01
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Dize o primeiro artigo do Credo.
R= "Creio em Deus Pai,
todo-poderoso, Criador do céu e da terra" (São
Pio X, Catecismo Maior, Primeira Parte, Capítulo I, 18, 1). |
"O primeiro artigo do Credo ensina-nos que há um
só Deus, o qual é todo-poderoso, e criou o céu e a terra e todas as
coisas que no céu e na terra se contêm, isto é, todo o universo" (São
Pio X, Catecismo Maior, Primeira parte, Capítulo I, 22).
"Creio em Deus Pai":
"Nossa profissão de fé começa com Deus,
pois Deus é 'o Primeiro e o Último' (Is 44, 6), o Começo e o Fim de
tudo de tudo. O Credo começa com Deus Pai, pois o Pai é a Primeira
Pessoa Divina da santíssima Trindade; nosso Símbolo começa pela
criação do céu e da terra, porque a criação é o começo e o
fundamento de todas as obras de Deus" (Catecismo
da Igreja Católica, 198).
"Todo-poderoso": "De todos os atributos divinos, só a onipotência de deus é
mencionada no Símbolo: confessá-la é de grande importância para
nossa vida. Nós cremos que ela é universal, pois deus, que criou
tudo, governa tudo e pode tudo, é também de amor, pois Deus é nosso
Pai; e é misteriosa, pois somente a fé pode discerni-la, quando (a
onipotência divina) 'se manifesta na fraqueza' (2 Cor 12, 9)"
(Catecismo da Igreja Católica, 268),
e: "Deus é o Pai todo-poderoso. Sua paternidade e seu poder
iluminam-se mutuamente. Com efeito, ele mostra sua onipotência
paternal pela maneira como cuida de nossas necessidades, pela adoção
filial que nos outorga ('Serei para vós um pai, e sereis para mim
filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso': 2 Cor 6, 18) e
finalmente por sua misericórdia infinita, pois mostra seu poder no
mais alto grau, perdoando livremente os pecados" (Idem,
270).
"Criador": "No princípio, Deus criou o céu e a terra' (Gn 1, 1). Com essas
solenes palavras inicia-se a sagrada escritura. O Símbolo da fé
retoma estas palavras confessando Deus Pai todo-poderoso como 'o
Criador do céu e da terra', ' de todas as coisas visíveis e
invisíveis" (Catecismo da Igreja Católica,
279).
"O
céu e a terra": "O Símbolo dos Apóstolos
professa que Deus é 'o Criador do céu e da terra', e o Símbolo
niceno-constantinopolitano explicita: '...do universo visível e
invisível.
Na Sagrada Escritura, a expressão 'céu e terra' significa tudo
aquilo que existe, a criação inteira. Indica também o nexo no
interior da criação, que ao mesmo tempo une e distingue céu e terra: 'a terra' é o mundo dos
homens; 'o céu' ou 'os céus' pode designar o firmamento, mas
também o 'lugar' próprio de Deus: 'nosso Pai nos céus' (Mt 5, 16)" (Catecismo
da Igreja Católica, 326).
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02 |
Quem é Deus?
R= "Deus é um puro espírito, eterno,
infinitamente perfeito, criador do céu e da terra e soberano Senhor
de todas as coisas" (Mnr Cauly, Curso
de Instrução Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II). |
"É um puro espírito,
isto é, um Ser invisível, ainda que real; é uma inteligência
vivente sem corpo nem figura que não se pode ver nem tocar. - Sua
natureza consiste ainda em não ter começo, nem fim, pois é
eterno; consiste também em reunir em si
mesmo todas as perfeições em um grau infinito.
Com relação ao mundo e a nós, Ele é o Criador,
isto é, Ele, com nada, fez o céu a terra e tudo o que
encerram; é também o mestre absoluto do
universo inteiro, isto é, governa tudo e poderia aniquilar tudo" (Idem).
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03
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Quais são as principais perfeições de Deus?
R= “1° A eternidade. — Deus,
sendo o ser necessário, a causa primordial, sempre existiu e
existirá sempre; pois que existe por si mesmo, não pode ter nem
começo, nem sucessão, nem fim.
2° A unidade.
— Esta qualidade pertence igualmente á essência divina; de outro
modo Deus não seria mais o Ser supremo. A razão nos diz que basta um
Deus para explicar tudo e que o infinito não podendo ter coisa
igual, vários deuses se excluiriam uns aos outros.
3° A simplicidade.
— Esta palavra exprime a exclusão de todas as imperfeições do
composto e da matéria; é isto que significa a expressão: puro
espírito.
4° A
imutabilidade. — Isto é, Deus não muda, não pode adquirir
nem perder coisa alguma; não modifica suas previsões nem suas
vontades, e as variações que lhe atribuímos não existem, senão com
relação a nós.
5º A
imensidade. — Sem limites no tempo, Deus nem tão pouco os
tem na extensão. Está em toda a parte, no céu, sobre a terra, em
todos os lugares, não como os corpos que necessitam de uma porção
limitada do espaço, mas como os espíritos e, mais ou menos, como
nossa alma está toda inteira e em cada parte do corpo que ela anima”
(Mnr Cauly, Curso de
Instrução Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II). |
04 |
Há em Deus
outras perfeições?
R=
Sim. "Há em Deus outras perfeições que se
designam pelo nome de atributos operativos e que são os princípios
dos seus atos; Ele os possui no supremo grau, mas permite que o
homem os possua também em certo grau"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução
Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II). |
"1° A inteligência, que se chama em
Deus onisciência ou sabedoria infinita; por ela Deus vê tudo junto:
o passado, o presente e até os nossos mais secretos pensamentos, e
isto sem diminuir em nada a nossa liberdade.
2° A vontade: é, em Deus, uma
faculdade livremente ativa de fazer o que lhe apraz; a vontade
humana é a imagem da vontade divina, com esta diferença porém, que
em Deus a infinita perfeição exige que sua vontade não se dirija
senão para o bem.
3° A onipotência: isto é, Deus fez e
pode fazer tudo o que Ele quer, sem esforço e por sua só vontade,
exceto tudo o que envolve pecado ou contradição"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução
Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II).
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05 |
Há ainda outras perfeições em Deus?
R= Sim. "Deus
possui ainda outras perfeições que se chamam atributos morais. São
como que as virtudes de Deus, que as criaturas racionais devem
procurar imitar"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução
Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II). |
"1° A sabedoria: é esta
perfeição moral em virtude da qual Deus se determina sempre para
fins dignos de sua infinita perfeição.
2° A bondade: é esta
propensão que leva Deus a procurar o bem de suas criaturas. — A
bondade de Deus é tão manifesta, que costumamos designa-lO por este
atributo, e dizemos: o bom Deus! Quando a bondade de Deus se exerce
em favor do pecador e tende a converte-lO e conceder-lhe o perdão,
chama-se misericórdia.
3° A santidade:
designamos por esta palavra o ódio infinito ao mal. Na realidade,
Deus é santo: pois não pôde amar o pecado e é, pelo contrario, o
autor de todas as virtudes. — A santidade tem por conseqüência a
justiça, que consiste em castigar o mal e recompensar a virtude.
4° A Providencia: é uma
perfeição que abrange a sabedoria, a bondade e a solicitude de Deus
no governo do mundo. Em virtude de sua providencia Deus toma cuidado
de todas as criaturas. Governa o mundo físico, o sol, os astros, a
terra, as estações, o oceano. Vela em particular sobre o homem, “não
permitindo que um cabelo caia da nossa cabeça sem sua ordem” Governa
igualmente os povos, e a historia da humanidade não é senão o
resultado da ação de Deus sobre os impérios, como o mostra Bossuet
no seu admirável livro a Historia universal.
Algumas desordens aparentes no mundo
físico ou no mundo moral não anulam o dogma da Providência; neste
mundo não podemos apreciar as razões de Deus; só na eternidade é que
havemos de avaliá-las perfeitamente"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução
Religiosa, Primeira Parte, 1º Artigo, II).
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06 |
Quantos deuses há?
R=
"Há um só Deus e não pode haver mais do que
um" (2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"A confissão da Unicidade de Deus, que tem a sua
raiz na Revelação Divina na Antiga Aliança, é inseparável da
confissão da existência de Deus, e igualmente fundamental. Deus é
Único: só existe um Deus: 'A fé cristã confessa que há Um só Deus,
por natureza, por substância e por essência"
(Catecismo Romano 1, 2, 2)" (n. 200).
"Deus é o único Deus, o Deus fiel..."
(Dt 7, 9). |
07 |
Quantas pessoas há em Deus?
R= "Em Deus há três pessoas iguais e realmente
distintas, que são o Pai, o Filho e o Espírito Santo" (2º
Catecismo da Doutrina Cristã). |
“A manifestação clara de um Deus em três Pessoas
distintas temos na Anunciação de Maria, em que se fala claramente de
Deus, do Filho de Deus e do Espírito Santo. “O anjo Gabriel, diz-nos
o evangelho, foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada
Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da
casa de David; e o nome da virgem era Maria”. E' Deus Pai que enviou
o anjo. Depois que o anjo a saudou, disse-lhe: eis que conceberás e
darás à luz um filho, e dar-lhe-ás o nome de Jesus. Ele será grande e
chamar-se-á Filho do Altíssimo, e Deus dar-lhe-á o trono de seu pai
Davi e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá
fim”. Por fim o anjo explica a Maria: “O Espírito Santo descerá
sobre ti, e a força do Altíssimo cobrir-te-á com a sua sombra. E por
isso o santo que nascerá de ti será chamado Filho de Deus”
(Lc l, 26-35).
No batismo de Jesus, igualmente, se manifesta a
trindade das Pessoas divinas. Jesus Cristo, o Filho de Deus,
tinha-se apresentado a João Batista, no Jordão, e fizera-se batizar
por ele; apenas Jesus saiu da água, os céus abriram-se, e o Espírito
Santo, em figura de pomba, desceu sobre ele, e ouviu-se uma voz que
dizia: “Este é meu Filho querido, a quem sempre tanto amei”
(Mt 3, 17). E' a voz do Pai
celeste.
Quando Jesus fez a promessa do Espírito Santo, assim
se expressou: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador...
o Espírito de Verdade” (Jo 14, 16-17).
Vemos nestas palavras de Jesus Cristo que o Filho roga, pede; o Pai
é rogado e envia; o Espírito Santo é enviado à terra. Portanto,
aparecem três Pessoas iguais e têm a mesma natureza, quer dizer, são
um só Deus.
Várias vezes falou Jesus sobre as três Pessoas
divinas. Revelou, porém, claramente este mistério de Deus em três
Pessoas quando, após a sua ressurreição, promulgou a lei do batismo,
dizendo aos apóstolos: “Ide, ensinai a todas as nações, batizando-as
em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes a
observar tudo o que vos tenho mandado” (Mt 28,
19-20). Notemos que Jesus não diz “em nomes”,
mas “em nome”, no singular, querendo dizer uma só coisa, uma só
natureza divina, que é Deus. Mas diz também três Pessoas — Pai,
Filho, Espírito Santo.
Os ensinamentos de Cristo a respeito de um Deus em
três Pessoas distintas são claros. Eis o mistério: existe um só
Deus, e Deus existe em três Pessoas iguais e distintas, que são as
três Pessoas da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Para que um ser seja uma pessoa é preciso ter
inteligência. Cada um de nós é uma pessoa. Pedro, Joaquim, são
pessoas. Não são pessoas um boi ou uma pedra. Entre as criaturas,
onde há várias pessoas, há desigualdade. Uma é grande, outra é
pequena; uma é fraca, outra é forte; uma é mais velha, outra mais
moça. Isto que se dá entre os homens não se verifica nas três
Pessoas divinas. São realmente distintas as três Pessoas divinas,
isto é, uma não é a outra. O Pai não é o Filho, nem o Espírito
Santo; o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo; o Espírito Santo
não é o Pai, nem o Filho. Até aqui tudo claro. Não compreendemos,
porém, que essas três Pessoas divinas sejam perfeitamente iguais:
todas as três têm a mesma natureza divina, isto é, a mesma
inteligência, o mesmo poder, a mesma vontade, por outras palavras,
todas as três têm o mesmo pensamento, o mesmo querer, a mesma
atividade no mundo. O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é
Deus, mas só há um Deus. É um mistério que nós não podemos nunca
compreender. Podemos, contudo, ilustrá-lo por algumas comparações.
São Patrício, o primeiro apóstolo dos irlandeses, aos
quais levou as primeiras noções do evangelho, pregando àqueles povos
pagãos o mistério da Santíssima Trindade, julgavam eles que as três
Pessoas fossem três deuses. Então o santo, para tornar a idéia um
pouco acessível, tomou uma folha de trevo, e mostrou-lhes três
folhinhas distintas, mas constituindo uma só folha. Do mesmo modo,
disse ele, que estas três folhas constituem uma só folha, assim
também as três Pessoas divinas constituem um só Deus. E aqueles
pagãos acreditaram que em Deus há três Pessoas e que as três Pessoas
não fazem senão um Deus só. Este fato é comemorado por todos os
irlandeses no dia 17 de março, festa de São Patrício, em que todos
os fiéis levam no paletó ou no chapéu um raminho de trevo, em
recordação da evangelização cristã de São Patrício. O que sucedeu
com São Patrício ocorreu com todos os Missionários. Todos eles
pregaram a doutrina e a devoção à Santíssima Trindade. Isto também
aconteceu no Brasil; o Pe. Anchieta e todos os missionários
ensinaram aos nossos índios a devoção à Santíssima Trindade.
Vejamos outra comparação, que poderá igualmente
ilustrar este mistério de um Deus em três Pessoas iguais e realmente
distintas: imaginemos uma lanterna de três lados,
cujos vidros sejam de cor diferente, digamos: verde, encarnado,
amarelo. Pondo na lanterna uma vela acesa, ela, embora seja uma só,
de um lado aparecerá verde, do outro encarnado, do outro amarela,
como se fossem três velas distintas.
Assim também em Deus, as três Pessoas distintas: Pai,
Filho e Espírito Santo são um só Deus verdadeiro, possuem uma e a
mesma natureza divina.
As três Pessoas Divinas são um só Deus, que está em
toda a parte, é onipotente, sabe tudo, e é a bondade infinita. Entre
os homens o pai vem antes do filho; mas isto não se dá com as
Pessoas divinas; as três Pessoas divinas são todas eternas. Não o
compreendemos, mas devemos lembrar-nos de que estamos diante de um
mistério, que foi revelado pelo próprio Deus, sabedoria infinita,
que não pode enganar.
Agradeçamos a Deus por nos ter revelado este mistério
sublime de um só Deus em três pessoas. Adoremo-lO e vivamos para
este Deus que nos fez para si.
Rezemos com devoção muitas vezes na vida o “Glória ao
Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. Façamos também muitas vezes com
devoção o sinal da cruz que é o sinal do cristão e no qual nós
afirmamos que existe um só Deus em três Pessoas iguais e realmente
distintas” (Leituras da Doutrina Cristã, I
Dogma).
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08
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Como se chama esse mistério de um Deus
em três pessoas iguais e realmente distintas: Pai, Filho e Espírito
Santo? R=
"Chama-se o mistério da Santíssima Trindade"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
09
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Que é o mistério da Santíssima Trindade?
R= "É o mistério
de um só Deus em três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo. Estas
três pessoas distintas entre si, não são contudo senão um só Deus,
porque elas têm, uma mesma natureza divina. A primeira pessoa é
chamada Pai, porque é o principio, e gera de toda eternidade ao
Filho, consubstancial a ela; a segunda é chamada Filho, porque, de
toda eternidade, é gerada pelo Pai, tendo a mesma natureza ou
substância que ele. A terceira pessoa é o Espírito Santo que procede
a um tempo do Pai e do Filho, desde toda a eternidade igualmente; de
maneira que as três pessoas divinas são iguais em tudo, não tendo
senão uma única e mesma substância, sem ser uma mais antiga, nem
mais poderosa, nem mais perfeita que as outras"
(Mnr Cauly, Curso de Introdução
Religiosa, Primeira Parte, Iº Artigo). |
10
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Como conhecemos o mistério da Santíssima Trindade?
R= "Nós o
conhecemos porque o próprio Deus no-lo revelou. Este mistério era
pouco conhecido dos Judeus, mas no seu Evangelho, Nosso Senhor falou
a miúdo de seu Pai e do Espírito Santo, e ensinou-nos que eram com
ele um só e mesmo Deus. Mandou seus apóstolos batizar as nações em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. São João nos diz: “São
três no Céu que dão testemunho: o Pai, o Verbo (ou o Filho), e o
Espírito Santo, e estes três são um só” (I Ep, v, 7). A Trindade se
manifestou no Batismo de Nosso Senhor e na sua Transfiguração: o
Pai, que falava do alto do Céu, o Filho que estava glorificado, e o
Espírito Santo que baixava nele sob a forma de pomba ou de nuvem
luminosa. Por isso, a crença na Santíssima Trindade, sempre fez
parte do dogma católico: os Símbolos da nossa fé, e mais
especialmente o de Santo Atanásio no-la mostram expressa"
(Mnr Cauly, Curso de Introdução Religiosa, Primeira Parte, Iº
Artigo). |
11
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Podemos conceber o mistério da Santíssima Trindade?
R= "Ainda que não
seja possível entendermos o mistério da Santíssima Trindade,
podemos, todavia, concebe-lo, isto é, fazer uma idéia dele. Eis aqui
como se exprimem os doutores : “Deus Pai, sendo o Ser infinitamente
inteligente e ativo, não foi jamais um instante sequer sem ter
conhecimento de si próprio. Ora este conhecimento infinito,
perfeito, igual a Deus, embora distinto dele, é sua Sabedoria ou seu
Verbo, o qual, possuindo necessariamente uma realidade diferente,
chama-se Filho. — Mas Deus Pai, conhecendo-se tal qual é, e
conhecendo o Filho com suas infinitas perfeições, não pôde deixar de
amá-lo. E este Filho, do mesmo modo conhecendo seu Pai, não pôde
deixar de o amar com um amor eterno e infinito. Ora este amor
recíproco do Pai e do Filho, realidade necessariamente subsistente,
chama-se terceira pessoa, ou Espírito Santo. Procede a um tempo do
Pai e do Filho, e é Deus também sendo infinito e eterno como eles”.
Por outra parte, para facilitar a concepção deste dogma, Deus
multiplicou em todo lugar, na natureza, imagens, símbolos da sua
Trindade. Hajam vista a raiz, o caule e os ramos, formando uma só
planta; no sol, o foco, a luz e o calor fazendo somente um astro; na
família, o pai, a mãe, a criança que são uma como trindade da terra.
A vida do homem encerra três vidas: animal, intelectual,
sobrenatural. Sua alma, principalmente, é como que o transunto da
Trindade celeste: ser único, tem ela três faculdades, sensibilidade,
inteligência, vontade; ela é o principio do seu pensamento e do seu
amor. Se cada uma destas três coisas: princípio, pensamento, amor
fosse em nós uma personalidade, teríamos a trindade na unidade"
(Mnr Cauly, Curso de Introdução
Religiosa, Primeira Parte, Iº Artigo). |
12
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Quais são as obras ou operações das três pessoas da
Santíssima Trindade?
R= "As três
pessoas divinas, por terem a mesma substância divina, não se
manifestam exteriormente uma sem a outra e tudo, no mundo é sua obra
comum. — Não obstante, por apropriação, e por modo de falar,
atribuímos geralmente ao Pai a criação, como obra de poder; ao Filho
a redenção como obra de Sabedoria, e ao Espírito Santo a
santificação, como obra de santidade. Mas na realidade, as três
pessoas divinas cooperam em todas estas obras. Devemos notar
entretanto, que a redenção foi a obra do Filho por ser pessoalmente
levada a efeito por ele; pois é unicamente a segunda pessoa que se
fez homem, e nos remiu" (Mnr
Cauly, Curso de Introdução Religiosa, Primeira Parte, Iº Artigo). |
13
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Qual é a primeira pessoa da Santíssima Trindade?
R= "A primeira pessoa da
Santíssima Trindade é o Pai" (2º
Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Os discípulos de Jesus queriam aprender a rezar e
perguntaram a Seu Mestre: Senhor, como é que temos que dizer quando
rezamos?... E Jesus respondeu... Não disse que chamasse a Deus de
"Senhor", nem de "Todo-o]poderoso" ou de "Criador", mesmo que seja
verdade que Deus tem direito a todos esses títulos. Ele disse:
Quando falardes com Deus haveis de dizer: Pai Nosso. Acima de outros
títulos, Deus estima o título de Pai. Melhor que como Criador,
Senhor e Todo-poderoso, Ele quer que nós os homens O reconheçamos
como Pai" (Leituras da Doutrina Cristã, I
Dogma).
"Nossa profissão de fé começa com Deus, pois Deus é
'o Primeiro e o Último' (Is 44, 6),
o Começo e o Fim de tudo. O Credo começa com Deus Pai, pois o Pai é
a Primeira Pessoa Divina da Santíssima Trindade; nosso Símbolo
começa pela criação do céu e da terra, porque a criação é o começo e
o fundamento de todas as obras de Deus"
(Catecismo da Igreja Católica, 198).
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14
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Qual é a segunda pessoa da Santíssima Trindade?
R= "A segunda pessoa da
Santíssima Trindade é o Filho" (2º
Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou
Deus seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, para remir
os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial"
(Gl 4, 4-5). Este é "o Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus".
Deus visitou seu povo, cumpriu as promessas feitas a Abraão e à sua
descendência; fê-lo para além de toda expectativa: enviou seu "Filho
bem-amado". Cremos e confessamos que Jesus de Nazaré, nascido judeu
de uma filha de Israel, em Belém, no tempo do rei Herodes Magno e do
Imperador César Augusto, carpinteiro de profissão, morto e
crucificado em Jerusalém, sob o procurador Pôncio Pilatos, durante o
reinado do imperador Tibério, é o Filho eterno de Deus feito homem;
que ele "veio de Deus" (Jo 13, 3), "desceu do céu" (Jo 3, 13; 6,
33), "veio na carne", pois "o Verbo se fez carne e habitou entre
nós, e nós vimos sua glória,, glória que ele tem junto ao Pai, como
Filho único, cheio de graça e de verdade... Pois de sua
plenitude nós recebemos graça por graça" (Jo 1, 14-16)
(Catecismo da Igreja Católica, 422-423).
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15
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Qual é a terceira pessoa da Santíssima Trindade?
R= "A terceira pessoa da
Santíssima Trindade é o Espírito santo"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Sabemos que é uma das três Pessoas divinas que, com
o Pai e o Filho, constituem a santíssima Trindade. sabemos também
que é designado por outros nomes: Ele é o Paráclito (palavra grega
que significa "Consolador"), o Advogado (que defende a causa dos
homens diante de Deus), o Espírito de Verdade, o Espírito de Deus e
o Espírito de Amor" (Pe. Leo J. Trese, A Fé
Explicada, Capítulo IX).
|
16
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O Pai é Deus?
R= "Sim; o
Pai é Deus" (2º Catecismo da Doutrina
Cristã). |
a. "Paulo, apóstolo - não da parte dos homens nem por
intermédio de um homem, mas por Jesus Cristo e
Deus Pai que o ressuscitou dentre os mortos"
(Gl 1, 1).
b. "Graça e paz a vós da parte de
Deus, nosso Pai,
e do Senhor Jesus Cristo" (Ef 1, 2).
c. "A vós graça da parte de
Deus nosso Pai e do Senhor Jesus cristo"
(Fl 1, 2).
d.
"... a vós graça e paz da parte de Deus, nosso
Pai" (Cl 1, 2).
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17
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O Filho é Deus?
R= "Sim; o
Filho é Deus" (2º Catecismo da Doutrina
Cristã). |
a. "Donde me vem que a mãe do
meu Senhor me visite?" (Lc 1, 43).
b. "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com
Deus e o Verbo era Deus"
(Jo 1, 1).
c. "Aos quais pertencem os patriarcas, e dos quais
descende o Cristo, segundo a carne, que
é acima de tudo, Deus bendito pelos
séculos! Amém" (Rm 9, 5).
d. "Aguardando a nossa bendita esperança, a
manifestação da glória do nosso grande Deus e
salvador, Cristo Jesus" (Tt 2, 13).
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18
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O Espírito santo é Deus?
R= "Sim; o
Espírito Santo é Deus" (2º Catecismo da
Doutrina Cristã). |
"Ananias, por que encheu Satanás o teu coração para
mentires ao Espírito Santo, retendo
parte do preço do terreno? Porventura, mantendo-o não permaneceria
teu e, vendido, não continuaria em teu poder? Por que, pois,
concebeste em teu coração esse projeto? Não
foi a homens que mentiste, mas a Deus"
(At 5, 3-4).
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19
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Então são três deuses?
R= "Não; são
três pessoas distintas, mas um só Deus"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Deus Pai e Deus Filho contemplam a amabilidade
infinita um do outro. E flui entre essas duas Pessoas um Amor
divino. É um amor tão perfeito, de tão infinito ardor, que é um amor
vivo, a que chamamos Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima
Trindade. Como dois vulcões que trocam entre si uma mesma corrente
de fogo, o Pai e o Filho correspondem-se eternamente por meio dessa
Chama Viva de Amor. Por isso dizemos no Credo niceno que o Espírito
Santo procede do Pai e do Filho" (Pe. Leo J.
Trese, A Fé Explicada, Capítulo IX), e: "A
confissão da Unicidade de Deus, que tem sua raiz na Revelação Divina
da Antiga Aliança, é inseparável da confissão da existência de Deus,
igualmente fundamental. Deus é Único, só existe um Deus. 'A fé
cristã confessa que há Um só Deus, por natureza, por substância e
por essência" (Catecismo da Igreja Católica,
200).
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20
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Por que são as três pessoas da
Santíssima Trindade um só Deus, e qual das três é maior, mais
poderosa e mais sábia?
R= "As três
pessoas da Santíssima Trindade são um só Deus, porque todas três têm
uma só e a mesma natureza divina. As três pessoas são todas iguais,
porque todas têm a mesma natureza divina, o mesmo poder e a mesma
sabedoria" (2º Catecismo da Doutrina
Cristã). |
"Esta é a vida interior da Santíssima Trindade: Deus
que conhece, Deus conhecido e Deus que ama e é amado. Três Pessoas
divinas, cada uma distinta das outras duas na sua relação com elas
e, ao mesmo tempo, possuidora da mesma e única natureza divina em
absoluta e perfeita unidade. Possuindo por igual a natureza divina,
não há subordinação de uma Pessoa a outra. Deus Pai não é mais sábio
que Deus Filho, Deus Filho não é mais poderoso que Deus Espírito
Santo" (Pe. Leo J. Trese, A Fé Explicada,
Capítulo IX).
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21
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Não existiu o Pai antes do Filho e
antes do Espírito Santo?
R= "Não; o Pai não existiu
antes do Filho, nem antes do Espírito Santo, porque todas esses três
pessoas divinas são igualmente eterna"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Devemos precaver-nos também para não imaginar a
Santíssima Trindade em termos temporais. Deus Pai não 'veio' em
primeiro lugar, e depois, um pouco mais tarde, Deus Filho, e por
último Deus Espírito Santo. Este processo de conhecimento e amor que
constitui a vida íntima da Trindade existe desde toda a eternidade;
não teve princípio" (Pe. Leo J. Trese, A Fé
Explicada, Capítulo IX).
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De Deus Criador
- Dos anjos -
|
22
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Que são os anjos?
R= "Os anjos
são puros espíritos, que não são, como a nossa alma, unidos a
corpos, e que Deus criou para adorá-lO e servi-lO"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa). |
"Deus é
criador do céu e da terra e de todo o mundo, e formador dos Anjos e
dos homens. Só Ele é Pai, Deus criador, formador e moldador. Ele
criou e formou ambas as coisas, tudo: o visível e o invisível, neste
mundo e no céu... Por conseguinte, criou também os seres
espirituais. O universo não foi criado nem formado pelos Anjos; Deus
não necessita deles para esse fim... Os Anjos são espirituais, não
possuem carne" (Santo Irineu de Lião),
e: "É necessário
admitir-se que os Anjos bem como todos os seres com exceção de Deus,
foram criados por Deus. De fato, só Deus é a Sua própria existência,
enquanto que, em todos os demais seres, a essência difere da
existência, e esta, sendo contingente, requer a criação por parte do
Ser Supremo que é Deus" (Archibald Joseph
Macintyre, Os Anjos, Uma Realidade Admirável, Capítulo 6).
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23
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Em que estado Deus criou os anjos?
R= "Deus
criou os anjos em estado de inocência e santidade"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
24
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Deus criou os anjos dotando cada um
de uma vontade que o faz supremamente livre?
R= Sim:
"Sabemos que para se alcançar o céu é
necessário amar a Deus. É pelos seus ato de amor a Deus que um
espírito, seja anjo ou alma humana, fica habilitado a ir para o céu.
E este amor tem que ser provado pelo único modo como o amor pode ser
provado: pela livre e voluntária submissão da vontade criada por
Deus, por aquilo que chamamos comumente um 'ato de obediência' ou um
'ato de lealdade" (Pe. Leo J. Trese, A
Fé Explicada, Capítulo IV). |
25
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Deus dotou os anjos de
livre-arbítrio? R=
Sim: "Para que fossem capazes de fazer o
seu ato de amor por Ele, de escolhê-lo. Só depois é que o veriam
face a face; só então poderiam entrar nessa união eterna com Ele a
que chamamos 'céu" (Pe. Leo J. Trese, A
Fé Explicada, Capítulo IV). |
"Nos Anjos há livre arbítrio, isto é, capacidade de
livre escolha, pois como vimos, onde quer que haja entendimento deve
haver possibilidade de escolha. Ora, se há livre arbítrio nos
homens, com mais razão deverá havê-lo nos anjos, seres muito mais
inteligentes, e capazes de melhor discernir para escolher"
(Archibald Joseph Macintyre, Os Anjos, Uma Realidade
Admirável, Capítulo 8).
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26
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Perseveram todos os anjos no estado
de inocência e santidade?
R= "Não; alguns anjos
perseveraram no bem e outros se revoltaram contra Deus"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Deus não nos deu a conhecer a espécie de prova a que
submeteu os anjos. Muitos teólogos pensam que deu aos anjos uma
visão prévia de Jesus Cristo, o Redentor da raça humana, e lhes
mandou que o adorassem...: Jesus Cristo em todas as suas
humilhações, uma criança no estábulo, um criminoso na cruz. Segundo
esta teoria, alguns anjos se teriam rebelado ante a perspectiva de
terem que adorar ao Deus encarnado. Conscientes da sua própria
magnificência espiritual, da sua beleza e dignidade, não quiseram
fazer o ato de submissão que a adoração a Jesus Cristo lhes pedia.
Sob a chefia de um dos anjos mais dotados, Lúcifer, 'Portador da
luz', o pecado de orgulho afastou de Deus muitos anjos, e o terrível
grito, 'não servirei', percorreu os céus" (Pe.
Leo J. Trese, A Fé Explicada, Capítulo IV).
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27
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Como se chamam os anjos que
perseveraram no bem?
R= "Os anjos
que perseveraram no bem chamam-se anjos bons ou simplesmente anjos"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Imediatamente os bons anjos, guiados por São Miguel
Arcanjo, fiéis totalmente a Deus, precipitaram Lúcifer e os anjos
maus no inferno, que Deus precisou criar para receber eternamente
esses demônios e seus seguidores. Os anjos bons foram confirmados no
bem, não podem mais pecar e gozam da felicidade eterna"
(Leituras da Doutrina Cristã, I Dogma).
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28
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Como se chamam os anjos que se
revoltaram contra Deus?
R= "Os anjos que se revoltaram
contra Deus chamam-se anjos maus ou demônios"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Não sabemos quantos anjos pecaram; Deus não quis
informar-nos acerca disso. Pelas referências da sagrada escritura,
inferimos que os anjos caídos (os 'demônios', como comumente os
chamamos) são numerosos. Mas o mais provável é que a maioria das
hostes celestiais tenha permanecido fiel a Deus, tenha feito o seu
ato de submissão a Deus e esteja com Ele no céu"
(Pe. Leo J. Trese, A Fé Explicada, Capítulo IV).
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29
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Como foram punidos os anjos rebeldes?
R= "Os anjos
rebeldes foram punidos com a expulsão do céu e a condenação ao
inferno" (2º Catecismo da Doutrina
Cristã). |
"E assim começou o inferno. Porque o inferno é,
essencialmente, a rebelião de um espírito que se separa de Deus.
Quando a raça humana pecou na pessoa de Adão, Deus ofereceu ao
gênero humano uma segunda oportunidade. Mas não houve segunda
oportunidade para os anjos rebeldes. dadas a perfeita clareza da sua
mente angélica e a desimpedida liberdade da sua vontade angélica,
nem a infinita misericórdia de Deus podia encontrar desculpa para o
pecado dos anjos: eles compreendiam (num grau a que Adão jamais
poderia chegar) quais seriam as conseqüências do seu pecado, e não
houve neles 'tentação' no sentido em que ordinariamente entendemos a
palavra. O seu pecado foi o que poderíamos chamar um pecado 'a
sangue frio'. Por terem rejeitado a Deus deliberada e plenamente, as
suas vontades permaneceram fixas contra Deus, fixas para sempre.
Neles não é possível o arrependimento, pois não querem
arrepender-se. Fizeram a sua escolha por toda a eternidade. Neles
arde um ódio perpétuo contra Deus e contra todas as suas obras"
(Pe. Leo J. Trese, A Fé Explicada, Capítulo
IV).
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30
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Os anjos rebeldes ou demônios podem
fazer-nos algum mal?
R= "Sim; os
demônios podem fazer-nos mal, atormentando-nos e tentando-nos"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
“Não penses que, nesta minha descrição, esteja
exagerando o estado das coisas. Da mesma forma não julgues que as
dificuldades descritas sejam tão extraordinárias somente porque nós,
encerrados neste corpo como numa prisão, não possamos perceber nada
das coisas invisíveis! Verias luta mais pesada e terrível do que a
descrita, se tivesses ocasião de lançar um olhar sobre a terrível
linha de combate do demônio e seus ataques furiosos. Ele não tem aço
nem ferro, nem cavalos, nem carros de combate, nem fogo, nem
flechas, nem dardos nem quaisquer outros instrumentos materiais; as
armas desses adversários são outras, muito mais perigosas. Eles não
necessitam de armadura, nem de escudo, nem de espada, nem de lança.
Basta o seu simples aspecto para derrubar a alma, a não ser que esta
esteja preparada e exercitada na virtude e, além disso, goze de
graça divina mais forte do que a própria virtude. E, se fosse
possível desfazer-se deste corpo ou, mesmo com o corpo, mas sem
impedimentos e sem medo, e ver com teus olhos abertos essa linha de
combate do demônio e sua luta contra nós, perceberias, não rios de
sangue, nem cadáveres, mas tantas almas feridas e caídas, que,
comparada a isso, acharias a imagem bélica que te pintei uma simples
brincadeira. Tamanho é o número dos que diariamente são derrotados
(pelo demônio). As feridas recebidas nessa luta não levam à mesma
morte; tanta a diferença entre corpo e alma, quanta a diferença
entre as duas mortes. A alma, ao receber o golpe mortal, não se
torna insensível como o corpo, mas sentirá a punição. Já nesta terra
a má consciência lhe causará vexames e, uma vez passada desta para a
outra vida, será submetida ao juízo que a condenará ao castigo
eterno. No caso, contudo, em que alguém se mostrar insensível aos
golpes do demônio, esta insensibilidade é sinal de perigo maior,
pois quem não sentir o primeiro golpe, receberá um segundo e um
terceiro. O infame não cessará com seus ataques até o último suspiro
da alma que não soube defender-se já contra os primeiros golpes.
Caso ainda queiras conhecer de perto a maneira de
atacar do demônio, verificarás que é, além de intensa, muito
variada. Como aquele infame, ninguém conhece as múltiplas intrigas,
tramóias, astúcias e artimanhas. É isto que lhe dá tanta força.
Também não há ninguém que seja capaz de manter um ódio tão
implacável como aquele malicioso contra todo o gênero humano. Em
seguida, considerando ainda o zelo e o afinco com que ele luta,
qualquer comparação com os homens e suas atitudes tornar-se-ia
ridícula. Até os animais mais ferozes e mais sanguinolentos,
comparados com ele, tornar-se-iam mansos e dóceis. Com tanta raiva
ele esbraveja contra as nossas almas.
Ainda outras diferenças entre as lutas desta terra e
as das almas poderão ser mencionadas: o tempo do combate aqui é
breve e, ainda assim, interrompido por armistícios. A noite, a
fadiga, a fome e muitas outras circunstâncias são motivos para os
soldados descansarem. Aí podem depor as armaduras, refazer as
forças, refrigerar-se com comidas e bebidas e, por estes e outros
meios, recuperar as forças perdidas. Na luta com aquele maligno,
porém, nunca haverá pausa; nunca poderás despojar-te das armas,
nunca poderás entregar-te ao descanso, caso quiseres ficar ileso.
Necessariamente acontecerá uma das duas: perecer depois de ter
perdido as armas ou continuar firme, armado e vigilante. Aquele
adversário infame mantém sempre sua linha de combate perto de nós,
pronta para nos perder tão logo note algum relaxamento em nossa
vigilância. Podes estar certo: mais zelo emprega ele para a nossa
perdição do que nós para a nossa salvação! Finalmente, a
circunstância de ele ser invisível para nós é prova de que esta luta
é muito mais perigosa do que aquela que descrevi: pois assim pode
encontrar-nos despercebidos a não ser que nossa vigilância seja
constante” (São João Crisóstomo, O Sacerdócio,
Livro VI, 13).
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31
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Como podemos vencer as tentações do
demônio? R=
"Podemos vencer as tentações do demônio com a
oração, o uso dos sacramentos, sacramentais e um desprezo
soberano do demônio"
(Santa Teresa D'Ávila). |
“Remédios contra a tentação diabólica. Estes remédios
são indicados pêlos Santos, e em particular por Santa Teresa
O primeiro é oração humilde e confiada, para pôr do
nosso lado a Deus e aos seus Anjos. Se Deus está conosco, quem será
contra nós? E na verdade, quem pode ser comparado com Deus.
Esta oração deve ser humilde; porque não há nada que
ponha mais rapidamente em fuga o anjo rebelde que, tendo-se
revoltado por orgulho, jamais soube praticar esta virtude:
humilhar-se diante de Deus, reconhecer a incapacidade de triunfar
sem o auxílio do céu, desconcerta os ardis do anjo soberbo. Deve ser
confiada, porque, estando a glória de Deus interessada em nosso
triunfo, podemos ter plena confiança na eficácia da sua graça.
É bom invocar também a S. Miguel que, tendo infligido
ao demônio uma insigne derrota, terá sumo prazer em completar a
vitória em nós e por nós. O nosso Anjo da Guarda de bom grado o
auxiliará, se confiarmos nele. Mas sobretudo não nos esqueçamos de
implorar o socorro da Virgem Imaculada, que com seu pé virginal não
cessa de esmagar a cabeça da serpente, e é mais terrível ao demônio
que um exército em ordem de batalha.
O segundo meio é usar com muita confiança dos
sacramentos e sacramentais. A confissão, por ser um ato de
humildade, põe o demônio em fuga; a absolvição, que a segue,
aplica-nos os merecimentos de Jesus Cristo e torna-nos invulneráveis
às flechas do inimigo, a sagrada comunhão, introduzindo em nosso
peito Aquele que suplantou Satanás, inspira-lhe um verdadeiro
terror.
Os mesmos sacramentais, o sinal da Cruz, ou as
orações litúrgicas feitas com espírito de fé, em união com a Igreja,
são também um precioso auxílio. Santa Teresa recomenda
particularmente a água-benta, talvez porque é humilhante para o
demônio ver-se assim frustrado em seus ardis por um meio tão simples
como aquele.
E assim, o último meio é um desprezo soberano do
demônio. É ainda Santa Teresa que no-lo diz: “Muito frequentemente
me atormentam estes malditos; mas inspiram-me muito pouco temor;
porque, vejo-o muito bem, eles não podem mexer-se sem a permissão de
Deus... Saibam-no bem, todas as vezes que nós os desprezamos,
diminuem as suas forças e a alma adquire sobre eles tanto mais
império... Eles não têm força mais que sobre as almas covardes, que
lhe entregam as armas: mas contra esses, fazem parada do seu poder”.
Ver-se desprezar por seres mais fracos é,
efetivamente, intolerável humilhação para esses espíritos soberbos.
Ora, como já dissemos, apoiados humildemente em Deus, temos o
direito e o dever de os desprezar: “Se Deus é pos nós, quem será
contra nós?” Podem ladrar, não podem morder-nos, a não ser que, por
imprudência ou por orgulho, nos lancemos em seu poder.
Assim, pois, a luta que temos que sustentar contra o
demônio, bem como contra o mundo e contra a concupiscência,
consolida-nos na vida sobrenatural e até nos permite fazer nela
progressos” (Ad. Tanquerey, Compêndio de
Teologia Ascética e Mística, 223-225).
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32
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Como foram recompensados os anjos
bons? R=
"Os anjos bons foram recompensados com a posse
do céu para sempre" (2º
Catecismo da Doutrina Cristã). |
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33
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Qual é a ocupação dos anjos bons?
R= "A ocupação dos
anjos bons é adorar a Deus e executar suas ordens"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
1. "A missão dos Anjos é servir a Deus com vistas à
nossa salvação. Seu mister é fazer tudo quanto se relacione com a
salvação dos homens, que é fundamentalmente a obra de Cristo. Cristo
nos concede, como Senhor que é, a saúde da alma, e os Anjos
coadjuvam, como servidores de Cristo" (São
João Crisóstomo).
2. "Os Anjos não se acham em peregrinação como nós,
mas assistem sem interrupção, ao banquete da verdade, da luz e da
sabedoria imortais. Já são pois, bem-aventurados. Possuídos de tanta
felicidade, nos assistem em nossa peregrinação à caminho da
celestial cidade de Jerusalém.
Eles se compadecem de nós, nos auxiliam por ordem
divina, afim de que um dia alcancemos aquela pátria comum, onde, com
eles, possamos nós também nos saciar finalmente na fonte suprema de
verdade na eternidade" (Santo Agostinho).
3. "Os Anjos estão sempre dispostos e decididos a
cumprir a vontade divina e instantaneamente se encontram onde quer
que a ordem divina os envie" (São João
Damasceno).
4. “Alguns Anjos são enviados por Deus em missão
ministerial. Essa missão se realiza, sempre que é necessário para a
criatura humana, que o Anjo faça algo por ela. Ele então, aplica sua
virtude operativa àquela pessoa e ao acontecer isso, dizemos que o
Anjo se acha presente realizando uma missão. Essa missão ou
ministério se realiza por determinação, autoridade e ordem de Deus”
(Santo Tomás de Aquino).
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34
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Confiou Deus a seus anjos a missão de
velar sobre nós? R=
"Sim; Deus confiou a muitos dos seus anjos a
missão de velar sobre os homens e deu a cada um de nós um anjo
tutelar, que se chama anjo da guarda"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
“O anjo da guarda, é um bom anjo a quem, por mando de
Deus, guarda e protege a cada um de nós. Há, pois, entre os bons
anjos, alguns a quem Deus confiou a missão de nos defender.
A crença no anjo da guarda é baseada na sagrada
Escritura. “Deus, diz o salmista, ordenou aos seus anjos que nos
guardassem” (Sl 90) — “O anjo do Senhor está sempre ao lado daqueles
que temem, a Deus, e ampara-os contra os perigos” (Sl 33).
E Nosso Senhor a confirma no seu Evangelho, quando,
ao pedir a seus discípulos que não dêem escândalo às crianças: “Eu
vo-lo declaro, seus anjos contemplam sem cessar a face de meu Pai”
(Mt 18, 10).
Uma doutrina comumente aceita, e baseada por igual na
Sagrada Escritura, é que a Igreja, os reinos, as dioceses, as
paróquias, têm também seus anjos tutelares.
Os serviços que nos presta o anjo da guarda podem se
resumir em quatro.
1° Ele apresenta a Deus nossas orações e nossas boas
obras;
2° Ele zela por nós, inspira-nos bons pensamentos, e
auxilia-nos na pratica do bem;
3° Ele nos protege nos desastres, e nos vale em
nossos apuros materiais; porém, ampara especialmente nossas almas
nas tentações, contra os embustes do demônio;
4° Ele não nos abandona quando temos cometido o
pecado, mas se esforça por mover-nos à penitência”
(Mnr Cauly, Curso de Introdução Religiosa).
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35
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Quais são as nossas obrigações para
com o anjo da guarda? R=
Nossas obrigações para com o anjo da guarda
são: venerá-lo, confiar no seu poder e amá-lo. |
“Pelo nosso Anjo da guarda estamos, pois, em
comunicação permanente com o céu, e, para tirarmos disso maior
proveito, não podemos proceder melhor do que pensar amiúde nesse
protetor celeste, para lhe expressarmos a nossa veneração, confiança
e amor.
A nossa veneração,
saudando-o como um daqueles que vêem incessantemente a face de Deus,
que são junto de nós representantes do nosso Pai celeste; não
faremos pois nada, que lhe possa desagradar ou o possa contristar,
mas ao contrário esforçar-nos-emos por lhe testemunhar o nosso
respeito, imitando a sua fidelidade no serviço de Deus; o que é uma
maneira delicada de lhe provarmos a nossa estima.
A nossa confiança,
recordando o poder que ele possui para nos proteger, e a bondade que
tem para conosco, que estamos confiados a seu cargo pelo próprio
Deus. É sobretudo nas tentações do demônio que o devemos invocar,
pois que ele está acostumado a frustrar os ardis desse pérfido
inimigo; bem como nas ocasiões perigosas, em que a sua previdência e
destreza tão oportunamente nos podem auxiliar; na questão da
vocação, em que ele pode conhecer melhor que ninguém os desígnios de
Deus a nosso respeito. Ademais, quando temos algum negócio
importante que tratar com o próximo, importa dirigirmo-nos aos anjos
da guarda dos nossos irmãos, para que eles os preparem para a missão
que desejamos desempenhar junto deles.
O nosso amor,
dizendo-nos que ele tem sempre sido e é ainda para nós um excelente
amigo, que nos tem prestado e está sempre disposto a prestar
excelentes serviços. Só no céu nos será dado conhecer a extensão
desses favores; mas podemos entrevê-lo pela fé, e isto nos basta
para lhe exprimirmos o nosso reconhecimento e afeição. E
particularmente, quando a solidão nos pesa, é que podemos
lembrar-nos de que nunca estamos sós, pois temos junto de nós um
amigo dedicado e generoso, com que nos podemos entreter
familiarmente.
Não esqueçamos enfim que honrar este Anjo é honrar o
próprio Deus, de .quem ele é representante na terra, e unamo-nos
muitas vezes a ele, para melhor glorificarmos a Deus”
(Ad. Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e
Mística, 187).
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36
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Existe uma
hierarquia celeste?
R=
"A Igreja Católica, baseada em algumas
passagens da Sagrada Escritura, admite com São Dionísio Areopagita,
que os anjos dividem-se em três hierarquias, abrangendo cada uma
três coros, vindo a ser ao todo, nove coros de anjos"
(Mnr Cauly, Curso de Introdução
Religiosa). |
"1ª hierarquia ou
1ª ordem
1º coro……Anjos
2º coro……Arcanjos
3º coro……Principados
2ª hierarquia ou
2ª ordem
4º coro……Potestades
5º coro……Virtudes
6º coro……Dominações
3ª hierarquia ou
3ª ordem
7º coro……Tronos
8º coro……Querubins
9º coro……Serafins
3ª Hierarquia
Pertencem à Terceira Hierarquia,
os seres espirituais celestes mais
privilegiados, pois vivem por assim dizer, nos umbrais da
Divindade.
Pela luz de Deus, que recebem diretamente,
experimentam simultaneamente dos três graus de perfeição espiritual,
isto é, da purificação, da iluminação e da união com Deus.
Sua função, segundo São
Boaventura é a visão de Deus e sua
glorificação extrínseca, e o
aperfeiçoamento dos coros inferiores
pela iluminação que lhes comunica.
9º Coro: Os Serafins
São os mais "próximos"
de Deus, de cujo conhecimento e amor participam em grau superior aos
demais, por "contemplarem" por assim
dizer, a Deus, o Amor Supremo, a fonte de todo o Amor.
Sua vontade é como que uma fulguração que não vive
senão do amor divino. Amando somente a Deus, cada vez mais se
abrasam neste fogo celestial. Conhecem a infinita bondade de Deus
mais que qualquer ser criado, e esse conhecimento aviva-lhes sem
cessar o amor.
Deus é Caridade, é Ele mesmo o Amor; como a natureza
dos Serafins os impele a amarem, amam a Deus sem limites, sem
medidas e sem fim.
Seu ofício é amar a Deus
e cantar seus louvores
comunicando aos demais coros, o fogo do amor a
Deus. Por isso se fala nos ardentes Serafins, cujo objeto é o
bem. Eles portanto, adoram, amam e louvam sem cessar, a Santíssima
Trindade.
Devemos pedir aos Serafins que
nos abrasem no amor a Deus e nos inflame o coração no carinho
para com Maria, nossa Mãe Celeste.
Narra a Escritura que o profeta Isaías viu um Serafim
que lhe purificava os lábios com um carvão acesso que havia tomado
do altar do Senhor e antes havia ouvido como os Serafins cantavam em
coro o triságio: "Santo Santo, Santo, é o Senhor Deus dos exércitos;
cheia está a terra de sua glória".
Quando, em sentido figurado se cognomina alguém de
Serafim, está se querendo indicar alguém cujo amor a Deus supera, a
tudo; que só a Deus se entrega, homenageia e serve.
8º Coro: Os Querubins
Recebem diretamente os raios da divina Sabedoria e
estão cheios da sublimidade da ciência do Senhor. Seu entendimento é
um tesouro de luz e de verdade. Ao contemplarem a essência divina
ficam submersos naquele pélago imenso da sabedoria de Deus que os
envolve totalmente. Segundo Dionísio, os luminosos Querubins têm a
prerrogativa de. contemplar o poder divino. Como que extasiados,
prorrompem em cânticos de amor e louvor a Deus. São por assim dizer,
a personificação do zelo na realização da maior glória de Deus e da
defesa da mesma.
A palavra querubim, parece originar-se de um vocábulo
que em acádio, designava um semi-deus.
O profeta Ezequiel teve uma visão desses espíritos
celestes. Pareceu-lhe ver, de modo figurado, evidentemente, que
levavam em
carro de glória, a majestade de Deus. (Ez. 1,10). Um
Querubim teria guardado a "porta do Paraíso" após a queda de Adão.
Por meio dos Querubins, Deus enviava seus oráculos a
Moisés e aos sacerdotes do templo, conforme expressão textual da
Bíblia.
No início, os Serafins e Querubins não eram
considerados Anjos segundo o sentido literal da palavra Anjo que
significa mensageiro. No judaísmo tardio, porém, aparecem incluídos
no grupo dos seres espirituais que denominamos Anjos. (Enoque Etíope
61, 10; 71, 7).
Acredita-se que o "trono" do Papa seja guardado por
quatro Querubins, e que muitos santuários que os homenageiam são
assistidos por um deles. A piedade cristã os invoca nas tentações
contra a Fé, a virtude da pureza e os escrúpulos.
7º Coro: Os Tronos
Contemplam eternamente a Deus em sua puríssima
essência. Sorvem a torrentes a luz daquela fonte inesgotável de amor
e sabedoria. Recebem de Deus as ordens para comunicá-las às
Dominações e aos outros espíritos das hierarquias inferiores.
Como estão permanentemente junto de Deus, são como
que um 'trono" sobre o qual simbolicamente descansa a majestade
divina. Cantam, por assim dizer a glória de Deus: "Santo, Santo,
Santo é o Senhor Deus dos exércitos; toda a terra está cheia de sua
glória." (Isaias 6,3).
São Paulo na carta aos colossenses assim se refere
aos Tronos, espíritos celestes da 3? hierarquia, no Capítulo l, vs.
16: "...porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na
terra, as visíveis e as invisíveis, quer sejam os Tronos, quer as
Dominações, quer os Principados; quer as Potestades..."
Os Tronos assistem aos bispos em suas dioceses e aos
governantes e às comunidades claustrais e oferecem à Santíssima
Trindade as orações, sacrifícios que se realizam em suas
comunidades. Devemos invocá-los para que esclareçam e iluminem os
governantes, bispos e responsáveis por comunidades religiosas e
civis.
2ª Hierarquia
Sua missão primordial é a iluminação dos coros
inferiores e o cumprimento dos desígnios de Deus no universo, isto
é, o governo do mundo.
6º coro: As
Dominações
Fazem cumprir a vontade do Senhor em todos os
espíritos dos coros inferiores e no mundo.
São por assim dizer, espíritos administradores dos
quais Deus se serve para o governo, do mundo. Foram considerados os
generalíssimos dos exércitos angélicos servindo a Deus, que possui
a Dominação suprema sobre tudo quanto existe.
Suas atribuições se estendem não apenas a atuar sobre
os coros inferiores mas a todo o universo.
São Paulo se refere às Dominações na Carta aos
Efésios (1,21):
"...acima de todo o Principado, Potestade, Virtude,
Dominação e de todo o nome deste mundo, como do futuro".
Menciona-os também na 1? Cartaios Colossenses,
(1,16).
Assistem aos que se empenham em difundir o reino de
Deus: os missionários, os superiores de mosteiros e conventos, os
que possuem um ministério de devoção espiritual e os professores.
Devemos pedir às Dominações pêlos herejes, agnósticos, ateus
incrédulos, de outras religiões e pêlos católicos pouco fervorosos.
5º Coro: As Virtudes
(segundo Dionísio) ou Principados
(segundo S. Gregório)
Segundo Dionísio, é por meio deste coro da hierarquia
angélica que Deus preside o universo.
Sabemos que Deus está em todos os lugares, pois é
infinito, mas quer que as Virtudes, sustentadas pela força e poder
que d'Ele recebem, mantenham as leis que regem a criação,
suspendendo o curso dessas mesmas leis quando sua suprema vontade
assim resolve.
As Virtudes têm o poder de acalmar a fúria dos mares
e a força dos ventos, o curso dos astros. Em uma palavra: a elas
estão sujeitos os fenômenos da natureza.
Santo Tomás mostra as razões pelas quais se admite
que as Virtudes, por missão divina, realizam os milagres nas coisas
corpóreas. (Suma Teológica Q. CVIII, art. VI).
Deus envia as Virtudes aos que se esforçam por
tornarem-se melhores. Os pecadores arrependidos são auxiliados por
Virtudes Celestes, para que perseverem no bem. Para melhorarmos
nossa vida espiritual devemos invocá-los, porque, não bastam bons
pensamentos e resoluções: é necessário coragem e força para
cumprirmos as boas resoluções.
As Virtudes são citadas em: São Paulo aos Romanos 848
1ª Ep. dos Coríntios (15,24) e na carta aos Efésios (1,21).
4º Coro: As
Potestades
Os espíritos celestes denominados Potestades removem
todos os obstáculos que podem impedir a execução dos desígnios de
Deus e segundo São Gregório, vencem o poder dos demônios.
O inimigo do gênero humano, o demônio, se compraz em
estorvar o quanto pode a realização dos desígnios de Deus sobre a
humanidade. Os demônios, inconformados com a misericórdia com que
Deus trata os homens, têm um só afã, um só objetivo: o de induzi-los
a ofender a Deus, para que venham a participar de sua desdita.
Para proteger os homens contra essas insídias
diabólicas, Deus designou as Potestades, conferindo a elas os
poderes que assegurem sempre a vitória, quando invocados a intervir
nas tentações e maquinações solertes dos demônios. Auxiliam de modo
especial aos sacerdotes, inspirando-os para que se santifiquem e
exerçam bem seu ministério.
As Potestades são mencionadas nas Epístolas de São
Paulo aos Efésios (1,21), e aos Colossenses (1,16).
Rezemos às Potestades pêlos sacerdotes, para que
encontrem forças para cumprir os sublimes ditames de sua vocação no
meio de tantas dificuldades e perigos.
1ª Hierarquia
3º Coro: Os
Principados
Segundo Dionísio, os Principados personificam a força
e têm por ofício o governo dos reinos e dos povos. São como
custódios das comunidades. A eles estão sujeitos todos os espíritos
de inferior categoria e todos lhe obedecem no tocante a seu
ministério.
São como que os generais do "exército" do Rei do
Universo, que defendem e protegem as nações. Cada reino, cada nação,
cada igreja, cada localidade e cada povo tem um vigilante guarda, um
Principado que lhe serve de proteção, amparo e defesa. Ao aparecer
aos pas-torinhos em Fátima, em 1916, o Anjo se apresentou como "o
Anjo de Portugal". Seria um Principado, e que não se identificou
como tal, pois, para as crianças a quem apareceu, essa designação
certamente seria incompreensível.
Os Principados "lutam" contra as legiões infernais
que, com seus príncipes, pervertem as sociedades e fazem-nas desviar
do caminho da salvação.
São Paulo os cita nas Epistolas aos Romanos (8,38),
aos Coríntios (l, 15,24); aos Efésios (4,21), e aos Colossenses
(1,16).
Segundo São Gregório, aos Principados (que ele
chamava de Virtudes) cabe agir como os instrumentos de Deus na
realização dos milagres.
Os Principados adoram a Deus presente na Sagrada
Eucaristia e por isso um comentarista recomendava que "nenhum
sacerdote deveria se esquecer de saudar o Anjo do santuário ao nele
entrar". O mesmo se aplica a nós, que, ao entrarmos numa igreja,
depois da adoração ao Santíssimo Sacramento e a Santíssima Trindade
e de uma oração a Maria Santíssima, devemos invocar o Principado
daquela igreja.
2º Coro: Os Arcanjos
Como o nome o indica, os Arcanjos, embora fazendo
parte da hierarquia dos Anjos, são de certa forma, de uma classe de
grau superior aos Anjos do 1º Coro. À eles Deus confia missões
extraordinárias, como a comunicação de mistérios da fé e revelações
de realidades acima da compreensão da razão humana.
Para anunciar a chegada do Messias, aparece o Arcanjo
São Gabriel ao profeta Daniel e assinala com precisão o tempo que
faltava para tão extraordinário evento (Daniel 10, 13; 12, 1).
O Arcanjo São Rafael acompanhou Tobias e curou seu
pai, conforme narra o admirável episódio relatado no capítulo 3.
Para dar à Santíssima Virgem Maria a grata nova de
que ela seria a Mãe do Filho de Deus, foi escolhido o Arcanjo São
Gabriel.
No cumprimento da ordem divina de precipitar Lúcifer
e seus demônios no inferno, foi designado o Arcanjo São Miguel como
comandante das legiões de Anjos engajadas neste mister.
Os nomes dos Arcanjos aparecem nos livros do Antigo
Testamento e em diversos livros que a Igreja considera como
apócrifos. Assim, São Miguel é citado em Daniel (10,13; 12,1).
Enoque Etíope (9,1; 10,11; 20,5). Apocalipse Grego de Baruc (11,8).
São Gabriel é mencionado em Daniel (8,16; 9,21),
Enoque Etíope (9,1; 10,9; 20,7).
São Rafael é o personagem principal da história de
Tobias (3.17; 5.4; 9.1 a 9.5; 12.15), Enoque Etíope (9.1; 10.4;
20.3).
No Apocalipse, São João (12,7 a 9) escreveu: "Houve
uma batalha no céu. Miguel e seus Anjos tiveram de combater o
Dragão. O Dragão e seus anjos travaram combate e não prevaleceram. E
já não houve lugar no céu para eles. Foi então precipitado o grande
Dragão, a antiga Serpente, chamado Demônio e Satanás, o sedutor do
mundo inteiro. Foi precipitado na terra e com ele foram precipitados
os seus anjos."
A idéia de que os Arcanjos são em número de sete,
encontra-se em Clemente de Alexandria, Irineu e Dionísio Areopagita.
O número de sete Arcanjos foi aceito, baseado na
influência do Livro de Tobias a do Apocalipse. Os sete Arcanjos
foram venerados no Oriente e no Ocidente à
partir da Idade Média e hoje em dia ainda o são. Em Roma, uma parte
das Termas do imperador Diocleciano foi transformada, por obra de
Miguel Angelo, em uma igreja dedicada à "Virgem Santa e aos sete
príncipes dos Anjos" e é conhecida como a Igreja de Santa Maria dos
Anjos.
Tertuliano (De Carne Christi 14,3) e Orígenes (Cont.
Cels. VIII.13) em seus escritos fazem referência aos Arcanjos
Miguel, Rafael e Gabriel.
À partir de São Gregório Magno (Hom. Ev. XXXIV.9), os
três Arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel passaram a ser
honrados pela Teologia e mais tarde pela Liturgia (Sínodo
Lateranense de 745).
Houve quem quisesse ver na crença cristã nos sete
Arcanjos, uma adaptação da doutrina de Zoroastro que apresenta sete
santos como sendo supremos espíritos celestes. Não há nenhuma
identidade entre os conteúdos doutrinários à respeito à não ser, a
coincidência do número 7. Os seres da doutrina de Zoroastro, são
potências e energias sobrenaturais, enquanto que os Anjos
mencionados na Bíblia, são sempre personalidades próprias,
individuais, distintas, subalternas, à serviço de Deus e por Ele
encarregados de missões entre os homens.
Segundo a Liturgia pós-concílio do Vaticano II, os
Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael são celebrados no dia
29 de setembro.
Rezemos aos Arcanjos, para que nos dêem coragem nas
tentações e dificuldades,e conforto nas vicissitudes e sofrimentos.
São Miguel é representado como um guerreiro
subjugando Satanás. A lança em sua mão simboliza a Força de Deus
com a qual derrota o Demônio; o escudo, a humildade contra a qual
vêm lançarem-se as insídias informais: a espada de dois gumes, é um
símbolo da Palavra de Deus, a qual desfaz a mentira e dissipa a
ilusão de que Satanás em sua soberba se serve, para impedir a ação
da graça e enganar e perder as almas.
Segundo teólogos, São Miguel Arcanjo é o Anjo da
guarda de Cristo, da Sagrada Eucaristia e do Santo Sacrifício da
Missa.
São Miguel enviaria seus Arcanjos para auxiliarem o
Anjo da guarda de uma pessoa perseguida ou na iminência do
martírio.
São Gabriel é o mensageiro do Espírito Santo.
Gabriel significa "Deus é forte".
Apareceu a Daniel, Zacarias e a Maria. É venerado
como o Anjo da guarda de Maria Mãe de Deus e devemos invocá-lo para
que aumente em nós o amor a Maria.
No artigo "Pour mieux vive en esprit avec lês Anges",
o autor afirma: "Todos aqueles que se doam pelas mãos de Maria a
Jesus, a Sabedoria Encarnada, recebem um auxílio suplementar, além
de seu Anjo da guarda, um Anjo do Coro de São Gabriel para seu
aperfeiçoamento espiritual. A cada dia, ele apresenta à sua
Soberana Rainha, o "bouquet" dos "Sim" dessas pessoas, que aceitam,
trabalham e oferecem por amor, todas as suas misérias e defeitos,
para a glória de Deus e a salvação das almas.
São Rafael, cujo nome significa "Deus cura" ou
"Medicina de Deus", é representado por um jovem em traje de viagem,
segurando um cajado. A vestimenta de viandante nos recorda que São
Rafael está sempre disposto a "viajar" em nosso auxílio; o cajado
lembra um cetro, que simboliza o poder, o apoio e a segurança com
que o Arcanjo assiste a todos quantos recorrem ao seu auxílio em
suas necessidades.
No item 3.2.19 vimos na narrativa do Livro de Tobias,
a maneira admirável pela qual o Arcanjo Rafael socorreu a Tobilt,
Sara e Tobias. Aquilo que o Arcanjo realizou de uma maneira visível
e sensível, cada um dos Anjos da guarda o faz, de modo invisível, em
favor de quem a ele pede auxílio.
São Rafael deve, portanto, ser invocado contra as
potências do mal, na cura das doenças e nos deslocamentos e viagens.
é também o protetor dos confessores e penitentes. Muitos que a ele
recorreram, foram bons orientadores de consciências. Ele nos
consola nas dificuldades presentes e nos fortalece contra o
desânimo e a depressão. Quando Deus no-lo envia, sentimos a paz, a
tranqüilidade e a aceitação do que nos parecia impossível suportar.
1º Coro: Os Anjos
São do último Coro, esses espíritos bem-aventurados
que como os outros foram criados para a glória e o serviço de Deus.
Deles, Deus se serve como de emissários ou mensageiros e de
guardiões de cada criatura humana. Como veremos no Capítulo 21,
todos nós recebemos por bondade e misericórdia de Deus, um Anjo
Custódio, nosso Anjo da Guarda, que nos protege das insídias do
demônio e até mesmo dos perigos para nosso corpo.
Têm eles uma atuação e participação nas atividades
dos homens, inspirando-lhes e suscitando-lhes boas idéias e
propósitos, protegendo-os e auxiliando-os na jornada pela terra rumo
ao céu.
Os Anjos são os que dirigem cada pessoa,
individualmente enquanto que os Arcanjos normalmente anunciam
realidades que interessam à salvação de todos.
Santo Tomás admite que as almas eleitas dos homens,
possam, pelo grau de sua visão beatífica, ocupar graduações elevadas
na hierarquia celeste:
— "Pelo dom da graça, os homens podem merecer glória
tão grande, que se igualem aos Anjos, conforme os graus de cada
ordem; é isso que se entende por serem os homens transferidos para
as ordens dos Anjos" (Suma, Questão CVIII — Art. VIII).
São Boaventura (lib. II Sentent, Dist. IX, art. unic.
q. VII) pensa que os bem-aventurados que não chegam em merecimento
ao nível dos Anjos menos elevados em glória, formam uma décima ordem
ou 10? Coro.
Neste caso, estariam as crianças que morreram sem
atingirem o uso da razão, os mortos prematuros e os bebês, uma vez
que não puderam ajuntar nenhum merecimento pessoal à graça de seu
batismo. Por outro lado, não tendo ainda consciência, nada poderão
ter feito de mal. Sua alma se encontra num estado parecido com o dos
Anjos. O conhecimento que terão na Glória se fará por iluminação
divina, tal como acontece com os Anjos.
As almas gloriosas dessas criancinhas são por essa
razão chamadas na linguagem popular de "Anjinhos". Como diz o Pe.
F. Blot S.J. ("No Céu nos reconheceremos"), essas almas são como
"Anjos benditos a quem suas mães invocam para se consolarem da pena
de os não verem mais neste mundo, e são os protetores de suas
famílias".
A dor dos pais ao perderem uma criancinha, é
confortada pela absoluta certeza, de que ela se acha participando
dos Coros Angélicos na Glória de Deus" (Os
Anjos, Uma realidade admirável, Archibald Joseph Macintyre, Cap. 16).
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De Deus Criador
- Do homem -
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37
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Que é o homem?
R= "O homem é uma criatura racional, composta de
alma e corpo"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"O homem é uma criatura racional, composta de corpo e
alma. Por seu corpo, de estrutura mais perfeita que a dos animais,
já o homem assume o primeiro lugar entre os seres deste mundo. Os
filósofos e os poetas do paganismo tinham reconhecido no homem uma
constituição superior: a beleza do rosto, onde se retratam seus
pensamentos; a majestade da cabeça que se alça para o céu enquanto
os animais andam debruçados para a terra; sua aptidão em viver sob
todos os climas e em todas as regiões…
O que constitui, porém, a verdadeira superioridade do
homem, é a alma criada á imagem, e semelhança de Deus"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa).
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38
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Que é a alma do homem?
R= "A alma é
a parte mais nobre do homem, porque é substância espiritual, dotada
de inteligência e de vontade, capaz de conhecer a Deus e de O
possuir eternamente"
(São Pio X, Catecismo Maior, Capítulo
II). |
“A alma é um espírito imortal, que Deus criou para
ser unido ao corpo do homem. É substância espiritual, como a de Deus
e dos anjos, ainda que menos perfeita e destinada a ser unida a um
corpo.
Dizemos que esta alma é feita á imagem e semelhança
de Deus. Com efeito, ela é um espírito como Deus é um espírito; como
ele, embora em menor grau, ela pode conhecer, amar e determinar-se
livremente; como ele, há de viver eternamente.
O homem foi criado, com efeito, para conhecer a Deus,
ama-lo, e por este meio alcançar a vida eterna.
A palavra alma se nos depara em cada pagina dos
livros sagrados, e em todo lugar, designa coisa real, distinta do
corpo: “Na morte, o pó volta à terra donde tem sido tirado, e o
espírito ou a alma, vai para Deus que a tinha dado” (Ecle 12, 7)
Portanto a existência da alma humana é dogma fundamental, e a fé
nele é necessária para a salvação.
Eleva-se a razão humana até ao conhecimento e à
certeza da existência da alma pelas mesmas considerações que a levam
a aceitar a existência de Deus. Conhecemos Deus por suas obras e
nossa alma pelos atos dela. Averiguamos facilmente em nós mesmos
fatos que os filósofos atribuem à sensibilidade, à inteligência, à
vontade. Mas a matéria, nosso corpo portanto, não é capaz de sentir,
de pensar, de querer. É preciso pois que haja outro princípio, e é a
este princípio que chamamos alma.
A alma humana é livre e imortal.
É livre, isto é, pode escolher e praticar o bem ou o
mal. Esta liberdade é abonada pela Sagrada Escritura, e pela Igreja
nos seus Concílios; aliás a promessa das recompensas, e a ameaça dos
castigos se baseiam nesta liberdade; não havia mérito nem culpa se
não fossemos livres. Ora, em todos os lugares e sempre, houve leis
tratados, recompensas e castigos; logo acredita-se universalmente na
liberdade humana.
Por outra parte, sentimos que somos livres, e o
fatalismo, negação do livre arbítrio, acha-se rebatido pela própria
consciência individual que apregoa nossa liberdade, e pela
discordância que se nota entre os princípios dos tais fatalistas e
seus atos: sempre, na prática, portam-se como entes dotados de
consciência e usando da sua liberdade.
Nossa alma é imortal, isto é, não morre com nosso
corpo, o qual não passa de invólucro. “Deus, diz a Escritura, criou
o homem sem termo e sem fim” (Sab 2, 23). Era dogma da religião
mosaica; é o ensino positivo de Nosso Senhor que não somente
proclama a vida imortal da alma, mas ainda nos tem revelado o
mistério da ressurreição do corpo afim de compartilhar o destino
eterno, feliz ou infeliz da alma.
A sabedoria antiga, na pessoa dos filósofos Sócrates,
Platão, Cícero, Sêneca, tem professado a crença na imortalidade da
alma. Cremos nela, nós cristãos, pelo ensino da Revelação e da
Igreja, e porque a razão nos diz: 1° que sendo a alma espiritual e
simples, não pode morrer: pois a morte é a decomposição das partes
que constituem um ser; ora a alma, uma e indivisível, não pode
decompor-se nem morrer; 2° que não há tão pouco aniquilamento para a
alma; se a mesma ciência ensina-nos que nada pode perecer na
criação, Deus não faz uma exceção para as almas, criaturas de ordem
superior; 3° a alma é imortal, porque tem, o desejo inato de viver,
e Deus não deve iludir a sua esperança; tem fome e sede de ventura,
e Deus que não corresponde á sua expectativa neste mundo deve
satisfaze-la em outra vida; é livre, e por conseguinte, precisa
encontrar além deste mundo a recompensa ou o castigo que não acha,
cá na terra.
Ela precisa, numa palavra, de uma vida futura, porque
a justiça de Deus que não se exerce sempre na vida presente, requer
outra vida onde o bem receba recompensa definitiva, e o mal,
definitivo castigo” (Mnr Cauly, Curso de
Instrução Religiosa).
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39
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Por que se diz que o homem foi criado
à imagem e semelhança de Deus?
R= "Diz-se que o
homem foi criado à imagem e semelhança de Deus porque a alma humana
é espiritual e racional, livre na sua ação, capaz de conhecer e de
amar a Deus, e de gozá-lo eternamente, perfeições que refletem em
nós um raio da infinita grandeza de Deus"
(São Pio X, Catecismo Maior, Capítulo
II). |
"De todas as criaturas visíveis, só o homem é "capaz
de conhecer e amar seu Criador"; ele é "a única criatura na terra
que Deus quis por si mesma"; só ele é chamado a compartilhar, pelo
conhecimento e pelo amor, a vida de Deus. Foi para este fim que o
homem foi criado, e aí reside a razão fundamental de sua dignidade:
Que motivo vos fez constituir o homem em
dignidade tão grande? O amor inestimável pelo qual enxergastes em
vós mesmos vossa criatura, e vos apaixonastes por ela; pois foi
por amor que a criastes, foi por amor que lhe destes um ser capaz
de degustar vosso Bem eterno.
Por ser à imagem de Deus, o indivíduo humano tem a
dignidade de pessoa: ele não é apenas alguma coisa, mas alguém. É
capaz de conhecer-se, de possuir-se e de doar-se livremente e entrar
em comunhão com outras pessoas, e é chamado, por graça, a uma
aliança com seu Criador, a oferecer-lhe uma resposta de fé e de amor
que ninguém mais pode dar em seu lugar.
Deus criou tudo para o homem435, mas o homem foi
criado para servir e amar a Deus e oferecer-lhe toda a criação:
Quem é, pois, o ser que vai vir à existência
cercado de tal consideração? É o homem, grande e admirável figura
viva, mais precioso aos olhos de Deus do que a criação inteira: é
o homem, é para ele que existem o céu e a terra e o mar e a
totalidade da criação, e é à salvação dele que Deus atribuiu tanta
importância que nem sequer poupou seu Filho único em seu favor.
Pois Deus não cessou de tudo empreender para fazer o homem subir
até ele e fazê-lo sentar-se à sua direita.
"Na realidade o mistério do homem só se torna claro
verdadeiramente no mistério do Verbo Encarnado”
São Paulo ensina-nos que dois homens estão na
origem do gênero humano: Adão e Cristo "O primeiro Adão", diz ele,
"foi criado como um ser humano que recebeu a vida; o segundo é um
ser espiritual que dá a vida." O primeiro foi criado pelo segundo,
de quem recebeu a alma que o faz viver… O segundo Adão estabeleceu
sua imagem no primeiro Adão quando o modelou. E assim se revestiu
da natureza deste último e dele recebeu o nome, a fim de não
deixar perder aquilo que havia feito à sua imagem. Primeiro Adão,
segundo Adão: o primeiro começou, o segundo não acabará. Pois o
segundo é verdadeiramente o primeiro, como ele mesmo disse: "Eu
sou o Primeiro e o Último".
Graças à origem comum, o gênero humano forma uma
unidade. Pois Deus "de um só fez toda a raça humana" (Atos 17,26)
Maravilhosa visão que nos faz contemplar o gênero
humano na unidade de sua origem em Deus…; na unidade de sua
natureza, composta igualmente em todos de um corpo material e de
uma alma espiritual; na unidade de seu fim imediato e de sua
missão no mundo; na unidade de seu hábitat: a terra, de cujos
bens, todos os homens, por direito natural, podem usar para
sustentar e desenvolver a vida; na unidade de seu fim
sobrenatural: Deus mesmo, ao qual todos devem tender; na unidade
dos meios para atingir este fim; …na unidade do seu resgate,
realizado em favor de todos por Cristo”
(Catecismo da Igreja Católica, 356 – 360).
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40
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Como criou Deus o primeiro homem?
R= "Deus criou o
primeiro homem, formando seu corpo do limo da terra e unindo a esse
corpo uma alma imortal"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
Quando teve criado o mundo material, pareceu Deus
recolher-se como para um grande desígnio, e disse: “Façamos o homem
á nossa imagem e semelhança”. Depois, continua Moisés, ele formou o
corpo do homem com o barro da terra, e bafejou-lhe no rosto um sopro
de vida, e o homem ergueu-se, ente racional dotado de alma.
Para o homem lembrar-se da sua origem, Deus deu-lhe o
nome Adão, que significa “tirado da terra”. Em ato seguido, entra
Adão a desempenhar seu papel de chefe da criação: dá aos animais os
nomes adequados. Mas, de novo, fala Deus e diz: “Não é bom, ficar o
homem sozinho; façamos-lhe uma companheira que lhe seja semelhante”.
Então mandou à Adão um sono profundo, e enquanto ele dormia,
“tirou-lhe uma das costelas, e com ela formou o corpo da primeira
mulher”. Ao despertar, Adão exclamou: “Eis aqui o osso dos meus
ossos e a carne da minha carne”. E Deus chamou a esta primeira
mulher Eva, nome que significa a “mãe dos vivos”
(Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa).
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42
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Como se chamou o primeiro homem?
R= "O primeiro homem chamou-se
Adão"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
“ADÃO (hebr. "Adam, "homem", etimologia incerta; "rubicundo"?).
O primeiro homem. A tradução comum do termo como nome próprio,
"Adão", é uma tradução incorreta. Até Gn 4,25 — onde o termo é usado
como nome próprio pela primeira vez —, a palavra significa "homem".
O homem foi feito do pó da terra — esse jogo de palavras talvez
possa se basear em uma relação etimológica”
(John L. Mackenzie, Dicionário Bíblico).
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43
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Como se chamou a primeira mulher?
R= "A primeira
mulher chamou-se Eva"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"EVA (hebr. fyawwah). Nome da primeira mulher (Gn
3,20; 4,1), mãe de Caim, Abel e Set. A explicação do nome dada em Gn
3,20 — em conexão com hayah, "viver" — é certamente popular. Nenhuma
das etimologias sugeridas por diversos estudiosos modernos teve
aceitação universal" (John L. Mackenzie,
Dicionário Bíblico).
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44
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Como se formou Eva?
R= "Enviou Deus um
profundo sono a Adão e nesse tempo tomou dele uma costela, de que
formou o corpo de Eva e lhe deu uma alma semelhante à de Adão"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Eva foi criada da costela do primeiro homem,
sendo-lhe entregue para que fosse sua mulher. O simbolismo da
costela pretende indicar a igualdade e a comunhão entre a mulher e o
homem, explicitamente afirmadas em Gn 2,23: a mulher deve ser uma
companheira adequada para o homem, não um ser inferior. Sobre a sua
sedução por parte da serpente e sobre a sua queda subseqüente, cf.
QUEDA. Em outras partes do Antigo Testamento, o nome só se encontra
em Tb 8,6, alusão explícita a Gn 2,18-24. O engano de Eva por parte
da serpente é mencionado em 2Cor 11,3. Em l Tm 2,13, a criação do
homem anterior à da mulher é apresentada como um argumento em favor
da autoridade do homem sobre a mulher; cf. l Cor 11,12"
(John L. Mackenzie, Dicionário Bíblico).
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45
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Descendem todos os homens de Adão e Eva?
R= "Sim, todos os
homens descendem de Adão e Eva; e é por isso que somos todos irmãos"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
46
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Para que fim foi criado o homem?
R= "O homem foi
criado para conhecer, amar e servir a Deus neste mundo, e depois
gozá-lo para sempre no outro mundo"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Como é belo, como é grande conhecer, amar e servir a
Deus! É a única coisa que temos para fazer neste mundo. Tudo que
fazemos afora isto, é tempo perdido" (São João
Maria Vianney).
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47
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Em que estado colocou Deus Adão e
Eva?
R= "Deus colocou Adão e
Eva no estado de graça e felicidade"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Deus criou Adão e Eva num estado de santidade e de
ventura, reservando-lhes o céu como recompensa da sua fidelidade. É
isto que chamamos estado de inocência ou de justiça original, cujo
quadro vem traçado na historia sagrada, e cuja lembrança ficou
impressa na memória de todos os povos com o nome de idade áurea.
Neste feliz estado, possuíam nossos pais dotes portentosos no corpo
e na alma.
1° Quanto ao corpo, o homem entregava-se ao trabalho
sem custo, nem sofrimento nenhum; nada sabia de incômodos ou
doenças; e não tinha de morrer. Depois de ter usufruído na terra
todos os gozos da ordem natural, devia ser levado para o Céu, no
remanso de uma felicidade pura e perene.
2° Quanto á alma, estava ornada de todos os dons
naturais, aos quais a bondade divina, tinha ajuntado dons
sobrenaturais. Na ordem natural, era uma inteligência perfeita,
isenta das trevas e das duvidas da ignorância; uma vontade norteada
para o bem, livre de toda tendência ao mal; um coração que ia
espontaneamente a Deus e ao que é bom, alheio por completo a este
triste peso da concupiscência. Na ordem sobrenatural, Deus
comunicava à alma dos nossos primeiros pais luzes mais perfeitas que
as da razão: palestrava com eles, consentia-lhes que o amassem, e a
todas as alegrias deste mundo, acrescentava a promessa de faze-los
participar da própria ventura, e isto durante a eternidade. A
palavra que dá a síntese, o resumo destes privilégios sobrenaturais,
é a graça, principio de santidade, de caridade e de gloria"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa).
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48
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Como desobedeceram a Deus Adão e Eva?
R= "Adão e Eva
desobedeceram a Deus comendo de um fruto, que o Senhor lhes tinha
proibido"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
Pouco
tempo havia que o homem estava de posse da sua felicidade no Paraíso
terrestre, quando o demônio, invejoso de uma sorte tão ditosa,
resolveu perder a raça humana. Disfarçou-se sob a forma de uma
serpente, chegou-se a Eva, por ser ela mais fraca, apresentou-lhe a
tentação debaixo do engodo da sensualidade do orgulho, e levou-a a
desobedecer a Deus. A mulher comeu da fruta proibida, e a foi
oferecer a Adão que imitou a companheira na culpa. Logo
abriram-se-lhes os olhos, e eles entenderam quão grave era o seu
pecado. Pouco depois, o Senhor mostrou-se aos culpados, ouviu sua
confissão e pronunciou a sentença. A pena especial de Eva foi a dor
e a sujeição ao seu marido; a de Adão, o trabalho difícil, e para
ambos, o sofrimento e a morte. Deus os expulsou do Paraíso
terrestre, para marcar-lhes que a ventura havia acabado"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa).
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49
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O pecado de Adão e Eva é somente de
Adão e Eva, e como se chama esse pecado?
R= "Não; o pecado
de Adão e Eva não é somente de Adão e Eva, mas é de todos os seus
descendentes, e esse pecado chama-se pecado original"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Muito graves foram as conseqüências da queda dos
nossos primeiros pais, para eles próprios, e seus descendentes:
1° Perderam a justiça original ou graça santificante
que os fazia amigos de Deus, e com, esta graça, os privilégios todos
que a ela estavam ligados, conservando somente as faculdades
essenciais da natureza humana.
2° Adão e Eva, despojados dos dotes sobrenaturais
próprios do estado de inocência, foram ainda feridos naturalmente,
isto é, os dons naturais, se bem que lhes não fossem tirados,
sofreram uma diminuição. Assim, quanto ao corpo, sentiram os
espinhos do trabalho, da dor, da doença e por último da morte;
quanto á alma, viram em sua inteligência alastrarem as trevas ou
ignorância; na sua vontade a malícia ou inclinação ao mal; na
sensibilidade, ou no coração, esta fraqueza ou concupiscência que
nos leva a procurar o prazer sensível.
3° Deserdados, e feitos um objeto de horror aos olhos
de Deus, foram nossos primeiros pais despojados de todo o direito à
visão o à posse sobrenatural do Deus, isto é, ao céu que tinha sido
prometido à sua fidelidade. Esta privação constitui o que se chama a
danação ou morte da alma.
4° Adão e Eva, já não tendo mais a graça e seus
privilégios, não os podiam transmitir aos seus descendentes;
comunicaram-lhes, porém, seu estado de decadência: é o que se
denomina pecado original"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa).
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50
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Todos os homens contraem o pecado
original?
R= "Sim; exceto a Virgem Maria, todos os
homens contraem o pecado original"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"O pecado de Adão passou a todos os seus
descendentes; por isso é que todos nós, nascemos com a nódoa do
pecado do nosso primeiro pai, e sujeitos ás mesmas misérias como
ele. É esta uma verdade claramente ensinada pela Sagrada Escritura,
e especialmente por São Paulo (Epistola aos Romanos, 5). O Concilio
de Trento a proclamou dogma católico, e a tradição da Igreja neste
particular é constante e universal. Mas é um mistério acima da
razão. Tudo quanto podemos dizer a respeito, é que o pecado
original, sendo para nossos primeiros pais pecado atual não é para
seus descendentes senão pecado habitual; nem por isso deixa de ser
em cada um de nós um estado de morte da graça, e portanto, mácula e
castigo ao mesmo tempo.
Todas as tradições admitiram este estado de
decadência, e a razão não pode achar injustiça nisto. Muitas vezes,
herdam os filhos os defeitos e vícios do pai: a transmissão do
pecado original é tão aceitável como estas outras transmissões
certíssimas. É aliás autorizada a crença que quem morrer com o só
pecado original, não é, por isso, condenado ao inferno, senão,
unicamente, à privação de ver a Deus. É o parecer de santo
Agostinho, que coloca estes desventurados no limbo.
Ninguém é isento do pecado original, a não ser a
Santíssima Virgem. Somente ela apareceu no mundo sem mácula: essa
gloriosa exceção constitui o privilégio da Imaculada Conceição"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa).
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Depois do pecado original todos os
homens podem salvar-se? R=
"Sim; depois do pecado original, os homens
podem salvar-se, porque Deus lhes enviou o Salvador"
(2º Catecismo da Doutrina Cristã). |
"Prometeu-lhe um Redentor ou Salvador, chamado o
Messias. A primeira promessa deu-se no próprio berço do mundo. Na
sentença lavrada contra a serpente infernal, lemos estas palavras:
“Hei de pôr inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça e a tua:
esmagar-te-á ela a cabeça, e tu pelejarás para mordê-la no
calcanhar” (Gn 3,15.)
Todas as tradições entenderam por estas palavras que
da raça humana havia de nascer o vencedor do demônio, e que a mulher
bendita que daria a luz a este libertador, é a Virgem Maria.
Deus deixou esperar quatro mil anos pela vinda do
Messias, para os homens sentirem melhor, diz Bossuet, quanto eles
precisavam desta vinda. Entretanto, a partir deste momento, puderam
os homens salvar-se conquanto, á pratica exata dos seus deveres e da
sua religião, unissem a fé no Messias prometido, pois eram os
merecimentos deste Messias prometido que lhes dariam a salvação"
(Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa).
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