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				Anápolis, 09 de novembro de 2017 
				  
				
				Ao senhor João Luiz Zulefato 
				
				Benfeitor do Instituto, Goiânia – GO 
				  
				
				Caríssimo senhor, enfrente as dificuldades
				e provações que surgem pelo caminho com 
				coragem e fé... sem desânimo... sem retroceder. 
				Deus ama os corações valentes e fortes. O céu é a pátria 
				dos batalhadores, daqueles que lutam 
				e trabalham sem desistir. Quem vive unido a Jesus 
				Cristo vence todas as batalhas... pode até sentir medo, 
				mas não se entrega: “Sobrevêm 
				muitas ondas e fortes procelas; mas não tememos afundar, pois 
				estamos firmes sobre a pedra. Enfureça-se o mar, não tem forças 
				para dissolver a pedra; ergam-se as vagas, não podem submergir o 
				navio de Cristo” (São João Crisóstomo). 
				  
				
				A vida passa como um relâmpago... não 
				podemos cochilar nem encurtar os passos... o tempo que 
				temos para realizar o bem é agora. 
				Infeliz da pessoa que morre com as mãos vazias... não se 
				salvará! Não basta rezar, é preciso também fazer o bem. 
				Muitos dizem: Senhor, Senhor, e vão para o inferno... porque 
				dizem com a boca, e não com a vida: 
				“Nem todo aquele que me 
				diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele 
				que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me 
				dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que 
				profetizamos e em teu nome que expulsamos demônios e em teu nome 
				que fizemos muitos milagres?’ Então eu lhes declararei: ‘Nunca 
				vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade’”
				(Mt 7, 21-23). 
				
				Infeliz da pessoa que inventa desculpas 
				para não praticar o bem. Será que a mesma terá desculpas 
				no dia do julgamento? “Neste mundo é 
				fácil esconder por trás de um cômodo pretexto a nossa preguiça 
				no descuido do bem, e temos a ilusão de justificar-nos, dizendo: 
				‘Não me compete’, ou então: ‘Não o consigo, não tenho os meios’. 
				Porém lá em cima ser-nos-ão relembradas e lançadas em rosto 
				todas as culposas omissões de que nossa vida é tecida. Todas as 
				ocasiões de dar a Deus uma glória que não demos; todas as almas 
				que poderíamos ter salvado com a oração, com o conselho, com a 
				esmola, e que não salvamos... todos os dias perdidos, 
				sacrificados aos mexericos e aos prazeres do mundo, sem um 
				pensamento que os consagrasse a Deus e os tornassem bons para a 
				eternidade”
				(Pe. João Colombo). 
				
				Milhares de pessoas se desesperam 
				na hora da morte, porque sabem que vão comparecer diante 
				de Deus com as mãos vazias. 
				
				Façamos sempre o bem e jamais deixemos de 
				fazê-lo. Façamos o bem a cada segundo, a cada minuto, a 
				cada hora, a cada dia, a vida inteira: 
				“Ninguém sabe o bem que faz quando faz o 
				bem”
				(São Francisco de Sales). 
				
				Pratiquemos o bem com retíssima intenção... 
				com muito amor, zelo e perfeição. Cada boa ação que 
				praticamos por amor a Deus, colocamos um “tijolo” na nossa 
				“mansão” no céu. 
				  
				
				Senhor João, leia atenciosamente a Vida de 
				São João Evangelista. 
				
				João, filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de 
				Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como 
				Pedro e André, ocupa lugar de primeiro plano no elenco dos 
				apóstolos. O autor do quarto Evangelho, de três Cartas e do 
				Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e 
				inculto. No entanto, o leitor mesmo que leia superficialmente os 
				seus escritos percebe não só o arrojo do pensamento, mas também 
				a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os 
				sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o 
				mugido de muitas águas. 
				
				João é sempre o homem da elevação espiritual, 
				mais inclinado à contemplação que à ação. É a águia que desde 
				o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do 
				mistério trinitário: “No princípio era o Verbo e o Verbo 
				estava com Deus e o Verbo era Deus”. 
				
				Ele está entre os mais íntimos de Jesus e nas 
				horas mais solenes de sua vida João está perto. Está ao seu lado 
				na hora da ceia, durante o processo, e único entre os apóstolos, 
				assiste à sua morte junto com Nossa Senhora. Mas contrariamente 
				a tudo o que possam fazer pensar as representações da arte, João 
				não era homem fantasioso e delicado. Bastaria o “apelido” que o 
				Mestre impôs a ele e a seu irmão Tiago: “Filhos do trovão”, 
				para nos indicar um temperamento vivaz e impulsivo, alheio a 
				compromissos e hesitações, até parecendo intolerante e cáustico. 
				
				No seu Evangelho designa a si mesmo 
				simplesmente como “o discípulo a quem Jesus amava”. 
				Também se não nos é dado indagar sobre o segredo desta inefável 
				amizade, podemos adivinhar certa analogia entre a alma do Filho 
				do homem e a do filho do trovão, pois Jesus veio à terra não só 
				trazer a paz mas também o fogo. Após a ressurreição, João está 
				quase constantemente ao lado de Pedro. Paulo, na carta aos 
				gálatas, fala de Pedro, Tiago e João como colunas da Igreja. 
				
				No Apocalipse, João diz que foi perseguido e 
				degredado para a ilha de Patmos, “por causa da palavra de 
				Deus e do testemunho de Jesus Cristo”. Conforme tradição 
				unânime, ele viveu em Éfeso em companhia de Nossa Senhora; e, 
				sob o imperador Domiciano, foi colocado dentro de uma caldeira 
				de óleo fervendo, daí saindo ileso e, todavia, com a glória de 
				ter dado testemunho. Depois do exílio de Patmos, voltou 
				definitivamente para Éfeso, onde exortava continuamente os fiéis 
				ao amor fraterno, como resulta das suas três cartas, acolhidas 
				entre os textos sagrados, como também o Apocalipse e o 
				Evangelho. Morreu carregado de anos em Éfeso durante o império 
				de Trajano (98-117) e aí foi sepultado. 
				  
				
				Prezado senhor, reze 
				durante os meses de novembro e dezembro os Salmos 15 e 38. 
				  
				
				Salmo 15: 
				“Deus, quem pode hospedar-se em tua tenda? Quem pode habitar em 
				teu monte sagrado? Quem anda com integridade e pratica a 
				justiça: fala a verdade no coração, e não deixa a língua correr; 
				não faz mal ao seu próximo e não difama seu vizinho; despreza o 
				ímpio com o olhar, mas honra os que temem a Deus; jura com dano 
				próprio sem se retratar; não empresta dinheiro com usura, nem 
				aceita suborno contra o inocente. Quem age deste modo jamais 
				vacilará!” 
				  
				
				Salmo 38: 
				“Deus, não me castigues em tua cólera, não me 
				corrijas em teu furor. Tuas flechas penetraram em mim, sobre mim 
				abateu-se tua mão: nada está ileso em minha carne, em tua ira, 
				nada de são em meus ossos, em meu pecado. Minhas iniquidades 
				ultrapassam-me a cabeça, como fardo pesado elas pesam sobre mim; 
				minhas chagas estão podres e supuram, por causa da minha 
				loucura. Estou curvado, inteiramente prostrado, ando o dia todo 
				entristecido. Meus rins ardem de febre, nada está ileso em minha 
				carne; estou enfraquecido, completamente esmagado, meu coração 
				rosna, eu solto rugidos. Senhor, à tua frente está o meu desejo 
				todo, meu gemido não se esconde de ti; meu coração palpita, 
				minha força me abandona, a luz dos meus olhos já não habita 
				comigo. Amigos e companheiros se afastam da minha praga, e meus 
				vizinhos se mantêm à distância; preparam armadilhas os que 
				buscam tirar-me a vida, os que procuram minha ruína falam de 
				crimes, todo dia meditando em traições. E eu, como um surdo, não 
				escuto, como um mudo que não abre a boca. Sou como homem que não 
				ouve e não tem uma réplica na boca. É por ti, Senhor, que eu 
				espero! És tu quem responderá, Senhor meu Deus! Eu disse: ‘Que 
				não se alegrem à minha custa, não triunfem sobre mim quando eu 
				tropeço!’ Sim, estou a ponto de cair, meu tormento está sempre à 
				minha frente. Sim, eu confesso a minha iniquidade, e temo pelo 
				meu pecado. Meus inimigos sem motivo são poderosos, são muitos 
				os que me odeiam sem motivo, os que pagam o mal pelo bem, e por 
				eu procurar o bem me acusam. Não me abandones, Senhor, meu Deus, 
				não fiques longe de mim! Vem socorrer-me depressa, ó Senhor, 
				minha salvação!” 
				  
				
				Leia com atenção essa “historinha”: Quero 
				salvar a minha alma. 
				
				Era no sexto século da era cristã. No monte 
				das Oliveiras, perto de Jerusalém, um moço elegantíssimo 
				conservava os olhos fixos num quadro que tinha diante de si. 
				Aquele quadro representava as penas do inferno, os tormentos dos 
				condenados. Uma sensação de horror passava por todo o corpo 
				daquele jovem nobre e molemente educado. Reunindo todas as 
				forças, tentava voltar as costas àquela cena horrível, quando 
				uma veneranda senhora – que o observava com atenção e lera em 
				seu rosto a salutar impressão produzida pelo quadro – 
				aproximou-se e descreveu-lhe ao vivo as penas reservadas aos 
				pecadores impenitentes. 
				
				– Depressa, filho, salva a tua alma! 
				
				– Sim, quero salvá-la – disse o jovem 
				comovido; – mas que devo fazer? 
				
				– Se queres salvar a tua alma, vive na 
				oração, no jejum e na continência! 
				
				E eis que aquele moço, mole e delicado, se 
				viu de repente envolvido nos mais sérios pensamentos. Uma 
				completa revolução se efetuara em seu coração e, dirigindo-se a 
				um convento situado perto de Gaza, tremendo bateu à porta e 
				pediu humildemente que o recebessem na comunidade. O abade, à 
				vista daquele jovem, delicado e elegantemente vestido, teve lá 
				suas dúvidas sobre a vocação do mesmo. Não se trataria de uma 
				exaltação passageira? Julgou mais prudente diferir à admissão, 
				mas confiou o moço ao monge Doroteu, o mais piedoso dos 
				religiosos, para que o examinasse com cuidado. Doroteu fez ao 
				jovem diversas perguntas, mas a resposta era invariavelmente: 
				
				– Quero salvar a minha alma; este é o meu 
				único desejo. 
				
				Doroteu levou ao abade a resposta e 
				aconselhou-o a não deferir por mais tempo a aceitação do 
				postulante. Admitido entre os religiosos, aquele jovem serviu de 
				edificação a todos por sua vida exemplaríssima. Cinco anos 
				apenas foram suficientes para completar a sua carreira e ter a 
				morte dos justos. 
				
				Esse jovem, ao qual a consideração das 
				penas do inferno levara à vida religiosa, é conhecido no 
				catálogo dos santos com o nome de São Dositeu. 
				
				O inferno existe! Não podemos esquecer nem 
				desprezar essa grande verdade! A Bíblia menciona o inferno mais 
				de 70 vezes. 
				
				Milhões de pessoas negam a existência do 
				inferno... nem por isso ele deixará de existir! 
				
				O inferno foi criado quando Lúcifer deu o 
				grande grito: Não servirei. O inferno é, essencialmente, a 
				separação de Deus de um espírito. 
				  
				
				Prezado senhor, obrigado pela ajuda mensal. 
				
				Rezamos pelo senhor e família todos os dias. 
				
				Eu te abençoo e te guardo no Coração de Nossa 
				Senhora: “Senhora minha 
				poderosíssima, nos temores que me inspira a minha salvação 
				eterna, quanto me conforta a confiança, quando a vós recorro e 
				penso, minha Mãe, nos tesouros de graça e de ternura que estão 
				em vós”
				(Santo Afonso Maria de Ligório). 
				
				Com respeito e gratidão, 
				  
				
				Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) 
				  
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