Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

031 / 2017

 

Anápolis, 23 de setembro de 2017

 

Ao senhor Isaú Coelho Luz

Benfeitor do Instituto, Goiânia – GO

 

Caríssimo senhor, trabalhe fervorosamente para conquistar a Vida Eterna, isto é o Céu... estamos aqui nesse vale de lágrimas somente para isso. Para entrar no Céu devemos carregar as cruzes de cada dia com alegria, paciência e perseverança: “O céu é a nossa pátria, lá Deus nos preparou o repouso numa eterna felicidade. Passamos pouco tempo neste mundo, mas neste pouco tempo temos muitas dores a sofrer” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

Milhões de pessoas voltam as costas para o céu e, com certeza, vão se desesperar na hora da morte... porque, ninguém entrará na Felicidade Eterna de mãos vazias. Quem morre com o pecado mortal na alma irá para o inferno... para sempre.

Deus quer que lutemos todos os dias para conquistar a Morada Eterna.

Quanto é belo contemplar, em serena noite de verão, a magnificência do firmamento recamado de estrelas! Quão agradável é admirar as águas tranquilas de um lago transparente, em cujo fundo se descobrem peixes a nadar e pedras cobertas de musgo! Quanta formosura num jardim cheio de flores e de frutos, circundado de fontes e riachos, matizado por lindos passarinhos que cruzam o ar e o alegram com seu canto mavioso! Dir-se-ia que tantas belezas são o paraíso. Mas não! Muito diferentes são os gozos e a formosura do paraíso. Quereis saber o que é o céu? — dizia São Bernardo, — pois sabei que ali não há nada que desagrade, e existe todo bem que deleita.

Que dirá a alma quando entrar naquela mansão felicíssima? Imaginemos um jovem ou uma virgem, que, tendo consagrado toda a sua vida ao amor e ao serviço de Cristo, acaba de morrer e deixa este vale de lágrimas. Sua alma apresenta-se ao juízo; o juiz a acolhe com bondade e lhe declara que está salva. O anjo da guarda a acompanha e felicita, e ela lhe mostra sua gratidão pela assistência que recebeu dele. Vem, pois, alma querida, diz-lhe o anjo; regozija-te porque estás salva. Vem contemplar a face do Senhor! E a alma se eleva, transpõe as nuvens, passa além das estrelas, e entra no céu. Meu Deus! Que sentirá a alma ao entrar, pela primeira vez, naquele reino de venturas e vir aquela cidade de Deus, insuperável em formosura? Os anjos e os santos a recebem alegres e lhe dão amorosas boas-vindas. Ali encontrará, sob indizível júbilo, os seus santos padroeiros e os parentes e amigos que a precederam na vida eterna. A alma quererá prostrar-se diante deles, mas estes a impedirão, recordando-lhe que são também servos do Senhor. Os Anjos levarão a alma depois a beijar os pés da Santíssima Virgem, Rainha do céu. A alma sentirá imenso delíquio de amor e de ternura vendo, pela primeira vez, sua excelsa e divina Mãe que tanto lhe ajudou a salvar-se e que agora lhe estende amorosamente os braços, fazendo-lhe reconhecer todas as graças que alcançou por sua intercessão perante nosso Rei Jesus Cristo, que a receberá como esposa amantíssima, e lhe dirá: Vem do Líbano, minha esposa; vem e serás coroada; alegra-te e consola-te, que passaram já as lágrimas, as penas e os temores; recebe a coroa imarcescível que te alcancei a preço de meu sangue. Jesus a apresentará ao Pai Eterno que lhe lançará a sua bênção, dizendo: Entra na alegria do teu Senhor (Santo Afonso Maria de Ligório).

Para salvar a alma e conquistar o Céu... vale a pena percorrer o caminho da cruz até o fim.

Estimado senhor, reze com fé e fervor o Salmo 39 durante o mês de outubro: “Eu disse: ‘Vou guardar meu caminho, para não pecar com a língua; vou guardar minha boca com mordaça, enquanto o ímpio estiver à minha frente’. Eu me calei, em silêncio; vendo sua sorte, minha dor piorou. Meu coração queimava dentro de mim, ao meditar nisto o fogo se inflamava, e deixei minha língua dizer: ‘Mostra-me o meu fim, Deus, e qual é a medida dos meus dias, para eu saber quão frágil sou. Vê: um palmo são os dias que me deste, minha duração é um nada frente a ti; todo homem que se levanta é apenas um sopro, apenas uma sombra o homem que caminha, apenas sopro as riquezas que amontoa, e ele não sabe quem vai recolhê-las’. E agora, Senhor, o que posso esperar? Minha esperança está em ti! Livra-me de minhas transgressões todas, não me tornes ultraje do insensato! Eu me calo, não abro a boca, pois quem age és tu. Afasta a tua praga de mim, eu sucumbo ao ataque de tua mão! Castigando o erro tu educas o homem e róis os seus tesouros como a traça. Os homens todos são apenas um sopro! Ouve a minha prece, Senhor, dá ouvido aos meus gritos, não fiques surdo ao meu pranto! Pois eu sou um forasteiro junto a ti, um inquilino como todos os meus pais. Afasta de mim teu olhar, para que eu respire, antes que eu me vá e não exista mais!”

Leia com atenção essas “historinhas”: Zelo dos santos pela salvação das almas.

 

1. Santo Afonso Maria de Ligório, um dos maiores missionários de todos os tempos, exclamava: “Se Jesus Cristo tivesse morrido na cruz, não por todos, mas por uma única alma, ainda assim era de justiça que nós nos sacrificássemos para ganhar uma alma para Deus. E se eu pudesse pregar missões a todo o mundo, a todo o mundo eu as pregaria”.

 

2. Santo Antônio Daniel, martirizado no Canadá em 1648, dizia: “Nossa consolação no meio das mais duras fadigas é caminhar de provação em provação, buscando e recolhendo as espigas de trigo, quer dizer, as almas simples e fiéis que os anjos separam da cizânia, para formarem no céu essa coroa de eleitos que tantos suores e tantos trabalhos custaram ao Filho de Deus”.

 

3. São Josafá trabalhou com tanto zelo pela união dos hereges e cismáticos à Igreja Católica que lhe chamavam “ladrão de  almas”. Ele, com muita mansidão, respondia: “Deus queira que eu possa roubar todas as vossas almas para levá-las a Ele”. Levantava-se às duas da madrugada para começar o dia com uma disciplina sangrenta, e trabalhava todo o dia sem descanso até a noite. “Toda gente corre a Josafá – dizia um contemporâneo – e a todos ele recebe como um pai”.

 

4. São João Eudes durante sessenta anos dedicou-se às missões, que costumavam durar de seis a doze semanas. Levava consigo de doze a vinte e cinco missionários, que não bastavam para recolher os frutos. Seus auditórios eram de trinta a quarenta mil pessoas. Uma vez ele escreveu: “De oito a dez léguas vem aqui tanta gente e os corações estão extraordinariamente bem dispostos. Não se veem mais que lágrimas; não se ouvem mais que gemidos de pobres penitentes; mas nem a quarta parte poderá confessar-se. Os missionários têm visto pessoas que esperam oito dias sem conseguir confessar-se, e então se ajoelham onde quer que encontrem os padres, pedindo-lhes com lágrimas e com as mãos postas que as ouçam”.

Quem não ama as almas imortais, não ama também o Deus Eterno.

 

Prezado senhor Isaú, obrigado pela ajuda mensal.

Eu te abençoo e te guardo no Imaculado Coração de Maria: “Aceitai, ó Mãe Santíssima de Deus, o oferecimento que vos faço do meu coração; dignai-vos recebê-lo em vossas mãos puríssimas” (Maná do cristão).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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