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				Anápolis, 20 de outubro de 2017 
				  
				
				À senhora Ada Karumi de Morais 
				
				Benfeitora do Instituto, Goiânia – GO 
				  
				
				Estimada senhora, trabalhe continuamente para 
				salvar a sua alma imortal e espiritual. 
				A vida passa como um relâmpago... ninguém ficará para 
				semente nesse mundo tão violento, falso e interesseiro.
				O tempo de salvar a alma é agora, 
				não depois da morte: “Preciso salvar 
				a minha alma, isto é, ganhar o Céu, evitar a eternidade do 
				inferno. Não há meio-termo. Salvar a minha alma é o fim da minha 
				criação, da minha redenção, é o fim da minha vida” 
				(São Pedro Julião Eymard, A Divina Eucaristia, Vol. 3), 
				e: “Só tenho 
				uma alma, e se perco esta, nada mais tenho a salvar” 
				(Santa Teresa de Jesus). 
				  
				
				Que é a alma? A alma é a parte espiritual 
				do homem, pela qual ele vive, entende e é livre. A alma do homem 
				não morre com o corpo, mas vive eternamente porque é espiritual. 
				
				Negar a existência da alma humana seria 
				grande absurdo. 
				
				A) Prova-a a 
				razão. Sabemos, efetivamente, que a simples matéria não 
				vive, nem sente, nem pensa. Nós vivemos, sentimos e 
				pensamos. Logo, temos um princípio distinto da matéria. 
				
				B) A Sagrada 
				Escritura também no-lo prova. Assim, 
				Cristo avisa-nos: Não temais aqueles que só podem fazer 
				mal ao corpo. Temei antes Aquele que pode 
				precipitar a alma e o corpo no Inferno (Mt 10, 28). 
				A alma humana tem duas propriedades importantíssimas, que a 
				distinguem do princípio vital dos irracionais: é 
				espiritual e imortal. 
				
				A alma humana é espiritual, 
				porque não é corpo nem consta de partes materiais: é um 
				princípio superior à matéria. 
				
				Isto se 
				prova porque ela realiza ações que estão acima da matéria. 
				Comparemos, para nos certificarmos, o conhecimento do homem com 
				o dos animais. 
				
				1° O 
				conhecimento dos animais refere-se às qualidades materiais dos 
				corpos, que se podem perceber pelos 
				sentidos. 
				
				2° O 
				conhecimento do homem: a) refere-se também a seres 
				e qualidades imateriais; b) os próprios seres 
				materiais conhece-os de modo 
				imaterial;
				c) 
				é capaz de raciocinar. Três coisas que o 
				animal não consegue. 
				a)
				O homem conhece 
				seres espirituais, como Deus, e noções imateriais, como as 
				noções de virtude, dever, pátria...
				b)
				Conhece os 
				seres materiais de modo imaterial, porque pode afastar deles as 
				qualidades sensíveis e formar as ideias, que são imateriais e 
				abstratas.  Exemplo. O cão 
				distingue o seu dono do estranho e do mendigo pela voz, as 
				feições, o cheiro, as atitudes e outras condições sensíveis e 
				concretas. Mas nunca poderá dizer para si mesmo: estes três 
				possuem algo de comum, são animais racionais; porque este 
				conceito é algo de imaterial, que os sentidos não podem 
				perceber. O homem faz isto sempre que abstrai as qualidades 
				materiais dos seres, para formar as ideias ou conceitos gerais.
				c) Além disso, o homem pode raciocinar, o que não 
				pode fazer o animal. É absurdo supor que um cão leia um livro e 
				discuta as ideias do autor, ou que um burro fabrique um 
				computador ou componha uma sinfonia. 
				
				Pois bem: como o agir segue o ser, dizemos que, 
				havendo no homem operações imateriais, é necessário que nele 
				exista um princípio imaterial especial 
				– espiritual 
				– que as produza; a este 
				princípio espiritual chamamos alma. 
				
				Necessariamente, a natureza de um ser está de 
				acordo com as suas operações. Assim, é impossível que uma pedra 
				tenha respiração e circulação, ou que uma planta veja e sinta 
				prazer. Por isso, havendo como há no homem, operações 
				imateriais, é necessário que haja nele um princípio material 
				especial. 
				
				A alma não morre com o corpo: é imortal: 
				“Deus fez o homem imortal”
				– escreve o
				Livro da Sabedoria 2, 23. 
				
				Diz também o Eclesiastes: 
				“Que o pó da terra volte à terra de onde 
				saiu; e o espírito volte a Deus, que lhe deu o ser”
				(12, 7). 
				
				Também a razão, por sua vez, prova a imortalidade 
				da alma: 
				
				A) Porque, 
				sendo a alma um espírito, não tem em si gérmen algum de 
				corrupção, própria do que é material. 
				
				O corpo, ao morrer, desagrega-se nos diversos 
				elementos que o compõem e entra em corrupção. A alma humana é 
				simples e espiritual, e não tem nem elementos que se 
				desagreguem, nem matéria que possa corromper-se. 
				
				B) Porque 
				assim o exige a sabedoria de Deus. Se a alma não fosse imortal, 
				Deus teria posto no homem um desejo de felicidade que jamais 
				poderia satisfazer. 
				
				Uma vez que nesta vida não pode satisfazer 
				plenamente esse desejo, e iria contra a sabedoria de Deus ter 
				posto na alma uma aspiração tão profunda e poderosa para nunca a 
				satisfazer, é necessário admitir a existência de outra vida, 
				onde essa aspiração possa ter completa realização. 
				
				C) Porque 
				assim o exige a Justiça de Deus. Pois de outro modo tantas 
				injustiças que se dão no mundo ficariam sem reparação (Curso 
				de Teologia Dogmática, Pablo Arce e Ricardo Sada). 
				
				Caríssima senhora, reze durante os meses de 
				novembro e dezembro os Salmos 47, 48 e 49. 
				
				Salmo 47: 
				“Povos todos, batei palmas, aclamai a Deus com gritos alegres! 
				Pois o Senhor Altíssimo é terrível, é o grande rei sobre a terra 
				inteira. Ele põe as nações sob o nosso poder, põe-nos os povos 
				debaixo dos pés. Escolheu para nós nossa herança, o orgulho de 
				Jacó, a quem ele ama. Deus sobe por entre ovações, Deus, ao 
				clangor da trombeta. Tocai para o nosso Deus, tocai, tocai para 
				o nosso Rei, tocai! Pois o rei de toda a terra é Deus: tocai 
				música para mostrá-lo! Deus é rei acima das nações, senta-se 
				Deus em seu trono sagrado. Os príncipes dos povos se aliam com o 
				povo do Deus de Abraão. Pois os escudos da terra são de Deus, e 
				ele subiu ao mais alto”. 
				
				Salmo 48: 
				“O Senhor é grande e muito louvável na cidade do 
				nosso Deus, a montanha sagrada, bela em altura, alegria da terra 
				toda; o monte Sião, no longínquo Norte, cidade do grande rei: 
				entre seus palácios, Deus se mostrou como fortaleza. Eis que os 
				reis tinham-se aliado e juntos avançavam; mas viram e logo se 
				aterraram, e, apavorados, debandaram às pressas. Ali apossou-se 
				deles um tremor como espasmo de parturiente, como o vento leste 
				destroçando os navios de Társis. Conforme ouvimos, assim vimos 
				também na cidade do Senhor dos Exércitos, na cidade do nosso 
				Deus. Deus firmou-a para sempre! Ó Deus, nós meditamos teu amor 
				no meio do teu Templo! Como teu nome, ó Deus, também teu louvor 
				atinge os limites da terra! Tua direita está cheia de justiça: 
				alegra-se o monte Sião e as filhas de Judá exultam, por causa 
				dos teus julgamentos. Rodeai Sião, percorrei-a, enumerai suas 
				torres; colocai os corações em seus muros, explorai seus 
				palácios; para contar à geração futura que este Deus é o nosso 
				Deus para sempre! É ele quem nos conduz!” 
				
				Salmo 49: 
				“Ouvi isto, todos os povos, dai ouvidos, 
				habitantes todos do mundo, gente do povo, homens de condição, 
				ricos e indigentes, todos juntos! Minha boca fala com sabedoria 
				e meu coração medita a inteligência; inclino meu ouvido a um 
				provérbio e sobre a lira resolvo meu enigma. Por que vou temer 
				nos dias maus, quando a maldade me persegue e envolve? Eles 
				confiam na sua fortuna e se gloriam de sua imensa riqueza. Mas o 
				homem não pode comprar seu resgate, nem pagar a Deus seu preço: 
				o resgate de sua vida é tão caro que seria sempre insuficiente 
				para o homem sobreviver, sem nunca ver a cova. Ora, ele vê os 
				sábios morrerem e o imbecil perecer com o insensato, deixando 
				sua riqueza para outros. Seus túmulos são para sempre suas 
				casas, suas moradias de geração em geração; e eles davam o 
				próprio nome às suas terras... Mas o homem com seu luxo não 
				entende, é semelhante ao animal mudo... E assim caminham, 
				seguros de si mesmos, e terminam contentes com sua sorte. São 
				como o rebanho destinado ao Xeol, a Morte os leva a pastar, os 
				homens retos vão dominá-los. Pela manhã sua imagem desaparece; o 
				Xeol é a sua residência. Mas Deus resgatará a minha vida das 
				garras do Xeol, e me tomará. Não temas quando um homem 
				enriquece, quando cresce a glória de sua casa: ao morrer nada 
				poderá levar, sua glória não descerá com ele. Enquanto vivia, 
				ele se felicitava: — ‘Eles te aplaudem, pois tudo vai bem para 
				ti!’ Ele vai juntar-se à geração dos seus pais, que nunca mais 
				verá a luz. Mas o homem com seu luxo não entende, é semelhante 
				ao animal mudo...” 
				
				Leia com atenção essa “historinha”: Duas 
				morreram... salvou-se uma! 
				
				Eram três jovens... quase meninas. Acabavam 
				de deixar o colégio, um bom colégio, onde tinham sido educadas. 
				Lançaram-se ao mundo e o mundo, como um terrível redemoinho, 
				arrastou-as para suas festas e diversões. Não sonhavam senão com 
				cinemas, teatros e bailes... Eram jovens! Ainda teriam tempo 
				para fazer penitência! Não iriam passar os melhores anos da vida 
				encerradas, como freiras, em casa e na igreja! Isso nunca... 
				jamais! 
				
				Uma tarde, uma delas procurou um padre. 
				Chegou chorando e o terror espelhava-se no seu rosto. Sabeis o 
				que se passara? 
				
				Poucos dias antes as três amigas tinham 
				sucumbido, deixando-se vencer por uma tentação perversa. Das más 
				leituras haviam passado às más conversas, das más conversas às 
				perigosas amizades e das perigosas amizades ao passo fatal (sexo 
				antes do casamento)... Estavam nas garras do demônio! 
				
				Isso acontecera poucos dias antes da festa 
				da Imaculada Conceição. Como ainda não tinham perdido a fé, os 
				remorsos gritaram em seus corações protestando contra a sua 
				conduta louca e pecadora. Mas as três convieram em responder à 
				consciência: 
				
				– No dia da Imaculada Conceição iremos 
				confessar-nos e tudo estará em ordem... No dia seguinte iriam a 
				uma cidade vizinha para se divertirem... Encontrar-se-iam na 
				estação à hora da partida... Só chegaram duas. A terceira 
				chegava apressada, quando o trem ia saindo... As amigas, da 
				janela, diziam-lhe adeus entre risos e gargalhadas de alegria... 
				Elas, quanto iriam aproveitar a festa!... Ela, abandonada e 
				só... que tristeza, que raiva! 
				
				Poucas horas se passaram. Um tremendo 
				telegrama... e uma notícia aterradora circulava por toda a 
				cidade: dera-se um encontro de trens... e as vítimas eram 
				muitas... Entre as vítimas achavam-se as duas amigas, mortas na 
				hora! 
				
				– Padre! – disse a que ficara – hoje Deus 
				me livrou do inferno. Se tivesse ido com minhas amigas, com elas 
				estaria morta e com elas condenada ao inferno. Bendita seja a 
				misericórdia de Deus! 
				
				Infeliz da pessoa que deixa a conversão 
				para depois; pois poderá ser tarde. 
				
				Prezada senhora, obrigado pela ajuda mensal. 
				
				Eu te abençoo e te guardo no Coração de Maria 
				Santíssima: “Recorramos em tudo a 
				Maria. Ela sempre nos atenderá. Alcançar-nos-á o que lhe 
				pedimos, ou conseguir-nos-á graças ainda maiores e mais 
				abundantes para que dos males saibamos tirar bens; e dos grandes 
				males, grandes bens. Seja qual for a nossa situação, 
				experimentaremos sempre o seu consolo”
				(Pe. Francisco Fernández Carvajal ). 
				
				Com respeito e gratidão, 
				  
				
				Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) 
				  
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