Anápolis, 22 de novembro de 2006,
memória de Santa
Cecília, virgem e mártir.
Excelentíssimo e
Reverendíssimo
Sr. Dom João Wilk -
Bispo de Anápolis
Louvado seja nosso
senhor Jesus Cristo e nossa mãe Mana Santíssima
Quero data vênia por
meio desta requerer de vossa Excia., algumas explicações,
concomitantemente fazendo algumas colocações. Poderia fazê-lo num
diálogo filial vis à vis em linha vertical. Não obstante
experiência de tentativas anteriores está a dizer-me que com vossa
Excia isso é impossível, pois padre do meu feitio equivocadamente
taxado de tradicional e antigo cheira mal nas narinas de vossa
Excia.
Questões em pauta:
01)- Quem proibiu os
fiéis de receberem a santa comunhão na boca e de joelhos? Isso é
coisa sua ou é da Igreja Católica?
02)- Mostre-me um
documento onde o santo Padre proíbe a santa comunhão de joelhos e
na boca. Ouso fazer essas perguntas, porque vossa Excia desde que
chegou aqui na diocese vem proibindo a santa comunhão de joelhos e
na boca. Aqui na capela Santa Clara onde com a graça de Deus sou
vigário paroquial há seis anos e meio, e, portanto onde o povo
está acostumado a comungar de joelhos e na boca há seis anos e
meio, vossa Excia nas duas missas que celebrou aqui, não deixou o
povo ajoelhar, ficando de pé no lugar onde o povo é acostumado a
ajoelhar. Assim, um bom número de fiéis foi constrangido a
comungar de pé. Posso assegurar-lhe que o povo desta capela
comunga de joelhos porque gosta e porque é expressão da sua
profunda fé eucarística e não porque é obrigado. Em outras
paróquias, vossa Excia demoliu as mesas da santa comunhão. Eu
provo para o senhor com documentos o pensamento da Santa Igreja e
conseqüentemente dos Santos Padres Papa Bento XVI e do Papa João
Paulo II, a respeito da santa comunhão na boca e de joelhos. A
seguir enumero alguns documentos, citando-os ipsis verbis.
a) - Comungar na
língua...
... as prescrições da
Igreja e os documentos dos Padres atestam copiosamente a máxima
reverência e suma prudência que [nos tempos antigos] se tinha com
relação à Sagrada Eucaristia, Pois "ninguém...come esta carne, a
não ser que a tenha antes adorado" , e na recepção dela cada um é
admoestado: "...recebe-o e cuida que nada se perca":" pois é o
Corpo de Cristo".
...depois de a verdade
do Mistério Eucarístico, sua força e a presença de Cristo n"Ele
ter sido mais aprofundada, a compreensão mais profunda tanto da
reverência para com este Santíssimo Sacramento, quanto da
humildade com que se deve recebê-lo, levou ao costume de o
ministro mesmo colocar o Pão Consagrado na língua do comungante.
- "Esta maneira de
distribuir a Santa Comunhão. Levando em consideração no seu
conjunto a situação atual da Igreja, deve ser conservada, não
somente porque" se funda numa tradição de muitos séculos, mas
sobretudo porque exprime e significa a reverência dos fiéis para
com a Eucaristia.
E este costume não
diminui em nada a dignidade da pessoa daqueles que se aproximam de
tão grande Sacramento; antes, faz parte daquela preparação que é
requerida, para que o Corpo do Senhor seja recebido com maior
fruto possível. (S. Congregação para o Culto Divino, Instrução "Memoriale
Domini" - Sobre a maneira de distribuir a Sagrada Comunhão - 29
maio de 1969: Notitiae (1969) 347-351).
b) - Comungar de
joelhos...
De fato, como Sua
Eminência, Cardeal Josef Ratzinger recentemente enfatizou, a
prática de se ajoelhar para a Santa Comunhão tem a seu favor uma
tradição plurissecular e é um sinal particularmente expressivo de
adoração, inteiramente apropriado à luz da presença verdadeira,
real e substancial de Nosso Senhor Jesus Cristo sob as espécies
consagradas.
A Congregação...
considera cada negação da Santa Comunhão a um dos fiéis, por causa
de sua postura de joelhos, de ser uma violação Qrave de um dos
direitos mais básicos dos fiéis cristãos, nomeadamente daquele de
serem assistidos pêlos seus pastores através dos sacramentos
(Código do Direito Canónico, cânon 213).
Mesmo lá onde a
Congregação aprovou a legislação em que declarou o estar de pé
como posição para a Santa Comunhão, de acordo com as adaptações
permitidas às Conferências episcopais... o fez assim com a
estipulação de que a fiéis que comungam, e escolhem de ajoelhar,
não deve ser negada a Santa Comunhão por estes motivos. (S.
Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos,
carta de 1 de julho 2002; Notitiae (2002), 582-585).
c) - Não é licito negar
a santa comunhão a um fiel pela simples razão, por exemplo, de que
ele queira receber a Eucaristia de joelhos ou em pé. (S.
Congregação para o culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Instrução Redemptionis Sacramentum. Sobre alguns aspectos que se
deve observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia). (Página
56, N° 91)
d) - Jamais se obrigará
algum fiel a adotar a prática da comunhão na mão. Deixar-se-á a
liberdade de receber a comunhão na mão ou na boca, em pé, ou de
joelhos. (Diretório da Liturgia e da organização da Igreja no
Brasil 2006. Ano B. São Marcos). (Pag. 23, N° 07).
e) - E o Papa atual,
Bento XVI, quando Cardeal, escreveu no seu livro sobre o Espírito
da Liturgia: "Há círculos com bastante influência que tentam
dissuadir-nos de nos ajoelhar. A argumentação é a de esse ato não
condizer com a nossa cultura, não ser adequado para uma pessoa
reta e emancipada que encara Deus, ou então de não ser apropriado
para uma pessoa que tem sido salva e que, através de Cristo, se
tornou uma pessoa livre, não necessitando conseqüentemente, de
ajoelhar-se".
A origem da genuflexão é
proveniente da bíblia e do seu conhecimento de Deus. O gesto
físico representa um sentido espiritual - precisamente da
adoração, sem a qual ele não teria sentido: o ato espiritual, por
sua parte e consoante à união físico-espiritual da pessoa, deve
necessariamente expressar a sua natureza no gesto físico. A
posição de joelhos é absurda enquanto mera exterioridade, mero ato
físico, mas se alguém tentar reduzir a adoração ao âmbito
espiritual, sem a personificar, o ato da adoração apaga-se;
porque, na realidade, o espírito por si só não corresponde à
natureza do ser humano. A adoração é um dos atos fundamentais que
dizem respeito ao homem inteiro. Conseqüentemente, dobrar os
joelhos perante a presença de Deus vivo é irrenunciável.
A Genuflexão significa rebaixar a nossa força perante Deus vivo e
reconhecer que tudo o que somos e temos promana dele. A posição de
joelhos não é apenas um gesto cristão, mas também um gesto
cristológico. ( Hino de Cristo Fl. 2, 6 — 11)
f) - Disse o Papa João
Paulo II: "Portanto, todo gesto de mostrar o respeito, cada
genuflexão diante do Santíssimo Sacramento é tão importante,
porque é expressão de fé e de amor a Cristo. Diante de Deus, só
podemos estar numa posição de adoração humilde alegre, dobrando os
joelhos". ?
Da análise desses
documentos ficaram patentes três conclusões:
a) - A Igreja não obriga ninguém comungar de pé nem na mão;
b) - A Igreja não proibiu a nenhum fiel comungar na boca e de
joelhos;
c) - A Santa Igreja deixa ao fiel o direito de escolher.
Se alguém em alhures
tolhe a qualquer fiel o direito de comungar de joelhos e na boca,
essa proibição tem um nome: "abuso de autoridade". Ora, se a
Igreja não proibiu a santa comunhão de joelhos e na boca, como é
que vossa Excia se arroga o direito de proibi-los?
O Papa Bento XVI disse a
respeito da santa comunhão de joelhos: "é um sinal particularmente
expressivo de adoração" etc.
Essas e outras
constatações levam-me a concluir que vossa Excia parece está em
discordância "Cum Petro".
Constatação essa que me
desorienta, pois como padre e, portanto menor que vossa Excia na
hierarquia eclesiástica, devo ter no meu bispo um modelo
irrepreensível de obediência e fidelidade à Santa Igreja. Como é
que o senhorcobra de mim obediência à Igreja, sendo que vossa
Excia só obedece à Igreja naquilo que combina com sua linha
pessoal?
A primeira reunião com o
Clero de Anápolis vossa Excia iniciou dizendo exatamente assim:
"deponham as armas". Como se se tratasse de uma guerra onde há
vitoriosos e derrotados. O seu modus faciendi e loquendi não
deixam dúvidas de que vossa Excia veio decidido a devastar tudo o
que foi feito pelo bispo anterior, Dom Manoel Pestana Filho, que
construiu esta diocese com fadigas e lágrimas.
Eu que fui ordenado
nesta diocese, e aqui estou há vinte e cinco anos, vejo com
profunda tristeza a divisão que vossa Excia provocou no meio do
clero. De um clero unido que éramos, somos hoje um clero dividido.
Aqueles que aderiram à linha de vossa Excia são elogiados e sempre
bem vindos. Nós, que caímos na desgraça de vossa Excia, somos
recebidos com desconfiança e como visita indesejável. Quando por
alguma razão vamos à sua casa, não somos convidados nem para
sentar. Somos tratados como padres estranhos, exóticos e
esquisitos.
De conformidade com o
que ficou patenteado nos documentos em questão, nem bispos, nem
padres, podem estabelecer uma norma única na sua diocese ou
paróquia a respeito da recepção da santa comunhão.
A
respeito do uso da patena.
É preciso que se
mantenha o uso da patena para a comunhão dos fiéis, a fim de
evitar que a sagrada hóstia ou algum fragmento dela caia.
(Congregação para o culto divino e a disciplina dos sacramentos -
Instrução Redemptionis sacramentum - sobre alguns aspectos que se
deve observar e evitar acerca da Santíssima eucaristia - Página
57, N° - 93).
Posição
do corpo na Santa Missa
Vossa Excia proíbe que
os fieis ajoelhem na Santa Missa. Aqui nestas capelas há vários
anos temos o costume de ajoelhar em determinadas partes da Santa
Missa. Veja o que diz a Introdução ao Novo Missal: Onde for
costume o povo permanecer de joelhos do fim da aclamação do Santo
até o final da oração eucarística e antes da comunhão quando o
sacerdote diz Eis o Cordeiro de Deus, é louvável que ele seja
mantido. (Instrução geral sobre o Missal Romano - Pag. 37)
No primeiro retiro do
clero de Anápolis feito com vossa Excia, o senhor ordenou aos
seminaristas presentes na santa missa, deles mesmos pegarem a
sagrada comunhão e o sagrado cálice e comungarem. Pelo contrário a
Igreja assim se expressa: Não é permitido aos fiéis "pegarem por
si e muito menos passarem entre eles de mão em mão a sagrada
hóstia ou o cálice sagrado". (Congregação para o culto divino e a
disciplina dos sacramentos - Instrução Redemptionis sacramentum -
sobre alguns aspectos que se deve observar e evitar acerca da
Santíssima eucaristia. Página 57, N° 94).
3) - E as famosas missas
sertanejas, celebradas na pecuária, certamente com sua permissão.
São aprovadas .pela Santa Sé? Eu mesmo dou a resposta: não. A
Santa Sé proibiu essas missas. Então, sua autoridade está acima da
Santa Sé?
Nos meus 25 anos de
sacerdote passados com o bispo anterior, nós, sacerdotes, nunca o
vimos transgredir uma disposição da Santa Igreja por menor que
fosse. Vossa Excia está retirando das paróquias os padres que não
caíram na sua graça e jogando-os na diáspora. Uns para um lado e
outros para outro, como judeu errante. Sua estratégia é colocar na
masmorra todos os padres que são mais ou menos uns 12, que caíram
na sua desgraça, ou então desterrá-los para paróquias nos cafundós
de Judas e trazer outros padres de fora. Não há necessidade de um
raciocínio acurado para concluir que esse fato é consequência da
famosa frase inicial, pronunciada ex abrupto: "deponham as armas".
Como é meu costume
oscular as mãos de padres e bispos, fui beijar as suas. Vossa
Excia retirou a mão grosseiramente, quase machucando os meus
lábios.
E por esse mesmo motivo
já houve reclamações de muitas pessoas. Por acaso suas mãos não
foram ungidas para abençoar? Sem falar que já ouvi várias
reclamações de pessoas que receberam de vossa Excia conselhos
errados.
Gostaria de convidar
vossa Excia a fazer uma reflexão mais profunda e minuciosa sobre a
responsabilidade do múnus episcopal. Faz-se necessário ponderar
sobre os significados das insígnias episcopais das quais vossa
Excia faz uso: báculo, mitra, cruz peitoral, anel. Etc. Esses
símbolos não são enfeites, encerram responsabilidades.
A ferro e fogo debalde e
contumazmente vossa Excia vem tentando metamorfozear-nos em
modernistas. Cada tentativa, porém, é uma nova frustração, pois
temos convicção do que aprendemos no tirocínio de nossa formação.
A miúdo vossa Excia nos repete: "Eu sou o bispo da diocese". Cabe
aqui lhe lembrar caro senhor bispo, uma das máximas de um sábio:
"Uma só coisa amacia as arestas dos indivíduos. Esta por certo não
é a lei, não é a autoridade, mas a caridade de Jesus Cristo".
Vossa Excia se recusa a qualquer diálogo conosco, mas de longe nos
joga pedras e invectivas.
Estou aberto a um
diálogo num clima de respeito mutuo e busca da verdade de um maior
com um menor hierarquicamente falando, mas não na dignidade de
filho de Deus. Por ocasião de sua visita nesta Capela de Santa
Clara vossa Excia deu nítidos sinais ao povo de não apoiar a minha
atuação pastoral. Deus recolha, no vaso da sua misericórdia, os
gemidos de um pobre que chegando neste rincão, mais do que um
Recanto do Sol encontrou um recanto de drogas, prostituições,
roubos, traficâncias e crimes. Etc.
Sete anos depois,
continua sendo um recanto de tudo isso. Mas também é verdade que é
um Recanto onde se adora Jesus Eucarístico todos os dias das 8:00
h da manhã às 20:00 h. Estamos completando quatro anos de Cerco de
Jericó, cada mês são sete dias e sete noites ininterruptos de
adoração. Homens e mulheres que viviam nas bebedeiras,
prostituições, muitos deles até nas drogas, batendo na família,
encontraram um novo sentido para suas vidas, graças aos encontros
masculinos e femininos realizados. Transformaram-se em católicos
praticantes e adoradores do Santíssimo Sacramento.
É um Recanto onde
através do Lar Nossa Senhora Mãe dos Pobres, no mínimo 80 pessoas
são alimentadas todos os dias. As crianças recebem três refeições
por dia, recebem aulas de alfabetização, reforço escolar, são
introduzidas na vida de oração e catequizadas.
As meninas aprendem
trabalhos manuais, tricô, bordado, crochê. Os adolescentes estudam
música, compondo assim a banda musical Maria Mãe da Igreja e
assistem às paróquias nos eventos religiosos. Alguns alunos da
nossa escola estão empregados nas bandas de música da policia
militar e da prefeitura. Às senhoras pobres, oferecemos curso de
corte e costura. A nossa entidade oferece ainda aos pobres: cestas
de alimentos, remédios, roupas, calçados. Etc. Até curso de
informática chegamos a oferecer aos nossos alunos.
Não raro, homens e
mulheres, dizem-me às vezes com os olhos rasos de lágrimas: Eu fui
uurado, curada na sua missa. Ou, o senhor mudou a minha vida com
as suas pregações. Sem mencionar os muitos batizados que fiz de
crianças e adultos de 20, 30, 40 e até 70 anos de idade.
Muitíssimos casamentos de pessoas que viviam irregularmente só
amigadas ou só civilmente. Primeiras comunhões, confissões,
crismas. Etc. Nada disso é visto porque como disse alguém: "Os
sentimentos sempre pesam na balança doe julgamentos humanos".
Sua vinda para Anápolis,
foi um grande prejuízo intelectual e, sobretudo espiritual para o
clero, para o povo de Deus e à diocese em geral. Prejuízo
intelectual, porque vossa Excia como militante do modernismo é
muito confuso em suas afirmações. Demonstra com isso uma cabeça
cheia e não formada. Prejuízo espiritual, porque vossa Excia desde
que aqui chegou, vem solapando todo sentimento religioso, devoto e
piedoso que existe nesta diocese. È notável sua acirrada repulsa
por tudo aquilo que é santo. Em uma das primeiras reuniões do
clero com o senhor, vossa Excia disse: "Não falem muito do diabo.
Deixem o diabo quieto." Pelo contrario a bíblia diz assim: "Sede
sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demónio, anda ao redor de
vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe
fortes na fé." ( l Pedro 5, 8 - 9). Essa expressão anda ao redor
no sentido grego, indica ação continuada. Significa que o demónio
não tira férias. Sem fazer do diabo o único conteúdo da nossa
pregação, como é que nós vamos deixá-lo quieto ou não advertir os
fieis desse inimigo feroz? O próprioJesus falou 38 vezes no
evangelho sobre o inferno. E o inferno não existiria se não
existisse o demónio. Saiba vossa Excia, que dia 03 de janeiro de
2007, retirar-me-ei das Capelas Santa Clara e São Lucas, onde
estouif^ sete anos, não porque eu queira, mas porque vossa Excia
está me subtraindo pêlos cotovelos. Prefiro evadir-me que
contemporizar com um estado de coisas, que não condizem com as
disposições da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Outrossim, é bom que
vossa Excia saiba o seguinte: Um bom número daqueles sacerdotes
que parecem concordar com vossa Excia, se forem coerentes consigo
mesmo e com a formação que receberam, são forçados a admitir que
estão fingindo.
Dia 08 de dezembro
completarei 25 anos de sacerdote .e 25 anos de vida paroquial.
Agradeço a Deus pelo bem que me permitiu fazer e retiro-me de
ëeíia para voltar sabe Deus quando!
Creia vossa Excia, eu
não me comprazo em escrever cartas nestes termos. Mas se a
escrevi, fui forcado pelas circunstancias dessa guerra fria
provocada pelo seu modo não leal de agir. Numa entrevista na rádio
Voz do Coração Imaculado, vossa Excia falou que logo que eu saísse
criaria a paróquia. Mais um autêntico sinal da nenhuma
consideração à minha pessoa. Quando um sacerdote, insatisfeito com
a atuaL situação pede-lhe um diálogo, vossa Excia se recusa a
concedê-lo e convida-o a retirar-se da diocese. Será essa a melhor
solução? Sabe Deus qual será o desfeche desta queda de braços.
Oxalá tudo se dilua num sadio entendimento e a tempestade dê lugar
à bonança. Talvez um leitor desinformado, me qualificaria de
rebelde, desobediente. Eu lhe diria: A obediência fingida vira
subserviência e a subserviência gera hipócrita e não santo.
Quero concluir esta
carta assim: Estou disposto a continuar cumprindo a promessa de
obediência ao bispo. Contanto que o bispo esteja em perfeita
comunhão com a Santa Igreja Católica Apostólica Romana e com o
Santo Padre o Papa.
Pe. Luiz Lima de Souza, Sacerdote diocesano
|