Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

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Anápolis, 09 de março de 2012

 

Ao Senhor Maurício Loschi de Melo

Benfeitor do Instituto – Brasília – DF

 

Caríssimo, carregue as cruzes de cada dia com alegria e perseverança, a exemplo de Cristo Jesus, manso Cordeiro, que carregou a cruz até ao Calvário sem desanimar ou desistir: “Jesus vem com uma cruz, e sobre ela está escrita uma só palavra que comove meu coração até suas mais íntimas fibras: ‘Amor’. Oh! Que belo é Ele com sua túnica de sangue! Esse sangue vale para mim mais do que as jóias e diamantes de toda a terra”(Santa Teresa dos Andes).

 

Estamos no tempo da quaresma... a Semana Santa se aproxima. Aproximemo-nos de Jesus Cristo que carrega a pesadíssima cruz para o Calvário e aprendamos d’Ele a carregarmos as nossas cruzes de cada dia sem reclamar  nem desanimar.

Prezado, essa vida é uma longa Via-Sacra... longa, dolorosa e fatigante; mas se caminharmos unidos ao nosso Mestre, com certeza perseveraremos até o fim... porque Ele nos fortalece e consola: “Paixão de Jesus... Que eu possa sofrer tanto e contigo; é sempre para mim um dia de festa. Ó espinhos, ó Cruz, ó pregos, quantas vezes eu vos disse? Vingai sobre mim, não sobre Jesus. Ó Cruz, por que te vingas sobre Jesus? Sobre Jesus não, sobre mim... Estou na Cruz de verdade. Ó Cruz santa, contigo quero viver, contigo quero morrer. Agradeço-te, que por teu amor, me reténs na Cruz. Se Tu não me retivesses assim na Cruz, quantas vezes te haveria abandonado! Ó Paixão, Paixão de Jesus, eu te amo! Amo sim a Cruz, por que sei que a Cruz está sobre os ombros de Jesus. Paixão de Jesus! Anjos do céu vinde, vinde todos a compadecer Jesus. Se eu devesse estar no mundo, um momento sequer sem sofrer, dir-te-ia: Faze-me morrer neste instante. Àquele mesmo cálice ao qual Jesus, aproximaste teus lábios, desejo beber eu também. Ó Jesus, eu sei que te é cara a Cruz... Peço-te: ou crucifica minha alma, ou faze-me morrer... Não te importes com o meu pranto: podes crucificar-me...” (Santa Gema Galgani).

A vida presente é cheia de sofrimentos. Essa vida é como a Via-Sacra, uma longa caminhada de dores, entre o Pretório e o Calvário. O Pretório é o quarto em que nascemos; o Calvário, aquele quarto em que morremos. No primeiro condenam-nos à morte, renovando contra nós a sentença pronunciada no paraíso terrestre. No segundo, é ela executada quando expiamos em nosso leito de dores como Jesus no patíbulo do Gólgota.

As estações intermediárias representam-nos as épocas ou os dias de sofrimentos de que Deus semeou a nossa vida; recordam-nos ao mesmo tempo que a nossa vida é uma viagem mais ou menos longa, mais ou menos amargurada, para um Calvário ou leito de morte, e de lá para um sepulcro. Ensinam-nos a viver santamente e a morrer como eleitos.

Caríssimo, temos de tomar a cruz como Jesus ao entrarmos na vida; carregá-la generosamente à medida que os anos passam e erguer-nos corajosamente quando as dores nos abatem e nos fazem tombar debaixo do peso. Mas para lá chegarmos, temos quem nos acuda: a divina Mãe que vem ao encontro de Jesus e dos que sofrem; os nossos irmãos representados pelo Cireneu que nos consolam, sustentam e animam com suas palavras caridosas; enfim, um Deus coroado de espinhos, lembrado pelo sudário de Verônica, em que vemos a imagem de Jesus convidando-nos a unir as nossas dores às do nosso Rei saturado de opróbrios.

Quanto mais nos aproximamos do nosso leito de morte, como Jesus no Calvário, tanto mais temos de humilhar-nos, arrepender-nos e desapegar-nos. É isso que nos ensina o Salvador ao cair por terra; exorta-nos a chorar mais sobre nós do que sobre Ele; e deixa-se despojar completamente com o mais pobre dos mortais (cfr. Pe. Luiz Bronchain, Meditações).

Prezado, agradeçamos a Deus por essa vida ser uma dolorosa e longa Via-Sacra... se perseverarmos unidos a Cristo Jesus, sem revolta e desânimo, receberemos após a morte uma grande recompensa... belíssima recompensa... feliz recompensa: “Penso, com efeito, que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que deverá revelar-se em nós” (Rm 8, 18), e: “Pois nossas tribulações momentâneas são leves em relação ao peso eterno de glória que elas nos preparam até o excesso” (2 Cor 4, 17), e também: “Por um pequeno castigo receberão grandes favores...” (Sb 3, 5), e ainda: “Bem-aventurado o homem que suporta com paciência a provação! Porque, uma vez provado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam” (Tg 1, 12).

Lembre-se diariamente da brevidade dessa vida... ela passa como um relâmpago... passa para não mais voltar... não deixe para entesourar depois, mas entesoure no céu agora... agora, enquanto o seu coração ainda está pulsando: “A vida eterna depende da vida que se leve neste mundo” (Mons. Tihamer Tóth).

Rezo pelo senhor, esposa e criancinha.

Leia todos os dias um trecho da Sagrada Escritura.

Estamos com saudade de sua presença exemplar nos Santos Retiros.

Deus lhe pague pela colaboração.

Eu te abençôo e te guardo no Santíssimo Coração de Jesus; delícia de todos os santos.

Atenciosamente,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

 

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