Anápolis, 24 de setembro de 2011
Ao Senhor Valdair das Chagas
Benfeitor do Instituto – Brasília – DF
Prezado, andemos na presença de Deus que tudo vê
e evitemos as ocasiões do pecado de impureza:
“Ataca o inimigo enquanto é pequeno;
arranca a erva ruim logo que aparece” (São
Jerônimo).
Chama-se ocasião de pecado
tudo quanto no estado de nossa natureza decaída, nos leva mais
particularmente ao mal.
A ocasião exterior é aquela que
encontramos fora do nosso espírito viciado e do nosso coração
inclinado para a corrupção, nos objetos, nas pessoas ou
circunstâncias que nos levam ao pecado.
Ocasião próxima,
quando nos leva diretamente ao mal e acarreta quase sempre uma
queda.
Ocasião remota,
quando leva indireta e fracamente ao pecado.
As principais ocasiões dos
pecados contra a pureza são:
1.º As más leituras. Este termo
geral abrange: os livros ímpios que abalam a fé e
atacam a moral pura; os livros licenciosos nos
quais se apresenta o vício em toda a sua realidade; os
romances mais ou menos perigosos, nos quais a paixão
entra em cena de modo cativante; as folhas diárias
ou revistas periódicas que trazem todos os
inconvenientes do romance e têm o perigo de excitarem a
curiosidade; e enfim, os livros fúteis, que,
embora não sejam absolutamente maus, falseiam o juízo, desviam a
imaginação, fazem perder o gosto da piedade, e aos poucos causam
a derrota da virtude. Não se deve ler livros condenados pela
Santa Igreja; ainda que não sejam formalmente proibidos, deixa
essa leitura pensamentos, ideias e impressões cuja culpabilidade
é fácil reconhecer:
“Nunca leia obras de cuja seriedade não esteja
seguro, peça antes conselho a quem pode discernir com critério
justo. Caso possua livros perniciosos o melhor é destruí-los.
Quando falamos de livros contra os bons costumes, entenda obras
que vão contra a moral, a religião e as práticas de piedade e
que atacam a Igreja e seus ministros”
(São João Bosco), e:
“É pelo
mau livro que o demônio dá a beber a peçonha do pecado a muitas
almas inocentes. É com a droga de livros obscenos que o demônio
faz o maior negócio do mundo. As almas que ele cativa com a
leitura de um romance indecoroso, podem contar-se pelas letras
que o compõem”
(Pe. Alexandrino Monteiro).
2.º Os
espetáculos. Por sua natureza, os espetáculos não são
absolutamente maus; podem mesmo contribuir a elevar a alma
quando tiverem em mira um fim moral, e são admitidos até nas
casas de educação cristã. Mas, em nossos tempos, os espetáculos
públicos tornaram-se coisa muito diferente. Muitas vezes são
escolas de imoralidade em que o vício sai glorificado e a
virtude prejudicada e pisada. Abrasam a imaginação e quase
fatalmente arrastam a vontade para o mal; por isso constituem
ocasião de pecado.
Pelas coisas que se
ouvem ou se contemplam, se o espetáculo for ocasião de
pensamentos ou impressões ruins acarretando perigo de
consentimento, então é preciso abster-se... é melhor ficar em
casa:
“Eu estava em minha casa e, ao ouvir a algazarra, mais sofria do
que se fosse atingido por uma tempestade”
(São João Crisóstomo), e:
“Os doutores da
Igreja foram sempre unânimes em condenar as cenas teatrais. As
razões para isso são a moral distorcida que apresentam e a
apologia a todo tipo de vício”
(São João Bosco).
3.º A dança e o
baile. Se a dança fosse apenas para exercitar o corpo
(exercício físico) daria para tolerar. Entretanto, por
muitas circunstâncias, pela música que se ouve, pelas coisas que
se vêem, a qualidade das pessoas que ali se encontram, pelos
trajes que se vestem, pela liberdade que se toma, é quase algo
insuportável. É preciso evitar a dança, principalmente certos
bailes públicos e certas danças modernas que em si mesmas são
muito perigosas:
“Eu digo dos bailes o que dizem os médicos a
respeito dos cogumelos: os melhores não prestam”
(São Francisco de Sales). E de fato, são
sempre ocasião de dissipação, muitas vezes de luxo, de ciúmes...
e finalmente são a ruína da piedade e da virtude. É preciso
evitá-los. Os bailes que apelidam “bailes da caridade”
e “bailes cristãos” apresentam os mesmos perigos e
este não é meio do qual os cristãos podem lançar mão para
exercer a sua caridade. Os próprios bailes de crianças não
deixam de apresentar inconvenientes de muitas espécies.
Os Concílios e os
santos condenaram danças e bailes:
a.
Concílio de Constantinopla (543) :
“Os bailes públicos
ficam proibidos sob pela de excomunhão”.
b.
Outros concílios chamavam os bailes de coisas infames, a
grande loucura, fraudes e artifícios do demônio.
c.
Concílio X de Baltimore (1869) :
“É nosso dever de
pastores admoestar-vos ainda uma vez a que eviteis a nova
espécie de danças, na qual a ocasião de pecar é cada vez mais
frequente. Todo este gênero de diversões é tanto mais perigoso
quanto muitos o julgam inocente e a ele se entregam como se não
professassem a nossa Religião. No entanto a Revelação Divina, a
sabedoria antiga, a experiência e a razão mesma clamam uníssonas
advertindo contra tais diversões que, ainda quando contidas
dentro dos limites do pudor, cria sempre maior ou menor perigo
às almas cristãs”.
d.
Disse Santo Efrém:
“Quem inventou os bailes? Foi São Pedro? Foi São
João ou algum dos Santos? Não por certo; porém, o demônio,
inimigo das almas! Onde há baile, há tristeza dos anjos e júbilo
dos demônios. Não é possível saltar e bailar aqui e gozar depois
das eternas alegrias do Céu, pois o Senhor disse: ‘Ai de quem ri
agora, porque chorará e ficará triste!”.
e.
São
João Crisóstomo descreve os bailes como escola de paixões
impuras.
f.
Santo Ambrósio os denomina coro de iniquidades, escolho da
inocência e sepulcro do pudor.
g.
Santo Antônio Maria Claret escreve:
“O
demônio inventou os bailes para perder as jovens e os estendeu
pelo mundo, como uma imensa rede, para caçar a juventude e
submetê-la à sua tirânica dominação. A verdade é que os bailes
são de origem pagã, e, tais como se usam hoje em dia, só o
demônio poderia tê-los inventado para a corrupção da juventude”.
h. São João
Maria Vianney escreve: “Não há um só
mandamento da Lei de Deus que o baile não transgrida”.
4. As reuniões
mundanas. Essas reuniões também são perigosas; a
sociedade de pessoas de sexo diferente, os brinquedos, os
cantos, a leviandade que ali muitas vezes imperam, o luxo que se
quer ostentar à viva força, as amizades que ali se travam e as
familiaridades consequentes... tudo nos faz concluir que devemos
fugir de tais reuniões:
“Muitos estão no inferno
por terem escutado conversas frívolas”
(São João Bosco), e:
“Que papéis tão
ridículos deve-se representar nesses salões da sociedade”
(Santa Teresa dos Andes).
Caríssimo, para viver em paz com Deus e salvar a
nossa alma imortal vale a pena realizar qualquer sacrifício.
Deus lhe pague pela ajuda.
Eu te abençôo e te guardo no Imaculado Coração da
Virgem Maria, “... lâmpada
inextinguível” (São Cirilo de Alexandria).
Atenciosamente,
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
|