Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

056 / 2017

 

Anápolis, 09 de novembro de 2017

 

Ao senhor João Luiz Zulefato

Benfeitor do Instituto, Goiânia – GO

 

Caríssimo senhor, enfrente as dificuldades e provações que surgem pelo caminho com coragem e fé... sem desânimo... sem retroceder. Deus ama os corações valentes e fortes. O céu é a pátria dos batalhadores, daqueles que lutam e trabalham sem desistir. Quem vive unido a Jesus Cristo vence todas as batalhas... pode até sentir medo, mas não se entrega: “Sobrevêm muitas ondas e fortes procelas; mas não tememos afundar, pois estamos firmes sobre a pedra. Enfureça-se o mar, não tem forças para dissolver a pedra; ergam-se as vagas, não podem submergir o navio de Cristo” (São João Crisóstomo).

 

A vida passa como um relâmpago... não podemos cochilar nem encurtar os passos... o tempo que temos para realizar o bem é agora. Infeliz da pessoa que morre com as mãos vazias... não se salvará! Não basta rezar, é preciso também fazer o bem. Muitos dizem: Senhor, Senhor, e vão para o inferno... porque dizem com a boca, e não com a vida: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos e em teu nome que expulsamos demônios e em teu nome que fizemos muitos milagres?’ Então eu lhes declararei: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade’” (Mt 7, 21-23).

Infeliz da pessoa que inventa desculpas para não praticar o bem. Será que a mesma terá desculpas no dia do julgamento? “Neste mundo é fácil esconder por trás de um cômodo pretexto a nossa preguiça no descuido do bem, e temos a ilusão de justificar-nos, dizendo: ‘Não me compete’, ou então: ‘Não o consigo, não tenho os meios’. Porém lá em cima ser-nos-ão relembradas e lançadas em rosto todas as culposas omissões de que nossa vida é tecida. Todas as ocasiões de dar a Deus uma glória que não demos; todas as almas que poderíamos ter salvado com a oração, com o conselho, com a esmola, e que não salvamos... todos os dias perdidos, sacrificados aos mexericos e aos prazeres do mundo, sem um pensamento que os consagrasse a Deus e os tornassem bons para a eternidade” (Pe. João Colombo).

Milhares de pessoas se desesperam na hora da morte, porque sabem que vão comparecer diante de Deus com as mãos vazias.

Façamos sempre o bem e jamais deixemos de fazê-lo. Façamos o bem a cada segundo, a cada minuto, a cada hora, a cada dia, a vida inteira: “Ninguém sabe o bem que faz quando faz o bem” (São Francisco de Sales).

Pratiquemos o bem com retíssima intenção... com muito amor, zelo e perfeição. Cada boa ação que praticamos por amor a Deus, colocamos um “tijolo” na nossa “mansão” no céu.

 

Senhor João, leia atenciosamente a Vida de São João Evangelista.

João, filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como Pedro e André, ocupa lugar de primeiro plano no elenco dos apóstolos. O autor do quarto Evangelho, de três Cartas e do Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e inculto. No entanto, o leitor mesmo que leia superficialmente os seus escritos percebe não só o arrojo do pensamento, mas também a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o mugido de muitas águas.

João é sempre o homem da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que à ação. É a águia que desde o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do mistério trinitário: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”.

Ele está entre os mais íntimos de Jesus e nas horas mais solenes de sua vida João está perto. Está ao seu lado na hora da ceia, durante o processo, e único entre os apóstolos, assiste à sua morte junto com Nossa Senhora. Mas contrariamente a tudo o que possam fazer pensar as representações da arte, João não era homem fantasioso e delicado. Bastaria o “apelido” que o Mestre impôs a ele e a seu irmão Tiago: “Filhos do trovão”, para nos indicar um temperamento vivaz e impulsivo, alheio a compromissos e hesitações, até parecendo intolerante e cáustico.

No seu Evangelho designa a si mesmo simplesmente como “o discípulo a quem Jesus amava”. Também se não nos é dado indagar sobre o segredo desta inefável amizade, podemos adivinhar certa analogia entre a alma do Filho do homem e a do filho do trovão, pois Jesus veio à terra não só trazer a paz mas também o fogo. Após a ressurreição, João está quase constantemente ao lado de Pedro. Paulo, na carta aos gálatas, fala de Pedro, Tiago e João como colunas da Igreja.

No Apocalipse, João diz que foi perseguido e degredado para a ilha de Patmos, “por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo”. Conforme tradição unânime, ele viveu em Éfeso em companhia de Nossa Senhora; e, sob o imperador Domiciano, foi colocado dentro de uma caldeira de óleo fervendo, daí saindo ileso e, todavia, com a glória de ter dado testemunho. Depois do exílio de Patmos, voltou definitivamente para Éfeso, onde exortava continuamente os fiéis ao amor fraterno, como resulta das suas três cartas, acolhidas entre os textos sagrados, como também o Apocalipse e o Evangelho. Morreu carregado de anos em Éfeso durante o império de Trajano (98-117) e aí foi sepultado.

 

Prezado senhor, reze durante os meses de novembro e dezembro os Salmos 15 e 38.

 

Salmo 15: “Deus, quem pode hospedar-se em tua tenda? Quem pode habitar em teu monte sagrado? Quem anda com integridade e pratica a justiça: fala a verdade no coração, e não deixa a língua correr; não faz mal ao seu próximo e não difama seu vizinho; despreza o ímpio com o olhar, mas honra os que temem a Deus; jura com dano próprio sem se retratar; não empresta dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem age deste modo jamais vacilará!”

 

Salmo 38: “Deus, não me castigues em tua cólera, não me corrijas em teu furor. Tuas flechas penetraram em mim, sobre mim abateu-se tua mão: nada está ileso em minha carne, em tua ira, nada de são em meus ossos, em meu pecado. Minhas iniquidades ultrapassam-me a cabeça, como fardo pesado elas pesam sobre mim; minhas chagas estão podres e supuram, por causa da minha loucura. Estou curvado, inteiramente prostrado, ando o dia todo entristecido. Meus rins ardem de febre, nada está ileso em minha carne; estou enfraquecido, completamente esmagado, meu coração rosna, eu solto rugidos. Senhor, à tua frente está o meu desejo todo, meu gemido não se esconde de ti; meu coração palpita, minha força me abandona, a luz dos meus olhos já não habita comigo. Amigos e companheiros se afastam da minha praga, e meus vizinhos se mantêm à distância; preparam armadilhas os que buscam tirar-me a vida, os que procuram minha ruína falam de crimes, todo dia meditando em traições. E eu, como um surdo, não escuto, como um mudo que não abre a boca. Sou como homem que não ouve e não tem uma réplica na boca. É por ti, Senhor, que eu espero! És tu quem responderá, Senhor meu Deus! Eu disse: ‘Que não se alegrem à minha custa, não triunfem sobre mim quando eu tropeço!’ Sim, estou a ponto de cair, meu tormento está sempre à minha frente. Sim, eu confesso a minha iniquidade, e temo pelo meu pecado. Meus inimigos sem motivo são poderosos, são muitos os que me odeiam sem motivo, os que pagam o mal pelo bem, e por eu procurar o bem me acusam. Não me abandones, Senhor, meu Deus, não fiques longe de mim! Vem socorrer-me depressa, ó Senhor, minha salvação!”

 

Leia com atenção essa “historinha”: Quero salvar a minha alma.

Era no sexto século da era cristã. No monte das Oliveiras, perto de Jerusalém, um moço elegantíssimo conservava os olhos fixos num quadro que tinha diante de si. Aquele quadro representava as penas do inferno, os tormentos dos condenados. Uma sensação de horror passava por todo o corpo daquele jovem nobre e molemente educado. Reunindo todas as forças, tentava voltar as costas àquela cena horrível, quando uma veneranda senhora – que o observava com atenção e lera em seu rosto a salutar impressão produzida pelo quadro – aproximou-se e descreveu-lhe ao vivo as penas reservadas aos pecadores impenitentes.

– Depressa, filho, salva a tua alma!

– Sim, quero salvá-la – disse o jovem comovido; – mas que devo fazer?

– Se queres salvar a tua alma, vive na oração, no jejum e na continência!

E eis que aquele moço, mole e delicado, se viu de repente envolvido nos mais sérios pensamentos. Uma completa revolução se efetuara em seu coração e, dirigindo-se a um convento situado perto de Gaza, tremendo bateu à porta e pediu humildemente que o recebessem na comunidade. O abade, à vista daquele jovem, delicado e elegantemente vestido, teve lá suas dúvidas sobre a vocação do mesmo. Não se trataria de uma exaltação passageira? Julgou mais prudente diferir à admissão, mas confiou o moço ao monge Doroteu, o mais piedoso dos religiosos, para que o examinasse com cuidado. Doroteu fez ao jovem diversas perguntas, mas a resposta era invariavelmente:

– Quero salvar a minha alma; este é o meu único desejo.

Doroteu levou ao abade a resposta e aconselhou-o a não deferir por mais tempo a aceitação do postulante. Admitido entre os religiosos, aquele jovem serviu de edificação a todos por sua vida exemplaríssima. Cinco anos apenas foram suficientes para completar a sua carreira e ter a morte dos justos.

Esse jovem, ao qual a consideração das penas do inferno levara à vida religiosa, é conhecido no catálogo dos santos com o nome de São Dositeu.

O inferno existe! Não podemos esquecer nem desprezar essa grande verdade! A Bíblia menciona o inferno mais de 70 vezes.

Milhões de pessoas negam a existência do inferno... nem por isso ele deixará de existir!

O inferno foi criado quando Lúcifer deu o grande grito: Não servirei. O inferno é, essencialmente, a separação de Deus de um espírito.

 

Prezado senhor, obrigado pela ajuda mensal.

Rezamos pelo senhor e família todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração de Nossa Senhora: “Senhora minha poderosíssima, nos temores que me inspira a minha salvação eterna, quanto me conforta a confiança, quando a vós recorro e penso, minha Mãe, nos tesouros de graça e de ternura que estão em vós” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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