005 / 2017

Anápolis, 13 de agosto de 2017

À senhora Maria Gorete Silva

Benfeitora do Instituto, Brasília – DF

Caríssima senhora, não tenha medo de enfrentar as dificuldades e obstáculos. Não devemos tremer diante das “montanhas”; mas sim, devemos escalá-las com coragem, firmeza e perseverança: “As dificuldades que possam surgir não deverão assustar-nos. À testa desse exército de paixões, afetos, sentimentos, temores, esperanças e inquietações que formam o nosso interior e ali fomentam o tumulto, devemos colocar a vontade. Ela restabelecerá a ordem. Dir-lhe-emos apenas que tenha os olhos sempre postos em Deus, para conhecer os seus desígnios e depois transmiti-los aos seus subordinados. Isto é que é comandar” (Joseph Schrijvers).

Para entrar na Vida Eterna, isto é, no céu, devemos perseverar até o fim... não basta perseverar uma vez na vida... é preciso perseverar até o último suspiro. Os santos estão no céu porque perseveraram até o fim... escalaram as “montanhas” das dificuldades sem abandonar a luta: “Começar é de todos; perseverar, de santos... Que a tua perseverança não seja consequência cega do primeiro impulso, fruto da inércia; que seja uma perseverança refletida”  (São Josemaría Escrivá).

Muitos começam bem, mas desistem quando surgem as provações. Os amigos de Jesus Cristo perseveram até o fim, porque buscam força n’Ele. Sem perseverança não há salvação: “Muitos começam bem, mas poucos são os que perseveram” (São Jerônimo), e: “Um Saul, um Judas, um Tertuliano, começaram bem, mas acabaram mal, porque não perseveraram como deviam” (Idem.), e também: “A perseverança é a porta do céu”(São Lourenço Justiniano).

Devemos nos apoiar continuamente em Deus, porque muitas “torres” já caíram... e caíram desgraçadamente. Ninguém tem a salvação garantida... é preciso perseverar sem cochilar... sem pestanejar: “Tu meu irmão, que abandonaste o pecado e esperas, com razão, que tenham sido perdoadas as tuas culpas, gozas da amizade de Deus; todavia ainda não estás salvo, nem o estarás enquanto não tiveres perseverado até o fim” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “Começaste bem e santamente a vida. Agradece mil vezes a Deus; mas não é ao que começa que se oferece o prêmio, mas sem, unicamente, ao que persevera” (São Bernardo de Claraval).

Jesus Cristo, nosso Salvador, que não mente nem engana os seus amigos, disse: “Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10, 22), e São Paulo Apóstolo diz: “... que retribuirá a cada um segundo as suas obras: a vida eterna aos que perseverando em fazer o bem, buscam a glória, a honra e a imortalidade” (Rm 2, 6-7).

Quem desiste de caminhar jamais chegará ao local desejado.

Sem perseverança não há salvação. Na perseverança no bem até o fim da nossa vida está o princípio da nossa eterna felicidade. Sem a perseverança final todos os esforços são baldados. Penitências e orações, sacramentos e boas obras, tudo, sem a perseverança, será como a fumaça que se desvanece... Se, porém, o único remédio para ser salvo é perseverar até o fim, para perseverar até o fim há um só meio: ser constante no bem! (Pe. Alexandrino Monteiro).

Estimada senhora, o céu é a pátria dos fortes... dos que se apoiam no Deus Forte e que tudo pode.

Leia com atenção essa “historinha”: A recompensa do mundo.

A rainha Isabel da Inglaterra, de triste memória, tinha entre os nobres de sua corte um extraordinário bailarino, chamado Tomás Pando.

Quando dançava, todos gritavam com delírio: “Outra vez! Bis, bis!”

E ele continuava dançando. Mas um dia estava tão cansado que suas forças não lhe permitiam nenhum esforço. Mas a fanática rainha gritou: “Repete, repete”. E Tomás, para fazer-lhe a vontade, bailou, nas últimas voltas, porém, teve vertigem e caiu no solo. Puseram-se todos a rir, e a rainha gritou: “Levanta-te, boi!”

O pobre bailarino ouviu o insulto, mordeu os lábios e levantou-se. No dia seguinte desapareceu da corte. Fugiu para os montes e nunca mais foi visto a bailar.

Assim são as recompensas do mundo. Aos aplausos, louvores e sorrisos sucedem quase sempre o abandono, o desprezo e o amargo insulto: “Levanta-te, boi!”

Quem agrada o mundo... recebe o aplauso falso do mundo!

Prezada senhora, reze durante os meses de agosto e setembro a Ladainha dos Santos Anjos:

Obrigado pela ajuda mensal.

Rezamos pela senhora todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Santíssimo Coração de Jesus Cristo.

Com respeito e gratidão,

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)