Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

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Anápolis, 18 de outubro de 2011

 

Ao Senhor Maurício Loschi de Melo

Benfeitor do Instituto – Brasília – DF

 

Caríssimo, viva com os pés no chão, mas com o coração de “mãos” dadas com o céu, nossa morada eterna… onde contemplaremos a Deus face a face para sempre: “Logo que uma alma entra no céu e vê claramente com a luz da glória a infinita beleza de Deus, achar-se-á toda presa e consumida pelo amor” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

Olhe para o mundo e suas vaidades e note que tudo é muito pequeno para satisfazer uma alma imortal. Tudo o que o mundo oferece não pode alegrá-la, mas somente o Senhor que a criou pode saciá-la da verdadeira felicidade, paz e alegria… encontramos tudo n’Ele: “Quem pode fazer-me mais feliz do que Deus? N’Ele encontro tudo” (Santa Teresa dos Andes).

Prezado, tome cuidado para não deixar as criaturas aninharem em seu coração afastando-o do caminho do céu; estamos nesse mundo de passagem… somos peregrinos aqui na terra… estamos a espera da Belíssima e Eterna Pátria onde nos mergulharemos no amor de Deus… do Deus que nos criou; ali não desejaremos mais nada, porque o amor do Deus Infinito nos saciará: “A alma no céu está unida toda a Deus e o ama com todas as suas forças, com um amor consumado e perfeito. Esse amor, embora limitado, pois a criatura não é capaz de um amor infinito, é tal que a contenta  e a satisfaz completamente. Ela nada mais deseja. Deus, por sua vez, comunica-se e se une todo à alma, saciando-a na medida da capacidade dela e de seus méritos. Une-se a ela não já por meio de seus dons, luzes, atrativos de amor, como faz conosco nesta vida, mas com sua própria essência. Assim como o fogo penetra o ferro e parece identificar-se com ele, assim também Deus penetra e preenche a alma. Embora não perca a sua personalidade, ela fica de tal modo repleta e abismada naquele mar imenso da substância divina, como que aniquilada e como se não existisse” (Santo Afonso Maria de Ligório).

O nosso coração deve arder de desejo pelo céu, principalmente quando comparamos a pequenez desse mundo com a sua grandeza e felicidade. Vale a pena passar pelos “túneis” da vida, enfrentar todas as “tempestades” de dificuldades e suportar os “ventos” contrários para conquistar o céu… céu que nunca acabará, que jamais será invadido pelos injustos… céu onde não há morte, nem lágrimas, nem sofrimento… Céu onde não só veremos a Deus, mas O possuiremos: “Porque no céu a visão de Deus não é como  a da terra. Neste mundo, por maior que seja o prazer e a alegria com que vejo uma coisa, por mais tempo que gaste em contemplá-la, até me abismar, só recebo em mim a imagem e a lembrança do objeto. O mesmo objeto fica fora de mim. No céu não receberei só a imagem, mas a mesma essência divina penetrará na minha alma, viverá em mim, assim como hoje vivem também em mim, os meus pensamentos mais íntimos. Deus nos envolverá com o seu abraço como no fundo do mar a água embebe por toda a parte a esponja” (Monsenhor Tihamer Töth).

Caríssimo, causa pena, dor e tristeza ver milhares de pessoas vivendo nesse mundo como se o céu não existisse; todos correm em círculo buscando algo para satisfazerem o coração, mas só encontram o vazio, angústia e amargura… o mundo só pode oferecer isso, porque ele não possui paz nem alegria.

Feliz daquele que trabalha, reza e se sacrifica para conquistar o céu; esse viverá nos braços de Deus por toda a eternidade: “Os bem-aventurados gozam da minha eterna visão. Cada um no seu grau, de acordo com a caridade em que vieram participar de tudo o que possuo. Por terem vivido no meu amor e no amor dos homens; por terem praticado a caridade em geral e em particular, qual fruto de um único amor desfrutam – na alegria e gozo – dos bens pessoais e comuns que mereceram. Colocados entre os anjos e santos, com eles se rejubilam na proporção do bem praticado na terra. Entre si congraçados na caridade, os bem-aventurados de modo especial comunicam-se com aqueles que amavam-se no mundo. Realizam-no, naquele mesmo amor que os fez crescer na graça e nas virtudes. Na terra, ajudavam-se uns aos outros a glorificar-me, a louvar-me em si mesmo e nos outros; tal amor continua na eternidade. Conservam-no, partilham-no profundamente entre si; com maior intensidade até, associando-se à felicidade geral” (Santa Catarina de Sena, O Diálogo).

Lembre-se continuamente de que no céu encontraremos os nossos parentes, amigos e conhecidos; por isso, vale a pena lutar para reunirmos nessa Pátria para sempre: “Haverá a bem-aventurança de encontrarmos de novo todos aqueles a quem amamos e que nos precederam na casa do Pai” (Monge Edouard Clerc).

Prezado, jamais desvie os seus olhos do céu; que cada pulsar do seu coração seja um hino do desejo de conquistá-lo: “Que enorme estultícia é amontoar ali de onde se há de partir, e não enviar para onde se há de ir! Põe as tuas riquezas onde tens a tua pátria” (São João Crisóstomo).

Deus lhe pague pela preciosa colaboração!

Rezo pelo senhor, esposa e filhinho.

Eu te abençôo e te guardo no Santíssimo Coração de Jesus Cristo.

Atenciosamente,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

 

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