Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

058 / 2017

 

Anápolis, 14 de novembro de 2017

 

Ao senhor Sérgio Humberto Lopes Safatle

Benfeitor do Instituto, Goiânia – GO

 

Estimado senhor, lembre-se continuamente da brevidade da vida! O tempo passa e não volta mais... quem quiser entrar no céu deve fazer o bem agora, não depois da morte: “Enquanto estamos no mundo e temos tempo, façamos, de coração, penitência pelos pecados cometidos, para sermos salvos pelo Senhor. Porque depois de sairmos do mundo já não mais poderemos reconhecer os nossos pecados nem fazer penitência” (Da Homilia de um Autor do século segundo).

 

Devemos caminhar pelo caminho do Senhor enquanto temos vida e luz, porque esta logo desaparece na morte. Então já não é tempo para preparar-se, mas de estar pronto. Quando chega a morte, não se pode fazer nada: o que está feito está feito… Se alguém soubesse que em breve se decidiria a causa de sua vida ou morte, ou de toda a sua fortuna, com que ardor não procuraria um bom advogado, diligenciaria para que os juízes conhecessem nitidamente as razões que lhe assistem, e trataria de empregar os meios para obter sentença favorável! O que fazemos nós? Sabemos com certeza que muito brevemente, no momento em que menos o pensamos, se há de julgar a causa do maior negócio que temos, isto é, do negócio de nossa salvação eterna… e ainda perdemos tempo?

Dirá talvez alguém: sou ainda moço; mais tarde me converterei a Deus. O Senhor amaldiçoou aquela figueira que achou sem frutos, posto que não fosse estação própria, como observa o Evangelho (Mc 11,13). Com este fato quis Jesus Cristo dar-nos a entender que o homem, em todo tempo, sem excetuar a mocidade, deve produzir frutos de boas obras, senão será amaldiçoado e nunca mais dará frutos no futuro. Nunca coma alguém fruto de ti (Mc 11,14). Assim falou o Redentor àquela árvore, e do mesmo modo amaldiçoa a quem ele chama e lhe resiste… Circunstância digna de admiração! Ao demônio parece breve a duração de nossa vida, e é por isso que não deixa escapar ocasião de nos tentar. “Desceu a vós o demônio com grande ira, sabendo que lhe resta pouco tempo” (Ap 12,12) (Santo Afonso Maria de Ligório).

O tempo de realizar o bem é agora! Muitas pessoas se desesperam na hora da morte porque estão de mãos vazias.

Quem tem um empréstimo por dois anos não terá de pagar juros só por um ano. E quem habita uma casa por dez anos não dará o aluguel apenas de cinco. E por que então não meditamos que todo ano que passa aumenta a nossa responsabilidade de feitores? Por que adiamos indiferentemente, de dia para dia, de ano para ano, uma boa obra, ou mesmo a nossa própria conversão?

Existiu um aldeão muito ingênuo. Chegado à margem de um riachinho, devendo passar para o lado de lá, começou por se sentar na erva fresca. E, quando se lembrava de que seria necessário passá-lo, dizia: Esperarei que a água tenha passado toda, e depois passarei em seco. E, esperando, esperando, veio a morte, e ele ainda lá estava.

É muito perigoso adiar a conversão... deixar para depois, para o próximo ano... a morte não tarda! (Horatius, 1 Ep., II, 42).

 

Caríssimo senhor, reze os Salmos 100 e 101 durante os meses de novembro e dezembro.

 

Salmo 100: “Aclamai a Deus, terra inteira, servi a Deus com alegria, ide a ele com gritos jubilosos! Sabei que só o Senhor é Deus, ele nos fez e a ele pertencemos, somos seu povo, o rebanho do seu pasto. Entrai por suas portas dando graças, com cantos de louvor pelos seus átrios, celebrai-o, bendizei o seu nome. Sim! Porque Deus é bom: o seu amor é para sempre, e sua verdade de geração em geração”.

 

Salmo 101: “Vou cantar o amor e o direito, a ti, Deus, eu quero tocar; vou andar na integridade: quando virás a mim? Andarei de coração íntegro dentro da minha casa; não porei uma coisa vil diante dos meus olhos. Odeio a ação dos apóstatas: ela não me atrairá; longe de mim o coração pervertido, eu ignoro o perverso. Quem calunia seu próximo em segredo eu o farei calar; olhar altivo e coração orgulhoso eu não suportarei. Meus olhos estão nos leais da terra, para que habitem comigo; quem anda no caminho dos íntegros, este será o meu ministro. Em minha casa não habitará quem pratica fraudes; o que fala mentiras não permanecerá diante dos meus olhos. A cada manhã eu farei calar todos os ímpios da terra, para extirpar da cidade de Deus todos os malfeitores”.

 

Leia com atenção essa “historinha”: O melhor carnaval.

Um oficial espanhol viu um dia São Pedro Claver com um grande saco às costas.

— Padre, aonde vai com esse saco?

— Vou fazer carnaval; pois não é tempo de folgança?

O oficial quer ver o que acontece: acompanha-o.

O Santo entra num hospital. Os doentes alvoroçam-se e fazem-lhe festa; muitos o rodeiam, porque o Santo, passando com eles uma hora alegre, lhes reparte presentes e regalos até esvaziar completamente o saco.

— E agora? – pergunta o oficial.

— Agora venha comigo; vamos à igreja rezar por esses infelizes que, lá fora, julgam que têm o direito de ofender a Deus livremente por ser tempo de carnaval.

O carnaval não é uma simples brincadeira; mas sim, é um mar de lama, pecados e vícios: “O carnaval é um tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados sobre pecados, e correm à rédea solta para a perdição” (São Vicente Ferrer).

Prezado senhor, obrigado pela ajuda mensal.

Rezamos pelo senhor e família todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração de Maria Santíssima: “Salve, ó Maria, Mãe de Deus, virgem e mãe, estrela e vaso de eleição! Salve, Maria, virgem, mãe e serva: virgem, na verdade, por virtude daquele que nasceu de ti; mãe por virtude daquele que cobriste com panos e nutriste em teu seio; serva, por aquele que  tomou de servo a forma!” (São Cirilo de Alexandria).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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