Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

050 / 2017

 

Anápolis, 25 de outubro de 2017

 

À senhora Leivan de Fátima Borges Oliveira

Benfeitora do Instituto, Goiânia – GO

 

Prezada senhora, reze... reze muito... rezar é conversar com Deus, com o Criador do universo... rezar é a mais bela ocupação: “Quem reza, se salva; quem não reza, se condena” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

Afirma São João Crisóstomo que, “assim como o corpo sem alma está morto, assim quem não reza se acha sem vida”. Acrescenta ainda que “tanto necessitam as plantas de água para não murcharem, como nós da oração para não nos perdermos”.

Deus quer que nos salvemos todos e que ninguém se perca. Quer, porém, que lhe peçamos as graças necessárias para nossa salvação, porque, de um lado, não podemos cumprir os preceitos divinos e salvar-nos sem o auxílio atual do Senhor e, de outro lado, Deus não nos quer dar, ordinariamente falando, essas graças, se lhes não pedirmos. Por esta razão, disse o santo Concílio de Trento “que Deus não impõe preceitos impossíveis, porque ou dá-nos a graça próxima e atual necessária para cumpri-los, ou dá-nos a graça de pedir-lhe essa graça atual”. Ensina-nos Santo Agostinho “que Deus, exceto as primeiras graças, tais como a vocação para a fé, ou a penitência, todas as demais e especialmente a perseverança, concede unicamente àqueles que as pedem”. Inferem daqui os teólogos de todos os tempos que a oração é necessária para os adultos, como “necessidade de meio”. Portanto, sem rezar não é possível salvar-se (Santo Afonso Maria de Ligório).

São João Maria Vianney ensina: Sim, com uma oração bem feita, podemos dar ordens ao céu e à terra; tudo nos obedecerá. Se estais impossibilitados de rezar, apoiai-vos em vosso anjo e encarregai-o de rezar em vosso lugar. Não deveríamos perder a presença de Deus, como não devemos perder a respiração. Para a nossa alma, a oração é aquilo que a chuva é para a terra. Podeis adubar uma terra quanto quiserdes; mas, se falta a chuva, tudo o que fizerdes não servirá para nada. Não é preciso falar tanto para rezar bem. Sabe-se que o bom Deus está ali, no santo Tabernáculo; o coração se abre para Ele e compraz-se com sua santa presença. Esta é a melhor oração. Quando rezo, me imagino Jesus rezando ao seu Pai. O bom Deus gosta de ser importunado. É preciso rezar com muita simplicidade e dizer: Meu Deus, eis aqui uma alma muito pobre que não possui nada, que nada pode, concedei-me a graça de amar-vos, de servir-vos e de conhecer que nada sou. O bom Deus não tem necessidade de nós: se nos manda que rezemos, é porque Ele quer a nossa felicidade, e porque a nossa felicidade só pode ser encontrada ali.

Senhora Leivan, reze os Salmos 29 e 30 durante os meses de novembro e dezembro.

 

Salmo 29: “Tributai a Deus, ó filhos de Deus, tributai a Deus glória e poder, tributai a Deus a glória ao seu nome, adorai a Deus no seu átrio sagrado. A voz de Deus sobre as águas, o Deus glorioso troveja, Deus sobre as águas torrenciais. A voz de Deus com a força, a voz de Deus no esplendor! A voz de Deus despedaça os cedros, despedaça Deus os cedros do Líbano, faz o Líbano pular qual bezerro e o Sarion como cria de búfalo. A voz de Deus lança chispas de fogo, a voz de Deus sacode o deserto, Deus sacode o deserto de Cades! A voz de Deus retorce os carvalhos, descascando as florestas. E no seu Templo tudo grita: Glória! Deus está sentado sobre o dilúvio, Deus sentou-se como rei para sempre. Deus dá força ao seu povo, Deus abençoa seu povo com paz”.

 

Salmo 30: “Eu te exalto, Deus, porque me livraste, não deixaste meus inimigos se rirem de mim. Senhor, meu Deus, eu gritei a ti e me curaste. Deus, tiraste minha vida do Xeol, tu me reavivaste dentre os que baixam à cova. Tocai para Deus, fiéis seus, celebrai sua memória sagrada. Sua ira dura um momento, seu favor a vida inteira; de tarde vem o pranto, de manhã gritos de alegria. Quanto a mim, eu dizia tranquilo: ‘Jamais serei abalado!’ Deus, teu favor me firmara sobre fortes montanhas; mas escondeste tua face e eu fiquei perturbado. A ti, Deus, eu gritava, ao meu Deus eu supliquei: Que ganhas com meu sangue, com minha descida à cova? Acaso te louva o pó, anuncia tua verdade? Ouve, Deus, tem piedade de mim! Sê o meu socorro, Deus! Transformaste o meu luto em dança, tiraste o pano grosseiro e me cingiste de alegria. Por isso meu coração canta a ti, e jamais se calará, Senhor, meu Deus, vou louvar-te para sempre”.

 

Caríssima senhora, leia com atenção essa “historinha”: Bailando com o diabo.

Uma jovem francesa, que frequentava as salas de baile, atraída pela fama de São João Maria Vianney, resolveu procurá-lo para se confessar.

Vejamos como ela narrou o seu colóquio com o Santo.

— Lembras-te (disse ele) da última vez que foste ao baile? Estava lá um moço que te parecia bonito, e te causou sentimentos de ciúme e de inveja, porque bailava somente com as outras e não se dignava dirigir-te um olhar sequer?

— É verdade. Lembro-me, sim.

— Lembras-te que, em dado momento, ele retirou-se da sala, deixando-te desiludida, por não se ter dignado dançar contigo nenhuma vez?

— Sim.

— E notaste, então, um pequeno fenômeno: duas como chamas entre as solas dos sapatos dele e o pavimento da sala, quando se retirou... E não fizeste caso, atribuindo aquilo a uma ilusão ótica do contraste entre as luzes e a obscuridade da porta de saída... lembras-te disso?

— Sim; lembro-me.

— Pois bem. Aquele que te parecia um rapaz encantador... que te causou tantos ciúmes... tanta inveja... tanto despeito... Quem era?

— ........

— Aquele era o diabo. Dançou com aquelas que já lhe pertencem, com aquelas que não têm o menor escrúpulo da impureza... Contigo não quis dançar, porque ainda eras pura, e sabia que virias te confessar...

Ficou a jovem impressionadíssima com aquelas revelações do Santo, e prometeu que nunca mais iria a um baile.

E tu, leitora, não achas que contigo poderia acontecer o mesmo?

Sem dúvida, o baile é uma invenção do demônio: “Quem inventou os bailes? Foi São Pedro? Foi São João ou alguns dos Santos? Não por certo, porém o demônio, inimigo das almas! Onde há baile, há tristeza dos anjos e júbilo dos demônios” (Santo Efrém).

Estimada senhora, obrigado pela ajuda mensal.

Rezamos pela senhora e família todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração de Nossa Senhora: “Maria é a única que junto com Deus Pai, pode dizer ao Filho: ‘Tu é meu Filho’” (Santo Tomás de Aquino).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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