| 
        
        
       
       
           
            
            
      
        
        
          
            | 
             
            01  
              
              
              | 
            
             
            Dize o primeiro artigo do Credo. 
             
             
            
            R= "Creio em Deus Pai, 
            todo-poderoso, Criador do céu e da terra" (São 
            Pio X, Catecismo Maior, Primeira Parte, Capítulo I, 18, 1).  | 
           
          
            | 
               
            
            "O primeiro artigo do Credo ensina-nos que há um 
            só Deus, o qual é todo-poderoso, e criou o céu e a terra e todas as 
            coisas que no céu e na terra se contêm, isto é, todo o universo" (São 
            Pio X, Catecismo Maior, Primeira parte, Capítulo I, 22). 
            "Creio em Deus Pai":
            "Nossa profissão de fé começa com Deus, 
            pois Deus é 'o Primeiro e o Último' (Is 44, 6), o Começo e o Fim de 
            tudo de tudo. O Credo começa com Deus Pai, pois o Pai é a Primeira 
            Pessoa Divina da santíssima Trindade; nosso Símbolo começa pela 
            criação do céu e da terra, porque a criação é o começo e o 
            fundamento de todas as obras de Deus" (Catecismo 
            da Igreja Católica, 198). 
            "Todo-poderoso": "De todos os atributos divinos, só a onipotência de deus é 
            mencionada no Símbolo: confessá-la é de grande importância para 
            nossa vida. Nós cremos que ela é universal, pois deus, que criou 
            tudo, governa tudo e pode tudo, é também de amor, pois Deus é nosso 
            Pai; e é misteriosa, pois somente a fé pode discerni-la, quando (a 
            onipotência divina) 'se manifesta na fraqueza' (2 Cor 12, 9)"
            (Catecismo da Igreja Católica, 268), 
            e: "Deus é o Pai todo-poderoso. Sua paternidade e seu poder 
            iluminam-se mutuamente. Com efeito, ele mostra sua onipotência 
            paternal pela maneira como cuida de nossas necessidades, pela adoção 
            filial que nos outorga ('Serei para vós um pai, e sereis para mim 
            filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso': 2 Cor 6, 18) e 
            finalmente por sua misericórdia infinita, pois mostra seu poder no 
            mais alto grau, perdoando livremente os pecados" (Idem, 
            270). 
            "Criador": "No princípio, Deus criou o céu e a terra' (Gn 1, 1). Com essas 
            solenes palavras inicia-se a sagrada escritura. O Símbolo da fé 
            retoma estas palavras confessando Deus Pai todo-poderoso como 'o 
            Criador do céu e da terra', ' de todas as coisas visíveis e 
            invisíveis" (Catecismo da Igreja Católica, 
            279). 
            "O 
            céu e a terra": "O Símbolo dos Apóstolos 
            professa que Deus é 'o Criador do céu e da terra', e o Símbolo 
            niceno-constantinopolitano explicita: '...do universo visível e 
            invisível. 
            
            Na Sagrada Escritura, a expressão 'céu e terra' significa tudo 
            aquilo que existe, a criação inteira. Indica também o nexo no 
            interior da criação, que ao mesmo tempo une e distingue céu e terra: 'a terra' é o mundo dos 
            homens; 'o céu' ou 'os céus' pode designar o firmamento, mas 
            também o 'lugar' próprio de Deus: 'nosso Pai nos céus' (Mt 5, 16)" (Catecismo 
            da Igreja Católica, 326). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            02  | 
            
             
            Quem é Deus? 
              
            
            
            R= "Deus é um puro espírito, eterno, 
            infinitamente perfeito, criador do céu e da terra e soberano Senhor 
            de todas as coisas" (Mnr Cauly, Curso 
            de Instrução Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II).  | 
           
          
            | 
               
            
            "É um puro espírito,
            isto é, um Ser invisível, ainda que real; é uma inteligência 
            vivente sem corpo nem figura que não se pode ver nem tocar. - Sua 
            natureza consiste ainda em não ter começo, nem fim, pois é
            eterno; consiste também em reunir em si 
            mesmo todas as perfeições em um grau infinito. 
            Com relação ao mundo e a nós, Ele é o Criador, 
            isto é, Ele, com nada, fez o céu  a terra e tudo o que 
            encerram; é também o mestre absoluto do 
            universo inteiro, isto é, governa tudo e poderia aniquilar tudo" (Idem). 
                          | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            03  
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              | 
            
             
            Quais são as principais perfeições de Deus? 
              
            
            
            R= “1° A eternidade. — Deus, 
            sendo o ser necessário, a causa primordial, sempre existiu e 
            existirá sempre; pois que existe por si mesmo, não pode ter nem 
            começo, nem sucessão, nem fim. 
              
            
            2° A unidade. 
            — Esta qualidade pertence igualmente á essência divina; de outro 
            modo Deus não seria mais o Ser supremo. A razão nos diz que basta um 
            Deus para explicar tudo e que o infinito não podendo ter coisa 
            igual, vários deuses se excluiriam uns aos outros. 
              
            
            3° A simplicidade. 
            — Esta palavra exprime a exclusão de todas as imperfeições do 
            composto e da matéria; é isto que significa a expressão: puro 
            espírito. 
              
            
            4° A 
            imutabilidade. — Isto é, Deus não muda, não pode adquirir 
            nem perder coisa alguma; não modifica suas previsões nem suas 
            vontades, e as variações que lhe atribuímos não existem, senão com 
            relação a nós. 
              
            
            5º A 
            imensidade. — Sem limites no tempo, Deus nem tão pouco os 
            tem na extensão. Está em toda a parte, no céu, sobre a terra, em 
            todos os lugares, não como os corpos que necessitam de uma porção 
            limitada do espaço, mas como os espíritos e, mais ou menos, como 
            nossa alma está toda inteira e em cada parte do corpo que ela anima”
            (Mnr Cauly, Curso de 
            Instrução Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II).  | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            04  | 
            
             Há em Deus 
            outras perfeições? 
            R=
            Sim. "Há em Deus outras perfeições que se 
            designam pelo nome de atributos operativos e que são os princípios 
            dos seus atos; Ele os possui no supremo grau, mas permite que o 
            homem os possua também em certo grau" 
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução 
            Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II).  | 
           
          
            | 
               
            
            "1° A inteligência, que se chama em 
            Deus onisciência ou sabedoria infinita; por ela Deus vê tudo junto: 
            o passado, o presente e até os nossos mais secretos pensamentos, e 
            isto sem diminuir em nada a nossa liberdade. 
            
              
            
            2° A vontade: é, em Deus, uma 
            faculdade livremente ativa de fazer o que lhe apraz; a vontade 
            humana é a imagem da vontade divina, com esta diferença porém, que 
            em Deus a infinita perfeição exige que sua vontade não se dirija 
            senão para o bem. 
            
              
            
            3° A onipotência: isto é, Deus fez e 
            pode fazer tudo o que Ele quer, sem esforço e por sua só vontade, 
            exceto tudo o que envolve pecado ou contradição" 
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução 
            Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II).
             
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            05  | 
            
            
            Há ainda outras perfeições em Deus? 
            R= Sim. "Deus 
            possui ainda outras perfeições que se chamam atributos morais. São 
            como que as virtudes de Deus, que as criaturas racionais devem 
            procurar imitar" 
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução 
            Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II).  | 
           
          
            | 
              
             
            
            "1° A sabedoria: é esta 
            perfeição moral em virtude da qual Deus se determina sempre para 
            fins dignos de sua infinita perfeição. 
            
              
            
            2° A bondade: é esta 
            propensão que leva Deus a procurar o bem de suas criaturas. — A 
            bondade de Deus é tão manifesta, que costumamos designa-lO por este 
            atributo, e dizemos: o bom Deus! Quando a bondade de Deus se exerce 
            em favor do pecador e tende a converte-lO e conceder-lhe o perdão, 
            chama-se misericórdia. 
            
              
            
            3° A santidade: 
            designamos por esta palavra o ódio infinito ao mal. Na realidade, 
            Deus é santo: pois não pôde amar o pecado e é, pelo contrario, o 
            autor de todas as virtudes. — A santidade tem por conseqüência a 
            justiça, que consiste em castigar o mal e recompensar a virtude. 
            
              
            
            4° A Providencia: é uma 
            perfeição que abrange a sabedoria, a bondade e a solicitude de Deus 
            no governo do mundo. Em virtude de sua providencia Deus toma cuidado 
            de todas as criaturas. Governa o mundo físico, o sol, os astros, a 
            terra, as estações, o oceano. Vela em particular sobre o homem, “não 
            permitindo que um cabelo caia da nossa cabeça sem sua ordem” Governa 
            igualmente os povos, e a historia da humanidade não é senão o 
            resultado da ação de Deus sobre os impérios, como o mostra Bossuet 
            no seu admirável livro a Historia universal. 
            
            Algumas desordens aparentes no mundo 
            físico ou no mundo moral não anulam o dogma da Providência; neste 
            mundo não podemos apreciar as razões de Deus; só na eternidade é que 
            havemos de avaliá-las perfeitamente" 
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução 
            Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II). 
               | 
           
         
        
       
       
       
       
       
      
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            06  | 
            
            
            Quantos deuses há? 
            R=
            "Há um só Deus e não pode haver mais do que 
            um" (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            "A confissão da Unicidade de Deus, que tem a sua 
            raiz na Revelação Divina na Antiga Aliança, é inseparável da 
            confissão da existência de Deus, e igualmente fundamental. Deus é 
            Único: só existe um Deus: 'A fé cristã confessa que há Um só Deus, 
            por natureza, por substância e por essência"
            (Catecismo Romano 1, 2, 2)" (n. 200). 
            "Deus é o único Deus, o Deus fiel..." 
            (Dt 7, 9).    | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            07  | 
            
            
            Quantas pessoas há em Deus? 
            
            R= "Em Deus há três pessoas iguais e realmente 
            distintas, que são o Pai, o Filho e o Espírito Santo" (2º 
            Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            “A manifestação clara de um Deus em três Pessoas 
            distintas temos na Anunciação de Maria, em que se fala claramente de 
            Deus, do Filho de Deus e do Espírito Santo. “O anjo Gabriel, diz-nos 
            o evangelho, foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada 
            Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da 
            casa de David; e o nome da virgem era Maria”. E' Deus Pai que enviou 
            o anjo. Depois que o anjo a saudou, disse-lhe: eis que conceberás e 
            darás à luz um filho, e dar-lhe-ás o nome de Jesus. Ele será grande e 
            chamar-se-á Filho do Altíssimo, e Deus dar-lhe-á o trono de seu pai 
            Davi e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá 
            fim”. Por fim o anjo explica a Maria: “O Espírito Santo descerá 
            sobre ti, e a força do Altíssimo cobrir-te-á com a sua sombra. E por 
            isso o santo que nascerá de ti será chamado Filho de Deus” 
            (Lc l, 26-35). 
            
            No batismo de Jesus, igualmente, se manifesta a 
            trindade das Pessoas divinas. Jesus Cristo, o Filho de Deus, 
            tinha-se apresentado a João Batista, no Jordão, e fizera-se batizar 
            por ele; apenas Jesus saiu da água, os céus abriram-se, e o Espírito 
            Santo, em figura de pomba, desceu sobre ele, e ouviu-se uma voz que 
            dizia: “Este é meu Filho querido, a quem sempre tanto amei” 
            (Mt 3, 17). E' a voz do Pai 
            celeste. 
            
            Quando Jesus fez a promessa do Espírito Santo, assim 
            se expressou: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador... 
            o Espírito de Verdade” (Jo 14, 16-17). 
            Vemos nestas palavras de Jesus Cristo que o Filho roga, pede; o Pai 
            é rogado e envia; o Espírito Santo é enviado à terra. Portanto, 
            aparecem três Pessoas iguais e têm a mesma natureza, quer dizer, são 
            um só Deus. 
            
            Várias vezes falou Jesus sobre as três Pessoas 
            divinas. Revelou, porém, claramente este mistério de Deus em três 
            Pessoas quando, após a sua ressurreição, promulgou a lei do batismo, 
            dizendo aos apóstolos: “Ide, ensinai a todas as nações, batizando-as 
            em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes a 
            observar tudo o que vos tenho mandado” (Mt 28, 
            19-20). Notemos que Jesus não diz “em nomes”, 
            mas “em nome”, no singular, querendo dizer uma só coisa, uma só 
            natureza divina, que é Deus. Mas diz também três Pessoas — Pai, 
            Filho, Espírito Santo. 
            
            Os ensinamentos de Cristo a respeito de um Deus em 
            três Pessoas distintas são claros. Eis o mistério: existe um só 
            Deus, e Deus existe em três Pessoas iguais e distintas, que são as 
            três Pessoas da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. 
            
            Para que um ser seja uma pessoa é preciso ter 
            inteligência. Cada um de nós é uma pessoa. Pedro, Joaquim, são 
            pessoas. Não são pessoas um boi ou uma pedra. Entre as criaturas, 
            onde há várias pessoas, há desigualdade. Uma é grande, outra é 
            pequena; uma é fraca, outra é forte; uma é mais velha, outra mais 
            moça. Isto que se dá entre os homens não se verifica nas três 
            Pessoas divinas. São realmente distintas as três Pessoas divinas, 
            isto é, uma não é a outra. O Pai não é o Filho, nem o Espírito 
            Santo; o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo; o Espírito Santo 
            não é o Pai, nem o Filho. Até aqui tudo claro. Não compreendemos, 
            porém, que essas três Pessoas divinas sejam perfeitamente iguais: 
            todas as três têm a mesma natureza divina, isto é, a mesma 
            inteligência, o mesmo poder, a mesma vontade, por outras palavras, 
            todas as três têm o mesmo pensamento, o mesmo querer, a mesma 
            atividade no mundo. O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é 
            Deus, mas só há um Deus. É um mistério que nós não podemos nunca 
            compreender. Podemos, contudo, ilustrá-lo por algumas comparações. 
            
            São Patrício, o primeiro apóstolo dos irlandeses, aos 
            quais levou as primeiras noções do evangelho, pregando àqueles povos 
            pagãos o mistério da Santíssima Trindade, julgavam eles que as três 
            Pessoas fossem três deuses. Então o santo, para tornar a idéia um 
            pouco acessível, tomou uma folha de trevo, e mostrou-lhes três 
            folhinhas distintas, mas constituindo uma só folha. Do mesmo modo, 
            disse ele, que estas três folhas constituem uma só folha, assim 
            também as três Pessoas divinas constituem um só Deus. E aqueles 
            pagãos acreditaram que em Deus há três Pessoas e que as três Pessoas 
            não fazem senão um Deus só. Este fato é comemorado por todos os 
            irlandeses no dia 17 de março, festa de São Patrício, em que todos 
            os fiéis levam no paletó ou no chapéu um raminho de trevo, em 
            recordação da evangelização cristã de São Patrício. O que sucedeu 
            com São Patrício ocorreu com todos os Missionários. Todos eles 
            pregaram a doutrina e a devoção à Santíssima Trindade. Isto também 
            aconteceu no Brasil; o Pe. Anchieta e todos os missionários 
            ensinaram aos nossos índios a devoção à Santíssima Trindade. 
            
            Vejamos outra comparação, que poderá igualmente 
            ilustrar este mistério de um Deus em três Pessoas iguais e realmente 
            distintas: imaginemos uma lanterna de três lados, 
            cujos vidros sejam de cor diferente, digamos: verde, encarnado, 
            amarelo. Pondo na lanterna uma vela acesa, ela, embora seja uma só, 
            de um lado aparecerá verde, do outro encarnado, do outro amarela, 
            como se fossem três velas distintas. 
            
            Assim também em Deus, as três Pessoas distintas: Pai, 
            Filho e Espírito Santo são um só Deus verdadeiro, possuem uma e a 
            mesma natureza divina. 
            
            As três Pessoas Divinas são um só Deus, que está em 
            toda a parte, é onipotente, sabe tudo, e é a bondade infinita. Entre 
            os homens o pai vem antes do filho; mas isto não se dá com as 
            Pessoas divinas; as três Pessoas divinas são todas eternas. Não o 
            compreendemos, mas devemos lembrar-nos de que estamos diante de um 
            mistério, que foi revelado pelo próprio Deus, sabedoria infinita, 
            que não pode enganar. 
            
            Agradeçamos a Deus por nos ter revelado este mistério 
            sublime de um só Deus em três pessoas. Adoremo-lO e vivamos para 
            este Deus que nos fez para si. 
            
            Rezemos com devoção muitas vezes na vida o “Glória ao 
            Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. Façamos também muitas vezes com 
            devoção o sinal da cruz que é o sinal do cristão e no qual nós 
            afirmamos que existe um só Deus em três Pessoas iguais e realmente 
            distintas” (Leituras da Doutrina Cristã, I 
            Dogma). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            08  
              
              
              | 
            
            
            Como se chama esse mistério de um Deus 
            em três pessoas iguais e realmente distintas: Pai, Filho e Espírito 
            Santo? R=
            "Chama-se o mistério da Santíssima Trindade" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            09  
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              | 
            
            
            Que é o mistério da Santíssima Trindade? 
            R= "É o mistério 
            de um só Deus em três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo. Estas 
            três pessoas distintas entre si, não são contudo senão um só Deus, 
            porque elas têm, uma mesma natureza divina. A primeira pessoa é 
            chamada Pai, porque é o principio, e gera de toda eternidade ao 
            Filho, consubstancial a ela; a segunda é chamada Filho, porque, de 
            toda eternidade, é gerada pelo Pai, tendo a mesma natureza ou 
            substância que ele. A terceira pessoa é o Espírito Santo que procede 
            a um tempo do Pai e do Filho, desde toda a eternidade igualmente; de 
            maneira que as três pessoas divinas são iguais em tudo, não tendo 
            senão uma única e mesma substância, sem ser uma mais antiga, nem 
            mais poderosa, nem mais perfeita que as outras" 
            (Mnr Cauly, Curso de Introdução 
            Religiosa, Primeira Parte, Iº Artigo).  | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            10  
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              | 
            
            
            Como conhecemos o mistério da Santíssima Trindade? 
            R= "Nós o 
            conhecemos porque o próprio Deus no-lo revelou. Este mistério era 
            pouco conhecido dos Judeus, mas no seu Evangelho, Nosso Senhor falou 
            a miúdo de seu Pai e do Espírito Santo, e ensinou-nos que eram com 
            ele um só e mesmo Deus. Mandou seus apóstolos batizar as nações em 
            nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. São João nos diz: “São 
            três no Céu que dão testemunho: o Pai, o Verbo (ou o Filho), e o 
            Espírito Santo, e estes três são um só” (I Ep, v, 7). A Trindade se 
            manifestou no Batismo de Nosso Senhor e na sua Transfiguração: o 
            Pai, que falava do alto do Céu, o Filho que estava glorificado, e o 
            Espírito Santo que baixava nele sob a forma de pomba ou de nuvem 
            luminosa. Por isso, a crença na Santíssima Trindade, sempre fez 
            parte do dogma católico: os Símbolos da nossa fé, e mais 
            especialmente o de Santo Atanásio no-la mostram expressa" 
            (Mnr Cauly, Curso de Introdução Religiosa, Primeira Parte, Iº 
            Artigo).  | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            11  
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              | 
            
             
            
            Podemos conceber o mistério da Santíssima Trindade? 
              
            
            R= "Ainda que não 
            seja possível entendermos o mistério da Santíssima Trindade, 
            podemos, todavia, concebe-lo, isto é, fazer uma idéia dele. Eis aqui 
            como se exprimem os doutores : “Deus Pai, sendo o Ser infinitamente 
            inteligente e ativo, não foi jamais um instante sequer sem ter 
            conhecimento de si próprio. Ora este conhecimento infinito, 
            perfeito, igual a Deus, embora distinto dele, é sua Sabedoria ou seu 
            Verbo, o qual, possuindo necessariamente uma realidade diferente, 
            chama-se Filho. — Mas Deus Pai, conhecendo-se tal qual é, e 
            conhecendo o Filho com suas infinitas perfeições, não pôde deixar de 
            amá-lo. E este Filho, do mesmo modo conhecendo seu Pai, não pôde 
            deixar de o amar com um amor eterno e infinito. Ora este amor 
            recíproco do Pai e do Filho, realidade necessariamente subsistente, 
            chama-se terceira pessoa, ou Espírito Santo. Procede a um tempo do 
            Pai e do Filho, e é Deus também sendo infinito e eterno como eles”. 
            
                 
            Por outra parte, para facilitar a concepção deste dogma, Deus 
            multiplicou em todo lugar, na natureza, imagens, símbolos da sua 
            Trindade. Hajam vista a raiz, o caule e os ramos, formando uma só 
            planta; no sol, o foco, a luz e o calor fazendo somente um astro; na 
            família, o pai, a mãe, a criança que são uma como trindade da terra. 
            A vida do homem encerra três vidas: animal, intelectual, 
            sobrenatural. Sua alma, principalmente, é como que o transunto da 
            Trindade celeste: ser único, tem ela três faculdades, sensibilidade, 
            inteligência, vontade; ela é o principio do seu pensamento e do seu 
            amor. Se cada uma destas três coisas: princípio, pensamento, amor 
            fosse em nós uma personalidade, teríamos a trindade na unidade"
            (Mnr Cauly, Curso de Introdução 
            Religiosa, Primeira Parte, Iº Artigo).  | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            12  
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              
              | 
            
            
            Quais são as obras ou operações das três pessoas da 
            Santíssima Trindade? 
            R= "As três 
            pessoas divinas, por terem a mesma substância divina, não se 
            manifestam exteriormente uma sem a outra e tudo, no mundo é sua obra 
            comum. — Não obstante, por apropriação, e por modo de falar, 
            atribuímos geralmente ao Pai a criação, como obra de poder; ao Filho 
            a redenção como obra de Sabedoria, e ao Espírito Santo a 
            santificação, como obra de santidade. Mas na realidade, as três 
            pessoas divinas cooperam em todas estas obras. Devemos notar 
            entretanto, que a redenção foi a obra do Filho por ser pessoalmente 
            levada a efeito por ele; pois é unicamente a segunda pessoa que se 
            fez homem, e nos remiu" (Mnr 
            Cauly, Curso de Introdução Religiosa, Primeira Parte, Iº Artigo).  | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            13  
              
              | 
            
            
            Qual é a primeira pessoa da Santíssima Trindade? 
            
            R= "A primeira pessoa da 
            Santíssima Trindade é o Pai" (2º 
            Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Os discípulos de Jesus queriam aprender a rezar e 
            perguntaram a Seu Mestre: Senhor, como é que temos que dizer quando 
            rezamos?... E Jesus respondeu... Não disse que chamasse a Deus de 
            "Senhor", nem de "Todo-o]poderoso" ou de "Criador", mesmo que seja 
            verdade que Deus tem direito a todos esses títulos. Ele disse: 
            Quando falardes com Deus haveis de dizer: Pai Nosso. Acima de outros 
            títulos, Deus estima o título de Pai. Melhor que como Criador, 
            Senhor e Todo-poderoso, Ele quer que nós os homens O reconheçamos 
            como Pai" (Leituras da Doutrina Cristã, I 
            Dogma). 
            
            "Nossa profissão de fé começa com Deus, pois Deus é 
            'o Primeiro e o Último' (Is 44, 6), 
            o Começo e o Fim de tudo. O Credo começa com Deus Pai, pois o Pai é 
            a Primeira Pessoa Divina da Santíssima Trindade; nosso Símbolo 
            começa pela criação do céu e da terra, porque a criação é o começo e 
            o fundamento de todas as obras de Deus" 
            (Catecismo da Igreja Católica, 198). 
               | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            14  
              
              | 
            
            
            Qual é a segunda pessoa da Santíssima Trindade? 
            
            R= "A segunda pessoa da 
            Santíssima Trindade é o Filho" (2º 
            Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou 
            Deus seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, para remir 
            os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial" 
            (Gl 4, 4-5). Este é "o Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus". 
            Deus visitou seu povo, cumpriu as promessas feitas a Abraão e à sua 
            descendência; fê-lo para além de toda expectativa: enviou seu "Filho 
            bem-amado". Cremos e confessamos que Jesus de Nazaré, nascido judeu 
            de uma filha de Israel, em Belém, no tempo do rei Herodes Magno e do 
            Imperador César Augusto, carpinteiro de profissão, morto e 
            crucificado em Jerusalém, sob o procurador Pôncio Pilatos, durante o 
            reinado do imperador Tibério, é o Filho eterno de Deus feito homem; 
            que ele "veio de Deus" (Jo 13, 3), "desceu do céu" (Jo 3, 13; 6, 
            33), "veio na carne", pois "o Verbo se fez carne e habitou entre 
            nós, e nós vimos sua glória,, glória que ele tem junto ao Pai, como 
            Filho único, cheio de graça  e de verdade... Pois de sua 
            plenitude nós recebemos graça por graça" (Jo 1, 14-16) 
            (Catecismo da Igreja Católica, 422-423). 
                        | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            15  
              
              
              | 
            
            
            Qual é a terceira pessoa da Santíssima Trindade? 
            
            R= "A terceira pessoa da 
            Santíssima Trindade é o Espírito santo" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Sabemos que é uma das três Pessoas divinas que, com 
            o Pai e o Filho, constituem a santíssima Trindade. sabemos também 
            que é designado por outros nomes: Ele é o Paráclito (palavra grega 
            que significa "Consolador"), o Advogado (que defende a causa dos 
            homens diante de Deus), o Espírito de Verdade, o Espírito de Deus e 
            o Espírito de Amor" (Pe. Leo J. Trese, A Fé 
            Explicada, Capítulo IX). 
               | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            16  
              
              | 
            
            O Pai é Deus? 
            R= "Sim; o 
            Pai é Deus" (2º Catecismo da Doutrina 
            Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            a. "Paulo, apóstolo - não da parte dos homens nem por 
            intermédio de um homem, mas por Jesus Cristo e 
            Deus Pai que o ressuscitou dentre os mortos" 
            (Gl 1, 1). 
            
            b. "Graça e paz a vós da parte de
            Deus, nosso Pai, 
            e do Senhor Jesus Cristo" (Ef 1, 2). 
            
            c. "A vós graça da parte de 
            Deus nosso Pai e do Senhor Jesus cristo" 
            (Fl 1, 2). 
            
            d.  
            "... a vós graça e paz da parte de Deus, nosso 
            Pai" (Cl 1, 2). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            17  
              
              | 
            
            O Filho é Deus? 
            R= "Sim; o 
            Filho é Deus" (2º Catecismo da Doutrina 
            Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            a. "Donde me vem que a mãe do 
            meu Senhor me visite?" (Lc 1, 43). 
            
            b. "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com 
            Deus e o Verbo era Deus" 
            (Jo 1, 1). 
            
            c. "Aos quais pertencem os patriarcas, e dos quais 
            descende o Cristo, segundo a carne, que 
            é acima de tudo, Deus bendito pelos 
            séculos! Amém" (Rm 9, 5). 
            
            d. "Aguardando a nossa bendita esperança, a 
            manifestação da glória do nosso grande Deus e 
            salvador, Cristo Jesus" (Tt 2, 13). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            18  
              
              | 
            
            O Espírito santo é Deus? 
            R= "Sim; o 
            Espírito Santo é Deus" (2º Catecismo da 
            Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração para
            mentires ao Espírito Santo, retendo 
            parte do preço do terreno? Porventura, mantendo-o não permaneceria 
            teu e, vendido, não continuaria em teu poder? Por que, pois, 
            concebeste em teu coração esse projeto? Não 
            foi a homens que mentiste, mas a Deus" 
            (At 5, 3-4). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            19  
              
              | 
            
            Então são três deuses? 
            R= "Não; são 
            três pessoas distintas, mas um só Deus" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Deus Pai e Deus Filho contemplam a amabilidade 
            infinita um do outro. E flui entre essas duas Pessoas um Amor 
            divino. É um amor tão perfeito, de tão infinito ardor, que é um amor 
            vivo, a que chamamos Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima 
            Trindade. Como dois vulcões que trocam entre si uma mesma corrente 
            de fogo, o Pai e o Filho correspondem-se eternamente por meio dessa 
            Chama Viva de Amor. Por isso dizemos no Credo niceno que o Espírito 
            Santo procede do Pai e do Filho" (Pe. Leo J. 
            Trese, A Fé Explicada, Capítulo IX), e: "A 
            confissão da Unicidade de Deus, que tem sua raiz na Revelação Divina 
            da Antiga Aliança, é inseparável da confissão da existência de Deus,  
            igualmente fundamental. Deus é Único, só existe um Deus. 'A fé 
            cristã confessa que há Um só Deus, por natureza, por substância e 
            por essência" (Catecismo da Igreja Católica, 
            200). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            20  
              
              
              
              
              
              | 
            
            Por que são as três pessoas da 
            Santíssima Trindade um só Deus, e qual das três é maior, mais 
            poderosa e mais sábia? 
            R= "As três 
            pessoas da Santíssima Trindade são um só Deus, porque todas três têm 
            uma só e a mesma natureza divina. As três pessoas são todas iguais, 
            porque todas têm a mesma natureza divina, o mesmo poder e a mesma 
            sabedoria" (2º Catecismo da Doutrina 
            Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Esta é a vida interior da Santíssima Trindade: Deus 
            que conhece, Deus conhecido e Deus que ama e é amado. Três Pessoas 
            divinas, cada uma distinta das outras duas na sua relação com elas 
            e, ao mesmo tempo, possuidora da mesma e única natureza divina em 
            absoluta e perfeita unidade. Possuindo por igual a natureza divina, 
            não há subordinação de uma Pessoa a outra. Deus Pai não é mais sábio 
            que Deus Filho, Deus Filho não é mais poderoso que Deus Espírito 
            Santo"  (Pe. Leo J. Trese, A Fé Explicada, 
            Capítulo IX). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            21  
              
              
              | 
            
            Não existiu o Pai antes do Filho e 
            antes do Espírito Santo? 
            R= "Não; o Pai não existiu 
            antes do Filho, nem antes do Espírito Santo, porque todas esses três 
            pessoas divinas são igualmente eterna" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Devemos precaver-nos também para não imaginar a 
            Santíssima Trindade em termos temporais. Deus Pai não 'veio' em 
            primeiro lugar, e depois, um pouco mais tarde, Deus Filho, e por 
            último Deus Espírito Santo. Este processo de conhecimento e amor que 
            constitui a vida íntima da Trindade existe desde toda a eternidade; 
            não teve princípio" (Pe. Leo J. Trese, A Fé 
            Explicada, Capítulo IX). 
               | 
           
         
        
       
       
       
       
       
      
        
        
          
            | 
               
            
            De Deus Criador 
            
            - Dos anjos - 
               | 
           
         
        
       
       
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            22  
              
              
              | 
            
            Que são os anjos? 
            R= "Os anjos 
            são puros espíritos, que não são, como a nossa alma, unidos a 
            corpos, e que Deus criou para adorá-lO e servi-lO" 
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa).  | 
           
          
            | 
               
            "Deus é 
            criador do céu e da terra e de todo o mundo, e formador dos Anjos e 
            dos homens. Só Ele é Pai, Deus criador, formador e moldador. Ele 
            criou e formou ambas as coisas, tudo: o visível e o invisível, neste 
            mundo e no céu... Por conseguinte, criou também os seres 
            espirituais. O universo não foi criado nem formado pelos Anjos; Deus 
            não necessita deles para esse fim... Os Anjos são espirituais, não 
            possuem carne" (Santo Irineu de Lião), 
            e: "É necessário 
            admitir-se que os Anjos bem como todos os seres com exceção de Deus, 
            foram criados por Deus. De fato, só Deus é a Sua própria existência, 
            enquanto que, em todos os demais seres, a essência difere da 
            existência, e esta, sendo contingente, requer a criação por parte do 
            Ser Supremo que é Deus" (Archibald Joseph 
            Macintyre, Os Anjos, Uma Realidade Admirável, Capítulo 6). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            23  
              
              
              | 
            
            Em que estado Deus criou os anjos? 
            R= "Deus 
            criou os anjos em estado de inocência e santidade" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            24  
              
              
              
              
              
              
              
              
              | 
            
            Deus criou os anjos dotando cada um 
            de uma vontade que o faz supremamente livre? 
            R= Sim:
            "Sabemos que para se alcançar o céu é 
            necessário amar a Deus. É pelos seus ato de amor a Deus que um 
            espírito, seja anjo ou alma humana, fica habilitado a ir para o céu. 
            E este amor tem que ser provado pelo único modo como o amor pode ser 
            provado: pela livre e voluntária submissão da vontade criada por 
            Deus, por aquilo que chamamos comumente um 'ato de obediência' ou um 
            'ato de lealdade" (Pe. Leo J. Trese, A 
            Fé Explicada, Capítulo IV).  | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            25  
              
              
              
              | 
            
            Deus dotou os anjos de 
            livre-arbítrio? R=
            Sim: "Para que fossem capazes de fazer  o 
            seu ato de amor por Ele, de escolhê-lo. Só depois é que o veriam 
            face a face; só então poderiam entrar nessa união eterna com Ele a 
            que chamamos 'céu" (Pe. Leo J. Trese, A 
            Fé Explicada, Capítulo IV).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Nos Anjos há livre arbítrio, isto é, capacidade de 
            livre escolha, pois como vimos, onde quer que haja entendimento deve 
            haver possibilidade de escolha. Ora, se há livre arbítrio nos 
            homens, com mais razão deverá havê-lo nos anjos, seres muito mais 
            inteligentes, e capazes de melhor discernir para escolher" 
            (Archibald Joseph Macintyre, Os Anjos, Uma Realidade 
            Admirável, Capítulo 8). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            26  
              
              
              | 
            
            Perseveram todos os anjos no estado 
            de inocência e santidade? 
            R= "Não; alguns anjos 
            perseveraram no bem e outros se revoltaram contra Deus" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Deus não nos deu a conhecer a espécie de prova a que 
            submeteu os anjos. Muitos teólogos pensam que deu aos anjos uma 
            visão prévia de Jesus Cristo, o Redentor da raça humana, e lhes 
            mandou que o adorassem...: Jesus Cristo em todas as suas 
            humilhações, uma criança no estábulo, um criminoso na cruz. Segundo 
            esta teoria, alguns anjos se teriam rebelado ante a perspectiva de 
            terem que adorar ao Deus encarnado. Conscientes da sua própria 
            magnificência espiritual, da sua beleza e dignidade, não quiseram 
            fazer o ato de submissão que a adoração a Jesus Cristo lhes pedia. 
            Sob a chefia de um dos anjos mais dotados, Lúcifer, 'Portador da 
            luz', o pecado de orgulho afastou de Deus muitos anjos, e o terrível 
            grito, 'não servirei', percorreu os céus" (Pe. 
            Leo J. Trese, A Fé Explicada, Capítulo IV). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            27  
              
              
              | 
            
            Como se chamam os anjos que 
            perseveraram no bem? 
            R= "Os anjos 
            que perseveraram no bem chamam-se anjos bons ou simplesmente anjos" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Imediatamente os bons anjos, guiados por São Miguel 
            Arcanjo, fiéis totalmente a Deus, precipitaram Lúcifer e os anjos 
            maus no inferno, que Deus precisou criar para receber eternamente 
            esses demônios e seus seguidores. Os anjos bons foram confirmados no 
            bem, não podem mais pecar e gozam da felicidade eterna" 
            (Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            28  
              
              
              | 
            
            Como se chamam os anjos que se 
            revoltaram contra Deus? 
            R= "Os anjos que se revoltaram 
            contra Deus chamam-se anjos maus ou demônios" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Não sabemos quantos anjos pecaram; Deus não quis 
            informar-nos acerca disso. Pelas referências da sagrada escritura, 
            inferimos que os anjos caídos (os 'demônios', como comumente os 
            chamamos) são numerosos. Mas o mais provável é que a maioria das 
            hostes celestiais tenha permanecido fiel a Deus, tenha feito o seu 
            ato de submissão a Deus e esteja com Ele no céu" 
            (Pe. Leo J. Trese, A Fé Explicada, Capítulo IV). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            29  
              
              
              | 
            
            Como foram punidos os anjos rebeldes? 
            R= "Os anjos 
            rebeldes foram punidos com a expulsão do céu e a condenação ao 
            inferno" (2º Catecismo da Doutrina 
            Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "E assim começou o inferno. Porque o inferno é, 
            essencialmente, a rebelião de um espírito que se separa de Deus. 
            Quando a raça humana pecou na pessoa de Adão, Deus ofereceu ao 
            gênero humano uma segunda oportunidade. Mas não houve segunda 
            oportunidade para os anjos rebeldes. dadas a perfeita clareza da sua 
            mente angélica e a desimpedida liberdade da sua vontade angélica, 
            nem a infinita misericórdia de Deus podia encontrar desculpa para o 
            pecado dos anjos: eles compreendiam (num grau a que Adão jamais 
            poderia chegar) quais seriam as conseqüências do seu pecado, e não 
            houve neles 'tentação' no sentido em que ordinariamente entendemos a 
            palavra. O seu pecado foi o que poderíamos chamar um pecado 'a 
            sangue frio'. Por terem rejeitado a Deus deliberada e plenamente, as 
            suas vontades permaneceram fixas contra Deus, fixas para sempre. 
            Neles não é possível o arrependimento, pois não querem 
            arrepender-se. Fizeram a sua escolha por toda a eternidade. Neles 
            arde um ódio perpétuo contra Deus e contra todas as suas obras"
            (Pe. Leo J. Trese, A Fé Explicada, Capítulo 
            IV). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            30  
              
              
              | 
            
            Os anjos rebeldes ou demônios podem 
            fazer-nos algum mal? 
            R= "Sim; os 
            demônios podem fazer-nos mal, atormentando-nos e tentando-nos"
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            “Não penses que, nesta minha descrição, esteja 
            exagerando o estado das coisas. Da mesma forma não julgues que as 
            dificuldades descritas sejam tão extraordinárias somente porque nós, 
            encerrados neste corpo como numa prisão, não possamos perceber nada 
            das coisas invisíveis! Verias luta mais pesada e terrível do que a 
            descrita, se tivesses ocasião de lançar um olhar sobre a terrível 
            linha de combate do demônio e seus ataques furiosos. Ele não tem aço 
            nem ferro, nem cavalos, nem carros de combate, nem fogo, nem 
            flechas, nem dardos nem quaisquer  outros instrumentos materiais; as 
            armas desses adversários são outras, muito mais perigosas. Eles não 
            necessitam de armadura, nem de escudo, nem de espada, nem de lança. 
            Basta o seu simples aspecto para derrubar a alma, a não ser que esta 
            esteja preparada e exercitada na virtude e, além disso, goze de 
            graça divina mais forte do que a própria virtude. E, se fosse 
            possível desfazer-se deste corpo ou, mesmo com o corpo, mas sem 
            impedimentos e sem medo, e ver com teus olhos abertos essa linha de 
            combate do demônio e sua luta contra nós, perceberias, não rios de 
            sangue, nem cadáveres, mas tantas almas feridas e caídas, que, 
            comparada a isso, acharias a imagem bélica que te pintei uma simples 
            brincadeira. Tamanho é o número dos que diariamente são derrotados 
            (pelo demônio). As feridas recebidas nessa luta não levam à mesma 
            morte; tanta a diferença entre corpo e alma, quanta a diferença 
            entre as duas mortes. A alma, ao receber o golpe mortal, não se 
            torna insensível como o corpo, mas sentirá a punição. Já nesta terra 
            a má consciência lhe causará vexames e, uma vez passada desta para a 
            outra vida, será submetida ao juízo que a condenará ao castigo 
            eterno. No caso, contudo, em que alguém se mostrar insensível aos 
            golpes do demônio, esta insensibilidade é sinal de perigo maior, 
            pois quem não sentir o primeiro golpe,  receberá um segundo e um 
            terceiro. O infame não cessará com seus ataques até o último suspiro 
            da alma que não soube defender-se já contra os primeiros golpes. 
            
            Caso ainda queiras conhecer de perto a maneira de 
            atacar do demônio, verificarás que é, além de intensa, muito 
            variada. Como aquele infame, ninguém conhece as múltiplas intrigas, 
            tramóias, astúcias e artimanhas. É isto que lhe dá tanta força. 
            Também não há ninguém que seja capaz de manter um ódio tão 
            implacável como aquele malicioso contra todo o gênero humano. Em 
            seguida, considerando ainda o zelo e o afinco com que ele luta, 
            qualquer comparação com os homens e suas atitudes tornar-se-ia 
            ridícula. Até os animais mais ferozes e mais sanguinolentos, 
            comparados com ele, tornar-se-iam mansos e dóceis. Com tanta raiva 
            ele esbraveja contra as nossas almas. 
            
            Ainda outras diferenças entre as lutas desta terra e 
            as das almas poderão ser mencionadas: o tempo do combate aqui é 
            breve e, ainda assim, interrompido por armistícios. A noite, a 
            fadiga, a fome e muitas outras circunstâncias são motivos para os 
            soldados descansarem. Aí podem depor as armaduras, refazer as 
            forças, refrigerar-se com comidas e bebidas e, por estes e outros 
            meios, recuperar as forças perdidas. Na luta com aquele maligno, 
            porém, nunca haverá pausa; nunca poderás despojar-te das armas, 
            nunca poderás entregar-te ao descanso, caso quiseres ficar ileso. 
            Necessariamente acontecerá uma das duas: perecer depois de ter 
            perdido as armas ou continuar firme, armado e vigilante. Aquele 
            adversário infame mantém sempre sua linha de combate perto de nós, 
            pronta para nos perder tão logo note algum relaxamento em nossa 
            vigilância. Podes estar certo: mais zelo emprega ele para a nossa 
            perdição do que nós para a nossa salvação! Finalmente, a 
            circunstância de ele ser invisível para nós é prova de que esta luta 
            é muito mais perigosa do que aquela que descrevi: pois assim pode 
            encontrar-nos despercebidos a não ser que nossa vigilância seja 
            constante” (São João Crisóstomo, O Sacerdócio, 
            Livro VI, 13). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            31  
              
              
              | 
            
            Como podemos vencer as tentações do 
            demônio? R=
            "Podemos vencer as tentações do demônio com a 
            oração, o uso dos sacramentos,  sacramentais e um desprezo 
            soberano do demônio" 
            (Santa Teresa D'Ávila).  | 
           
          
            | 
               
            
            “Remédios contra a tentação diabólica. Estes remédios 
            são indicados pêlos Santos, e em particular por Santa Teresa 
            
            O primeiro é oração humilde e confiada, para pôr do 
            nosso lado a Deus e aos seus Anjos. Se Deus está conosco, quem será 
            contra nós? E na verdade, quem pode ser comparado com Deus. 
            
            Esta oração deve ser humilde; porque não há nada que 
            ponha mais rapidamente em fuga o anjo rebelde que, tendo-se 
            revoltado por orgulho, jamais soube praticar esta virtude: 
            humilhar-se diante de Deus, reconhecer a incapacidade de triunfar 
            sem o auxílio do céu, desconcerta os ardis do anjo soberbo. Deve ser 
            confiada, porque, estando a glória de Deus interessada em nosso 
            triunfo, podemos ter plena confiança na eficácia da sua graça. 
            
            É bom invocar também a S. Miguel que, tendo infligido 
            ao demônio uma insigne derrota, terá sumo prazer em completar a 
            vitória em nós e por nós. O nosso Anjo da Guarda de bom grado o 
            auxiliará, se confiarmos nele. Mas sobretudo não nos esqueçamos de 
            implorar o socorro da Virgem Imaculada, que com seu pé virginal não 
            cessa de esmagar a cabeça da serpente, e é mais terrível ao demônio 
            que um exército em ordem de batalha. 
            
            O segundo meio é usar com muita confiança dos 
            sacramentos e sacramentais. A confissão, por ser um ato de 
            humildade, põe o demônio em fuga; a absolvição, que a segue, 
            aplica-nos os merecimentos de Jesus Cristo e torna-nos invulneráveis 
            às flechas do inimigo, a sagrada comunhão, introduzindo em nosso 
            peito Aquele que suplantou Satanás, inspira-lhe um verdadeiro 
            terror. 
            
            Os mesmos sacramentais, o sinal da Cruz, ou as 
            orações litúrgicas feitas com espírito de fé, em união com a Igreja, 
            são também um precioso auxílio. Santa Teresa recomenda 
            particularmente a água-benta, talvez porque é humilhante para o 
            demônio ver-se assim frustrado em seus ardis por um meio tão simples 
            como aquele. 
            
            E assim, o último meio é um desprezo soberano do 
            demônio. É ainda Santa Teresa que no-lo diz: “Muito frequentemente 
            me atormentam estes malditos; mas inspiram-me muito pouco temor; 
            porque, vejo-o muito bem, eles não podem mexer-se sem a permissão de 
            Deus... Saibam-no bem, todas as vezes que nós os desprezamos, 
            diminuem as suas forças e a alma adquire sobre eles tanto mais 
            império... Eles não têm força mais que sobre as almas covardes, que 
            lhe entregam as armas: mas contra esses, fazem parada do seu poder”. 
            
            Ver-se desprezar por seres mais fracos é, 
            efetivamente, intolerável humilhação para esses espíritos soberbos. 
            Ora, como já dissemos, apoiados humildemente em Deus, temos o 
            direito e o dever de os desprezar: “Se Deus é pos nós, quem será 
            contra nós?” Podem ladrar, não podem morder-nos, a não ser que, por 
            imprudência ou por orgulho, nos lancemos em seu poder. 
            
            Assim, pois, a luta que temos que sustentar contra o 
            demônio, bem como contra o mundo e contra a concupiscência, 
            consolida-nos na vida sobrenatural e até nos permite fazer nela 
            progressos” (Ad. Tanquerey, Compêndio de 
            Teologia Ascética e Mística, 223-225). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            32  
              
              
              | 
            
            Como foram recompensados os anjos 
            bons? R=
            "Os anjos bons foram recompensados com a posse 
            do céu para sempre" (2º 
            Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            |  
             | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            33  
              
              
              | 
            
            Qual é a ocupação dos anjos bons? 
            R= "A ocupação dos 
            anjos bons é adorar a Deus e executar suas ordens" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            1. "A missão dos Anjos é servir a Deus com vistas à 
            nossa salvação. Seu mister é fazer tudo quanto se relacione com a 
            salvação dos homens, que é fundamentalmente a obra de Cristo. Cristo 
            nos concede, como Senhor que é, a saúde da alma, e os Anjos 
            coadjuvam, como servidores de Cristo" (São 
            João Crisóstomo). 
            
              
            
            2. "Os Anjos não se acham em peregrinação como nós, 
            mas assistem sem interrupção, ao banquete da verdade, da luz e da 
            sabedoria imortais. Já são pois, bem-aventurados. Possuídos de tanta 
            felicidade, nos assistem em nossa peregrinação à caminho da 
            celestial cidade de Jerusalém. 
            
            Eles se compadecem de nós, nos auxiliam por ordem 
            divina, afim de que um dia alcancemos aquela pátria comum, onde, com 
            eles, possamos nós também nos saciar finalmente na fonte suprema de 
            verdade na eternidade" (Santo Agostinho). 
            
              
            
            3. "Os Anjos estão sempre dispostos e decididos a 
            cumprir a vontade divina e instantaneamente se encontram onde quer 
            que a ordem divina os envie" (São João 
            Damasceno). 
            
              
            
            4. “Alguns Anjos são enviados por Deus em missão 
            ministerial. Essa missão se realiza, sempre que é necessário para a 
            criatura humana, que o Anjo faça algo por ela. Ele então, aplica sua 
            virtude operativa àquela pessoa e ao acontecer isso, dizemos que o 
            Anjo se acha presente realizando uma missão. Essa missão ou 
            ministério se realiza por determinação, autoridade e ordem de Deus”
            (Santo Tomás de Aquino). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            34  
              
              
              
              | 
            
            Confiou Deus a seus anjos a missão de 
            velar sobre nós? R=
            "Sim; Deus confiou a muitos dos seus anjos a 
            missão de velar sobre os homens e deu a cada um de nós um anjo 
            tutelar, que se chama anjo da guarda" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
             
               
            
            “O anjo da guarda, é um bom anjo a quem, por mando de 
            Deus, guarda e protege a cada um de nós. Há, pois, entre os bons 
            anjos, alguns a quem Deus confiou a missão de nos defender. 
            
            A crença no anjo da guarda é baseada na sagrada 
            Escritura. “Deus, diz o salmista, ordenou aos seus anjos que nos 
            guardassem” (Sl 90) — “O anjo do Senhor está sempre ao lado daqueles 
            que temem, a Deus, e ampara-os contra os perigos” (Sl 33). 
            
            E Nosso Senhor a confirma no seu Evangelho, quando, 
            ao pedir a seus discípulos que não dêem escândalo às crianças: “Eu 
            vo-lo declaro, seus anjos contemplam sem cessar a face de meu Pai” 
            (Mt 18, 10). 
            
            Uma doutrina comumente aceita, e baseada por igual na 
            Sagrada Escritura, é que a Igreja, os reinos, as dioceses, as 
            paróquias, têm também seus anjos tutelares. 
            
            Os serviços que nos presta o anjo da guarda podem se 
            resumir em quatro. 
            
            1° Ele apresenta a Deus nossas orações e nossas boas 
            obras; 
            
            2° Ele zela por nós, inspira-nos bons pensamentos, e 
            auxilia-nos na pratica do bem; 
            
            3° Ele nos protege nos desastres, e nos vale em 
            nossos apuros materiais; porém, ampara especialmente nossas almas 
            nas tentações, contra os embustes do demônio; 
            
            4° Ele não nos abandona quando temos cometido o 
            pecado, mas se esforça por mover-nos à penitência” 
            (Mnr Cauly, Curso de Introdução Religiosa). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            35  
              
              
              | 
            
            Quais são as nossas obrigações para 
            com o anjo da guarda? R=
            Nossas obrigações para com o anjo da guarda 
            são: venerá-lo, confiar no seu poder e amá-lo.  | 
           
          
            | 
               
            
            “Pelo nosso Anjo da guarda estamos, pois, em 
            comunicação permanente com o céu, e, para tirarmos disso maior 
            proveito, não podemos proceder melhor do que pensar amiúde nesse 
            protetor celeste, para lhe expressarmos a nossa veneração, confiança 
            e amor. 
            
            A nossa veneração, 
            saudando-o como um daqueles que vêem incessantemente a face de Deus, 
            que são junto de nós representantes do nosso Pai celeste; não 
            faremos pois nada, que lhe possa desagradar ou o possa contristar, 
            mas ao contrário esforçar-nos-emos por lhe testemunhar o nosso 
            respeito, imitando a sua fidelidade no serviço de Deus; o que é uma 
            maneira delicada de lhe provarmos a nossa estima. 
            
            A nossa confiança, 
            recordando o poder que ele possui para nos proteger, e a bondade que 
            tem para conosco, que estamos confiados a seu cargo pelo próprio 
            Deus. É sobretudo nas tentações do demônio que o devemos invocar, 
            pois que ele está acostumado a frustrar os ardis desse pérfido 
            inimigo; bem como nas ocasiões perigosas, em que a sua previdência e 
            destreza tão oportunamente nos podem auxiliar; na questão da 
            vocação, em que ele pode conhecer melhor que ninguém os desígnios de 
            Deus a nosso respeito. Ademais, quando temos algum negócio 
            importante que tratar com o próximo, importa dirigirmo-nos aos anjos 
            da guarda dos nossos irmãos, para que eles os preparem para a missão 
            que desejamos desempenhar junto deles. 
            
            O nosso amor, 
            dizendo-nos que ele tem sempre sido e é ainda para nós um excelente 
            amigo, que nos tem prestado e está sempre disposto a prestar 
            excelentes serviços. Só no céu nos será dado conhecer a extensão 
            desses favores; mas podemos entrevê-lo pela fé, e isto nos basta 
            para lhe exprimirmos o nosso reconhecimento e afeição. E 
            particularmente, quando a solidão nos pesa, é que podemos 
            lembrar-nos de que nunca estamos sós, pois temos junto de nós um 
            amigo dedicado e generoso, com que nos podemos entreter 
            familiarmente. 
            
            Não esqueçamos enfim que honrar este Anjo é honrar o 
            próprio Deus, de .quem ele é representante na terra, e unamo-nos 
            muitas vezes a ele, para melhor glorificarmos a Deus” 
            (Ad. Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e 
            Mística, 187). 
            
               | 
           
         
        
       
        
      
        
        
          
            | 
             
            36  
              
              
              
              
              
              | 
            
             Existe uma 
            hierarquia celeste? 
            R=
            "A Igreja Católica, baseada em algumas 
            passagens da Sagrada Escritura, admite com São Dionísio Areopagita, 
            que os anjos dividem-se em três hierarquias, abrangendo cada uma 
            três coros, vindo a ser ao todo, nove coros de anjos" 
            (Mnr Cauly, Curso de Introdução 
            Religiosa).  | 
           
          
            | 
               
            
            "1ª hierarquia ou 
            1ª ordem 
            
            1º coro……Anjos 
            
            2º coro……Arcanjos 
            
            3º coro……Principados 
            
              
            
            2ª hierarquia ou 
            2ª ordem 
            
            4º coro……Potestades 
            
            5º coro……Virtudes 
            
            6º coro……Dominações 
            
              
            
            3ª hierarquia ou 
            3ª ordem 
            
            7º coro……Tronos 
            
            8º coro……Querubins 
            
            9º coro……Serafins 
              
              
            
            3ª Hierarquia 
              
            
            Pertencem à Terceira Hierarquia, 
            os seres espirituais celestes mais 
            privilegiados, pois vivem por assim dizer, nos umbrais da 
            Divindade. 
            
            Pela luz de Deus, que recebem diretamente, 
            experimentam simultaneamente dos três graus de perfeição espiritual, 
            isto é, da purificação, da iluminação e da união com Deus. 
            
            Sua função, segundo São 
            Boaventura é a visão de Deus e sua
            glorificação extrínseca, e o
            aperfeiçoamento dos coros inferiores 
            pela iluminação que lhes comunica. 
            
              
            
            9º Coro: Os Serafins 
              
            
            São os mais "próximos" 
            de Deus, de cujo conhecimento e amor participam em grau superior aos 
            demais, por "contemplarem" por assim 
            dizer, a Deus, o Amor Supremo, a fonte de todo o Amor. 
            
            Sua vontade é como que uma fulguração que não vive 
            senão do amor divino. Amando somente a Deus, cada vez mais se 
            abrasam neste fogo celestial. Conhecem a infinita bondade de Deus 
            mais que qualquer ser criado, e esse conhecimento aviva-lhes sem 
            cessar o amor. 
            
            Deus é Caridade, é Ele mesmo o Amor; como a natureza 
            dos Serafins os impele a amarem, amam a Deus sem limites, sem 
            medidas e sem fim. 
            
            Seu ofício é amar a Deus 
            e cantar seus louvores
            comunicando aos demais coros, o fogo do amor a 
            Deus. Por isso se fala nos ardentes Serafins, cujo objeto é o 
            bem. Eles portanto, adoram, amam e louvam sem cessar, a Santíssima 
            Trindade. 
            
            Devemos pedir aos Serafins que 
            nos abrasem no amor a Deus e nos inflame o coração no carinho 
            para com Maria, nossa Mãe Celeste. 
            
            Narra a Escritura que o profeta Isaías viu um Serafim 
            que lhe purificava os lábios com um carvão acesso que havia tomado 
            do altar do Senhor e antes havia ouvido como os Serafins cantavam em 
            coro o triságio: "Santo Santo, Santo, é o Senhor Deus dos exércitos; 
            cheia está a terra de sua glória". 
            
            Quando, em sentido figurado se cognomina alguém de 
            Serafim, está se querendo indicar alguém cujo amor a Deus supera, a 
            tudo; que só a Deus se entrega, homenageia e serve. 
              
            
            8º Coro: Os Querubins 
              
            
            Recebem diretamente os raios da divina Sabedoria e 
            estão cheios da sublimidade da ciência do Senhor. Seu entendimento é 
            um tesouro de luz e de verdade. Ao contemplarem a essência divina 
            ficam submersos naquele pélago imenso da sabedoria de Deus que os 
            envolve totalmente. Segundo Dionísio, os luminosos Querubins têm a 
            prerrogativa de. contemplar o poder divino. Como que extasiados, 
            prorrompem em cânticos de amor e louvor a Deus. São por assim dizer, 
            a personificação do zelo na realização da maior glória de Deus e da 
            defesa da mesma. 
            
            A palavra querubim, parece originar-se de um vocábulo 
            que em acádio, designava um semi-deus. 
            
            O profeta Ezequiel teve uma visão desses espíritos 
            celestes. Pareceu-lhe ver, de modo figurado, evidentemente, que 
            levavam em 
            
            carro de glória, a majestade de Deus. (Ez. 1,10). Um 
            Querubim teria guardado a "porta do Paraíso" após a queda de Adão. 
            
            Por meio dos Querubins, Deus enviava seus oráculos a 
            Moisés e aos sacerdotes do templo, conforme expressão textual da 
            Bíblia. 
            
            No início, os Serafins e Querubins não eram 
            considerados Anjos segundo o sentido literal da palavra Anjo que 
            significa mensageiro. No judaísmo tardio, porém, aparecem incluídos 
            no grupo dos seres espirituais que denominamos Anjos. (Enoque Etíope 
            61, 10; 71, 7). 
            
            Acredita-se que o "trono" do Papa seja guardado por 
            quatro Querubins, e que muitos santuários que os homenageiam são 
            assistidos por um deles. A piedade cristã os invoca nas tentações 
            contra a Fé, a virtude da pureza e os escrúpulos. 
              
            
            7º Coro: Os Tronos 
              
            
            Contemplam eternamente a Deus em sua puríssima 
            essência. Sorvem a torrentes a luz daquela fonte inesgotável de amor 
            e sabedoria. Recebem de Deus as ordens para comunicá-las às 
            Dominações e aos outros espíritos das hierarquias inferiores. 
            
            Como estão permanentemente junto de Deus, são como 
            que um 'trono" sobre o qual simbolicamente descansa a majestade 
            divina. Cantam, por assim dizer a glória de Deus: "Santo, Santo, 
            Santo é o Senhor Deus dos exércitos; toda a terra está cheia de sua 
            glória." (Isaias 6,3). 
            
            São Paulo na carta aos colossenses assim se refere 
            aos Tronos, espíritos celestes da 3? hierarquia, no Capítulo l, vs. 
            16: "...porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na 
            terra, as visíveis e as invisíveis, quer sejam os Tronos, quer as 
            Dominações, quer os Principados; quer as Potestades..." 
            
            Os Tronos assistem aos bispos em suas dioceses e aos 
            governantes e às comunidades claustrais e oferecem à Santíssima 
            Trindade as orações, sacrifícios que se realizam em suas 
            comunidades. Devemos invocá-los para que esclareçam e iluminem os 
            governantes, bispos e responsáveis por comunidades religiosas e 
            civis. 
              
            
            2ª Hierarquia 
              
            
            Sua missão primordial é a iluminação dos coros 
            inferiores e o cumprimento dos desígnios de Deus no universo, isto 
            é, o governo do mundo. 
              
            
            6º coro: As 
            Dominações 
              
            
            Fazem cumprir a vontade do Senhor em todos os 
            espíritos dos coros inferiores e no mundo. 
            
            São por assim dizer, espíritos administradores dos 
            quais Deus se serve para o governo, do mundo. Foram considerados os 
            generalíssimos dos exércitos angélicos servindo a Deus, que possui 
            a Dominação suprema sobre tudo quanto existe. 
            
            Suas atribuições se estendem não apenas a atuar sobre 
            os coros inferiores mas a todo o universo. 
            
            São Paulo se refere às Dominações na Carta aos 
            Efésios (1,21): 
            
            "...acima de todo o Principado, Potestade, Virtude, 
            Dominação e de todo o nome deste mundo, como do futuro". 
            
            Menciona-os também na 1? Cartaios Colossenses, 
            (1,16). 
            
            Assistem aos que se empenham em difundir o reino de 
            Deus: os missionários, os superiores de mosteiros e conventos, os 
            que possuem um ministério de devoção espiritual e os professores. 
            Devemos pedir às Dominações pêlos herejes, agnósticos, ateus 
            incrédulos, de outras religiões e pêlos católicos pouco fervorosos. 
              
            
            5º Coro: As Virtudes 
            (segundo Dionísio) ou Principados 
            (segundo S. Gregório) 
              
            
            Segundo Dionísio, é por meio deste coro da hierarquia 
            angélica que Deus preside o universo. 
            
            Sabemos que Deus está em todos os lugares, pois é 
            infinito, mas quer que as Virtudes, sustentadas pela força e poder 
            que d'Ele recebem, mantenham as leis que regem a criação, 
            suspendendo o curso dessas mesmas leis quando sua suprema vontade 
            assim resolve. 
            
            As Virtudes têm o poder de acalmar a fúria dos mares 
            e a força dos ventos, o curso dos astros. Em uma palavra: a elas 
            estão sujeitos os fenômenos da natureza. 
            
            Santo Tomás mostra as razões pelas quais se admite 
            que as Virtudes, por missão divina, realizam os milagres nas coisas 
            corpóreas. (Suma Teológica Q. CVIII, art. VI). 
            
            Deus envia as Virtudes aos que se esforçam por 
            tornarem-se melhores. Os pecadores arrependidos são auxiliados por 
            Virtudes Celestes, para que perseverem no bem. Para melhorarmos 
            nossa vida espiritual devemos invocá-los, porque, não bastam bons 
            pensamentos e resoluções: é necessário coragem e força para 
            cumprirmos as boas resoluções. 
            
            As Virtudes são citadas em: São Paulo aos Romanos 848 
            1ª Ep. dos Coríntios (15,24) e na carta aos Efésios (1,21). 
              
            
            4º Coro: As 
            Potestades 
              
            
            Os espíritos celestes denominados Potestades removem 
            todos os obstáculos que podem impedir a execução dos desígnios de 
            Deus e segundo São Gregório, vencem o poder dos demônios. 
            
            O inimigo do gênero humano, o demônio, se compraz em 
            estorvar o quanto pode a realização dos desígnios de Deus sobre a 
            humanidade. Os demônios, inconformados com a misericórdia com que 
            Deus trata os homens, têm um só afã, um só objetivo: o de induzi-los 
            a ofender a Deus, para que venham a participar de sua desdita. 
            
            Para proteger os homens contra essas insídias 
            diabólicas, Deus designou as Potestades, conferindo a elas os 
            poderes que assegurem sempre a vitória, quando invocados a intervir 
            nas tentações e maquinações solertes dos demônios. Auxiliam de modo 
            especial aos sacerdotes, inspirando-os para que se santifiquem e 
            exerçam bem seu ministério. 
            
            As Potestades são mencionadas nas Epístolas de São 
            Paulo aos Efésios (1,21), e aos Colossenses (1,16). 
            
            Rezemos às Potestades pêlos sacerdotes, para que 
            encontrem forças para cumprir os sublimes ditames de sua vocação no 
            meio de tantas dificuldades e perigos. 
              
            
            1ª Hierarquia 
              
            
            3º Coro: Os 
            Principados 
              
            
            Segundo Dionísio, os Principados personificam a força 
            e têm por ofício o governo dos reinos e dos povos. São como 
            custódios das comunidades. A eles estão sujeitos todos os espíritos 
            de inferior categoria e todos lhe obedecem no tocante a seu 
            ministério. 
            
            São como que os generais do "exército" do Rei do 
            Universo, que defendem e protegem as nações. Cada reino, cada nação, 
            cada igreja, cada localidade e cada povo tem um vigilante guarda, um 
            Principado que lhe serve de proteção, amparo e defesa. Ao aparecer 
            aos pas-torinhos em Fátima, em 1916, o Anjo se apresentou como "o 
            Anjo de Portugal". Seria um Principado, e que não se identificou 
            como tal, pois, para as crianças a quem apareceu, essa designação 
            certamente seria incompreensível. 
            
            Os Principados "lutam" contra as legiões infernais 
            que, com seus príncipes, pervertem as sociedades e fazem-nas desviar 
            do caminho da salvação. 
            
            São Paulo os cita nas Epistolas aos Romanos (8,38), 
            aos Coríntios (l, 15,24); aos Efésios (4,21), e aos Colossenses 
            (1,16). 
            
            Segundo São Gregório, aos Principados (que ele 
            chamava de Virtudes) cabe agir como os instrumentos de Deus na 
            realização dos milagres. 
            
            Os Principados adoram a Deus presente na Sagrada 
            Eucaristia e por isso um comentarista recomendava que "nenhum 
            sacerdote deveria se esquecer de saudar o Anjo do santuário ao nele 
            entrar". O mesmo se aplica a nós, que, ao entrarmos numa igreja, 
            depois da adoração ao Santíssimo Sacramento e a Santíssima Trindade 
            e de uma oração a Maria Santíssima, devemos invocar o Principado 
            daquela igreja. 
              
            
            2º Coro: Os Arcanjos 
              
            
            Como o nome o indica, os Arcanjos, embora fazendo 
            parte da hierarquia dos Anjos, são de certa forma, de uma classe de 
            grau superior aos Anjos do 1º Coro. À eles Deus confia missões 
            extraordinárias, como a comunicação de mistérios da fé e revelações 
            de realidades acima da compreensão da razão humana. 
            
            Para anunciar a chegada do Messias, aparece o Arcanjo 
            São Gabriel ao profeta Daniel e assinala com precisão o tempo que 
            faltava para tão extraordinário evento (Daniel 10, 13; 12, 1). 
            
            O Arcanjo São Rafael acompanhou Tobias e curou seu 
            pai, conforme narra o admirável episódio relatado no capítulo 3. 
            
            Para dar à Santíssima Virgem Maria a grata nova de 
            que ela seria a Mãe do Filho de Deus, foi escolhido o Arcanjo São 
            Gabriel. 
            
            No cumprimento da ordem divina de precipitar Lúcifer 
            e seus demônios no inferno, foi designado o Arcanjo São Miguel como 
            comandante das legiões de Anjos engajadas neste mister. 
            
            Os nomes dos Arcanjos aparecem nos livros do Antigo 
            Testamento e em diversos livros que a Igreja considera como 
            apócrifos. Assim, São Miguel é citado em Daniel (10,13; 12,1). 
            Enoque Etíope (9,1; 10,11; 20,5). Apocalipse Grego de Baruc (11,8). 
            
            São Gabriel é mencionado em Daniel (8,16; 9,21), 
            Enoque Etíope (9,1; 10,9; 20,7). 
            
            São Rafael é o personagem principal da história de 
            Tobias (3.17; 5.4; 9.1 a 9.5; 12.15), Enoque Etíope (9.1; 10.4; 
            20.3). 
            
            No Apocalipse, São João (12,7 a 9) escreveu: "Houve 
            uma batalha no céu. Miguel e seus Anjos tiveram de combater o 
            Dragão. O Dragão e seus anjos travaram combate e não prevaleceram. E 
            já não houve lugar no céu para eles. Foi então precipitado o grande 
            Dragão, a antiga Serpente, chamado Demônio e Satanás, o sedutor do 
            mundo inteiro. Foi precipitado na terra e com ele foram precipitados 
            os seus anjos." 
            
            A idéia de que os Arcanjos são em número de sete, 
            encontra-se em Clemente de Alexandria, Irineu e Dionísio Areopagita. 
            
            O número de sete Arcanjos foi aceito, baseado na 
            influência do Livro de Tobias a do Apocalipse. Os sete Arcanjos 
            foram venerados no Oriente e no Ocidente à 
            partir da Idade Média e hoje em dia ainda o são. Em Roma, uma parte 
            das Termas do imperador Diocleciano foi transformada, por obra de 
            Miguel Angelo, em uma igreja dedicada à "Virgem Santa e aos sete 
            príncipes dos Anjos" e é conhecida como a Igreja de Santa Maria dos 
            Anjos. 
            
            Tertuliano (De Carne Christi 14,3) e Orígenes (Cont. 
            Cels. VIII.13) em seus escritos fazem referência aos Arcanjos 
            Miguel, Rafael e Gabriel. 
            
            À partir de São Gregório Magno (Hom. Ev. XXXIV.9), os 
            três Arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel passaram a ser 
            honrados pela Teologia e mais tarde pela Liturgia (Sínodo 
            Lateranense de 745). 
            
            Houve quem quisesse ver na crença cristã nos sete 
            Arcanjos, uma adaptação da doutrina de Zoroastro que apresenta sete 
            santos como sendo supremos espíritos celestes. Não há nenhuma 
            identidade entre os conteúdos doutrinários à respeito à não ser, a 
            coincidência do número 7. Os seres da doutrina de Zoroastro, são 
            potências e energias sobrenaturais, enquanto que os Anjos 
            mencionados na Bíblia, são sempre personalidades próprias, 
            individuais, distintas, subalternas, à serviço de Deus e por Ele 
            encarregados de missões entre os homens. 
            
            Segundo a Liturgia pós-concílio do Vaticano II, os 
            Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael são celebrados no dia 
            29 de setembro. 
            
            Rezemos aos Arcanjos, para que nos dêem coragem nas 
            tentações e dificuldades,e conforto nas vicissitudes e sofrimentos. 
            
            São Miguel é representado como um guerreiro 
            subjugando Satanás. A lança em sua mão simboliza a Força de Deus 
            com a qual derrota o Demônio; o escudo, a humildade contra a qual 
            vêm lançarem-se as insídias informais: a espada de dois gumes, é um 
            símbolo da Palavra de Deus, a qual desfaz a mentira e dissipa a 
            ilusão de que Satanás em sua soberba se serve, para impedir a ação 
            da graça e enganar e perder as almas. 
            
            Segundo teólogos, São Miguel Arcanjo é o Anjo da 
            guarda de Cristo, da Sagrada Eucaristia e do Santo Sacrifício da 
            Missa. 
            
            São Miguel enviaria seus Arcanjos para auxiliarem o 
            Anjo da guarda de uma pessoa perseguida ou na iminência do 
            martírio. 
            
            São Gabriel é o mensageiro do Espírito Santo. 
            
            Gabriel significa "Deus é forte". 
            
            Apareceu a Daniel, Zacarias e a Maria. É venerado 
            como o Anjo da guarda de Maria Mãe de Deus e devemos invocá-lo para 
            que aumente em nós o amor a Maria. 
            
            No artigo "Pour mieux vive en esprit avec lês Anges", 
            o autor afirma: "Todos aqueles que se doam pelas mãos de Maria a 
            Jesus, a Sabedoria Encarnada, recebem um auxílio suplementar, além 
            de seu Anjo da guarda, um Anjo do Coro de São Gabriel para seu 
            aperfeiçoamento espiritual. A cada dia, ele apresenta à sua 
            Soberana Rainha, o "bouquet" dos "Sim" dessas pessoas, que aceitam, 
            trabalham e oferecem por amor, todas as suas misérias e defeitos, 
            para a glória de Deus e a salvação das almas. 
            
            São Rafael, cujo nome significa "Deus cura" ou 
            "Medicina de Deus", é representado por um jovem em traje de viagem, 
            segurando um cajado. A vestimenta de viandante nos recorda que São 
            Rafael está sempre disposto a "viajar" em nosso auxílio; o cajado 
            lembra um cetro, que simboliza o poder, o apoio e a segurança com 
            que o Arcanjo assiste a todos quantos recorrem ao seu auxílio em 
            suas necessidades. 
            
            No item 3.2.19 vimos na narrativa do Livro de Tobias, 
            a maneira admirável pela qual o Arcanjo Rafael socorreu a Tobilt, 
            Sara e Tobias. Aquilo que o Arcanjo realizou de uma maneira visível 
            e sensível, cada um dos Anjos da guarda o faz, de modo invisível, em 
            favor de quem a ele pede auxílio. 
            
            São Rafael deve, portanto, ser invocado contra as 
            potências do mal, na cura das doenças e nos deslocamentos e viagens. 
            é também o protetor dos confessores e penitentes. Muitos que a ele 
            recorreram, foram bons orientadores de consciências. Ele nos 
            consola nas dificuldades presentes e nos fortalece contra o 
            desânimo e a depressão. Quando Deus no-lo envia, sentimos a paz, a 
            tranqüilidade e a aceitação do que nos parecia impossível suportar. 
              
            
            1º Coro: Os Anjos 
              
            
            São do último Coro, esses espíritos bem-aventurados 
            que como os outros foram criados para a glória e o serviço de Deus. 
            Deles, Deus se serve como de emissários ou mensageiros e de 
            guardiões de cada criatura humana. Como veremos no Capítulo 21, 
            todos nós recebemos por bondade e misericórdia de Deus, um Anjo 
            Custódio, nosso Anjo da Guarda, que nos protege das insídias do 
            demônio e até mesmo dos perigos para nosso corpo. 
            
            Têm eles uma atuação e participação nas atividades 
            dos homens, inspirando-lhes e suscitando-lhes boas idéias e 
            propósitos, protegendo-os e auxiliando-os na jornada pela terra rumo 
            ao céu. 
            
            Os Anjos são os que dirigem cada pessoa, 
            individualmente enquanto que os Arcanjos normalmente anunciam 
            realidades que interessam à salvação de todos. 
            
            Santo Tomás admite que as almas eleitas dos homens, 
            possam, pelo grau de sua visão beatífica, ocupar graduações elevadas 
            na hierarquia celeste: 
            
            — "Pelo dom da graça, os homens podem merecer glória 
            tão grande, que se igualem aos Anjos, conforme os graus de cada 
            ordem; é isso que se entende por serem os homens transferidos para 
            as ordens dos Anjos" (Suma, Questão CVIII — Art. VIII). 
            
            São Boaventura (lib. II Sentent, Dist. IX, art. unic. 
            q. VII) pensa que os bem-aventurados que não chegam em merecimento 
            ao nível dos Anjos menos elevados em glória, formam uma décima ordem 
            ou 10? Coro. 
            
            Neste caso, estariam as crianças que morreram sem 
            atingirem o uso da razão, os mortos prematuros e os bebês, uma vez 
            que não puderam ajuntar nenhum merecimento pessoal à graça de seu 
            batismo. Por outro lado, não tendo ainda consciência, nada poderão 
            ter feito de mal. Sua alma se encontra num estado parecido com o dos 
            Anjos. O conhecimento que terão na Glória se fará por iluminação 
            divina, tal como acontece com os Anjos. 
            
            As almas gloriosas dessas criancinhas são por essa 
            razão chamadas na linguagem popular de "Anjinhos". Como diz o Pe. 
            F. Blot S.J. ("No Céu nos reconheceremos"), essas almas são como 
            "Anjos benditos a quem suas mães invocam para se consolarem da pena 
            de os não verem mais neste mundo, e são os protetores de suas 
            famílias". 
            
            A dor dos pais ao perderem uma criancinha, é 
            confortada pela absoluta certeza, de que ela se acha participando 
            dos Coros Angélicos na Glória de Deus" (Os 
            Anjos, Uma realidade admirável, Archibald Joseph Macintyre, Cap. 16). 
               | 
           
         
        
       
       
       
       
       
      
        
        
          
            | 
               
            
            De Deus Criador 
            
            - Do homem - 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            37  
              
              
              | 
            
            Que é o homem? 
            R= "O homem é uma criatura racional, composta de 
            alma e corpo" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "O homem é uma criatura racional, composta de corpo e 
            alma. Por seu corpo, de estrutura mais perfeita que a dos animais, 
            já o homem assume o primeiro lugar entre os seres deste mundo. Os 
            filósofos e os poetas do paganismo tinham reconhecido no homem uma 
            constituição superior: a beleza do rosto, onde se retratam seus 
            pensamentos; a majestade da cabeça que se alça para o céu enquanto 
            os animais andam debruçados para a terra; sua aptidão em viver sob 
            todos os climas e em todas as regiões… 
            
            O que constitui, porém, a verdadeira superioridade do 
            homem, é a alma criada á imagem, e semelhança de Deus" 
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            38  
              
              
              
              | 
            
            Que é a alma do homem? 
            R= "A alma é 
            a parte mais nobre do homem, porque é substância espiritual, dotada 
            de inteligência e de vontade, capaz de conhecer a Deus e de O 
            possuir eternamente" 
            (São Pio X, Catecismo Maior, Capítulo 
            II).  | 
           
          
            | 
               
            
            “A alma é um espírito imortal, que Deus criou para 
            ser unido ao corpo do homem. É substância espiritual, como a de Deus 
            e dos anjos, ainda que menos perfeita e destinada a ser unida a um 
            corpo. 
            
            Dizemos que esta alma é feita á imagem e semelhança 
            de Deus. Com efeito, ela é um espírito como Deus é um espírito; como 
            ele, embora em menor grau, ela pode conhecer, amar e determinar-se 
            livremente; como ele, há de viver eternamente. 
            
            O homem foi criado, com efeito, para conhecer a Deus, 
            ama-lo, e por este meio alcançar a vida eterna. 
            
            A palavra alma se nos depara em cada pagina dos 
            livros sagrados, e em todo lugar, designa coisa real, distinta do 
            corpo: “Na morte, o pó volta à terra donde tem sido tirado, e o 
            espírito ou a alma, vai para Deus que a tinha dado” (Ecle 12, 7) 
            Portanto a existência da alma humana é dogma fundamental, e a fé 
            nele é necessária para a salvação. 
            
            Eleva-se a razão humana até ao conhecimento e à 
            certeza da existência da alma pelas mesmas considerações que a levam 
            a aceitar a existência de Deus. Conhecemos Deus por suas obras e 
            nossa alma pelos atos dela. Averiguamos facilmente em nós mesmos 
            fatos que os filósofos atribuem à sensibilidade, à inteligência, à 
            vontade. Mas a matéria, nosso corpo portanto, não é capaz de sentir, 
            de pensar, de querer. É preciso pois que haja outro princípio, e é a 
            este princípio que chamamos alma. 
             
             
            
            A alma humana é livre e imortal. 
            
            É livre, isto é, pode escolher e praticar o bem ou o 
            mal. Esta liberdade é abonada pela Sagrada Escritura, e pela Igreja 
            nos seus Concílios; aliás a promessa das recompensas, e a ameaça dos 
            castigos se baseiam nesta liberdade; não havia mérito nem culpa se 
            não fossemos livres. Ora, em todos os lugares e sempre, houve leis 
            tratados, recompensas e castigos; logo acredita-se universalmente na 
            liberdade humana. 
            
            Por outra parte, sentimos que somos livres, e o 
            fatalismo, negação do livre arbítrio, acha-se rebatido pela própria 
            consciência individual que apregoa nossa liberdade, e pela 
            discordância que se nota entre os princípios dos tais fatalistas e 
            seus atos: sempre, na prática, portam-se como entes dotados de 
            consciência e usando da sua liberdade. 
            
            Nossa alma é imortal, isto é, não morre com nosso 
            corpo, o qual não passa de invólucro. “Deus, diz a Escritura, criou 
            o homem sem termo e sem fim” (Sab 2, 23). Era dogma da religião 
            mosaica; é o ensino positivo de Nosso Senhor que não somente 
            proclama a vida imortal da alma, mas ainda nos tem revelado o 
            mistério da ressurreição do corpo afim de compartilhar o destino 
            eterno, feliz ou infeliz da alma. 
            
            A sabedoria antiga, na pessoa dos filósofos Sócrates, 
            Platão, Cícero, Sêneca, tem professado a crença na imortalidade da 
            alma. Cremos nela, nós cristãos, pelo ensino da Revelação e da 
            Igreja, e porque a razão nos diz: 1° que sendo a alma espiritual e 
            simples, não pode morrer: pois a morte é a decomposição das partes 
            que constituem um ser; ora a alma, uma e indivisível, não pode 
            decompor-se nem morrer; 2° que não há tão pouco aniquilamento para a 
            alma; se a mesma ciência ensina-nos que nada pode perecer na 
            criação, Deus não faz uma exceção para as almas, criaturas de ordem 
            superior; 3° a alma é imortal, porque tem, o desejo inato de viver, 
            e Deus não deve iludir a sua esperança; tem fome e sede de ventura, 
            e Deus que não corresponde á sua expectativa neste mundo deve 
            satisfaze-la em outra vida; é livre, e por conseguinte, precisa 
            encontrar além deste mundo a recompensa ou o castigo que não acha, 
            cá na terra. 
            
            Ela precisa, numa palavra, de uma vida futura, porque 
            a justiça de Deus que não se exerce sempre na vida presente, requer 
            outra vida onde o bem receba recompensa definitiva, e o mal, 
            definitivo castigo” (Mnr Cauly, Curso de 
            Instrução Religiosa). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            39  
              
              
              
              
              | 
            
            Por que se diz que o homem foi criado 
            à imagem e semelhança de Deus? 
            R= "Diz-se que o 
            homem foi criado à imagem e semelhança de Deus porque a alma humana 
            é espiritual e racional, livre na sua ação, capaz de conhecer e de 
            amar a Deus, e de gozá-lo eternamente, perfeições que refletem em 
            nós um raio da infinita grandeza de Deus" 
            (São Pio X, Catecismo Maior, Capítulo 
            II).  | 
           
          
            | 
               
            
            "De todas as criaturas visíveis, só o homem é "capaz 
            de conhecer e amar seu Criador"; ele é "a única criatura na terra 
            que Deus quis por si mesma"; só ele é chamado a compartilhar, pelo 
            conhecimento e pelo amor, a vida de Deus. Foi para este fim que o 
            homem foi criado, e aí reside a razão fundamental de sua dignidade:
             
            
              
              Que motivo vos fez constituir o homem em 
              dignidade tão grande? O amor inestimável pelo qual enxergastes em 
              vós mesmos vossa criatura, e vos apaixonastes por ela; pois foi 
              por amor que a criastes, foi por amor que lhe destes um ser capaz 
              de degustar vosso Bem eterno. 
             
            
             Por ser à imagem de Deus, o indivíduo humano tem a 
            dignidade de pessoa: ele não é apenas alguma coisa, mas alguém. É 
            capaz de conhecer-se, de possuir-se e de doar-se livremente e entrar 
            em comunhão com outras pessoas, e é chamado, por graça, a uma 
            aliança com seu Criador, a oferecer-lhe uma resposta de fé e de amor 
            que ninguém mais pode dar em seu lugar. 
            
            Deus criou tudo para o homem435, mas o homem foi 
            criado para servir e amar a Deus e oferecer-lhe toda a criação: 
            
              
              Quem é, pois, o ser que vai vir à existência 
              cercado de tal consideração? É o homem, grande e admirável figura 
              viva, mais precioso aos olhos de Deus do que a criação inteira: é 
              o homem, é para ele que existem o céu e a terra e o mar e a 
              totalidade da criação, e é à salvação dele que Deus atribuiu tanta 
              importância que nem sequer poupou seu Filho único em seu favor. 
              Pois Deus não cessou de tudo empreender para fazer o homem subir 
              até ele e fazê-lo sentar-se à sua direita. 
             
            
             "Na realidade o mistério do homem só se torna claro 
            verdadeiramente no mistério do Verbo Encarnado” 
            
              
              São Paulo ensina-nos que dois homens estão na 
              origem do gênero humano: Adão e Cristo "O primeiro Adão", diz ele, 
              "foi criado como um ser humano que recebeu a vida; o segundo é um 
              ser espiritual que dá a vida." O primeiro foi criado pelo segundo, 
              de quem recebeu a alma que o faz viver… O segundo Adão estabeleceu 
              sua imagem no primeiro Adão quando o modelou. E assim se revestiu 
              da natureza deste último e dele recebeu o nome, a fim de não 
              deixar perder aquilo que havia feito à sua imagem. Primeiro Adão, 
              segundo Adão: o primeiro começou, o segundo não acabará. Pois o 
              segundo é verdadeiramente o primeiro, como ele mesmo disse: "Eu 
              sou o Primeiro e o Último". 
             
            
            Graças à origem comum, o gênero humano forma uma 
            unidade. Pois Deus "de um só fez toda a raça humana" (Atos 17,26) 
            
              
              Maravilhosa visão que nos faz contemplar o gênero 
              humano na unidade de sua origem em Deus…; na unidade de sua 
              natureza, composta igualmente em todos de um corpo material e de 
              uma alma espiritual; na unidade de seu fim imediato e de sua 
              missão no mundo; na unidade de seu hábitat: a terra, de cujos 
              bens, todos os homens, por direito natural, podem usar para 
              sustentar e desenvolver a vida; na unidade de seu fim 
              sobrenatural: Deus mesmo, ao qual todos devem tender; na unidade 
              dos meios para atingir este fim; …na unidade do seu resgate, 
              realizado em favor de todos por Cristo” 
              (Catecismo da Igreja Católica, 356 – 360). 
             
             | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            40  
              
              
              | 
            
            Como criou Deus o primeiro homem? 
            R= "Deus criou o 
            primeiro homem, formando seu corpo do limo da terra e unindo a esse 
            corpo uma alma imortal" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            Quando teve criado o mundo material, pareceu Deus 
            recolher-se como para um grande desígnio, e disse: “Façamos o homem 
            á nossa imagem e semelhança”. Depois, continua Moisés, ele formou o 
            corpo do homem com o barro da terra, e bafejou-lhe no rosto um sopro 
            de vida, e o homem ergueu-se, ente racional dotado de alma. 
            
            Para o homem lembrar-se da sua origem, Deus deu-lhe o 
            nome Adão, que significa “tirado da terra”. Em ato seguido, entra 
            Adão a desempenhar seu papel de chefe da criação: dá aos animais os 
            nomes adequados. Mas, de novo, fala Deus e diz: “Não é bom, ficar o 
            homem sozinho; façamos-lhe uma companheira que lhe seja semelhante”. 
            Então mandou à Adão um sono profundo, e enquanto ele dormia, 
            “tirou-lhe uma das costelas, e com ela formou o corpo da primeira 
            mulher”. Ao despertar, Adão exclamou: “Eis aqui o osso dos meus 
            ossos e a carne da minha carne”. E Deus chamou a esta primeira 
            mulher Eva, nome que significa a “mãe dos vivos” 
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            42  
              
              | 
            
            Como se chamou o primeiro homem? 
            R= "O primeiro homem chamou-se 
            Adão" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            “ADÃO (hebr. "Adam, "homem", etimologia incerta; "rubicundo"?). 
            O primeiro homem. A tradução comum do termo como nome próprio, 
            "Adão", é uma tradução incorreta. Até Gn 4,25 — onde o termo é usado 
            como nome próprio pela primeira vez —, a palavra significa "homem". 
            O homem foi feito do pó da terra — esse jogo de palavras talvez 
            possa se basear em uma relação etimológica” 
            (John L. Mackenzie, Dicionário Bíblico). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            43  
              
              | 
            
            Como se chamou a primeira mulher? 
            R= "A primeira 
            mulher chamou-se Eva" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "EVA (hebr. fyawwah). Nome da primeira mulher (Gn 
            3,20; 4,1), mãe de Caim, Abel e Set. A explicação do nome dada em Gn 
            3,20 — em conexão com hayah, "viver" — é certamente popular. Nenhuma 
            das etimologias sugeridas por diversos estudiosos modernos teve 
            aceitação universal" (John L. Mackenzie, 
            Dicionário Bíblico). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            44  
              
              
              
              | 
            
            Como se formou Eva? 
            R= "Enviou Deus um 
            profundo sono a Adão e nesse tempo tomou dele uma costela, de que 
            formou o corpo de Eva e lhe deu uma alma semelhante à de Adão"
            
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Eva foi criada da costela do primeiro homem, 
            sendo-lhe entregue para que fosse sua mulher. O simbolismo da 
            costela pretende indicar a igualdade e a comunhão entre a mulher e o 
            homem, explicitamente afirmadas em Gn 2,23: a mulher deve ser uma 
            companheira adequada para o homem, não um ser inferior. Sobre a sua 
            sedução por parte da serpente e sobre a sua queda subseqüente, cf. 
            QUEDA. Em outras partes do Antigo Testamento, o nome só se encontra 
            em Tb 8,6, alusão explícita a Gn 2,18-24. O engano de Eva por parte 
            da serpente é mencionado em 2Cor 11,3. Em l Tm 2,13, a criação do 
            homem anterior à da mulher é apresentada como um argumento em favor 
            da autoridade do homem sobre a mulher; cf. l Cor 11,12" 
            (John L. Mackenzie, Dicionário Bíblico). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            45  
              
              
              | 
            
            Descendem todos os homens de Adão e Eva? 
            R= "Sim, todos os 
            homens descendem de Adão e Eva; e é por isso que somos todos irmãos"
            
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
           
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            46  
              
              
              | 
            
            Para que fim foi criado o homem? 
            R= "O homem foi 
            criado para conhecer, amar e servir a Deus neste mundo, e depois 
            gozá-lo para sempre no outro mundo" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Como é belo, como é grande conhecer, amar e servir a 
            Deus! É a única coisa que temos para fazer neste mundo. Tudo que 
            fazemos afora isto, é tempo perdido" (São João 
            Maria Vianney). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            47  
              
              
              | 
            
            Em que estado colocou Deus Adão e 
            Eva? 
            R= "Deus colocou Adão e 
            Eva no estado de graça e felicidade" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Deus criou Adão e Eva num estado de santidade e de 
            ventura, reservando-lhes o céu como recompensa da sua fidelidade. É 
            isto que chamamos estado de inocência ou de justiça original, cujo 
            quadro vem traçado na historia sagrada, e cuja lembrança ficou 
            impressa na memória de todos os povos com o nome de idade áurea. 
            Neste feliz estado, possuíam nossos pais dotes portentosos no corpo 
            e na alma. 
            
            1° Quanto ao corpo, o homem entregava-se ao trabalho 
            sem custo, nem sofrimento nenhum; nada sabia de incômodos ou 
            doenças; e não tinha de morrer. Depois de ter usufruído na terra 
            todos os gozos da ordem natural, devia ser levado para o Céu, no 
            remanso de uma felicidade pura e perene. 
            
            2° Quanto á alma, estava ornada de todos os dons 
            naturais, aos quais a bondade divina, tinha ajuntado dons 
            sobrenaturais. Na ordem natural, era uma inteligência perfeita, 
            isenta das trevas e das duvidas da ignorância; uma vontade norteada 
            para o bem, livre de toda tendência ao mal; um coração que ia 
            espontaneamente a Deus e ao que é bom, alheio por completo a este 
            triste peso da concupiscência. Na ordem sobrenatural, Deus 
            comunicava à alma dos nossos primeiros pais luzes mais perfeitas que 
            as da razão: palestrava com eles, consentia-lhes que o amassem, e a 
            todas as alegrias deste mundo, acrescentava a promessa de faze-los 
            participar da própria ventura, e isto durante a eternidade. A 
            palavra que dá a síntese, o resumo destes privilégios sobrenaturais, 
            é a graça, principio de santidade, de caridade e de gloria" 
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            48  
              
              
              | 
            
             
            Como desobedeceram a Deus Adão e Eva? 
            
            R= "Adão e Eva 
            desobedeceram a Deus comendo de um fruto, que o Senhor lhes tinha 
            proibido" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            Pouco 
            tempo havia que o homem estava de posse da sua felicidade no Paraíso 
            terrestre, quando o demônio, invejoso de uma sorte tão ditosa, 
            resolveu perder a raça humana. Disfarçou-se sob a forma de uma 
            serpente, chegou-se a Eva, por ser ela mais fraca, apresentou-lhe a 
            tentação debaixo do engodo da sensualidade do orgulho, e levou-a a 
            desobedecer a Deus. A mulher comeu da fruta proibida, e a foi 
            oferecer a Adão que imitou a companheira na culpa. Logo 
            abriram-se-lhes os olhos, e eles entenderam quão grave era o seu 
            pecado. Pouco depois, o Senhor mostrou-se aos culpados, ouviu sua 
            confissão e pronunciou a sentença. A pena especial de Eva foi a dor 
            e a sujeição ao seu marido; a de Adão, o trabalho difícil, e para 
            ambos, o sofrimento e a morte. Deus os expulsou do Paraíso 
            terrestre, para marcar-lhes que a ventura havia acabado" 
            
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa). 
               | 
           
         
        
       
       
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            49  
              
              
              | 
            
            O pecado de Adão e Eva é somente de 
            Adão e Eva, e como se chama esse pecado? 
            R= "Não; o pecado 
            de Adão e Eva não é somente de Adão e Eva, mas é de todos os seus 
            descendentes, e esse pecado chama-se pecado original" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Muito graves foram as conseqüências da queda dos 
            nossos primeiros pais, para eles próprios, e seus descendentes: 
            
            1° Perderam a justiça original ou graça santificante 
            que os fazia amigos de Deus, e com, esta graça, os privilégios todos 
            que a ela estavam ligados, conservando somente as faculdades 
            essenciais da natureza humana. 
            
            2° Adão e Eva, despojados dos dotes sobrenaturais 
            próprios do estado de inocência, foram ainda feridos naturalmente, 
            isto é, os dons naturais, se bem que lhes não fossem tirados, 
            sofreram uma diminuição. Assim, quanto ao corpo, sentiram os 
            espinhos do trabalho, da dor, da doença e por último da morte; 
            quanto á alma, viram em sua inteligência alastrarem as trevas ou 
            ignorância; na sua vontade a malícia ou inclinação ao mal; na 
            sensibilidade, ou no coração, esta fraqueza ou concupiscência que 
            nos leva a procurar o prazer sensível. 
            
            3° Deserdados, e feitos um objeto de horror aos olhos 
            de Deus, foram nossos primeiros pais despojados de todo o direito à 
            visão o à posse sobrenatural do Deus, isto é, ao céu que tinha sido 
            prometido à sua fidelidade. Esta privação constitui o que se chama a 
            danação ou morte da alma. 
            
            4° Adão e Eva, já não tendo mais a graça e seus 
            privilégios, não os podiam transmitir aos seus descendentes; 
            comunicaram-lhes, porém, seu estado de decadência: é o que se 
            denomina pecado original" 
             (Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            50  
              
              
              | 
            
            Todos os homens contraem o pecado 
            original? 
            R= "Sim; exceto a Virgem Maria, todos os 
            homens contraem o pecado original" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "O pecado de Adão passou a todos os seus 
            descendentes; por isso é que todos nós, nascemos com a nódoa do 
            pecado do nosso primeiro pai, e sujeitos ás mesmas misérias como 
            ele. É esta uma verdade claramente ensinada pela Sagrada Escritura, 
            e especialmente por São Paulo (Epistola aos Romanos, 5). O Concilio 
            de Trento a proclamou dogma católico, e a tradição da Igreja neste 
            particular é constante e universal. Mas é um mistério acima da 
            razão. Tudo quanto podemos dizer a respeito, é que o pecado 
            original, sendo para nossos primeiros pais pecado atual não é para 
            seus descendentes senão pecado habitual; nem por isso deixa de ser 
            em cada um de nós um estado de morte da graça, e portanto, mácula e 
            castigo ao mesmo tempo. 
            
            Todas as tradições admitiram este estado de 
            decadência, e a razão não pode achar injustiça nisto. Muitas vezes, 
            herdam os filhos os defeitos e vícios do pai: a transmissão do 
            pecado original é tão aceitável como estas outras transmissões 
            certíssimas. É aliás autorizada a crença que quem morrer com o só 
            pecado original, não é, por isso, condenado ao inferno, senão, 
            unicamente, à privação de ver a Deus. É o parecer de santo 
            Agostinho, que coloca estes desventurados no limbo. 
            
            Ninguém é isento do pecado original, a não ser a 
            Santíssima Virgem. Somente ela apareceu no mundo sem mácula: essa 
            gloriosa exceção constitui o privilégio da Imaculada Conceição"
            
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa). 
               | 
           
         
        
       
       
       
      
        
        
          
            | 
             
            51  
              
              
              | 
            
            Depois do pecado original todos os 
            homens podem salvar-se? R=
            "Sim; depois do pecado original, os homens 
            podem salvar-se, porque Deus lhes enviou o Salvador" 
            (2º Catecismo da Doutrina Cristã).  | 
           
          
            | 
               
            
            "Prometeu-lhe um Redentor ou Salvador, chamado o 
            Messias. A primeira promessa deu-se no próprio berço do mundo. Na 
            sentença lavrada contra a serpente infernal, lemos estas palavras: 
            “Hei de pôr inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça e a tua: 
            esmagar-te-á ela a cabeça, e tu pelejarás para mordê-la no 
            calcanhar” (Gn 3,15.) 
            
            Todas as tradições entenderam por estas palavras que 
            da raça humana havia de nascer o vencedor do demônio, e que a mulher 
            bendita que daria a luz a este libertador, é a Virgem Maria. 
            
            Deus deixou esperar quatro mil anos pela vinda do 
            Messias, para os homens sentirem melhor, diz Bossuet, quanto eles 
            precisavam desta vinda. Entretanto, a partir deste momento, puderam 
            os homens salvar-se conquanto, á pratica exata dos seus deveres e da 
            sua religião, unissem a fé no Messias prometido, pois eram os 
            merecimentos deste Messias prometido que lhes dariam a salvação"
            
            (Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa). 
               | 
           
         
        
       
        
        
      
		  
       |