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            Anápolis, 15 de abril de 2008 
            
              
            
            À senhora Leila de Oliveira 
            
            São 
            Bernardo do Campo – São Paulo 
            
              
            
            Prezada senhora, 
            AME 
            a Deus de todo o coração e 
            DESAPEGUE 
            das criaturas, elas são 
            FALSAS 
            e 
            INTERESSEIRAS:
            “Cessai de 
            confiar no homem, cuja vida se prende por um fôlego” 
            (Is 2, 22). 
             
             
            
            Possuímos muitos livros de Santa Verônica Giuliane em 
            italiano. Em português, possuímos uma breve biografia; caso queira, 
            envie o endereço completo. 
            
            REZE
            pela 
            CONVERSÃO das pessoas que
            ABUSAM
            da 
            MISERICÓRDIA 
            de 
            DEUS: 
            “Lê-se na parábola do joio que, tendo crescido num 
            campo essa má erva juntamente com a boa semente, os servos quiseram 
            arrancá-la (Mt 13, 29). O Senhor, porém, lhes objetou: ‘Deixai-a 
            crescer; mais tarde a arrancaremos para lançá-la ao fogo’ (Mt 13, 
            30). Infere-se desta parábola, por um lado, a paciência de Deus para 
            com os pecadores, e por outro o seu rigor para com os obstinados. 
            Diz Santo Agostinho que o demônio seduz os homens por duas maneiras: 
            ‘Com desespero e com esperança’. Depois que o pecador cometeu o 
            delito, arrasta-o ao desespero pelo temor da justiça divina; mas, 
            antes de pescar, excita-o a cair em tentação pela esperança na 
            divina misericórdia. É por isso que o Santo nos adverte, dizendo: 
            ‘Depois do pecado tenha esperança na divina misericórdia; antes do 
            pecado tema a justiça divina’. E assim é, com efeito. Porque não 
            merece a misericórdia de Deus aquele que se serve da mesma para 
            ofendê-lo. A misericórdia é para quem teme a Deus e não para o que 
            dela se serve com o propósito de não temê-lo. Aquele que ofende a 
            justiça — diz o Abulense — pode recorrer à misericórdia; mas a quem 
            pode recorrer o que ofende a própria misericórdia? Será difícil 
            encontrar um pecador a tal ponto desesperado que queira 
            expressamente condenar-se. Os pecadores querem pecar, mas sem perder 
            a esperança da salvação. Pecam e dizem: Deus é a própria bondade; 
            mesmo que agora peque, mais tarde confessar-me-ei. Assim pensam os 
            pecadores, diz Santo Agostinho. Mas, meu Deus, assim pensaram muitos 
            que já estão condenados. 
            
            ‘Não digas — exclama o Senhor — a 
            misericórdia de Deus é grande: meus inumeráveis pecados me serão 
            perdoados com um ato de contrição’ (Eclo 5, 6). Não faleis assim — 
            nos diz o Senhor — e por quê? ‘Porque sua ira está tão pronta como 
            sua misericórdia; e sua cólera fita os pecadores’ (Eclo 5,7). A 
            misericórdia de Deus é infinita; mas os atos dela, ou seja, os de 
            comiseração, são finitos. Deus é clemente, mas também é justo. ‘Sou 
            justo e misericordioso — disse o Senhor a Santa Brígida, — e os 
            pecadores só pensam na misericórdia’. Os pecadores — escreve São 
            Basílio — só querem considerar a metade. ‘O Senhor é bom; mas também 
            é justo. Não queiramos considerar unicamente uma das faces de Deus’. 
            Tolerar quem se serve da bondade de Deus para mais o ofender — dizia 
            o Padre Ávila — fora antes injustiça que misericórdia. 
            
            A clemência foi 
            prometida a quem teme a Deus e não a quem abusa dela. Et 
            misericórdia ejus timentibus eum, como exclama em seu Cântico a 
            Virgem Santíssima. A justiça ameaça os obstinados, porque, como diz 
            Santo Agostinho, a veracidade de Deus resplandece mesmo em suas 
            ameaças. 
            
            Acautelai-vos — diz São João 
            Crisóstomo — quando o demônio (não Deus) vos promete a misericórdia 
            divina com o fim de que pequeis. Ai daquele — acrescenta Santo 
            Agostinho — que para pecar confia na esperança! A quantos essa vã 
            ilusão tem enganado e levado à perdição. 
            
            Desgraçado daquele que abusa da 
            bondade de Deus para ofendê-lo mais! Lúcifer — como afirma São 
            Bernardo — foi castigado por Deus com tão assombrosa presteza, 
            porque, ao rebelar-se, esperava não ser punido. O rei Manassés 
            pecou; converteu-se em seguida, e Deus lhe perdoou. Mas para Amon, 
            seu filho, que, vendo quão facilmente seu pai havia conseguido o 
            perdão, entregou-se à má vida com a esperança de também ser 
            perdoado, não houve misericórdia. Por essa causa — diz São João 
            Crisóstomo — Judas se condenou, porque se atreveu a pecar confiando 
            na clemência de Jesus Cristo. Em suma: se Deus espera com paciência, 
            não espera sempre. Pois, se o Senhor sempre nos tolerasse, ninguém 
            se condenaria; ora, é larga a porta e espaçoso o caminho que leva à 
            perdição, e muitos são os que entram por ele (Mt 7,13). Quem ofende 
            a Deus, fiado na esperança de ser perdoado, ‘é um escarnecedor e não 
            um penitente’, diz Santo Agostinho. 
            
            Por outra parte, afirma São Paulo 
            que de ‘Deus não se pode zombar’ (Gl 6,7). E seria zombar de Deus o 
            querer ofendê-lo sempre que quiséssemos e desejar, a seguir, o 
            paraíso. Quem semeia pecados, não pode esperar outra coisa que o 
            eterno castigo no inferno (Gl 6,8). O laço com que o demônio arrasta 
            quase todos os cristãos que se condenam é, sem dúvida, esse engano 
            com que os seduz, dizendo-lhes: ‘Pecai livremente, porque, apesar de 
            todos os pecados, haveis de salvar-vos’. 
            
            O Senhor, porém, 
            amaldiçoa aquele que peca na esperança de perdão. 
            
            A esperança depois do 
            pecado, quando o pecador deveras se arrepende, é agradável a Deus, 
            mas a dos obstinados lhe é abominável. 
            
            Tal esperança provoca o castigo de 
            Deus, assim como seria passível de punição o servo que ofendesse a 
            seu patrão, precisamente porque é bondoso e amável”
            (Santo 
            Afonso Maria de Ligório, Preparação para a Morte, Consideração XVII, 
            Ponto I). 
            
            FAÇA SEMPRE
            o
            BEM,
            CUIDADO 
            para NÃO MORRER 
            com as MÃOS VAZIAS. 
            
            
            Eu te abençôo e te guardo no Sacratíssimo Coração de Jesus. 
            
            
            Atenciosamente, 
            
            
              
            
            
            Pe. Divino Antônio 
            Lopes FP. 
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