Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

048 / 2017

 

Anápolis, 23 de outubro de 2017

 

Ao senhor Ovídio Correia de Mesquita

Benfeitor do Instituto, Goiânia – GO

 

Estimado senhor, busque a felicidade somente no Deus Eterno, somente o Criador pode dar a verdadeira felicidade para um coração sedento das coisas do alto. Deus é a fonte da mais pura felicidade... daquela que o mundo não pode dar: “Fomos feitos para a felicidade, para sermos felizes: o nosso coração tem uma capacidade de infinito, e só Deus o pode saciar perfeitamente” (Bem-aventurado Columba Marmion).

 

A felicidade não está nas esquinas das cidades... nas praças barulhentas, nos bares, nas novelas podres, nos clubes, nas conversas imorais, no copo de bebida alcoólica, no adultério, fornicação... mas sim, somente em Deus, nosso Amor Infinito: A alegria que a fé nos proporciona é necessária neste mundo. Foi o próprio Deus quem formou o nosso coração, e fê-lo tal que tem necessidade de alegria... O próprio Jesus Cristo promete-nos, já neste mundo, o cêntuplo. Ora, a alegria faz parte deste cêntuplo; e esta alegria, é, sobretudo, a fé que a alimenta... Quando somos generosos logo de princípio e nos mantemos sempre atentos às luzes da fé, aumenta em nós o amor, porque Deus vai-se dando cada vez mais; e, com a presença de Deus, vai crescendo a alegria de estar ao seu serviço... Quando buscamos deveras a Deus, sem repartirmos o nosso amor pelas criaturas, sem nos buscarmos a nós mesmos pelo amor próprio, o coração sente-se pouco a pouco dilatado, Deus sacia-o, inunda-o de alegria... Fora de Deus só há alegria efêmera e paz ilusória (Bem-aventurado Columba Marmion).

É grande loucura e perda de tempo correr atrás das coisas do mundo... elas, por belas que sejam, não podem satisfazer o coração criado para o céu. A verdadeira felicidade consiste em possuir Deus na alma; o resto é resto... longe do Criador não existe felicidade. O mundo oferece a felicidade, mas não pode dá-la, porque não a possui.

Senhor Ovídio, leia atentamente a Vida de Santo Ovídio.

Santo Ovídio foi um bispo da Igreja no primeiro século, na região do Reino de Portugal. Pouco se sabe sobre sua vida.

Cidadão romano, teria assistido as pregações de Pedro e Paulo e unido as suas forças ao ímpeto evangelizador dos primeiros tempos da Igreja. São Clemente, Papa, teria reconhecido nele qualidades de pastor e enviado à Espanha a fim de reger a jovem Igreja de Braga. No noroeste peninsular, teria sido um apóstolo fervoroso e dado um visível esplendor ao cristianismo nascente.

A tradição diz ainda que foi martirizado, encontrando-se hoje as suas relíquias na Sé de Braga (Portugal).

Caríssimo senhor, reze com fé e fervor os Salmos 129, 130 e 131 durante os meses de novembro e dezembro.

 

Salmo 129: Quanto me oprimiram desde a juventude, – Israel que o diga! – quanto me oprimiram desde a juventude, mas nunca puderam comigo! Os lavradores lavraram minhas costas e alongaram seus sulcos; mas Deus é justo: cortou os chicotes dos ímpios. Voltem atrás, envergonhados, os que odeiam Sião; sejam como a erva do telhado, que seca antes da ceifa e não enche a mão do ceifador, nem a braçada do que enfeixa. E que os passantes não digam: ‘A bênção de Deus sobre vós!’ Nós vos abençoamos em nome de Deus!”

 

Salmo 130: Das profundezas clamo a ti, Deus: Senhor, ouve o meu grito! Que teus ouvidos estejam atentos ao meu pedido por graça! Se fazes conta das culpas, Deus, Senhor, quem poderá se manter? Mas contigo está o perdão, para que sejas temido. Eu espero, Senhor, e minha alma espera, confiando na tua palavra; minha alma aguarda o Senhor mais que os guardas pela aurora. Mais que os guardas pela aurora aguarde Israel a Deus, pois com Deus está o amor, e redenção em abundância: ele vai resgatar Israel de suas iniquidades todas”.

 

Salmo 131: “Deus, meu coração não se eleva, nem meus olhos se alteiam; não ando atrás de grandezas, nem de maravilhas que me ultrapassam. Não! Fiz calar e repousar meus desejos, como criança desmamada no colo de sua mãe, como criança desmamada estão em mim meus desejos. Israel, põe tua esperança em Deus, desde agora e para sempre!”

 

Estimado senhor, leia com atenção essa “historinha”: A ingratidão para com Deus.

Conta o historiador César Cantú que certo rei da Índia caiu num rio. Um servo fiel correu, lançou-se à torrente e, agarrando o rei pelos cabelos, salvou-o da morte certa.

Voltando a si, o rei quis saber quem e de que modo o salvara das águas. Levaram-lhe o servo fiel, e esperavam que o soberano lhe desse uma generosa recompensa. Mas não foi assim. O rei com ar severo perguntou-lhe: “Como tiveste a ousadia de pôr as mãos em teu rei?” E imediatamente mandou que o trucidassem (matar com crueldade). Essa monstruosa ingratidão causou horror. O castigo, porém, não tardou. Estando o rei, certo dia, embriagado, entrou num barco e outra vez naufragou. Os barqueiros bem o poderiam salvar, mas, recordando-se do servo trucidado, deixaram que o rei se afogasse. Fizeram mal, é certo; mas o mau rei teve o que merecia, porque fora ingrato e cruel para com aquele que lhe demonstrara tanto amor, livrando-o da morte.

Quantos católicos não há por aí que, escapando da morte eterna (inferno) por meio do Sacramento da Confissão, imitam aquele rei, mostrando-se cruéis e ingratos para com Jesus, seu libertador!

É muito perigoso abusar da graça de Deus! Deus é BOM, mas não é BOBO.

Prezado senhor, obrigado pela ajuda mensal.

Ovídio significa: “ovelha”, “homem de gênio pacífico”, “seguidor”.

Rezamos pelo senhor e família todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração de Maria Santíssima, formosa criatura: “Mãe de Deus, Rainha do universo... grande Princesa” (Santo Efrém), e: “Única mulher em quem o Salvador achou repouso... belo jardim em que Deus pôs todas as flores que ornam a Igreja... Mãe da beleza...” (São Bernardo de Claraval), e também: “Estrela e vaso de eleição... criatura mais preciosa da criação... lâmpada inextinguível... alegria dos Anjos, júbilo dos Arcanjos...” (São Cirilo de Alexandria).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

OUTRAS CARTAS