Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

063 / 2017

 

Anápolis, 21 de novembro de 2017

 

À senhora Ignez Alvarenga

Benfeitora do Instituto, Goiânia – GO

 

Caríssima senhora, não deixe de caminhar por causa dos obstáculos. Quem desiste da caminhada jamais entrará no céu... nossa Pátria Eterna! Diante das dificuldades, fixemos os olhos em Jesus Cristo, nosso Salvador, que sofreu desde o ventre materno... sofreu durante a vida oculta... durante a vida pública... sofreu terrivelmente na Sagrada Paixão... a vida de Jesus foi uma oceano de dores: “Nem ainda Jesus Cristo Nosso Senhor esteve, enquanto viveu, uma hora sem padecer” (Tomás de Kempis).

 

Vivemos num mundo que caminha para a escuridão: imoralidade, assassinatos, rebeldia, roubos, guerras, mentiras, golpes... Devemos viver unidos a Jesus Cristo, Luz Eterna... quem está com Jesus Cristo caminha na claridade, longe das trevas. Não podemos seguir os inimigos de Deus.

Jesus Cristo é o Deus Amável... quem se aproxima d’Ele não necessita dos “carinhos” do mundo. O mundo inimigo de Deus é um terrível “palhaço” que atrai para matar... ele é um mar de lama... lama repugnante.

Quem necessita de encontrar a verdadeira Beleza... deve buscá-la em Jesus; n’Ele encontramos toda Beleza... a beleza que o mundo não pode dar... encontramos também toda Bondade e Perfeição. Jesus é Deus... n’Ele não há pecado nem defeito.

Ainda não o amávamos... e Ele já nos amava. Por que desprezar um Deus tão amoroso... tão cheio de amor? Considera, antes de tudo, que Deus merece o teu amor, porque ele te amou antes de ser amado por ti, e, de todos quantos te hão amado, é o primeiro (Jr 31,3). Os primeiros que te amaram neste mundo foram teus pais, mas só te amaram depois que te conheceram. Mas Deus já te amava antes de existires” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Por que desprezar o Deus que nos ama tanto? Por que mendigar o amor falso e perigoso das criaturas? Nosso Senhor nos amou desde toda a eternidade, pois desde sempre estávamos presentes aos seus olhos.

É muito perigoso ser amado por Deus e não corresponder ao seu amor! “É altamente consolador ser amado por Deus, mas também é assustador ser amado por Deus e não O amar” (Pe. Luiz Fernando Cintra).

Quem possui Jesus Cristo no coração é rico de todos os bens... porque Ele é a grande riqueza.

 

Senhora Ignez, leia atenciosamente a Vida de Santa Inês.

Entre as heroínas da Igreja primitiva, que derramaram o sangue em testemunho da fé, é Santa Inês aquela a que os Santos Doutores da Igreja tecem os maiores elogios. São Jerônimo, em referência a esta santa, escreve: “Todos os povos são unânimes em louvar Santa Inês, porque vencendo a fraqueza da idade e o tirano, coroou a virgindade com a morte do martírio”. De modo semelhante se exprimem Santo Ambrósio e Santo Agostinho. Com Maria Santíssima e Santa Tecla, Santa Inês é invocada para obter-se a virtude da pureza.

Inês nasceu em Roma, descendente de família nobre. Logo que soube avaliar a excelência da pureza virginal, ofereceu-a a Deus, num santo voto. A riqueza, formosura e nobre origem de Inês fizeram com que diversos jovens, de famílias importantes de Roma a pedissem em casamento. A todos Inês respondia que seu coração já pertencia a um esposo invisível a olhos humanos. Do amor ao ódio é só um passo.

Às declarações de amizade e afeto dos pretendentes seguiu-se a denúncia, que arrastou a donzela ao tribunal, para defender-se contra a acusação de ser cristã. A maneira com que o juiz a tratou para conseguir que abandonasse a religião obedeceu ao programa costumeiro em tais ocasiões: elogios, desculpas, galanteios e promessas. Experimentada a ineficácia destes recursos, entravam em cena: imposições, ameaças, insultos, brutalidades. O juiz fez Inês saborear todos os recursos da força inquisitorial  da justiça romana.

Inês não se perturbou. Mesmo quando lhe mostraram os instrumentos de tortura, cujo simples aspecto era bastante para causar espanto ao homem mais forte, Inês os olhou  com indiferença e desprezo. Arrastada com bruteza ao lugar onde se achavam imagens de deuses, e intimada a queimar incenso, a donzela levantou as mãos puríssimas ao céu, para fazer o sinal da cruz. No auge do furor, vendo baldados todos os esforços, e posta ao ridículo sua autoridade, o juiz teve uma inspiração diabólica: de mandar a donzela a uma casa do pecado. Inês respondeu-lhe: “Jesus Cristo vela sobre a pureza de sua esposa, e não permitirá que a roubem. Ele é meu defensor e abrigo. Podes derramar o meu sangue. Nunca, porém, conseguirás profanar o meu corpo que é consagrado a Jesus Cristo”.

A ordem do juiz foi executada, e daí a pouco Inês se achava no lugar da prostituição. Dos diversos rapazes que lá estavam, só um teve o atrevimento de aproximar-se de Inês, com malignos intuitos. No momento, porém, em que ia entender a mão contra ela, caiu por terra, como fulminado por um raio. Os companheiros, tomados por um grande pavor, tiraram o corpo do infeliz e levaram-no para outro lugar. Não estava morto, como todos supuseram no primeiro momento, mas aos olhos faltou-lhes a luz. Inês rezou sobre ele, e a cegueira desapareceu.

O juiz, profundamente humilhado com esta inesperada vitória da santa, deu ordem para que fosse decapitada.

Ao ouvir esta sentença, a alma de Inês encheu-se de júbilo. Maior não podiam ser a satisfação e a alegria da jovem noiva, ao ver aproximar-se o dia das núpcias. Inês sentiu grande alegria quando ouviu dos lábios do juiz o convite para as núpcias eternas com Jesus Cristo, seu celeste esposo. O algoz tinha recebido ordem para, antes de executar a sentença de morte, convidar a Inês para prestar obediência à intimação do juiz. Feito pela última vez este convite, pela última vez Inês com firmeza o rejeitou. Ajoelhando-se, inclinou a cabeça, ao que parecia para prestar a Deus a última adoração aqui na terra, quando a espada do algoz lhe deu o golpe de morte. Os circunstantes, vendo este triste e ao mesmo tempo grandioso espetáculo, soluçavam alto.

Santa Inês completou o martírio aos 21 de janeiro de 304 ou 305, tendo apenas a idade de 13 anos. No tempo do imperador Constantino foi construída em Roma uma Igreja dedicada à gloriosa mártir.

 

Prezada senhora, reze os Salmos 41 e 43 durante o mês de dezembro: “Os Salmos são a voz inata da Igreja” (São Basílio Magno).

 

Salmo 41: “Feliz quem pensa no fraco e no indigente, no dia da infelicidade Deus o salva; Deus o guarda, dá-lhe vida e felicidade na terra, e não o entrega à vontade dos seus inimigos! Deus o sustenta no seu leito de dor, tu afofas a cama em que ele definha. Eu dizia: ‘Deus, tem piedade de mim! Cura-me, porque eu pequei contra ti!’ Meus inimigos falam mal de mim: ‘Quando vai morrer e perecer o seu nome?’ Se alguém me visita, fala com fingimento, enche o coração de maldade e, ao sair, é disso que fala. Os que me odeiam cochicham juntos contra mim, e, junto a mim, consideram minha desgraça: ‘Caiu sobre ele uma praga do inferno, está deitado e nunca mais vai levantar!’ Até meu amigo, em quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou o calcanhar contra mim. Tu, porém, Deus, tem piedade de mim, levanta-me, e eu pagarei o que eles merecem. Nisto reconheço que te comprazes comigo: se meu inimigo não triunfar sobre mim. Quanto a mim, tu me manténs íntegro e me estabeleces em tua presença, para sempre. Bendito seja o Senhor, o Deus de Israel, desde agora e para sempre! Amém! Amém!”

 

Salmo 43: “Julga-me, ó Deus, defende minha causa contra uma nação sem piedade! Do homem iníquo e fraudulento liberta-me! Sim, tu és o meu Deus forte: por que me rejeitas? Por que devo andar pesaroso pela opressão do inimigo? Envia tua luz e tua verdade: elas me guiarão, levando-me à tua montanha sagrada, às tuas Moradias. Eu irei ao altar de Deus, ao Deus que me alegra. Vou exultar e celebrar-te com a harpa, ó Deus, o meu Deus! Por que te curvas, ó minha alma, gemendo dentro de mim? Espera em Deus, eu ainda o louvarei, a salvação da minha face e meu Deus!”

 

Leia com atenção essa “historinha”: A dor abate o orgulho.

Já vistes um touro no curral? Altivo, bravo, dominador, conserva a cabeça erguida como se desafiasse o céu e a terra. Quem será capaz de sujeitá-lo? Como soberano, move impaciente de um lado para o outro a formidável arma de seus chifres afilados e reluzentes.

Mas, de repente, silva no ar um laço forte que se lhe enrosca na cabeça como uma serpente. O laço puxa-o fortemente e ele, relutando embora, tem que se aproximar da estaca fincada no chão e da qual pende a argola do sacrifício. O touro resiste, esperneia, ruge, mas afinal tem que ceder e abaixar a cabeça, apresentando a nuca ao punhal do sangrador.

Há também homens que, na prosperidade, levantam orgulhosos a cabeça e parecem desafiar ao próprio Deus. Entretanto, um belo dia, silva o laço da dor, prende-os na argola do sacrifício e, então, não há remédio, curvam a cabeça e oferecem a cerviz ao punhal do sacrificador.

É grande loucura enfrentar a Deus! Feliz da pessoa que inclina a cabeça humildemente diante da vontade do Criador: “As dificuldades firmam-nos no bem, dão-nos têmpera moral” (Pe. Francisco Faus).

 

Caríssima senhora, obrigado pela ajuda mensal.

Ignez significa: “pura”, “casta” ou “cordeiro”.

Rezamos pela senhora e família todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração Santíssimo de Jesus: “Jesus sabia desde o começo como seria, por exemplo, o andar. Mas só adquiriu o conhecimento experimental quando suas pernas ficaram suficientemente fortes para sustentá-lo. Tudo o que Deus faz tem valor infinito. Por ser Deus, o menor dos sofrimentos de Cristo era suficiente para pagar o repúdio de Deus pelos homens. O mais leve calafrio que o Menino Jesus sofresse na gruta de Belém, bastaria para reparar todos os pecados que os homens pudessem empilhar no outro prato da balança” (Pe. Leo J. Trese).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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