Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

059 / 2017

 

Anápolis, 15 de novembro de 2017

 

À senhora Irma Castrillon

Benfeitora do Instituto, Goiânia – GO

 

Estimada senhora, trabalhe continuamente para conquistar o céu... nossa pátria eterna. Estamos aqui nesse mundo para salvar a nossa alma imortal e espiritual... tudo o que fazemos afora isso estamos roubando de Deus. Não é fácil conquistar o céu... é preciso de muita luta... e luta contínua: “O céu é a nossa pátria, lá Deus nos preparou o repouso numa eterna felicidade. Passamos pouco tempo neste mundo, mas neste pouco tempo temos muitas dores a sofrer” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

A nossa viagem para o Céu efetua-se sem parada nem repouso. O tempo nos arrasta, de dia e de noite, sem que nos seja possível retardar o curso. É impossível alguém se salvar de braços cruzados e com as mãos vazias.

Todos os homens desejam a felicidade. Todos os cristãos, além disso, creem na vida eterna e desejam-na com toda a sua alma, pois é a felicidade sem fim. Para desejarmos alguma coisa, temos evidentemente de conhecer a sua bondade e beleza. O desejo é sempre um anelo de posse. Mas, tratando-se da bem-aventurança eterna, esse desejo é uma verdadeira avidez, isto é, uma necessidade real de posse.

No Céu, os eleitos veem a Deus e conhecem-no de maneira clara, direta e imediata, sem o auxílio do raciocínio; é o que se chama visão intuitiva. Não se trata de uma visão passageira, como a que Deus às vezes concede a almas muito santas, mas de um estado diferente daquele em que vivemos. Nesse estado, a inteligência humana encontra-se livre da ignorância e do erro, pois vê tudo em Deus, que nos fez inteligentes para que pudéssemos chegar a esse termo, com ou sem conhecimentos científicos. Para a criatura, será uma alegria imensa conhecer no Céu a beleza da Criação e as leis que a governam.

Há graus na felicidade, tal como há graus no bem que se fez e que se faz. Na ordem natural, cada um atua segundo a sua capacidade: uns podem fazer coisas que outros não podem. Na ordem da recompensa, cada pessoa a receberá na medida em que tiver feito frutificar os dons recebidos de Deus (Monge Edouard Clerc).

Feliz daquele que lutar todos os dias para conquistar o Céu: “O Céu é a posse de Deus. No céu contempla-se a Deus, adora-se e ama-se a Ele. Mas para chegar ao céu é preciso desprender-se da terra” (Santa Teresa dos Andes).

São João Bosco escreve sobre o Céu: “Considere, além disso, o gozo que inundará a sua alma ao entrar no Céu. O encontro, o acolhimento dos parentes e dos amigos; a nobreza, a beleza dos Querubins, dos Serafins, de todos os Santos, que aos milhões e milhões louvam o Criador; o coro dos Apóstolos, a multidão imensa dos mártires, dos Confessores, das Virgens. Há também um exército enorme de jovens que conservaram a virtude da pureza, cantando a Deus um hino que ninguém mais pode entoar. Como são felizes neste reino os bem-aventurados! Sempre mergulhados na alegria, sem nenhuma doença, sem desgostos e preocupações que perturbem a sua paz e o seu gozo!”

 

Caríssima senhora, reze os Salmos 98 e 99 durante os meses de novembro e dezembro.

 

Salmo 98: “Cantai a Deus um cântico novo, pois ele fez maravilhas, sua direita o salvou e seu braço santo. Deus fez conhecer sua salvação, revelou sua justiça aos olhos das nações: lembrou-se do seu amor e fidelidade em favor da casa de Israel. Os confins da terra contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai a Deus, terra inteira, dai gritos de alegria! Tocai para Deus com a harpa e o som dos instrumentos; com trombetas e o som da corneta aclamai ao rei Senhor! Estronde o mar e o que ele contém, o mundo e seus habitantes; batam palmas os rios todos e as montanhas gritem de alegria diante de Deus, pois ele vem para julgar a terra: ele vai julgar o mundo com justiça e os povos com retidão!”

 

Salmo 99: “Deus é rei: os povos estremecem! Ele se assenta em querubins: a terra se abala! Deus é grande em Sião. Ele é excelso sobre os povos todos; que celebrem teu nome, grande e terrível: ele é Santo! A força de um rei é amar o Direito. És tu que firmaste a retidão; em Jacó, Direito e Justiça és tu que fizeste. Exaltai o Senhor nosso Deus e prostrai-vos à frente do seu pedestal: ele é Santo! Moisés e Aarão, dentre seus sacerdotes, e Samuel, dentre os que invocavam seu nome, invocavam a Deus e ele lhes respondia. Falava com eles da coluna de nuvem, e eles guardavam os seus testemunhos, a Lei que lhes dera. Senhor nosso Deus, tu lhes respondias, eras para eles um Deus de perdão, mas que se vingava de suas maldades. Exaltai o Senhor nosso Deus, prostrai-vos perante o seu monte sagrado, porque o Senhor nosso Deus é Santo!”

 

Leia com atenção essa “historinha”: Firme como uma coluna.

Vivia em Siracusa (Itália), no terceiro século do cristianismo, uma rica e graciosa jovem chamada Luzia. Os dons da natureza de que estava adornada eram nada em comparação com os belos dotes de sua alma. Pura como um anjo, humilde, modesta, mansa, caridosa, cativava a todos que dela se aproximavam.

O cristianismo atravessava, naquela época, dias difíceis, e professar a fé em Jesus Cristo era considerado um crime digno de morte. Reconhecida como cristã, Luzia foi conduzida à presença do governador Pascásio, tristemente célebre por sua ferocidade contra os cristãos. O tirano, após várias perguntas, vendo que a donzela lhe respondia sempre com imperturbável coragem, disse-lhe com ar de zombaria:

– Quando fores espancada, então te calarás.

Luzia respondeu:

– Aos verdadeiros discípulos se Jesus Cristo não faltarão palavras, quando estiverem diante dos juízes, porque Ele disse que, em tais ocasiões, o Espírito Santo que receberam falará por eles.

– Então, o Espírito Santo está em ti?

– Sim; todos os que levam vida casta e pura são templos do Espírito Santo.

– Pois bem; eu te farei cometer um pecado feio para que o Espírito Santo saia de ti.

– Isso não está em teu poder. Se eu não consinto, a tua violência brutal só me pode proporcionar uma dupla coroa.

Pascásio, cheio de ira, ordenou aos algozes que a arrastassem a um lugar de pecado. Mas naquele instante manifestou-se claramente a virtude do Espírito Santo que estava na casta donzela. Os guardas não conseguiram removê-la, pois uma força invisível tornou-a imóvel como uma coluna.

O tirano teve de mandar matá-la ali mesmo.

Quem é verdadeiramente de Deus não se vende... não se entrega... não se intimida diante das ameaças.

Prezada senhora, obrigado pela ajuda mensal.

Irma significa: “nobre”, “a grande”.

Rezamos pela senhora e família todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração de Jesus Cristo, nosso Rei e Senhor: “Enquanto Jesus não morresse na cruz, pagando pelos pecados dos homens, nenhuma alma podia entrar no céu; ninguém podia ver a Deus face a face” (Pe. Leo J. Trese).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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