Anápolis, 11 de setembro de 2017
À senhora Rizete Guimarães Brito de Sá
Benfeitora do Instituto, Brasília – DF
Caríssima senhora, viva sempre na presença de
Deus e trabalhe para agradá-lo em tudo, porque a alma que não
possui o Criador caminha para a perdição:
“Enquanto o homem não
disser em seu coração: ‘Eu só e Deus estamos no mundo’, não terá
repouso” (Abade Alônio).
Se uma casa não for habitada pelo dono ficará
sepultada na escuridão, desonra e desprezo, repleta de toda
espécie de imundície. Também a alma, sem a presença de seu Deus
e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as trevas do
pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa ignomínia
(São Macário).
Para viver na santa amizade com Deus… é
preciso desprezar a falsa alegria oferecida pelo mundo…trilhar o
caminho da santidade buscando a verdade e mortificando corpo:
“Deus exige de
todo homem que recebeu o batismo, estas três coisas: reta fé na
alma, verdade na língua e temperança no corpo”
(Abade Gregório).
Estimada senhora, é grande sabedoria desprezar as
amizades perigosas… essas que trabalham para destruir a nossa
amizade com Deus: “Se alguém me fosse
extremamente caro, e eu soubesse que ele me leva ao pecado, eu o
afastaria de mim”
(Abade Agatão), e:
“Deixa de ter amizade com muitos homens,
a fim de que a tua mente não se torne agitada, e perturbe a
habitual tranquilidade”
(Abade Evágrio).
Reze com devoção e fé o Salmo 91 durante os
meses de setembro e outubro: “Quem
habita na proteção do Altíssimo pernoita à sombra de Shaddai,
dizendo a Deus: Meu abrigo, minha fortaleza, meu Deus, em quem
confio! É ele quem te livra do laço do caçador que se ocupa em
destruir; ele te esconde com suas penas, sob suas asas encontras
um abrigo. Sua fidelidade é escudo e couraça. Não temerás o
terror da noite nem a flecha que voa de dia, nem a peste que
caminha na treva, nem a epidemia que devasta ao meio dia. Caiam
mil ao teu lado e dez mil à tua direita, a ti nada atingirá.
Basta que olhes com teus olhos, para ver o salário dos ímpios,
tu, que dizes: Deus é o meu abrigo, e fazes do Altíssimo teu
refúgio. A desgraça jamais te atingirá e praga nenhuma chegará à
tua tenda: pois em teu favor ele ordenou aos seus anjos que te
guardem em teus caminhos todos. Eles te levarão em suas mãos,
para que teus pés não tropecem numa pedra; poderás caminhar
sobre o leão e a víbora, pisarás o leãozinho e o dragão. Porque
a mim se apegou, eu o livrarei, eu o protegerei, pois conhece o
meu nome. Ele me invocará e eu responderei: ‘Na angústia estarei
com ele, eu o livrarei e o glorificarei; vou saciá-lo com longos
dias e lhe mostrarei a minha salvação’”.
Leia com atenção essa historinha: Respeito
humano castigado.
O respeito humano é uma vileza e uma
escravidão. Eusébio, pai de Constantino Magno, passava em
revista os seus soldados. Parado no meio do campo exclamou:
– Os que forem católicos venham para a
minha direita.
Alguns tremeram, pois sabiam que Eusébio
era idólatra. Eusébio por sua vez sabia que muitos dos seus
soldados eram católicos. Alguns valentes, com passo resoluto,
puseram-se à sua direita, exclamando:
– Nós somos católicos.
O imperador olhou para eles com fereza
(braveza) e disse:
– Sois vós somente?
Nenhum dos outros se moveu do lugar. Então
dirigindo-se aos que estavam à sua direita, disse Eusébio:
– Vós formareis a minha legião de honra, e
todos os outros serão expulsos de minhas fileiras; porque da
mesma maneira com que hoje se envergonharam de seu Deus diante
do imperador, amanhã terão vergonha do imperador diante do
inimigo.
Infeliz do católico que deixa de realizar o
bem por causa do respeito humano! Esse não pode agradar a Deus:
“Aquele,
porém, que me renegar diante dos homens, também o renegarei
diante de meu Pai que está nós Céus”
(Mt 10, 33).
O respeito humano é um fantasma que intimida
muitos católicos, fazendo-os afastarem da igreja, da frequência
dos sacramentos e do exercício da virtude.
Muitos católicos andam amedrontados com o:
“Que dirão os homens?”, ou “Que dirão de mim os
meus companheiros?” Esses pensamentos são laços que o
demônio usa para prender muitos católicos de todas as idades,
impedindo-os de caminhar livremente na virtude, com perigo para
a própria salvação.
Deixar de fazer o bem por temor às críticas,
gozações e outras coisas, é declarar-se covarde, é ser vencido
antes de entrar em campo com o inimigo. E infelizmente, a
maioria está se curvando diante desse tirano.
Prezada senhora Rizete, obrigado pela ajuda
mensal.
Rezamos pela senhora todos os dias.
Eu te abençoo e te guardo no Coração Humilde de
Jesus Cristo: “Admiro, ó meu Jesus, a
paciência do vosso Coração o vos dou graças por tantos exemplos
maravilhosos de sofrimentos que nos deixastes”
(Máximas Eternas).
Com respeito e gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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