Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

011 / 2017

 

Anápolis, 19 de agosto de 2017

 

À senhora Roseli Araújo Silva

Benfeitora do Instituto, Goiânia – GO

 

Caríssima senhora, faça sempre o bem... faça o bem todos os dias, porque é grande sabedoria entesourar tesouros no céu. O tempo de realizar o bem é agora, não depois da morte... temos pouco tempo para fazer o bem, porque a vida é breve: “Certamente não há nenhum Santo que tenha entrado no céu sem ter feito o bem aos outros!” (Pe. Orlando Gambi).

 

Estamos aqui na terra para conquistar o céu! Afora isso estamos roubando de Deus e caminhando para o Inferno.  Não podemos deixar para depois, porque poderá ser tarde, pois a morte não avisa o dia nem a hora da sua “visita”.

Devemos pensar continuamente no céu... desejá-lo a cada segundo... apaixonarmos por ele... correr, “voar” no caminho do céu.

O céu é o lugar onde ninguém está por acaso!

O céu! Doce palavra de conforto e esperança, que sintetiza tudo quanto pode tornar feliz o coração humano. A nossa vida é um contínuo caminhar para a nova Terra de Promissão – o céu, - onde já estão tantos dos nossos maiores, a fim de formarmos com eles uma nova família e começarmos uma vida felicíssima na casa de Deus... Vamos para o céu! Vamos para esse outro Tabor da Glória, onde Deus se está mostrando perpetuamente aos seus escolhidos; vamos para a mansão dos Anjos, para o eterno remanso da paz e felicidade, onde a morte não tem acesso (Pe. Alexandrino Monteiro).

Todos os povos acreditam, até os pagãos e índios acreditam no céu, como também os homens mais sábios acreditaram no céu e fizeram o possível para lá chegar um dia. Fizeram o que lhes fora mandado por Deus, e agora estão gozando a recompensa de suas boas obras.

E qual é o prêmio no céu? Em primeiro lugar não há mais sofrimento. Até a lembrança do sofrimento, o medo de acontecer qualquer desgraça acabou. Não podemos mais morrer, não há mais doença, ninguém nos pode causar mal. O nosso corpo fica glorioso e muito bonito, transfigurado, resplandecente como um sol, tudo o que nos poderia causar dor de cabeça e apreensões terminou tudo. Todos os nossos desejos serão satisfeitos.

Reinará alegria sem sombra de dor ou tristeza. Sabemos que o mundo está cheio de aflição e dor... e por isso rezamos na Salve-Rainha: A vós suspiramos gemendo e chorando, neste vale de lágrimas. Na verdade, para a maior parte dos homens, esta vida é um verdadeiro purgatório. No céu, porém, tudo terá fim. São João Evangelista diz: “Já não haverá morte, nem luto, nem clamor, nem dor, porque as primeiras coisas são passadas” (Ap 21, 4). Muitos pensam que no céu tudo se passa como aqui na terra; que aqueles que padecem aqui na terra... na outra vida terão que padecer, ou experimentar pouco gozo. Isto, entretanto, não está certo. Não só haverá alegria eterna, gozo dos bens, mas o que é muito importante é a paz de consciência. Os habitantes do céu sabem que cumpriram em tudo a vontade de Deus, estão contentes porque Deus é amigo deles, estão muito mais contentes do que o aluno que sabe não ter feito nenhum erro na prova final e que os professores vão estar muito satisfeitos com ele.

Outra grande surpresa será a visão do nosso anjo da guarda com os outros anjos; o nosso pai e a nossa mãe, as nossas irmãs e irmãos, filhos e parentes nos virão ao encontro para nos abraçar e levar para Deus. Que felicidade todos assim reunidos, bem perto do Pai do céu. Todos nos querem bem, todos nos amam.

Além dos pais e parentes virá ao nosso encontro Nossa Senhora, a nossa boa Mãe do Céu. Virá com os braços abertos para o grande abraço, acompanhada dos anjos e santos... ela nos levará diante do trono de Deus e dirá: Dê a este meu servo fiel, que me honrou na terra, o prêmio prometido. Se ainda houvesse lágrimas no céu, de certo que choraríamos de tanta felicidade. Como naquele momento nos parecerá pouco tudo o que tivéssemos de sofrer nesta vida.

E agora vem o principal, o próprio Deus. Aquele que nos fez do nada, Aquele que nos conhece tão bem, tão profundamente. Estamos diante d’Ele. A nossa vontade seria desaparecer diante de tanta majestade, diante de tanto fulgor e brilho; mas Ele tem um olhar tão terno que nos faz com que nos aproximemos com toda a confiança, como um filho se lança nos braços de um Pai querido, após longa ausência. E neste encontro nós queríamos dizer palavras de agradecimento, mas Deus já viu tudo em nosso coração, já não precisamos de palavras, ali os corações falam. Quem não faria o impossível para ter tanta felicidade, tanta honra e tanta glória?

E perguntaremos: quanto tempo vai durar esta felicidade? Sempre, sem nunca terminar. Os justos, diz Jesus, entrarão na vida eterna, isto é, numa vida feliz que não terá fim. O Espírito Santo lhes permanecerá unidos eternamente. Ninguém lhes poderá roubar a sua felicidade. Deus é o maior de todos os senhores e o mais generoso em suas recompensas; Ele dá uma recompensa eterna. Se as alegrias do céu não fossem eternas, os eleitos estariam perpetuamente em temor de perdê-las; o céu deixaria de ser céu.

Céu! Esta é uma palavra mágica que produz os santos. Por que os apóstolos abandonaram tudo e seguiram a Jesus? Por que milhares e mais milhares de mártires suportaram com alegria todos os tormentos do martírio? Por que as santas virgens conservaram tão heroicamente a sua inocência? Por que tantas pessoas submeteram seu corpo a tão rigorosa penitência? É que todos pensaram: não importa que eu perca tudo, contanto que ganhe o céu. O céu é que merece todo o esforço.

Afinal, o que se deve fazer para entrar no céu? Cumprir a santa vontade de Deus, ser santo. No céu só existem santos: “Não entrará no céu nenhuma coisa contaminada” (Ap 21,27). Enquanto ainda um pozinho do pecado macular a tua alma, enquanto a menor pena do pecado reclamar satisfação, não te será dado o céu.

Custa ser santo, requer esforço. Jesus disse claramente: “O reino dos céus sofre violência, e só os que usam de violência o arrebatam” (Mt 11,12). Sem luta não há vitória, sem vitória não se confere coroa de triunfo. São João Evangelista viu certa vez os santos do céu; todos levavam palmas nas mãos... a palma é o sinal do triunfo. Não desanimemos! Muitos já lutaram o bom combate, terminaram a sua vida terrena e receberam a coroa do céu.

Disse São Paulo quando foi arrebatado ao céu: Os olhos não viram, e o ouvido não ouviu e não entrou no coração do homem, aquilo que Deus tem preparado aos que o amam.

No entanto, os nossos olhos já viram muitas coisas belas. Flores que nos encantam, paisagens que nos elevam... os olhos de uma criança inocente, de uma mãe carinhosa que nos extasiam. Mas o que é tudo isso em comparação da glória do céu?

Também já ouvimos muita música bela, muitos cantos de passarinhos; mas o que são os sons mais lindos da terra, em comparação das melodias celestes?

Estimada senhora, pense no céu e reze o Salmo 150 nos meses de agosto e setembro: “Aleluia! Louvai a Deus no seu templo, louvai-o no seu poderoso firmamento, louvai-o por suas façanhas, louvai-o por sua grandeza imensa! Louvai-o com toque de trombeta, louvai-o com cítara e harpa; louvai-o com dança e tambor, louvai-o com cordas e flauta; louvai-o com címbalos sonoros, louvai-o com címbalos retumbantes! Todo ser que respira louve a Deus! Aleluia!”

Leia com atenção essa “historinha”: Nos sofrimentos pensemos no céu.

O senhor Miguel de Marillac, avô de Santa Luísa de Marillac e ilustre homem de Estado, por sua fidelidade à rainha Maria de Médicis,  caíra no desagrado do poderoso ministro Richelieu. Preso em 1630 por ordem desse ministro, Miguel foi colocado na prisão, perdendo todo o conforto, glória e estima de que gozava antes.

Na sua prisão, em vez de lastimar-se, consolava-se com o pensamento, com a lembrança do céu. Dizia: “Um só raio de luz sobre os bens da vida futura é mais que suficiente não só para tornar suportáveis as aflições da terra, como também para no-las fazer esquecer completamente”.

Quando o médico lhe comunicou que seu fim estava próximo, exclamou: “Louvado seja Deus! Notícia melhor não podia eu receber... Vou logo para a casa do meu Pai”.

Se em nossas dores e infortúnios pensássemos um pouco mais no céu, até as nossas tristezas se converteriam em verdadeira e sincera alegria.

Obrigado senhora Roseli Araújo Silva pela ajuda mensal.

Rezamos pela senhora todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Santíssimo Coração de Jesus Cristo: “Coração Eucarístico de Jesus, sede nosso refúgio na hora da nossa morte” (Máximas Eternas).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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