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				Anápolis, 09 de agosto de 2017 
				  
				
				À senhorita Militina Dias Martins 
				
				Benfeitora do Instituto, Brasília – DF 
				  
				
				Prezada senhorita, busque sempre o 
				silêncio... ele faz grande bem para a alma; 
				enquanto que o barulho prejudica a vida de união com Deus:
				“O ruído dispersa e dissipa. O 
				silêncio recolhe, recupera e condensa. Quem não sabe por na sua 
				vida zonas de silêncio, não tarda a viver na superfície de sua 
				alma” (Pe. Gaston). 
				  
				
				É grande sabedoria reservar momentos para a 
				oração... momentos de silêncio para dialogar com o Deus do 
				silêncio. Deus não pode estar na agitação 
				e no barulho. 
				
				Os momentos de silêncio que reservamos, 
				ainda que sejam dolorosos, dão ao nosso pensamento uma acuidade 
				nova... à nossa palavra, ressonâncias mais profundas... à ação, 
				maior fecundidade. O silêncio nunca mente... o silêncio 
				compensa. Não podemos 
				imaginar um mundo onde só houvesse a palavra; mas podemos 
				imaginar um de silêncio total... O silêncio permite melhor 
				controle dos nossos pensamentos. E é de nossos pensamentos, 
				claros ou obscuros, que brotam nossas palavras e ações. Se 
				deliberadamente, só temos pensamentos humildes, puros, 
				benévolos, nossa vida será humilde, casta e benfazeja. Se 
				fôssemos marcados na fronte pelos pensamentos estúpidos que nos 
				agitam, fugiríamos uns dos outros ou compreenderíamos melhor 
				nossa fragilidade e a importância do silêncio para purificar 
				nossos desejos. O silêncio é uma necessidade para o homem. Quem 
				se dá sem nunca se encher, acaba por se esvaziar... o silêncio é 
				necessário para que planejemos a ação 
				(Pe. Gaston). 
				
				Quem não sabe fazer silêncio não possui uma vida 
				espiritual verdadeira; mas sim, superficial e cheia de 
				“intervalos”: “O silêncio é 
				como o porteiro da vida interior” (São 
				Josemaría Escrivá). Sem o silêncio é impossível 
				planejar coisas boas: “É no silêncio 
				interior das almas que se resolvem os destinos do mundo. Que 
				pena estarem as almas atravancadas de bagatelas e vazias do 
				Único necessário!”
				(Pe. Gaston). 
				
				O mundo está mergulhado no barulho, não existe 
				mais silêncio... os mundanos estão se “mordendo”... 
				a violência aumenta a cada dia. Falta de união com Deus! 
				Falta de vida interior! Quem não faz silêncio 
				“vomita” uma enxurrada de palavras que não agradam a Deus. 
				A pessoa que não faz silêncio não possui vida interior: 
				“A vida interior poderia consistir nesta 
				única palavra: Silêncio! É o silêncio que prepara os santos. Ele 
				os começa, continua, acaba. Silêncio! Que bela palavra!”
				(Irmã Maria Amada de Jesus). 
				
				O silêncio vale mais que o ouro e a
				prata... é grande riqueza saber fazer silêncio. 
				
				Quem não sabe fazer silêncio, jamais será 
				uma pessoa de oração e responsável pelo dever. 
				
				O silêncio é uma necessidade para desenvolver na 
				alma a vida sobrenatural. 
				
				Sem silêncio é impossível alguém progredir nos 
				estudos. Os estudos clamam muita reflexão e 
				concentração. 
				
				O silêncio serve para contribuir para a boa ordem 
				na família. Uma casa onde reina o barulho é uma casa 
				desorganizada. 
				
				Estimada senhorita, reze durante o mês de 
				agosto o Salmo 140:  “Deus, 
				eu te chamo, socorre-me depressa! Ouve minha voz quando clamo a 
				ti! Suba minha prece como incenso em tua presença, minhas mãos 
				erguidas como oferta vespertina! Deus, coloca uma guarda em 
				minha boca, uma sentinela à porta dos meus lábios. Impede meu 
				coração de se inclinar ao mal, de cometer a maldade com os 
				malfeitores. Não vou ter prazer em seus banquetes! Que o justo 
				me bata, que o bom me corrija, que o óleo do ímpio não me 
				perfume a cabeça, pois eu iria comprometer-me com suas maldades. 
				Eles estão entregues ao poder da Rocha, seu juiz, eles que 
				tinham prazer quando me ouviam dizer: ‘Como pedra do moinho 
				rebentada por terra, estão espalhados nossos ossos à boca do 
				Xeol’. A ti, Deus, elevo meus olhos, eu me abrigo em ti, não me 
				deixes sem defesa! Guarda-me das armadilhas que armaram para 
				mim, e das ciladas dos malfeitores. Caiam os ímpios, cada qual 
				em sua rede, enquanto eu escapo, em liberdade!” 
				
				Leia com atenção essa “historinha”: Sede 
				velhacos. 
				
				São Filipe Néri, que vivia rodeado de 
				rapazes, pois era educador, disse-lhes um dia: 
				
				- Meus caros, se estiverem bem atentos 
				tenho uma bela coisa para dizer-vos. 
				
				- Diga, diga, padre Filipe – repetiram-lhe 
				os rapazes cheios de curiosidade. 
				
				- Pois bem; eu vos digo que há neste mundo 
				muitos loucos e muitos velhacos. 
				
				- Que quer dizer o senhor com isso, padre 
				Filipe? 
				
				- É muito simples: os velhacos são os que, 
				vivendo no meio do mundo, trabalham sempre para o céu; loucos, 
				porém, são aqueles que se afadigam pelas coisas da terra e 
				caminham para a perdição eterna. 
				
				Caríssima senhorita Militina, viva para 
				Deus... não busque a aprovação das pessoas... elas são falsas e 
				mudam continuamente. 
				O coração do homem é um grande abismo, profundo 
				abismo. 
				
				Devemos persuadir-nos desta verdade: neste mundo, 
				nunca encontraremos, fora do círculo dos que comungam com o 
				nosso ideal, quem esteja disposto a dar-nos a sua aprovação e 
				apoio sem reservas. Enquanto a alma não tiver enraizada esta 
				convicção, não estará livre de penosas desilusões. É preciso 
				conformar-se com esta inclinação da natureza humana. Deus assim 
				o quis, para que a alma só o tenha a Ele como ponto de apoio 
				seguro e só confie n’Ele e nos que por Ele lhe estão unidos. 
				Uma vez abandonada a Deus definitivamente, a estima dos 
				homens torna-se para ela indiferente. As suas críticas, 
				violências, zombarias já não têm o poder de abalá-la. Não foi 
				para agradar-lhes nem para captar-lhes a estima que optou por 
				Deus. Mesmo que o mundo inteiro se erguesse contra essa alma, em 
				que poderia prejudicá-la? Ela não depende do mundo nem da sua 
				aprovação. Sabe que a opinião dos homens nada vale diante de 
				Deus. Se o universo inteiro se coligasse contra ela, não lhe 
				poderia tirar o mérito de uma única das suas ações. O mundo só é 
				poderoso contra aqueles que o temem. Aqueles que lhe afrontam as 
				ameaças e gritos sabem-no impotente 
				(Joseph Schrijvers). 
				
				Obrigado pela ajuda mensal. 
				
				Rezamos pela senhorita todos os dias. 
				
				Eu te abençoo e te guardo no Santíssimo Coração 
				de Jesus Cristo, repouso seguro: 
				“Seu Coração era meu 
				repouso, meu retiro e minha força nas minhas fraquezas” 
				(Santa Margarida Maria Alacoque). 
				
				Com respeito e gratidão, 
				  
				
				Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) 
				  
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