Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

009 / 2017

 

Anápolis, 16 de agosto de 2017

 

Ao Dr. Gilberto Silva

Benfeitor do Instituto, Goiânia – GO

 

Estimado senhor, viva nesse mundo somente para Deus... confiando somente no Senhor que nos criou; porque o coração do homem é um abismo profundo e a língua dele é uma terrível “pá” que cava a sepultura do próximo: “Há lugares que são chamados boca do lixo. Que nome dar à boca do caluniador?!” (Pe. Orlando Gambi).

 

A calúnia, fofoca, maledicência, mexerico e mentira, invadiram o mundo... estão em todos os ambientes. É preciso agir com prudência e viver longe dessas pessoas.

Proferir uma calúnia certamente é um mal. Divulgá-la é diabólico! A calúnia faz o mal andar a galope! Quem calunia revela um ódio incrível! A calúnia é o modo mais vil de perseguir! O caluniador não quer apenas o mal dos outros. Quer a morte! O caluniador não é o cão. É a corja! Se não nasce uma ferida na boca do caluniador, também não fica sem lama o seu coração! O caluniador é um espírito decrépito! (Pe. Orlando Gambi).

Milhões de pessoas estão brincando com a calúnia... “fuçam” violentamente na vida do próximo... dizem loucuras contra os parentes e familiares... e pensam que é normal, que é uma coisa leve. Isso é muito perigoso! “A calúnia é um dos piores pecados contra o oitavo mandamento, porque combina um pecado contra a verdade (mentir) com um pecado contra a justiça (ferir o bom nome alheio) e a caridade (falhar no amor devido ao próximo). A calúnia fere o próximo onde mais dói: na sua reputação. É fácil ver, pois, que o pecado de calúnia é mortal se com ele prejudicamos seriamente a honra do próximo, ainda que seja na consideração de uma só pessoa e mesmo que esse próximo não tenha notícia do mal que lhe causamos” (Pe. Leo J. Trese).

A pessoa que sobe na vida caluniando o próximo, com certeza será castigada por Deus: “O caluniador torna-se responsável por todo o prejuízo decorrente de sua difamação” (Santo Afonso Maria de Ligório).

A calúnia consiste em atribuir malignamente ao próximo culpas e  defeitos que não tem, ou exagerá-los ou negar as suas boas qualidades.  Não há palavras que bastem para explicar a malignidade da calúnia. A calúnia patenteia-se por si mesma, pois é absolutamente oposta à verdade e ao amor devido ao próximo. Há também um modo péssimo e muito espalhado de caluniar; é a reticência, que consiste em insinuar vagamente culpas, defeitos... (Giuseppe Perardi).

“Toda falta cometida contra a justiça e a verdade impõe o dever de reparação, mesmo que seu autor tenha sido perdoado. Quando se torna impossível reparar um erro publicamente, deve-se fazê-lo em segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não pode ser diretamente indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moralmente, em nome da caridade. Esse dever de reparação se refere também às faltas cometidas contra a reputação de outrem. Essa reparação, moral e às vezes material, será avaliada na proporção do dano causado e obriga em consciência” (Catecismo da Igreja Católica, 2487).

Os caluniadores são amigos de Satanás.

Prezado senhor, reze o Salmo 142 nos meses de agosto e setembro: “Gritando a Deus, eu imploro! Gritando a Deus, eu suplico! Derramo à sua frente o meu lamento, à sua frente exponho a minha angústia, enquanto meu alento desfalece; mas tu conheces meu caminho! No caminho em que ando ocultaram para mim uma armadilha. Olha para a direita e vê: ninguém mais me reconhece, nenhum lugar de refúgio, ninguém que olhe por mim! Eu grito a ti,  Senhor, e digo: Tu és meu refúgio, minha parte na terra dos vivos! Dá atenção ao meu clamor, pois já estou muito fraco. Livra-me dos meus perseguidores, pois eles são mais fortes do que eu! Faze-me sair da prisão para que eu celebre o teu nome! Os justos se ajuntarão ao meu redor, por causa do bem que me fizeste”.

Leia com atenção essa “historinha”: A inveja leva à calúnia.

Numa aldeia da Áustria, em 1847, vivia uma pobre mulher, viúva com cinco filhinhos, e os sustentava com seu trabalho de costura e bordado. Uma jovem costureira, chamada Ana Geisel, invejosa da muita freguesia que tinha a viúva e desejosa que a perdesse, levantou-lhe uma calúnia: espalhou que a costureira tinha uma doença contagiosa das mais repugnantes. Os fregueses deram-lhe crédito e, não recebendo mais trabalho, a viúva viu-se obrigada a pedir esmola. Mas mesmo as portas daqueles que antes a favoreciam, agora se fechavam para ela. Por ocasião do jubileu de Pio IX, naquele ano, a invejosa caluniadora confessou a verdade e fez pública retratação numa declaração firmada de próprio punho. Essa declaração, a caluniadora mandou afixar no quadro de avisos da prefeitura; além disso, enviou à viúva uma pequena indenização pelos prejuízos causados e, logo, desapareceu da aldeia para ocultar sua vergonha.

A pobre invejada e caluniada recobrou sua antiga freguesia, e daí em diante foi sempre muito favorecida de todos.

Caríssimo senhor, cuidado com as pessoas... cuidado com as amizades... cuidado com os parentes. O caluniador é capaz de matar!

Obrigado Dr. Gilberto pela ajuda mensal. Façamos sempre o bem porque a vida é curta... passa como um sopro.

Rezamos pelo senhor todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração Bondoso de Jesus Cristo: “Dulcíssimo Jesus cuja imensa caridade para com os homens é paga tão ingratamente com esquecimento, com negligência, com desprezo, eis-nos prostrados ante o vosso altar dispostos a reparar, por este especial testemunho de honra, tão indigna frieza dos homens e as injúrias que de toda a parte ferem o Vosso Amantíssimo Coração” (Pio XI).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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