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				Anápolis, 28 de setembro de 2017 
				  
				
				Ao senhor Carlos Roberto Desidere 
				
				Benfeitor do Instituto, Goiânia – GO 
				  
				
				Prezado senhor, faça sempre o bem e 
				trabalhe continuamente para salvar a sua alma imortal. 
				Infeliz da pessoa que despreza a salvação da alma... quem perde 
				a alma perde tudo: “Salvar a 
				minha alma, tornar-me santo, eis o principal negócio de minha 
				vida. Ser rico, honrado, prezado, servido, isto não tem valor 
				algum e será antes um perigo, uma grande desgraça se der ocasião 
				a que peque ou me leve a descuidar-me de minha salvação”
				(São Pedro Julião Eymard). 
				  
				
				Estamos aqui na terra para salvar a nossa alma 
				espiritual e imortal; tudo o que 
				fazemos afora isso estamos roubando de Deus e perdendo tempo. 
				
				Da vida presente depende o futuro. 
				Do bom ou mau uso da primeira depende a sorte feliz ou infeliz 
				da segunda. Não é, pois, indiferente ao homem viver neste mundo 
				desta ou daquela maneira. Não lhe é de igual vantagem 
				andar pelo caminho da virtude ou do vício, servir ao Senhor do 
				céu ou da terra, amar a Deus ou as criaturas. 
				
				O homem não tem duas naturezas: uma para a vida 
				presente e outra para futura; uma para a terra, outra para o 
				céu; uma para Deus, outra para o demônio. 
				
				É, pois, necessário haver uma determinação 
				na vida, um plano de ação, um alvo fixo, aonde atiremos sem medo 
				de errar (Pe. Alexandrino 
				Monteiro). 
				
				É preciso viver nesse mundo com os olhos fixos em 
				Deus... somente o Criador pode nos ajudar. É grande 
				loucura deixar de caminhar para o céu por causa dos obstáculos 
				que surgem pelo caminho. 
				
				Deus quer que lutemos até o fim... não 
				basta lutar durante uma semana, mês... ano... é preciso lutar 
				até o último suspiro. O Criador quer que lutemos para 
				vencer... somente os vencedores entrarão na Vida Eterna. 
				
				Estimado senhor, reze o Salmo 03 durante o 
				mês de outubro: 
				“Deus, quão numerosos são meus opressores, 
				numerosos os que se levantam contra mim, numerosos os que dizem 
				a meu respeito: ‘Onde está sua salvação em Deus?’ Mas tu, 
				Senhor, és o escudo que me protege, minha glória e o que me 
				ergue a cabeça. Em alta voz eu grito a Deus, e ele me responde 
				do seu monte sagrado. Eu me deito e logo adormeço. Desperto, 
				pois é Deus quem me sustenta. Não temo o povo em multidão que em 
				cerco se instala contra mim. Levanta-te, Deus! Salva-me, Deus 
				meu! Pois golpeias no queixo meus inimigos todos, e quebras os 
				dentes dos ímpios. A salvação vem de Deus! E sobre o teu povo, a 
				tua bênção!” 
				
				Leia com atenção essa “historinha”: Vencido 
				pela paciência de Deus. 
				
				A vida do venerável Queriolet, 
				contemporâneo de São Vicente de Paulo, é a mais bela prova da 
				paciência de Deus com o pecador. Até aos trinta anos, esta alma 
				impetuosa vivera numa contínua alternativa de confissões e 
				pecados. 
				
				Depois, possuído de um ódio satânico contra 
				Jesus Cristo, partiu para Constantinopla para se fazer 
				muçulmano. Num bosque da Alemanha foi assaltado por assassinos 
				que, depois de matarem seus dois companheiros, queriam acabar 
				com ele também. Diante da morte iminente, Queriolet fez voto a 
				Nossa Senhora de converter-se se ela o livrasse dos assassinos. 
				Ela o livrou, mas ele não se converteu e, não tendo podido 
				fazer-se muçulmano, fez-se huguenote 
				(nome dado aos protestantes franceses durante as 
				guerras religiosas na França) ao 
				regressar à França. Deus, porém, o seguia como o pastor procura 
				a ovelha desgarrada. Numa tenebrosa noite de grande tempestade, 
				acorda com a queda de um raio sobre a casa. Queriolet salta do 
				leito como uma fera, cerra os punhos e blasfema. Qualquer homem 
				já se teria cansado de suportá-lo; mas Deus não se cansa e o 
				segue. Em Loudun, uma pobre mulher desconhecida o detém e lhe 
				diz: “Tu tens um voto a cumprir. Lembras-te de que, naquele 
				bosque na Alemanha, te queriam assassinar?” Queriolet treme como 
				naquele dia, em que esteve nas mãos dos assassinos. 
				
				Mas como o sabia aquela mulher, se ele a 
				ninguém o comunicara? 
				
				Teria Deus suscitado aquela mulher para a 
				sua conversão? Deus ainda tinha compaixão dele para chamá-lo 
				daquela maneira? Este pensamento venceu-o finalmente e, depois 
				de alguns anos, Queriolet ressuscitava à graça para nunca mais 
				cair, tornando-se a admiração do mundo inteiro por suas 
				virtudes. 
				
				Deus não quer o desespero do pecador! Quer 
				a sua conversão... a sua mudança de vida. Infeliz da pessoa que 
				abusa da bondade do Criador. 
				
				Caríssimo senhor Carlos, obrigado pela ajuda 
				mensal. 
				
				Carlos significa: “Homem livre” e “Homem do 
				povo”. 
				
				Eu te abençoo e te guardo no Coração de Jesus 
				Cristo: “Ó meu Jesus, tende 
				misericórdia de mim! Concedei-me estar unido a vós com a graça e 
				com as boas obras, a fim de dar frutos dignos de vós, e não me 
				torne, pelos meus pecados, ramo morto, bom somente para ser 
				cortado e lançado ao fogo”
				(Bem-aventurado Columba Marmion). 
				
				Com respeito e gratidão, 
				  
				
				Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) 
				  
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