Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

066 / 2017

 

Anápolis, 25 de novembro de 2017

 

À senhora Iolanda Nakamura

Benfeitora do Instituto, Brasília – DF

 

Prezada senhora, enfrente as dificuldades, provações e obstáculos com os olhos fixos em Jesus Cristo, nosso Salvador. Devemos superar as dificuldades e não sermos esmagados por elas... devemos escalar as “montanhas” das provações apoiados em Deus: “O cristão que ama a Deus com todo o coração é capaz de enfrentar por ele qualquer dificuldade, de abraçar e suportar qualquer sacrifício. Justamente por ser o Evangelho o código do amor, é também o código da fortaleza” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

Não podemos deixar de caminhar por causa da dor... deixar de sorrir por causa da dor... nos revoltar por causa da dor... nos desesperar por causa da dor... a dor não pode nos “enforcar”... não pode nos destruir.

Muitas pessoas não conseguem “enxergar” a Deus  por causa do “muro” da dor.  O sofrimento é causa frequente de escândalo e levanta-se diante de muitos como um imenso muro que os impede de ver a Deus e de compreender o seu amor infinito pelos homens. Por que Deus Todo Poderoso não evita tanta dor aparentemente inútil?

A dor é um mistério e, no entanto, o cristão descobre das trevas do sofrimento, próprio ou alheio, a mão amorosa e providente de seu Pai-Deus – que sabe mais e vê mais longe, – e entende de alguma forma as palavras de São Paulo aos primeiros cristãos de Roma: Todas as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus (Rm 8, 28), mesmo aquelas que nos são dolorosamente inexplicáveis ou incompreensíveis.

Não devemos esquecer-nos também de que nem sempre a nossa maior felicidade e o nosso bem mais autêntico estão naquilo que sonhamos e desejamos. É muito difícil contemplar os acontecimentos na sua verdadeira perspectiva: só captamos uma parte muito pequena da realidade; só vemos a realidade daqui de baixo, a imediata.

A dor apresenta-se de muitas formas, e em nenhuma delas é espontaneamente querida por ninguém. No entanto, Jesus Cristo proclama bem-aventurados (Mt 5, 5) os que choram, ou seja, os que nesta vida carregam um pouco mais de cruz: doença, invalidez, dor física, pobreza, difamação, injustiça (Pe. Francisco Fernández Carvajal).

Para suportar a dor até o fim é preciso da força do alto... implorar a Deus força e perseverança. Os fracos e covardes desistem! Os fortes vão até o fim... mesmo se cortarem seus braços e pernas, se arrancarem seus olhos... eles se arrastam e lutam corajosamente pelo ideal.

 

Estimada senhora, reze os Salmos 111 e 114 durante o mês de dezembro.

 

Salmo 111: “Aleluia! Celebro a Deus de todo o coração na intimidade dos retos e no conselho. Grandes são as obras de Deus, dignas de estudo para quem as ama. Sua obra é esplendor e majestade, e sua justiça permanece para sempre. Ele deixou um memorial de suas maravilhas, Deus é piedade e compaixão: Ele dá alimento aos que o  temem, lembrando-se sempre da sua aliança; mostra ao seu povo a força de suas obras, entregando-lhe a herança das nações. Justiça e Verdade são as obras de suas mãos, seus preceitos todos merecem confiança: são estáveis para sempre e eternamente, vão cumprir-se com verdade e retidão. Ele envia libertação para seu povo, declarando sua aliança para sempre; seu nome é sagrado e terrível. O princípio da sabedoria é temer a Deus, todos os que o praticam têm bom senso. Seu louvor permanece para sempre”.

 

Salmo 114: “Aleluia! Quando Israel saiu do Egito e a casa de Jacó de um povo bárbaro, Judá se tornou o seu santuário, e Israel o seu domínio. O mar viu e fugiu, o Jordão voltou atrás; os montes saltaram como carneiros, e as colinas como cordeiros. Que tens, ó mar, para fugires assim, e tu, Jordão, para que voltes atrás? As montanhas, para saltar como carneiros, e as colinas como cordeiros? Treme, ó terra, frente ao Senhor, frente à presença do Deus de Jacó: ele transforma as rochas em lago e a pedreira em fontes de água”.

 

Leia com atenção essa “historinha”: Foi por inveja.

Um bom jardineiro plantou perto de sua casa algumas videiras, que davam sombra agradável e deliciosas uvas. É verdade, não eram muitas, mas excelentes. Um vizinho invejoso veio uma noite e cortou muitos galhos da videira. De manhã, quando viu aquele estrago, o bom jardineiro sentiu muito pesar, pois ignorava que a poda faz frutificar a videira, e dizia: “Tenho vontade de chorar; mas como não choro, minhas pobres videiras derramam lágrimas ao verem-se tão cruelmente maltratadas”. Quão grande foi, porém, a alegria do jardineiro, quando viu que naquele ano a videira produziu maior número de cachos, maiores e mais formosos do que no ano anterior. Foi devido à inveja de seu vizinho que ele aprendeu a podar as videiras e torna-las fecundas.

Não podemos abaixar a cabeça diante das maldades dos invejosos.

 

Caríssima senhora, obrigado pela preciosa colaboração.

Rezamos pela senhora e família todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração da Virgem Maria: “Salve Maria, Mãe de Deus, por quem João Batista, ainda no seio de sua mãe exultou de alegria, adorando como luzeiro a perene luz!” (São Cirilo de Alexandria).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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