Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

052 / 2017

 

Anápolis, 30 de outubro de 2017

 

Ao senhor Domingos Caetano

Benfeitor do Instituto, Goiânia – GO

 

Estimado senhor, viva na presença de Deus... evitando tudo o que desagrada ao Senhor. Um coração que segue o mundo e suas máximas não pode agradar o Deus Verdadeiro: “Se uma casa não for habitada pelo dono, ficará sepultada na escuridão. Desonra e desprezo, repleta de toda espécie de imundícia. Também a alma, sem a presença do seu Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa ignomínia. Ai da estrada por onde ninguém passa nem se ouve voz de homem! Será morada de animais. Ai da alma, se nela não passeia Deus e com sua voz afugenta as feras espirituais da maldade! Ai da casa não habitada por seu dono! Ai da terra, sem o lavrador que a cultiva! Ai do navio, se lhe falta o piloto; sacudido pelas ondas e tempestades do mar, soçobrará! Ai da alma que não tiver em si o verdadeiro piloto, o Cristo! Porque, lançada na escuridão do mar impiedoso e sacudida pelas ondas das paixões, jogada pelos maus espíritos como em tempestade de inverno, encontrará afinal a morte. Ai da alma se lhe falta Cristo, que a cultive com diligência, para que possa germinar os bons frutos do Espírito! Deserta, coberta de espinhos e de abrolhos, terminará por encontrar, em vez de frutos, a queimada. Ai da alma, se seu Senhor, o Cristo, nela não habitar! Abandonada, encher-se-á com o mau cheiro das paixões, virará moradia dos vícios” (São Macário).

 

Não existe verdadeiro bem fora de Deus! Ele é o Criador, o Amor que sustenta a nossa alma imortal e espiritual... Ele é o Deus Eterno que existirá sempre... sempre... sempre! As coisas desse mundo não podem alegrar a nossa alma... somente o Senhor pode satisfazer a nossa alma. No mundo encontramos somente o vazio, a angústia e a tristeza... em Deus encontramos tudo, porque Ele é Infinito.

É grande loucura buscar a felicidade no mundo... ele não pode dar aquilo que não possui. Deus é a Fonte da verdadeira felicidade. Quem possui Deus no coração não precisa mendigar o lixo do mundo... porque somente o Criador basta para sermos felizes.

Caríssimo senhor, reze com fé e devoção os Salmos 137 e 143 durante os meses de novembro e dezembro.

 

Salmo 137: “À beira dos canais de Babilônia nos sentamos, e choramos com saudades de Sião; nos salgueiros que ali estavam penduramos nossas harpas. Lá, os que nos exilaram pediam canções, nossos raptores queriam alegria: ‘Cantai-nos um canto de Sião!’ Como poderíamos cantar um canto de Deus numa terra estrangeira? Se eu me esquecer de ti, Jerusalém, que me seque a mão direita! Que me cole a língua ao paladar, caso eu não me lembre de ti, caso eu não eleve Jerusalém ao topo da minha alegria! Deus, relembra o dia de Jerusalém aos filhos de Edom, quando diziam: ‘Arrasai-a! Arrasai-a até os alicerces!’ Ó devastadora filha de Babel, feliz quem devolver a ti o mal que nos fizeste! Feliz quem agarrar e esmagar teus nenês contra a rocha!”

 

Salmo 143: “Deus, ouve a minha prece, dá ouvido às minhas súplicas, por tua fidelidade, responde-me, por tua justiça! Não entres em julgamento com teu servo, pois frente a ti nenhum vivente é justo! O inimigo me persegue, esmaga minha vida por terra, faz-me habitar nas trevas como os que estão mortos para sempre. Meu alento já vai desfalecendo, e dentro de mim meu coração se assusta. Recordo os dias de outrora, em todo o teu agir eu medito, refletindo sobre a obra de tuas mãos. A ti estendo meus braços, minha vida é terra sedenta de ti. Responde-me depressa, Deus, pois meu alento se extingue! Não escondas tua face de mim: eu ficaria como os que baixam à cova. Faze-me ouvir teu amor pela manhã, pois é em ti que eu confio; indica-me o caminho a seguir, pois eu me elevo a ti. Livra-me dos meus inimigos, Senhor, pois estou protegido junto a ti. Ensina-me a cumprir tua vontade, pois tu és o meu Deus; que teu bom espírito me conduza por uma terra aplanada. Por teu nome, Deus, tu me conservas, por tua justiça me tiras da angústia, por teu amor aniquilas meus inimigos e destróis meus adversários todos, porque eu sou um servo teu!”

 

Leia com atenção essa “historinha”: Excelente conselho.

O rico fazendeiro Leão da Mota era um homem “honrado”. Não havia contra ele nenhuma queixa no cartório. Entretanto, o vigário, que tem o dever de zelar por suas ovelhas, achou que convinha lembrar a Leão a obrigação de confessar-se e comungar pela Páscoa, pois há anos não o fazia.

– Meu caro Leão – disse o velho pároco – será que o senhor tem algum motivo especial para ir adiando a sua confissão de ano para ano?

– Tenho, sim, senhor vigário – respondeu o fazendeiro – pois, então, não seria ridículo que eu me ajoelhasse no confessionário, e, não obstante a minha conhecida honradez, começasse a confissão falando uma mentira?

Não pouco admirado, perguntou o vigário:

– Começar por uma mentira!? Como assim?

– Sim, com uma mentira, – insistiu Leão – pois não seria uma mentira eu, que não mato, não roubo, não tenho pecado, começar, dizendo: Eu, pecador, me confesso a Deus?

O vigário, reprimindo uma gargalhada:

– Meu caro Leão – disse – se a dificuldade é só essa, fique tranquilo e, quando estiver no confessionário, comece dizendo simplesmente: “Eu, rico e honrado fazendeiro, me confesso a Deus...”

Infeliz da pessoa orgulhosa! Todos somos pecadores e necessitamos do perdão de Deus: “Se dissermos: ‘Não temos pecado’, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós” (1 Jo 1, 8).

 

Senhor Domingos, leia atenciosamente a Vida de São Domingos de Gusmão.

Domingos nasceu em 24 de junho de 1170, na pequena vila de Caleruega, na Velha Castela, atual Espanha. Pertencia a uma ilustre e nobre família, muito católica e rica: seus pais eram Félix de Gusmão e Joana d’Aza e seus irmãos, Antônio e Manes. O primeiro tornou-se sacerdote e morreu com odor de santidade. O segundo, junto com a mãe, foi beatificado pela Igreja.

Nesse berço exemplar, o pequeno Domingos trilhou o mesmo caminho de servir a Deus. Até mesmo o seu nome foi escolhido para homenagear São Domingos de Silos, porque sua mãe, antes de Domingos nascer, fez uma novena no santuário do santo abade. E, como conta a tradição, no sétimo dia ele lhe teria aparecido para anunciar que seu futuro filho seria um santo para a Igreja Católica.

Domingos dedicou-se aos estudos, tornando-se uma pessoa muito culta. Mas nunca deixou a caridade de lado. Em Calência, cidade onde se diplomou, surpreendeu a todos ao vender os objetos de seu quarto, inclusive os pergaminhos caros usados nos estudos, para ter um pequeno “fundo” e com ele alimentar os pobres e doentes.

Aos vinte e quatro anos, sentindo o chamado, recebeu a ordenação sacerdotal. Foi enviado para a diocese de Osma, onde se distinguiu pela competência e inteligência. Logo foi convidado para auxiliar o rei Afonso VII nos trabalhos diplomáticos do seu governo e também para representar a Santa Sé, em algumas de suas difíceis missões.

Durante a Idade Média, período em que viveu, havia a heresia dos albigenses, ou cátaros, surgida no sul da França. O Papa Inocêncio III enviou-o para lá, junto com Diego de Aceber, seu companheiro, a fim de combater os católicos reencarnacionistas. Mas, devido à morte repentina desse caro amigo, Domingos teve de enfrentar a missão francesa sozinho. E o fez com muita eficiência, usando apenas o seu exemplo de vida e a pregação da verdadeira Palavra de Deus.

Em 1207, em Santa Maria de Prouille, Domingos fundou o primeiro mosteiro da Ordem Segunda, das monjas, destinado às jovens que, devido à carestia, estavam condenadas à vida do pecado.

A santidade de Domingos ganhava cada vez mais fama, atraindo as pessoas que desejavam seguir o seu modelo de apostolado. Foi assim que surgiu o pequeno grupo chamado “Irmãos Pregadores”, do qual fazia parte o seu irmão de sangue, o Bem-aventurado Manes.

Em 1215, a partir dessa irmandade, Domingos decidiu fundar uma Ordem, oferecendo uma nova proposta de evangelização cristã e vida apostólica. Ela foi apresentada ao Papa Inocêncio III, que, no mesmo ano, durante o IV Concílio de Latrão, concedeu a primeira aprovação. No ano seguinte, seu sucessor, o Papa Honório III, emitiu a aprovação definitiva, dando-lhe o nome de Ordem dos Frades Predicadores, ou Dominicanos. Eles passaram a ser conhecidos como homens sábios, pobres e austeros, tendo como características essenciais a ciência, a piedade e a pregação.

Em 1217, para atrair a juventude acadêmica para dentro do clero, o fundador determinou que as Casas da Ordem fossem criadas nas principais cidades universitárias da Europa, que na época eram Bolonha e Paris. Ele se fixou na de Bolonha, na Itália, onde se dedicou ao esplêndido desenvolvimento da sua obra, presidindo, entre 1220 e 1221 os dois primeiros capítulos gerais, destinados à redação final da “carta magna” da Ordem.

No dia 8 de agosto de 1221, com apenas cinquenta e um anos de idade, ele morreu. Foi canonizado pelo Papa Gregório IX, que lhe dedicava especial estima e amizade, em 1234. São Domingos de Gusmão foi sepultado na catedral de Bolonha e é venerado, no dia de sua morte, como Padroeiro Perpétuo e Defensor dessa cidade.

 

Prezado senhor, obrigado pela ajuda mensal.

Domingos significa: “do Senhor”, “o que pertence ao Senhor”.

Rezamos pelo senhor e família todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração de Nossa Senhora: “Meu espelho há de ser Maria. Visto que sou sua filha devo parecer-me com ela e assim parecerei com Jesus” (Santa Teresa dos Andes).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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