Anápolis, 29 de agosto de 2017
Ao senhor Jairo Moreira Alves
Benfeitor do Instituto, Anápolis – GO
Caríssimo senhor, não fique desanimado diante das
dificuldades que surgem pelo caminho; mas sim,
busque apoio e proteção no Deus que
tudo pode. Quem se apoia em Deus jamais será
vencido, porque Ele é poderoso e
sustenta os seus amigos fiéis:
“O homem justo há de
alegrar- se no Senhor e junto dele encontrará o seu refúgio, e
os de reto coração trinfarão” (Sl 63, 11).
Para vencer os obstáculos, dificuldades
e provações é preciso da virtude da fortaleza...
sem essa virtude é impossível obter vitória diante das
“muralhas” que surgem no caminho.
O Catecismo da Igreja Católica
ensina: “A fortaleza é a virtude
moral que dá segurança nas dificuldades, firmeza e constância na
procura do bem. Ela firma a resolução de resistir às tentações e
superar os obstáculos na vida moral. A virtude da fortaleza
nos torna capazes de vencer o medo, inclusive da morte, de
suportar a provação e as perseguições. Dispõe a pessoa a aceitar
até a renúncia e o sacrifício de sua vida para defender uma
causa justa: “Minha força e meu canto é o Senhor” (Sl
118,14). “No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu
venci o mundo” (Jo 16,33)”. São Pio X
diz: “A Fortaleza é a virtude que nos
dá coragem para não temer perigo algum, nem a própria morte, no
serviço de Deus. A Fortaleza é um dom que nos incute energia e
coragem para observar fielmente a santa Lei de Deus e da Igreja,
vencendo todos os obstáculos, e os assaltos dos nossos inimigos”.
Adolfo Tanquerey explica:
“Esta virtude, que se chama força de
alma, força de caráter, ou virilidade cristã, é uma virtude
moral sobrenatural que robustece a alma na conquista do bem
árduo, sem se deixar abalar pelo medo, nem sequer pelo temor da
morte”.
Milhões de pessoas marcam metas,
mas não saem do lugar... vivem estacionadas por falta de
fortaleza. Não basta marcar metas, mas é preciso lutar e
chegar ao porto desejado.
Não nos contentemos com pouco. A mediocridade e a
fraqueza andam juntas, como também a fortaleza e a
magnanimidade. Não podemos perder de vista que o nosso cume é
mais alto do que o Everest: fomos criados para o Infinito,
para Deus.
Não devemos ter medo dos grandes ideais.
Não se faz nada que valha a pena sem arriscar. Não há pior
fracasso do que o fracasso dos covardes, que, para não perderem
a sua segurança, ficam parados. E essa imobilidade
estagna-os e apodrece-os. Quem saiba ler a história humana
aprenderá esta lição: a coragem paga melhor que a covardia.
Podemos e devemos marcar metas pequenas, mas
sempre com a condição de que sejam um degrau para atingir as
grandes.
Marcar metas não basta. É preciso lutar. É
forte não aquele que não experimenta fraquezas – todos nós as
sentimos –, mas aquele que luta por superá-las; é corajoso não
aquele que não sente medo – ninguém é um super-homem –, mas
aquele que luta por ultrapassar a covardia.
Deus nunca nos pede o impossível; pede, sim, que
façamos o possível para que depois Ele nos ajude a conseguir o
que parece impossível. Temos que colaborar com todas as nossas
forças; Deus nunca recompensa a apatia e a preguiça. Sem
luta, não se consegue nada.
Para atingirmos qualquer meta humana ou
espiritual, temos que lutar com garra.
Garra não é espalhafato, gritaria apoplética, esforço ciclópico;
é simplesmente eficácia. O cristão tem que se
esforçar mais do que o atleta comum, porque este busca uma coroa
perecível, e o cristão a eterna.
A meta está no fim da vida. A luta dura a
existência inteira. E para esse
longo combate não bastam gestos enérgicos intermitentes, mas é
necessária uma atitude habitual de fortaleza que nos faça
ganhar, com o último tiro, a última batalha.
Dizemos que temos de ser fortes com a ajuda de
Deus, porque sem Deus o homem não pode nada; mas com Deus, pode
tudo. Com Ele, tornar-nos-emos fortes como a rocha. Ter fé na
capacidade renovadora de Deus é acreditar que Ele pode
transformar a nossa fraqueza em fortaleza, o nosso barro em
rocha firme.
Ser forte é ser transparente, sem medo de
dizer as coisas como são, ainda que custe sangue. Para isso é
necessário exercitar-se, não permitir um gesto, uma atitude, uma
palavra que tenha – nem de longe – a menor aparência de
duplicidade (Dom Rafael Llano
Cifuentes).
Qualquer um pode ser bom quando é fácil.
Mas Deus espera mais que isso de nós. Deus espera que sejamos
bons mesmo quando custa, como acontece com tanta frequência.
Esta é a razão porque necessitamos da virtude sobrenatural da
fortaleza.
A fortaleza é a virtude que nos habilita a
fazer o que é bom, custe o que custar.
Uma pessoa que seja naturalmente tímida e temerosa terá mais
dificuldades para se comportar com fortaleza do que outra que já
seja enérgica por natureza.
Na cúspide do seu desenvolvimento, a fortaleza é
a virtude dos mártires, daqueles que preferiram suportar a
tortura e a morte a trair a Deus pelo pecado.
É difícil sermos tão bons como quereríamos,
quando todos os costumes sociais parecem fazer pressão para que
cedamos. Mas se não resistirmos às pressões, se não praticarmos
a virtude da fortaleza, de que outro modo se pode salvar o
mundo? (Pe. Leo J. Trese).
Estimado senhor, reze
com fé e devoção o Salmo 27 durante o mês de setembro:
“Deus é minha luz
e minha salvação: de quem terei medo? Deus é a fortaleza de
minha vida: frente a quem tremerei? Quando os malfeitores
avançam contra mim para devorar minha carne, são eles, meus
adversários e meus inimigos, que tropeçam e caem. Ainda que um
exército acampe contra mim, meu coração não temerá; ainda que
uma guerra estoure contra mim, mesmo assim estarei confiante.
Uma coisa peço a Deus e a procuro: é habitar na casa do Senhor
todos os dias de minha vida, para gozar a doçura de Deus e
meditar no seu templo. Pois ele me oculta na sua cabana no dia
da infelicidade; ele me esconde no segredo de sua tenda, e me
eleva sobre uma rocha. Agora minha cabeça se ergue sobre os
inimigos que me cercam; vou oferecer em sua tenda sacrifícios de
aclamação. Vou cantar, vou tocar em honra de Deus! Ouve, Senhor,
meu grito de apelo, e tem piedade de mim, e responde-me! Meu
coração diz a teu respeito: ‘Procura sua face!’ É tua face,
Senhor, que eu procuro, não me escondas a tua face. Não afastes
teu servo com ira, tu és o meu socorro! Não me deixes, não me
abandones, meu Deus salvador! Meu pai e minha mãe me
abandonaram, mas Deus me acolhe! Ensina-me o teu caminho, Deus!
Guia-me por uma vereda plana por causa daqueles que me
espreitam; não me entregues à vontade dos meus adversários, pois
contra mim se levantaram falsas testemunhas, respirando
violência. Eu creio que verei a bondade de Deus na terra dos
vivos. Espera em Deus, sê firme! Fortalece teu coração e espera
em Deus!”
Leia com atenção essa “historinha”:
Fortaleza, virtude dos mártires.
O governador de uma cidade do Japão, não
longe de Omura, fizera comparecer em sua presença a um grande
número de católicos, e ameaçava-os com os mais espantosos
suplícios se persistissem em desobedecer aos editos do
imperador. O mais jovem do grupo tomou a palavra e deu a
entender ao governador que eles, os católicos, desprezavam todas
as ameaças. O juiz, indignado com a coragem daquele jovem,
mandou vir um braseiro aceso, e, dirigindo-se a ele, disse:
– Vou confundir a tua presunção. Serás
capaz de conservar a extremidade de um dedo metida neste
braseiro durante um pequeno espaço de tempo? E se não fores,
como poderás deixar-te queimar vivo a fogo lento?
O jovem, sem dizer palavra, adiantou-se
imediatamente e introduziu um dedo no braseiro, deixando-o
queimar com a mesma naturalidade como se o tivesse mergulhado em
água morna. O governador, fora de si pelo assombro, não
conseguia proferir nem uma palavra. Levantou-se e, abraçando o
generoso católico, deixou-os todos em liberdade para continuarem
professando a religião de Cristo.
Senhor Jairo, a nossa felicidade está em
Jesus Cristo. Não devemos tremer diante das
ameaças dos mundanos e pagãos.
A nossa felicidade não está na saúde, no
êxito, na realização de todos os desejos... A nossa vida terá
valido a pena se tivermos conhecido, servido e amado a Jesus
Cristo.
Todos os problemas têm solução se estivermos
com Ele; nenhum tem uma solução definitiva se o Senhor não é o
eixo, se não é Ele quem dá sentido ao nosso viver, com êxitos ou
com fracassos, na saúde e na doença.
A primeira preocupação do cristão deve, pois,
consistir em viver a vida de Cristo, em incorporar-se a Ele,
como os ramos à videira. O ramo depende da união com a videira
que lhe envia a seiva vivificante; separado dela, seca e é
lançado no fogo.
Com Ele nos chegam todos os bens. Por isso
cometemos a maior insensatez quando preferimos alguma coisa ao
próprio Cristo que nos visita. Nada vale a pena sem o Mestre.
Prezado senhor Jairo, obrigado pela ajuda mensal.
Jairo significa: ELE BRILHA ou ELE
RESPLANDECE.
Rezamos pelo senhor todos os dias.
Eu te abençoo e te guardo no Coração Santíssimo
de Jesus Cristo, nossa maior riqueza:
“Todas as mais amargas amarguras não são
mais que doçura neste adorável
Coração, onde tudo se muda em amor”(Santa
Margarida Maria Alacoque).
Com respeito e gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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