Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

022 / 2017

 

Anápolis, 11 de setembro de 2017

 

À senhora Rizete Guimarães Brito de Sá

Benfeitora do Instituto, Brasília – DF

 

Caríssima senhora, viva sempre na presença de Deus e trabalhe para agradá-lo em tudo, porque a alma que não possui o Criador caminha para a perdição: “Enquanto o homem não disser em seu coração: ‘Eu só e Deus estamos no mundo’, não terá repouso” (Abade Alônio).

 

Se uma casa não for habitada pelo dono ficará sepultada na escuridão, desonra e desprezo, repleta de toda espécie de imundície. Também a alma, sem a presença de seu Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa ignomínia (São Macário).

Para viver na santa amizade com Deus… é preciso desprezar a falsa alegria oferecida pelo mundo…trilhar o caminho da santidade buscando a verdade e mortificando corpo: “Deus exige de todo homem que recebeu o batismo, estas três coisas: reta fé na alma, verdade na língua e temperança no corpo” (Abade Gregório).

Estimada senhora, é grande sabedoria desprezar as amizades perigosas… essas que trabalham para destruir a nossa amizade com Deus: “Se alguém me fosse extremamente caro, e eu soubesse que ele me leva ao pecado, eu o afastaria de mim” (Abade Agatão), e: “Deixa de ter amizade com muitos homens, a fim de que a tua mente não se torne agitada, e perturbe a habitual tranquilidade” (Abade Evágrio).

Reze com devoção e fé o Salmo 91 durante os meses de setembro e outubro: “Quem habita na proteção do Altíssimo pernoita à sombra de Shaddai, dizendo a Deus: Meu abrigo, minha fortaleza, meu Deus, em quem confio! É ele quem te livra do laço do caçador que se ocupa em destruir; ele te esconde com suas penas, sob suas asas encontras um abrigo. Sua fidelidade é escudo e couraça. Não temerás o terror da noite nem a flecha que voa de dia, nem a peste que caminha na treva, nem a epidemia que devasta ao meio dia. Caiam mil ao teu lado e dez mil à tua direita, a ti nada atingirá. Basta que olhes com teus olhos, para ver o salário dos ímpios, tu, que dizes: Deus é o meu abrigo, e fazes do Altíssimo teu refúgio. A desgraça jamais te atingirá e praga nenhuma chegará à tua tenda: pois em teu favor ele ordenou aos seus anjos que te guardem em teus caminhos todos. Eles te levarão em suas mãos, para que teus pés não tropecem numa pedra; poderás caminhar sobre o leão e a víbora, pisarás o leãozinho e o dragão. Porque a mim se apegou, eu o livrarei, eu o protegerei, pois conhece o meu nome. Ele me invocará e eu responderei: ‘Na angústia estarei com ele, eu o livrarei e o glorificarei; vou saciá-lo com longos dias e lhe mostrarei a minha salvação’”.

Leia com atenção essa historinha: Respeito humano castigado.

O respeito humano é uma vileza e uma escravidão. Eusébio, pai de Constantino Magno, passava em revista os seus soldados. Parado no meio do campo exclamou:

– Os que forem católicos venham para a minha direita.

Alguns tremeram, pois sabiam que Eusébio era idólatra. Eusébio por sua vez sabia que muitos dos seus soldados eram católicos. Alguns valentes, com passo resoluto, puseram-se à sua direita, exclamando:

– Nós somos católicos.

O imperador olhou para eles com fereza (braveza) e disse:

– Sois vós somente?

Nenhum dos outros se moveu do lugar. Então dirigindo-se aos que estavam à sua direita, disse Eusébio:

– Vós formareis a minha legião de honra, e todos os outros serão expulsos de minhas fileiras; porque da mesma maneira com que hoje se envergonharam de seu Deus diante do imperador, amanhã terão vergonha do imperador diante do inimigo.

Infeliz do católico que deixa de realizar o bem por causa do respeito humano! Esse não pode agradar a Deus: “Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, também o renegarei diante de meu Pai que está nós Céus” (Mt 10, 33).

O respeito humano é um fantasma que intimida muitos católicos, fazendo-os afastarem da igreja, da frequência dos sacramentos e do exercício da virtude.

Muitos católicos andam amedrontados com o: “Que dirão os homens?”, ou “Que dirão de mim os meus companheiros?” Esses pensamentos são laços que o demônio usa para prender muitos católicos de todas as idades, impedindo-os de caminhar livremente na virtude, com perigo para a própria salvação.

Deixar de fazer o bem por temor às críticas, gozações e outras coisas, é declarar-se covarde, é ser vencido antes de entrar em campo com o inimigo. E infelizmente, a maioria está se curvando diante desse tirano.

Prezada senhora Rizete, obrigado pela ajuda mensal.

Rezamos pela senhora todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração Humilde de Jesus Cristo: “Admiro, ó meu Jesus, a paciência do vosso Coração o vos dou graças por tantos exemplos maravilhosos de sofrimentos que nos deixastes” (Máximas Eternas).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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