Anápolis, 21 de agosto de 2017
À senhorita
Hilária Bueno Leite
Benfeitora do Instituto, Goiânia – GO
Prezada senhorita, ame a Deus de todo o
coração... viva na presença do Criador... apaixone-se pelo Deus
Eterno que cuida dos seus filhos... e FUJA das pessoas
fofoqueiras, linguarudas, maledicentes, caluniadoras e
mexeriqueiras:
“A língua sã é uma árvore de vida; a língua
perversa corta o coração” (Pr 15, 4).
Muitas pessoas são destruídas por causa da língua
dos malditos, isto é, das pessoas caluniadoras.
Quanta leviandade e, por isso, quantos
defeitos e faltas nas palavras de quem não sabe refrear a
língua... Na vida das almas piedosas e religiosas, a falta de
mortificação da língua dissipa o espírito, aparta da oração e
arrebata o gosto das coisas celestes... É preciso frear e
moderar a língua... Não se trata de ficar sempre calados, mas
simplesmente de refletir antes de falar. Como colocamos o freio
aos cavalos, assim devemos frear a língua; e como todo o corpo
do cavalo é domado pelo freio, da mesma forma, freando a língua,
conseguiremos dominar muitas de nossas paixões
(Bem-aventurado José Allamano).
Sem mortificar a língua é impossível alguém
progredir na vida de santidade. Quem fala sem refletir caminha
para a perdição: “É melhor vencer-se
na língua do que jejuar a pão e água... o que mais importa para
progredir é fazer calar, diante deste grande Deus, a nossa
língua e o nosso apetite, visto que a única linguagem que ele
escuta é o silencioso amor... refreia bastante a língua e o
pensamento e dirige comumente o afeto para Deus; só então teu
espírito se animará divinamente” (São João da
Cruz).
Estimada senhorita, lembre-se de que após a morte
a nossa alma será julgada por Jesus Cristo... no chamado
JUÍZO PARTICULAR.
Diz a Sagrada Escritura sobre o juízo:
“… Está decretado que os homens morram
uma só vez e que depois disto se siga o juízo”
(Hb 9,27). Em outro lugar ensina
São Paulo: “É necessário que todos
nós compareçamos diante do tribunal de Cristo, para que cada um
receba o que é devido ao corpo segundo fez o bem ou o mal”
(2 Cor 5,10).
Depois da morte não existe reencarnação, isto é,
a alma nossa não vai se unir com outro corpo para viver
novamente e assim pagar os nossos pecados.
Depois da morte, e só morreremos uma vez, nós
seremos julgados.
Há, portanto, uma única oportunidade para
conquistarmos o céu e é aproveitar bem desta vida, que estamos
vivendo agora, para fazer o bem e seguir a vontade de Cristo.
A reencarnação é, portanto, um erro e um engano
e, por isso mesmo, não pode ser doutrina de Deus e sim do
demônio que nos quer enganar, para que deixemos para mais tarde
o cuidado da nossa salvação.
De acordo com a Sagrada Escritura, a Igreja
Católica ensina como dogma de fé o imediato julgamento depois da
morte. A alma, ao morrermos, conhecerá sua situação
favorável ou desfavorável, do prêmio eterno no céu ou do castigo
para sempre no inferno.
Quando as pessoas que circundam o agonizante
disserem: Está morto... naquele mesmo momento a alma será
julgada.
Os homens preparam as honras para o corpo,
mortalha, flores, caixão, sepultura. Deus se encarrega da alma.
Não estarão presentes neste juízo nem anjos nem
demônios, nem advogados, nem acusadores... ficarão a sós Deus e
a alma... a própria consciência será apenas testemunha. A
alma comparece diante do juiz divino que conhece toda a sua
vida. Viu todos os seus passos errados, anotou suas virtudes e o
reto procedimento... e lhe dará o que merece.
Uma luz poderosa iluminará a alma e a
obrigará a ver-se como é. Rapidamente se passará o filme de toda
uma vida; pecados da infância e da juventude, vitórias na pureza
e as grandes e vergonhosas quedas, o bem que se fez a custo de
esforços e de oração e os pecados em que se enveredou a alma
afastando-se de Deus.
A própria consciência conhecerá a sentença do
prêmio e do castigo que lhe dará o divino Juiz... e ela
reconhecerá o que exatamente merece.
Tudo acontecerá num instante; com a
rapidez, claridade e força de um raio.
A sentença será definitiva e irrevogável.
Enquanto vivemos na penitência, com boa
confissão, podemos regularizar nossas contas mal feitas e apagar
os pecados. Depois da morte, nada mais é possível, só nos
restam as consequências da boa ou má conduta na vida.
Teremos a sentença escolhida por nós. A
sorte está na nossa mão. Podemos ser justos ou condenados. Ainda
temos tempo para escolher.
Caríssima, reze com fé e devoção o Salmo
135 nos meses de agosto e setembro:
“Aleluia! Louvai o nome
de Deus, louvai, servos do Senhor! Vós que servis na casa do
Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus. Louvai a Deus: o
Senhor é bom, tocai ao seu nome: é agradável. Pois Deus escolheu
Jacó para si, fez de Israel seu bem próprio. Sim, eu sei que
Deus é grande, que nosso Deus excede os deuses todos. O Senhor
faz tudo o que deseja no céu e sobre a terra, nos mares e nos
abismos todos. Faz subir as nuvens do horizonte, faz relâmpagos
para que chova, tira o vento dos seus reservatórios. Ele feriu
os primogênitos do Egito, desde o homem até aos animais. Enviou
sinais e prodígios — no meio de ti, ó Egito — contra Faraó e
todos os seus ministros. Ele feriu povos numerosos e destruiu
poderosos reis: Seon, rei dos amorreus, Og, rei de Basã, e todos
os reinos de Canaã; e deu as terras deles como herança, herança
ao seu povo, Israel. Deus, teu nome é para sempre! Deus, tua
lembrança repassa de geração em geração. O Senhor faz justiça ao
seu povo e se compadece dos seus servos. Os ídolos das nações
são prata e ouro, obras de mãos humanas: têm boca, mas não
falam; têm olhos, mas não veem; têm ouvidos, mas não ouvem; não
há um sopro sequer em sua boca. Os que os fazem ficam como eles,
todos aqueles que neles confiam. Casa de Israel, bendizei a
Deus! Casa de Aarão, bendizei ao Senhor! Casa de Levi, bendizei
a Deus! Vós que temeis ao Senhor, bendizei a Deus! Que Deus seja
bendito em Sião, ele que habita em Jerusalém!”
Leia com atenção essa “historinha”: Maldita
língua!
Havia um homem – diz Santo Afonso Maria de
Ligório – que aparentemente levava uma vida boa, mas sempre se
confessava mal. Tendo caído gravemente enfermo, foi visita-lo o
pároco, que o exortou a receber os sacramentos, porque se achava
em perigo de vida. O doente, porém, não queria saber de
confissão.
- Mas, por que o senhor não quer
confessar-se?
- Porque estou condenado, respondeu o
doente. Nunca confessei com sinceridade os meus pecados e Deus,
por castigo dos meus sacrilégios, agora e retira a força de
repará-los.
Dito isto, começou a morder a língua,
gritando:
- Maldita língua, que te recusaste, quando
podias, a confessar todos os pecados.
E entregando-se ao desespero, e arrancando
pedaços da língua, morreu. O seu corpo ficou preto como
carvão... e lançava horrível mau cheiro.
Para salvar a nossa alma, devemos levar Deus e o
Evangelho a sério. Milhões de pessoas estão abusando,
brincando e zombando do Deus Altíssimo...
isso terá triste fim: “Não vos
iludais; de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso
colherá”
(Gl 6, 7).
Obrigado pela ajuda mensal.
Rezamos pela senhorita todos os dias.
Eu te abençoo e te guardo no Puríssimo Coração da
Virgem Maria; criatura Bela e Formosa:
“Sois toda bela, vossa beleza não
conhece mancha, e vossa alegria é sem rival. Que digo? Não
brilhais somente acima de todas as mulheres da terra por vossos
encantos exteriores, mas, pela vossa santidade ultrapassais os
próprios espíritos angélicos” (Santo
Agostinho).
Com respeito e
gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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