Anápolis, 09 de março de 2012
Ao senhor Esperidião Abrão Filho
Benfeitor do Instituto - Goiânia-GO
Prezado, entesoure tesouros no céu porque a vida
passa para não mais voltar... ela é curta:
“Pode durar setenta anos nossa vida, os
mais fortes talvez cheguem a oitenta; a maior parte é ilusão e
sofrimento: passam depressa e também nós assim passamos”
(Sl 89, 10).
Exclamava o rei
Ezequias:
“Minha vida foi cortada como por tecelão. Quando
ainda catava urdindo, ele me cortou”
(Is 38,12). Quantas pessoas andam
preocupadas a tecer a teia de sua vida, ordenando e combinando
com arte seus mundanos desígnios, quando os surpreende a morte e
rompe tudo! Ao pálido resplendor da última luz, todas as coisas
deste mundo se obscurecem: aplausos, prazeres, pompas
e grandezas. Grande segredo o da morte! Sabe
mostrar-nos o que não vêem os amantes do mundo. As mais
cobiçadas fortunas, os postos mais elevados, os triunfos mais
estupendos perdem todo o seu esplendor considerados à vista do
leito mortuário. Convertem-se então em indignação contra nossa
própria loucura as ideias que tínhamos formado de certa
felicidade ilusória. A sombra negra da morte cobre e obscurece
até as dignidades régias.
Persuadamo-nos,
portanto, que, para remediar as desordens da consciência, não é
apropriado o tempo da morte, mas sim o da vida. Apressemo-nos a
pôr mãos à obra naquilo que então não poderemos fazer. Tudo
passa e fenece depressa (l Cor 7,29). Procuremos
agir de modo que tudo nos sirva para conquistar a vida eterna.
Consideremos que Jesus
Cristo quis morrer vítima de tanta amargura e ignomínia para
obter-nos morte venturosa. Com esse fito nos dirige tantas vezes
seu convite, dá-nos suas luzes, admoesta-nos e ameaça, tudo para
que procuremos concluir a hora derradeira na graça e na amizade
de Deus (cfr. Santo Afonso Maria de Ligório, Escritos).
Tudo passa aqui nesse
mundo... ninguém ficará para semente... diante dessa verdade,
façamos o bem enquanto é tempo:
“As boas obras conduzem
à vida, porém as más obras arrastam para a morte”
(Santo Tomás de Aquino).
Caríssimo, leia bons
livros... principalmente a Sagrada Escritura.
Deus lhe pague pela
colaboração.
Eu te abençôo e te
guardo no Puríssimo Coração de Maria Santíssima.
Atenciosamente,
Pe. Divino Antônio
Lopes FP.
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