Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

012 / 2017

 

Anápolis, 21 de agosto de 2017

 

À senhorita Hilária Bueno Leite

Benfeitora do Instituto, Goiânia – GO

 

Prezada senhorita, ame a Deus de todo o coração... viva na presença do Criador... apaixone-se pelo Deus Eterno que cuida dos seus filhos... e FUJA das pessoas fofoqueiras, linguarudas, maledicentes, caluniadoras e mexeriqueiras: “A língua sã é uma árvore de vida; a língua perversa corta o coração” (Pr 15, 4).

 

Muitas pessoas são destruídas por causa da língua dos malditos, isto é, das pessoas caluniadoras.

Quanta leviandade e, por isso, quantos defeitos e faltas nas palavras de quem não sabe refrear a língua... Na vida das almas piedosas e religiosas, a falta de mortificação da língua dissipa o espírito, aparta da oração e arrebata o gosto das coisas celestes... É preciso frear e moderar a língua... Não se trata de ficar sempre calados, mas simplesmente de refletir antes de falar. Como colocamos o freio aos cavalos, assim devemos frear a língua; e como todo o corpo do cavalo é domado pelo freio, da mesma forma, freando a língua, conseguiremos dominar muitas de nossas paixões (Bem-aventurado José Allamano).

Sem mortificar a língua é impossível alguém progredir na vida de santidade. Quem fala sem refletir caminha para a perdição: “É melhor vencer-se na língua do que jejuar a pão e água... o que mais importa para progredir é fazer calar, diante deste grande Deus, a nossa língua e o nosso apetite, visto que a única linguagem que ele escuta é o silencioso amor... refreia bastante a língua e o pensamento e dirige comumente o afeto para Deus; só então teu espírito se animará divinamente” (São João da Cruz).

Estimada senhorita, lembre-se de que após a morte a nossa alma será julgada por Jesus Cristo... no chamado JUÍZO PARTICULAR.

Diz a Sagrada Escritura sobre o juízo: “… Está decretado que os homens morram uma só vez e que depois disto se siga o juízo” (Hb 9,27). Em outro lugar ensina São Paulo: “É necessário que todos nós compareçamos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que é devido ao corpo segundo fez o bem ou o mal” (2 Cor 5,10).

Depois da morte não existe reencarnação, isto é, a alma nossa não vai se unir com outro corpo para viver novamente e assim pagar os nossos pecados.

Depois da morte, e só morreremos uma vez, nós seremos julgados.

Há, portanto, uma única oportunidade para conquistarmos o céu e é aproveitar bem desta vida, que estamos vivendo agora, para fazer o bem e seguir a vontade de Cristo.

A reencarnação é, portanto, um erro e um engano e, por isso mesmo, não pode ser doutrina de Deus e sim do demônio que nos quer enganar, para que deixemos para mais tarde o cuidado da nossa salvação.

De acordo com a Sagrada Escritura, a Igreja Católica ensina como dogma de fé o imediato julgamento depois da morte. A alma, ao morrermos, conhecerá sua situação favorável ou desfavorável, do prêmio eterno no céu ou do castigo para sempre no inferno.

Quando as pessoas que circundam o agonizante disserem: Está morto... naquele mesmo momento a alma será julgada.

Os homens preparam as honras para o corpo, mortalha, flores, caixão, sepultura. Deus se encarrega da alma.

Não estarão presentes neste juízo nem anjos nem demônios, nem advogados, nem acusadores... ficarão a sós Deus e a alma... a própria consciência será apenas testemunha. A alma comparece diante do juiz divino que conhece toda a sua vida. Viu todos os seus passos errados, anotou suas virtudes e o reto procedimento... e lhe dará o que merece.

Uma luz poderosa iluminará a alma e a obrigará a ver-se como é. Rapidamente se passará o filme de toda uma vida; pecados da infância e da juventude, vitórias na pureza e as grandes e vergonhosas quedas, o bem que se fez a custo de esforços e de oração e os pecados em que se enveredou a alma afastando-se de Deus.

A própria consciência conhecerá a sentença do prêmio e do castigo que lhe dará o divino Juiz... e ela reconhecerá o que exatamente merece.

Tudo acontecerá num instante; com a rapidez, claridade e força de um raio.

A sentença será definitiva e irrevogável.

Enquanto vivemos na penitência, com boa confissão, podemos regularizar nossas contas mal feitas e apagar os pecados. Depois da morte, nada mais é possível, só nos restam as consequências da boa ou má conduta na vida.

Teremos a sentença escolhida por nós. A sorte está na nossa mão. Podemos ser justos ou condenados. Ainda temos tempo para escolher.

Caríssima, reze com fé e devoção o Salmo 135 nos meses de agosto e setembro: “Aleluia! Louvai o nome de Deus, louvai, servos do Senhor! Vós que servis na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus. Louvai a Deus: o Senhor é bom, tocai ao seu nome: é agradável. Pois Deus escolheu Jacó para si, fez de Israel seu bem próprio. Sim, eu sei que Deus é grande, que nosso Deus excede os deuses todos. O Senhor faz tudo o que deseja no céu e sobre a terra, nos mares e nos abismos todos. Faz subir as nuvens do horizonte, faz relâmpagos para que chova, tira o vento dos seus reservatórios. Ele feriu os primogênitos do Egito, desde o homem até aos animais. Enviou sinais e prodígios — no meio de ti, ó Egito — contra Faraó e todos os seus ministros. Ele feriu povos numerosos e destruiu poderosos reis: Seon, rei dos amorreus, Og, rei de Basã, e todos os reinos de Canaã; e deu as terras deles como herança, herança ao seu povo, Israel. Deus, teu nome é para sempre! Deus, tua lembrança repassa de geração em geração. O Senhor faz justiça ao seu povo e se compadece dos seus servos. Os ídolos das nações são prata e ouro, obras de mãos humanas: têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem; têm ouvidos, mas não ouvem; não há um sopro sequer em sua boca. Os que os fazem ficam como eles, todos aqueles que neles confiam. Casa de Israel, bendizei a Deus! Casa de Aarão, bendizei ao Senhor! Casa de Levi, bendizei a Deus! Vós que temeis ao Senhor, bendizei a Deus! Que Deus seja bendito em Sião, ele que habita em Jerusalém!”

Leia com atenção essa “historinha”: Maldita língua!

Havia um homem – diz Santo Afonso Maria de Ligório – que aparentemente levava uma vida boa, mas sempre se confessava mal. Tendo caído gravemente enfermo, foi visita-lo o pároco, que o exortou a receber os sacramentos, porque se achava em perigo de vida. O doente, porém, não queria saber de confissão.

- Mas, por que o senhor não quer confessar-se?

- Porque estou condenado, respondeu o doente. Nunca confessei com sinceridade os meus pecados e Deus, por castigo dos meus sacrilégios, agora e retira a força de repará-los.

Dito isto, começou a morder a língua, gritando:

- Maldita língua, que te recusaste, quando podias, a confessar todos os pecados.

E entregando-se ao desespero, e arrancando pedaços da língua, morreu. O seu corpo ficou preto como carvão... e lançava horrível mau cheiro.

Para salvar a nossa alma, devemos levar Deus e o Evangelho a sério. Milhões de pessoas estão abusando, brincando e zombando do Deus Altíssimo... isso terá triste fim: “Não vos iludais; de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá” (Gl 6, 7).

Obrigado pela ajuda mensal.

Rezamos pela senhorita todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Puríssimo Coração da Virgem Maria; criatura Bela e Formosa: “Sois toda bela, vossa beleza não conhece mancha, e vossa alegria é sem rival. Que digo? Não brilhais somente acima de todas as mulheres da terra por vossos encantos exteriores, mas, pela vossa santidade ultrapassais os próprios espíritos angélicos” (Santo Agostinho).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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