentos. ‘Uns para a vida eterna, e outros para 
            o opróbrio que terão sempre diante dos olhos’ (Dn 12,2). O réprobo 
            não sofre somente a pena de cada instante, mas a cada instante a 
            pena da eternidade. ‘O que agora sofro, dirá, hei de sofrê-lo 
            sempre’. ‘Gemem os condenados, diz Tertuliano, sob o peso da 
            eternidade’. 
            
            Dirijamos, pois, ao Senhor a 
            súplica que lhe fazia Santo Agostinho: ‘Queimai, cortai e não nos 
            poupeis aqui, para que sejamos perdoados na eternidade’. Os castigos 
            da vida presente são transitórios: ‘As tuas setas passam. A voz do 
            teu trovão rolou’ (Sl 76,19). Mas os castigos da outra vida nunca 
            têm fim. Temamo-los, pois. Temamos a voz do trovão com que o Supremo 
            Juiz pronunciará, no dia do juízo, sua sentença contra os réprobos. 
            ‘Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno’. Diz a Escritura
            in rota, porque a roda é símbolo da eternidade, que não tem 
            fim. Grande é o castigo do inferno, porém o que mais nos deve 
            assustar é ser irrevogável (Ez 21,5). 
            
            Dirá, porém, o incrédulo: Onde 
            está a justiça de Deus ao castigar com pena eterna um pecado que 
            dura um instante? E como, responderemos, como se atreve o pecador, 
            por um prazer momentâneo, a ofender um Deus de majestade infinita? 
            ‘Até a justiça humana, disse Santo Tomás, mede a pena, não pela 
            duração, mas pela qualidade do crime. Não é porque o homicídio se 
            cometa em um momento que se há de castigar também com pena 
            momentânea’. Para o pecado mortal, um inferno é pouco. A ofensa 
            feita à Majestade infinita deve merecer castigo infinito, diz São 
            Bernardino de Sena. Mas como a criatura, escreve o Doutor Angélico, 
            não é capaz da pena infinita em intensidade, é com justiça que Deus 
            torna a pena infinita em duração. 
            
            Além disso, a pena deve ser 
            necessariamente eterna, porque o réprobo jamais poderá prestar 
            satisfação por sua culpa. Nesta vida, o pecador penitente pode 
            satisfazer pela aplicação dos merecimentos de Jesus Cristo; mas o 
            condenado não participa desses méritos, e, portanto, não podendo por 
            si satisfazer a Deus, sendo eterno o pecado, eterno também deve ser 
            o castigo (Sl 48,8-9 ‘Ali a culpa — disse o Belluacense — poderá ser 
            castigada, mas jamais expiada’ (Lib. II, 3p), porque, segundo Santo 
            Agostinho, ‘ali o pecador é incapaz de arrependimento’. O Senhor, 
            portanto, estará sempre irado contra ele (Ml 1,4). E ainda que Deus 
            quisesse perdoar ao réprobo, este não aceitaria a reconciliação, 
            porque sua vontade obstinada e rebelde está confirmada no ódio 
            contra Deus. Disse Inocêncio III: ‘Os condenados não se humilharão; 
            pelo contrário, crescerá neles a perseverança do ódio’. São Jerônimo 
            afirma que ‘nos réprobos, o desejo de pecar é insaciável’ (Pr 
            27,20). A ferida de tais desgraçados é incurável; porque eles mesmos 
            recusam a cura (Jr 15,18)”
            (Santo Afonso 
            Maria de Ligório, Preparação para a Morte, Consideração XXVII, Ponto 
            II). 
            
            Lembre-se de que
            TUDO PASSA... 
            a VIDA é 
            BREVE... 
            SÓ 
            Deus é ETERNO.
            FAÇA 
            o BEM 
            enquanto é TEMPO. 
            
            Eu te abençôo e te guardo 
            no Coração Santíssimo de Nosso Senhor. 
            
            Atenciosamente, 
            
              
            
            Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
             
             
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