| 
                 
				
				Anápolis, 11 de outubro de 2017 
				  
				
				Ao senhor Simeão Pereira Neto 
				
				Benfeitor do Instituto, Goiânia – GO 
				  
				
				Estimado senhor, busque a proteção somente em 
				Deus e seja prudente com as criaturas. O coração do homem 
				é falso, interesseiro e muda com facilidade. 
				Aquele que se apoia em Deus jamais será 
				enganado, porque Deus não mente, não engana... não  é falso. 
				Deus é segurança total: 
				“O Senhor é o refúgio do oprimido, seu abrigo nos 
				momentos de aflição. Quem conhece o vosso nome, em vós espera, 
				porque nunca abandonais quem vos procura” (Sl 
				9, 10-11). 
				  
				
				Senhor Simeão, não ficaremos aqui nesse 
				mundo para sempre... a vida passa; por isso, lutemos 
				todos os dias para salvar a nossa alma... somos peregrinos aqui 
				nesse mundo; o tempo de conquistar o céu é agora, não depois da 
				morte: “Não temos dúvida de que somos 
				peregrinos e caminheiros aqui na terra; nossa pátria é o céu”
				(São Caetano). 
				
				Feliz da pessoa que deseja ardentemente o 
				céu... que trabalha fervorosamente para conquistá-lo! 
				
				Todos os povos acreditam, até os pagãos e índios 
				acreditam no céu, como também os homens mais sábios acreditaram 
				no céu e fizeram o possível para lá chegar um dia. Fizerem o que 
				lhes fora mandado por Deus, e agora estão gozando a recompensa 
				de suas boas obras. 
				
				E qual é o prêmio no céu?
				Em primeiro lugar não há mais sofrimento. Até a lembrança 
				do sofrimento, o medo de acontecer qualquer desgraça acabou. Não 
				podemos mais morrer, não há mais doença, ninguém nos pode causar 
				mal. O nosso corpo fica glorioso e muito bonito, 
				transfigurado, resplandecente como um sol, tudo o que nos 
				poderia causar dor de cabeça e apreensões terminou tudo, tudo. 
				Todos os nossos desejos serão satisfeitos. 
				
				Reinará alegria sem sombra de dor ou 
				tristeza. Sabemos que o mundo está 
				cheio de aflição e dor, e, por isso, rezamos na Salve-Rainha: 
				A vós suspiramos gemendo e chorando, neste vale de lágrimas. 
				Na verdade, para a maior parte dos homens, esta vida é um 
				verdadeiro purgatório. No céu, porém, tudo terá fim. São João 
				Evangelista diz: “Já não haverá 
				morte, nem luto, nem clamor, nem dor, porque as primeiras coisas 
				são passadas”
				(Ap 21, 4). Muitos pensam que no 
				céu tudo se passa como aqui na terra, que aqueles que padecem 
				aqui na terra na outra vida terão que padecer, ou experimentar 
				pouco gozo. Isto, entretanto, não está certo, como bem 
				vimos na história do pobre Lázaro. Não só haverá alegria 
				eterna, gozo dos bens, mas o que é muito importante é a 
				paz de consciência. Os habitantes do céu sabem que 
				cumpriu em tudo a vontade de Deus, estão contentes porque Deus é 
				amigo deles, estão muito mais contentes do que o aluno que sabe 
				não ter feito nenhum erro na prova final e que os professores 
				vão estar muito satisfeitos com ele. 
				
				Outra grande surpresa será a visão do nosso 
				anjo da guarda com os outros anjos; o nosso pai e a nossa mãe, 
				as nossas irmãs e irmãos, filhos e parentes nos virão ao 
				encontro para nos abraçar e levar para Deus. 
				Que felicidade todos assim reunidos, bem perto do Pai do céu. 
				Todos nos querem bem, todos nos amam. 
				
				Além dos pais e parentes virá ao nosso 
				encontro Nossa Senhora, a nossa boa Mãe do Céu. 
				Virá com os braços abertos para o grande abraço, acompanhada dos 
				anjos e santos... ela nos levará diante do trono de Deus e dirá:
				Dê a este meu servo fiel, que me honrou na terra, o prêmio 
				prometido. Se ainda houvesse lágrima no céu, de certo 
				que choraríamos de tanta felicidade. Como naquele momento 
				nos parecerá pouco tudo o que tivéssemos de sofrer nesta vida. 
				
				E agora vem o principal, o próprio Deus. 
				Aquele que nos  criou, que nos conhece tão bem, tão 
				profundamente. Estamos diante d’Ele. A nossa vontade seria 
				desaparecer diante de tanta majestade, diante de tanto fulgor e 
				brilho; mas Ele tem um olhar tão terno que nos faz com que 
				nos aproximemos com toda a confiança, como um filho se lança nos 
				braços de um Pai querido, após longa ausência. E neste encontro 
				nós queríamos dizer palavras de agradecimento, mas Deus já viu 
				tudo em nosso coração, já não precisamos de palavras, ali os 
				corações falam (Leituras da Doutrina Cristã). 
				
				Feliz da pessoa que suporta as provações dessa 
				vida passageira para conquistar o Céu Eterno. 
				
				Caríssimo senhor, reze durante os meses de 
				outubro e novembro os Salmos 11, 13 e 14. 
				
				Salmo 11: 
				“Eu me abrigo em Deus. Como podeis dizer-me: 
				‘Foge para os montes, passarinho! Vê os ímpios que retesam o 
				arco, ajustando a flecha na corda, para atirar ocultamente nos 
				corações retos; se os fundamentos estão destruídos, que pode o 
				justo fazer?’ Mas Deus está no seu templo sagrado, Deus tem seu 
				trono no céu; seus olhos contemplam o mundo, suas pupilas 
				examinam os filhos de Adão. Deus examina o justo e o ímpio, ele 
				odeia quem ama a violência; fará chover, sobre os ímpios, brasas 
				e enxofre, e um vento fortíssimo: é a parte que lhes cabe. Sim, 
				Deus é justo, ele ama a justiça, e os corações retos 
				contemplarão sua face”. 
				
				Salmo 13: 
				“Até quando me esquecerás, Senhor? Para sempre? 
				Até quando esconderás de mim a tua face? Até quando terei 
				sofrimento dentro de mim e tristeza no coração, dia e noite? Até 
				quando vai triunfar meu inimigo? Atenta, Senhor meu Deus! 
				Responde-me! Ilumina meus olhos, para que eu não adormeça na 
				morte. Que meu inimigo não diga: ‘Venci-o!’, e meus opressores 
				não exultem com meu fracasso. Quanto a mim, eu confio no teu 
				amor! Meu coração exulte com a tua salvação. Vou cantar a Deus 
				pelo bem que me fez, vou tocar ao nome de Deus, o Altíssimo!” 
				
				Salmo 14: 
				“Diz o insensato no seu coração: ‘Deus não 
				existe!’ Suas ações são corrompidas e abomináveis: não há um que 
				faça o bem. Do céu Deus se inclina sobre os filhos de Adão, para 
				ver se há um sensato, alguém que busque a Deus. Estão todos 
				desviados e obstinados também: não há um que faça o bem, não há 
				um, sequer. Não sabem todos os malfeitores que devoram meu povo, 
				como se comessem pão, e não invocam a Deus? Eles tremerão de 
				medo lá, sem haver razão de medo, pois Deus está com os justos: 
				vós confundis o plano do pobre, mas Deus é o seu abrigo. Quem 
				trará de Sião a salvação para Israel? Quando Deus mudar a sorte 
				do seu povo, Jacó exultará e Israel se alegrará”. 
				
				Leia com atenção essa “historinha”: Estais 
				seguros de vossa salvação? 
				
				Frei Gil, o bendito leigo franciscano, 
				temendo pela sua salvação, abandona o mundo. Uma gruta às 
				margens de um rio ofereceu-lhe abrigo, e ali vivia todo 
				consagrado ao serviço de Deus. A água cristalina matava a sua 
				sede, e as árvores ofereciam-lhe seus frutos. O sol 
				surpreendia-o em oração e as estrelas da noite eram testemunhas 
				de suas assombrosas penitências. 
				
				Um dia, três cavaleiros, que andavam a 
				caçar, chegaram à gruta de Frei Gil. Este recebeu-os 
				amavelmente, entreteve-se com eles sobre coisas espirituais e 
				notou que, embora bons cristãos, gostavam mais do mundo do que 
				de Deus. 
				
				Ao despedirem-se, um deles disse: 
				
				‑ Santo bendito, desde hoje recomenda-nos a 
				Deus. 
				
				‑ Em verdade, senhores, vós é que haveis de 
				pedir a Deus por mim, porque tendes mais fé e mais esperança do 
				que eu. 
				
				‑ Como assim? Nós? 
				
				‑ Sim, disse Frei Gil, porque estou aqui 
				retirado de todo trato com os homens, vestido de burel, dormindo 
				no chão, e sempre ando com medo de condenar-me; e vós cercados 
				de prazeres e comodidades, alimentando vícios e paixões, estais 
				tão seguros de vossa salvação! O santo dizia isso ironicamente. 
				
				O Santo tinha razão. É preciso assegurar a 
				nossa salvação por meio da penitência, pois Jesus Cristo disse: 
				“Se não fizerdes penitência, perecereis”. 
				
				Ninguém tem certeza absoluta da salvação... 
				nem o Papa: 
				“Aquele que morre inteiramente resignado com a vontade divina 
				deixa-nos a CERTEZA MORAL de sua salvação. Mas aquele que 
				não vive unido à vontade de Deus, também não estará resignado na 
				hora da morte e não se salvará” (Santo Afonso 
				Maria de Ligório). 
				
				Rezemos todos os dias pelo Santo Padre, o Papa 
				Francisco: “Doce Cristo na terra”
				(Santa Catarina de Sena). 
				
				Prezado senhor, obrigado pela ajuda mensal. 
				
				Simeão significa: “ele ouviu”, “ouvinte”. 
				
				Eu te abençoo e te guardo no Coração de Jesus 
				Cristo, nosso Rei e Senhor. 
				
				Com respeito e gratidão, 
				  
				
				Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) 
				  
				   |