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				Anápolis, 21 de novembro de 2017 
				  
				
				À senhora Ignez Alvarenga 
				
				Benfeitora do Instituto, Goiânia – GO 
				  
				
				Caríssima senhora, não deixe de caminhar por 
				causa dos obstáculos. Quem desiste da caminhada jamais entrará 
				no céu... nossa Pátria Eterna! 
				Diante das dificuldades, fixemos os olhos em Jesus Cristo, nosso 
				Salvador, que sofreu desde o ventre materno... sofreu durante a 
				vida oculta... durante a vida pública... sofreu terrivelmente na 
				Sagrada Paixão... a vida de Jesus foi uma oceano de dores: 
				“Nem ainda Jesus Cristo Nosso Senhor 
				esteve, enquanto viveu, uma hora sem padecer” 
				(Tomás de Kempis). 
				  
				
				Vivemos num mundo que caminha para a escuridão:
				imoralidade, assassinatos, rebeldia, roubos, guerras, 
				mentiras, golpes... Devemos viver unidos a Jesus Cristo, 
				Luz Eterna... quem está com Jesus Cristo caminha na claridade, 
				longe das trevas. Não podemos seguir os inimigos de Deus. 
				
				Jesus Cristo é o Deus Amável... 
				quem se aproxima d’Ele não necessita dos “carinhos” 
				do mundo. O mundo inimigo de Deus é um terrível “palhaço” 
				que atrai para matar... ele é um mar de lama... lama 
				repugnante. 
				
				Quem necessita de encontrar a verdadeira 
				Beleza... deve buscá-la em Jesus; n’Ele encontramos toda 
				Beleza... a beleza que o mundo não pode dar... encontramos 
				também toda Bondade e Perfeição. Jesus é Deus... n’Ele não há 
				pecado nem defeito. 
				
				Ainda não o amávamos... e Ele já nos amava. Por 
				que desprezar um Deus tão amoroso... tão cheio de amor? 
				“Considera, 
				antes de tudo, que Deus merece o teu amor, porque ele te amou 
				antes de ser amado por ti, e, de todos quantos te hão amado, é o 
				primeiro (Jr 31,3). Os primeiros que te amaram neste mundo foram 
				teus pais, mas só te amaram depois que te conheceram. Mas Deus 
				já te amava antes de existires”
				(Santo Afonso Maria de Ligório). 
				
				Por que desprezar o Deus que nos ama tanto? Por 
				que mendigar o amor falso e perigoso das criaturas? Nosso 
				Senhor nos amou desde toda a eternidade, pois desde sempre 
				estávamos presentes aos seus olhos. 
				
				É muito perigoso ser amado por Deus e não 
				corresponder ao seu amor! 
				“É altamente consolador 
				ser amado por Deus, mas também é assustador ser amado por Deus e 
				não O amar” (Pe. Luiz Fernando Cintra). 
				
				Quem possui Jesus Cristo no coração é rico 
				de todos os bens... porque Ele é a grande riqueza. 
				  
				
				Senhora Ignez, leia atenciosamente a Vida 
				de Santa Inês. 
				
				Entre as heroínas da Igreja primitiva, que 
				derramaram o sangue em testemunho da fé, é Santa Inês aquela a 
				que os Santos Doutores da Igreja tecem os maiores elogios. São 
				Jerônimo, em referência a esta santa, escreve: “Todos os 
				povos são unânimes em louvar Santa Inês, porque vencendo a 
				fraqueza da idade e o tirano, coroou a virgindade com a morte do 
				martírio”. De modo semelhante se exprimem Santo Ambrósio e 
				Santo Agostinho. Com Maria Santíssima e Santa Tecla, Santa Inês 
				é invocada para obter-se a virtude da pureza. 
				
				Inês nasceu em Roma, descendente de família 
				nobre. Logo que soube avaliar a excelência da pureza virginal, 
				ofereceu-a a Deus, num santo voto. A riqueza, formosura e nobre 
				origem de Inês fizeram com que diversos jovens, de famílias 
				importantes de Roma a pedissem em casamento. A todos Inês 
				respondia que seu coração já pertencia a um esposo invisível a 
				olhos humanos. Do amor ao ódio é só um passo. 
				
				Às declarações de amizade e afeto dos 
				pretendentes seguiu-se a denúncia, que arrastou a donzela ao 
				tribunal, para defender-se contra a acusação de ser cristã. A 
				maneira com que o juiz a tratou para conseguir que abandonasse a 
				religião obedeceu ao programa costumeiro em tais ocasiões: 
				elogios, desculpas, galanteios e promessas. Experimentada a 
				ineficácia destes recursos, entravam em cena: imposições, 
				ameaças, insultos, brutalidades. O juiz fez Inês saborear 
				todos os recursos da força inquisitorial  da justiça romana. 
				
				Inês não se perturbou. Mesmo quando lhe 
				mostraram os instrumentos de tortura, cujo simples aspecto era 
				bastante para causar espanto ao homem mais forte, Inês os olhou  
				com indiferença e desprezo. Arrastada com bruteza ao lugar onde 
				se achavam imagens de deuses, e intimada a queimar incenso, a 
				donzela levantou as mãos puríssimas ao céu, para fazer o sinal 
				da cruz. No auge do furor, vendo baldados todos os esforços, e 
				posta ao ridículo sua autoridade, o juiz teve uma inspiração 
				diabólica: de mandar a donzela a uma casa do pecado. Inês 
				respondeu-lhe: “Jesus Cristo vela sobre 
				a pureza de sua esposa, e não permitirá que a roubem. Ele é meu
				defensor e abrigo. Podes derramar o meu 
				sangue. Nunca, porém, conseguirás profanar o meu corpo que é 
				consagrado a Jesus Cristo”. 
				
				A ordem do juiz foi executada, e daí a pouco 
				Inês se achava no lugar da prostituição. Dos diversos rapazes 
				que lá estavam, só um teve o atrevimento de aproximar-se de 
				Inês, com malignos intuitos. No momento, porém, em que ia 
				entender a mão contra ela, caiu por terra, como fulminado por um 
				raio. Os companheiros, tomados por um grande pavor, tiraram o 
				corpo do infeliz e levaram-no para outro lugar. Não estava 
				morto, como todos supuseram no primeiro momento, mas aos olhos 
				faltou-lhes a luz. Inês rezou sobre ele, e a cegueira 
				desapareceu. 
				
				O juiz, profundamente humilhado com esta 
				inesperada vitória da santa, deu ordem para que fosse 
				decapitada. 
				
				Ao ouvir esta sentença, a alma de Inês 
				encheu-se de júbilo. Maior não podiam ser a satisfação e a 
				alegria da jovem noiva, ao ver aproximar-se o dia das núpcias. 
				Inês sentiu grande alegria quando ouviu dos lábios do juiz o 
				convite para as núpcias eternas com Jesus Cristo, seu celeste 
				esposo. O algoz tinha recebido ordem para, antes de executar a 
				sentença de morte, convidar a Inês para prestar obediência à 
				intimação do juiz. Feito pela última vez este convite, pela 
				última vez Inês com firmeza o rejeitou. Ajoelhando-se, inclinou 
				a cabeça, ao que parecia para prestar a Deus a última adoração 
				aqui na terra, quando a espada do algoz lhe deu o golpe de 
				morte. Os circunstantes, vendo este triste e ao mesmo tempo 
				grandioso espetáculo, soluçavam alto. 
				
				Santa Inês completou o martírio aos 21 de 
				janeiro de 304 ou 305, tendo apenas a idade de 13 anos. No tempo 
				do imperador Constantino foi construída em Roma uma Igreja 
				dedicada à gloriosa mártir. 
				  
				
				Prezada senhora, reze os Salmos 41 e 43 
				durante o mês de dezembro: 
				“Os Salmos são a voz inata da Igreja”
				(São Basílio Magno). 
				  
				
				Salmo 41: 
				“Feliz quem pensa no fraco e no indigente, no dia 
				da infelicidade Deus o salva; Deus o guarda, dá-lhe vida e 
				felicidade na terra, e não o entrega à vontade dos seus 
				inimigos! Deus o sustenta no seu leito de dor, tu afofas a cama 
				em que ele definha. Eu dizia: ‘Deus, tem piedade de mim! 
				Cura-me, porque eu pequei contra ti!’ Meus inimigos falam mal de 
				mim: ‘Quando vai morrer e perecer o seu nome?’ Se alguém me 
				visita, fala com fingimento, enche o coração de maldade e, ao 
				sair, é disso que fala. Os que me odeiam cochicham juntos contra 
				mim, e, junto a mim, consideram minha desgraça: ‘Caiu sobre ele 
				uma praga do inferno, está deitado e nunca mais vai levantar!’ 
				Até meu amigo, em quem eu confiava, que comia do meu pão, 
				levantou o calcanhar contra mim. Tu, porém, Deus, tem piedade de 
				mim, levanta-me, e eu pagarei o que eles merecem. Nisto 
				reconheço que te comprazes comigo: se meu inimigo não triunfar 
				sobre mim. Quanto a mim, tu me manténs íntegro e me estabeleces 
				em tua presença, para sempre. Bendito seja o Senhor, o Deus de 
				Israel, desde agora e para sempre! Amém! Amém!” 
				  
				
				Salmo 43: 
				“Julga-me, ó Deus, defende minha causa contra uma nação sem 
				piedade! Do homem iníquo e fraudulento liberta-me! Sim, tu és o 
				meu Deus forte: por que me rejeitas? Por que devo andar pesaroso 
				pela opressão do inimigo? Envia tua luz e tua verdade: elas me 
				guiarão, levando-me à tua montanha sagrada, às tuas Moradias. Eu 
				irei ao altar de Deus, ao Deus que me alegra. Vou exultar e 
				celebrar-te com a harpa, ó Deus, o meu Deus! Por que te curvas, 
				ó minha alma, gemendo dentro de mim? Espera em Deus, eu ainda o 
				louvarei, a salvação da minha face e meu Deus!” 
				  
				
				Leia com atenção essa “historinha”: A dor 
				abate o orgulho. 
				
				Já vistes um touro no curral? Altivo, 
				bravo, dominador, conserva a cabeça erguida como se desafiasse o 
				céu e a terra. Quem será capaz de sujeitá-lo? Como soberano, 
				move impaciente de um lado para o outro a formidável arma de 
				seus chifres afilados e reluzentes. 
				
				Mas, de repente, silva no ar um laço forte 
				que se lhe enrosca na cabeça como uma serpente. O laço puxa-o 
				fortemente e ele, relutando embora, tem que se aproximar da 
				estaca fincada no chão e da qual pende a argola do sacrifício. O 
				touro resiste, esperneia, ruge, mas afinal tem que ceder e 
				abaixar a cabeça, apresentando a nuca ao punhal do sangrador. 
				
				Há também homens que, na prosperidade, 
				levantam orgulhosos a cabeça e parecem desafiar ao próprio Deus. 
				Entretanto, um belo dia, silva o laço da dor, prende-os na 
				argola do sacrifício e, então, não há remédio, curvam a cabeça e 
				oferecem a cerviz ao punhal do sacrificador. 
				
				É grande loucura enfrentar a Deus! Feliz da 
				pessoa que inclina a cabeça humildemente diante da vontade do 
				Criador: “As 
				dificuldades firmam-nos no bem, dão-nos têmpera moral”
				(Pe. Francisco Faus). 
				  
				
				Caríssima senhora, obrigado pela ajuda mensal. 
				
				Ignez significa: “pura”, “casta” ou 
				“cordeiro”. 
				
				Rezamos pela senhora e família todos os dias. 
				
				Eu te abençoo e te guardo no Coração Santíssimo 
				de Jesus: “Jesus sabia desde o começo 
				como seria, por exemplo, o andar. Mas só adquiriu o conhecimento 
				experimental quando suas pernas ficaram suficientemente fortes 
				para sustentá-lo. Tudo o que Deus faz tem valor infinito. Por 
				ser Deus, o menor dos sofrimentos de Cristo era suficiente para 
				pagar o repúdio de Deus pelos homens. O mais leve calafrio que o 
				Menino Jesus sofresse na gruta de Belém, bastaria para reparar 
				todos os pecados que os homens pudessem empilhar no outro prato 
				da balança” (Pe. Leo J. Trese). 
				
				Com respeito e gratidão, 
				  
				
				Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) 
				  
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