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				Anápolis, 03 de dezembro de 2017 
				  
				
				À senhora Juliana de Souza Costa 
				
				Benfeitora do Instituto, Goiânia – GO 
				  
				
				Prezada senhora, viva na presença de Deus e 
				confie no seu amor… somente Deus pode fortalecê-la nas horas 
				difíceis: 
				“Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: 
				‘Somente vós sois meu Senhor: nenhum bem eu posso achar fora de 
				vós!’” (Sl 15, 1-2). 
				  
				
				Não perca tempo com as criaturas, elas são 
				fracas, curiosas e traidoras… Deus é um grande 
				Amigo… Amigo fiel e Pai… Pai amoroso e zeloso… cuida dos seus 
				filhos com carinho, cuidado e fidelidade. As criaturas 
				mudam continuamente, são falsas e invejosas. Busque refúgio no 
				Deus que tudo pode: “É melhor buscar 
				refúgio no Senhor, do que pôr no ser humano a esperança; é 
				melhor buscar refúgio no Senhor do que contar com os poderosos 
				deste mundo”
				(Sl 117, 8-9). 
				
				Deus é força e segurança! 
				Ele nos protege contra os ataques dos inimigos. Quem se apoia no 
				Senhor não treme diante das perseguições dos mundanos: 
				Para mim o Senhor, com certeza, é refúgio, é abrigo, é rochedo! 
				O Senhor, nosso Deus, os arrasa, faz voltar contra eles o mal, 
				sua própria maldade os condena. 
				
				A nossa alma imortal e espiritual jamais 
				encontrará alegria e felicidade nas coisas passageiras desse 
				mundo. Somente Deus, Alegria Infinita, pode satisfazê-la… longe 
				d’Ele só há tristeza e amargura: 
				“Eu exulto de alegria no 
				Senhor, e minha alma rejubila no meu Deus” (Is 
				61, 10). 
				
				É grande loucura voltar as costas para Deus para 
				buscar apoio naquilo que passa… nas vaidades desse mundo inimigo 
				de Deus e da santidade. Somente o Criador pode nos sustentar 
				contra as “correntezas” e “tempestades”… com a sua 
				força venceremos todos os obstáculos: 
				“É feliz todo homem que 
				busca seu auxílio no Deus de Jacó, e que põe no Senhor a 
				esperança” (Sl 145, 5). 
				
				Quem se “agarra” em Deus não será vencido… 
				o Senhor o libertará das mãos dos ímpios e perseguidores: 
				“Eles lutarão contra ti, mas nada 
				poderão contra ti, porque eu estou contigo… para te libertar”
				(Jr 1, 19). 
				
				Não fique desanimada diante das traições 
				e falsidades das pessoas… corra para Deus e Ele te 
				sustentará: “O 
				homem justo há de alegrar-se no Senhor e junto dele encontrará o 
				seu refúgio, e os de reto coração triunfarão”(Sl 
				63, 11). 
				  
				
				Senhora Juliana, leia atenciosamente a Vida 
				de Santa Juliana Falconiere. 
				
				Na cidade de Florença havia dois irmãos, 
				nobres e ricos, Caríssimo e Santo Aleixo; exerciam o comércio 
				como a maior parte das mais ilustres famílias de Florença e de 
				outras cidades da Itália. Santo Aleixo tinha devoção particular 
				pela Mãe de Deus. Foi um dos sete comerciantes de Florença, 
				todos bem-aventurados, que, com São Felipe Benício, seu 
				compatriota, fundaram a ordem dos Servitas. Chamam-se servitas 
				pessoas religiosas que se consagram ao serviço de Deus sob a 
				proteção especial da Santa Virgem. Caríssimo Falconieri, 
				avançando em idade, impressionou-se com o exemplo e as 
				exortações do piedoso irmão. 
				
				Passando uma acurada revista na vida, muito se 
				inquietou com a possibilidade de ter adquirido algo por vias 
				injustas. Pediu esclarecimentos a Deus, fez restituições e 
				esmolas. Enfim, em 1263, suplicou ao Papa Urbano IV lhe 
				concedesse uma absolvição geral por todos os erros que poderia 
				ter cometido sem saber. O soberano Pontífice concedeu-lha sob 
				certas condições, que Caríssimo cumpriu com zelo. 
				
				Além das restituições e das esmolas, mandou 
				construir em Florença uma igreja da Anunciação que, pela riqueza 
				e beleza de arquitetura, é ainda hoje considerada uma maravilha. 
				Foi recompensado de mais de uma maneira. Era já velho, quando 
				lhe nasceu uma filha, que foi Santa Juliana Falconieri. Era pelo 
				ano de 1270: a alegria foi grande para toda a família. 
				
				Juliana perdeu o pai pouco depois; apenas se 
				lembrava de tê-lo visto. Mais tempo conservou o santo tio 
				Aleixo, que foi seu pai na piedade. As primeiras palavras que 
				Juliana aprendeu a balbuciar foram os nomes de Jesus e Maria. 
				Pronunciava-as tão frequentemente, que a ama muito se admirava, 
				e sua piedosa mãe a via com alegria. 
				
				Santo Aleixo dizia à cunhada que ela havia 
				dado à luz não uma menina, mas um anjo. À medida que crescia, 
				Juliana ocupava-se muito mais nos exercícios de devoção que lhe 
				ensinava o santo tio, do que nos afazeres das mulheres, a que 
				sua mãe se empenhava por habituá-la. Em lugar de manejar as 
				agulhas e o fuso, construía pequenos altares, lia livros de 
				piedade, cantava louvores da santa Virgem, recitava orações. Sua 
				mãe com ela ralhava por vezes, dizendo que não sabia manter um 
				ofício e 
				dificilmente encontraria um marido. Juliana contentava-se em 
				responder: Quando vier o tempo, a santa Virgem providenciará. 
				
				Como se tornasse muito bela com o correr dos 
				anos e virtuosa, a mãe alimentava dia por dia maiores esperanças 
				em vê-la encontrar um dos mais honrosos partidos; já falava 
				disso com o pessoal da casa. Mas Juliana tinha pensamentos 
				inteiramente outros. De acordo com as inspirações do santo tio, 
				havia resolvido guardar a virgindade e consagrar-se ao serviço 
				da Santa Virgem. Eis porque, nada obstante as exortações de sua 
				mãe, nada obstante as carícias da família e do mundo, ligou-se 
				pelo voto de continência, pronta a renunciar ao mundo e à 
				família, para seguir Jesus Cristo pobre, desde que obtivesse 
				permissão. 
				
				Completados, pois, seus dezesseis anos, 
				recebeu das mãos de São Felipe Benício o hábito da ordem 
				terceira dos servitas. Meditou piedosamente nos mistérios 
				durante o ano de provação. A túnica negra representava-lhe a 
				tristeza de Maria sobre o Calvário, e a grandeza de seu martírio 
				entre os sofrimentos do Filho; a cintura de pele 
				representava-lhe a pele do Salvador dilacerada pelos açoites, 
				pelos pregos e pela lança; o véu branco a pureza da Virgem; a 
				coroa os louvores que lhe foram rendidos pelo arcanjo. O livro 
				lhe sugeria as meditações sobre a paixão de Jesus Cristo; o 
				manto lhe recordava a proteção da mão de Deus, a quem se 
				rejubilava em pertencer; o círio, esta lâmpada acesa que devia 
				trazer pronta, como virgem prudente, para ir ao encontro do 
				esposo. Meditando assim sobre o seu piedoso hábito, Juliana foi 
				uma edificação constante  para a mãe, a família e todas as 
				irmãs. No ano seguinte, 1285, fez profissão diante de São 
				Filipe, que morreu pouco após. 
				
				A lembrança desse santo homem despertava nela 
				de dia para dia, maior desejo de perfeição. Continuou junto de 
				sua mãe, mas aumentou muito as austeridades. Nas quartas e 
				sextas-feiras tomava por alimento apenas a santa comunhão. 
				Jejuava ainda no sábado, a pão e água, em honra da Virgem Santa, 
				em cujas sete dores 
				meditava. Empregava as sextas-feiras na meditação 
				da paixão do Salvador. Para tornar-se semelhante a Ele, macerava 
				a carne até o sangue, com rudes disciplinas. Muitas vezes foi 
				arrebatada em êxtases, pelo veemente desejo de ser crucificada 
				com Jesus sofredor. À sua morte encontraram-lhe uma cintura de 
				ferro sobre os rins e tão fundo tinha penetrado na carne, que 
				não puderam retirá-la sem lesar o corpo; isso faz crer que ela a 
				carregasse desde a juventude. Seu tio, Santo Aleixo, dava-lhe o 
				exemplo; recusou sempre ser promovido nas ordens sacras, e 
				permaneceu a vida inteira na ordem leiga, dedicando-se aos mais 
				humildes trabalhos, e mendigando todos os dias o pão para os 
				irmãos. Da mesma maneira a sobrinha, em lugar de viver 
				nobremente de seus bens, preferia ganhar a vida com o trabalho 
				das mãos e partilhar o lucro com as irmãs. Imitou principalmente 
				Filipe Benício, no zelo pela conversão das almas. 
				
				Com a morte da mãe, entrou no convento das 
				irmãs da ordem terceira, e atraiu para lá várias nobres jovens 
				de Florença. Em 1316, foi necessário dar a esta casa uma regra 
				definitiva e uma superiora. Juliana foi eleita prioresa por 
				unanimidade. Recusou por longo tempo, julgando-se incapaz e 
				indigna, e acabou aceitando por lembrar-se das palavras de São 
				Filipe Benício, que lhe recomendara a congregação nascente, como 
				prevendo que ela seria, um dia, a segunda fundadora. Foi-o menos 
				pela autoridade do que pelo exemplo. A longevidade era como que 
				um privilégio hereditário na família; seu tio, Santo Aleixo, 
				tinha cento e dez anos quando morreu, em 17 de Fevereiro de 
				1310. Se Juliana não ultrapassou os setenta, deve-se atribuir o 
				fato às grandes austeridades. 
				
				As religiosos da ordem terceira dos servitas 
				devotavam-se particularmente ao serviço dos enfermos e a outras 
				obras de caridade. Juliana sofreu também longa e penosa 
				enfermidade, que suportou com paciência inalterável. Um vômito 
				contínuo não permitia lhe administrassem o santo viático nos 
				últimos momentos. 
				
				O Salvador dignou-se fazer um prodígio para 
				unir-se à esposa: a santa hóstia, colocada sobre o seu coração, 
				desapareceu subitamente. No mesmo instante ela faleceu. Era no 
				dia 19 de Junho de 1340. A verdade de diversos milagres, 
				operados por sua intercessão, foram juridicamente provados, e 
				Bento XIII beatificou-a em 1729 e Clemente XII terminou o 
				processo de canonização. 
				  
				
				Estimada senhora, reze com fé e atenção os 
				Salmos 20 e 21  durante o mês de dezembro. 
				  
				
				Salmo 20: 
				“Que Deus te responda no dia da angústia, que o 
				nome do Deus de Jacó te proteja! Que do santuário ele te envie 
				um socorro e te sustente desde Sião! Que recorde tuas ofertas 
				todas e aprecie o teu holocausto! Que te dê o que teu coração 
				deseja e realize todos os teus projetos! Possamos alegrar-nos 
				com tua vitória, erguer bandeira em nome do nosso Deus! Que Deus 
				realize teus pedidos todos! Agora eu sei que Deus dá a salvação 
				ao seu messias; ele responde do seu santuário celeste com as 
				proezas de sua direita salvadora. Uns confiam em carros, outros 
				em cavalos; nós, porém, invocamos o nome do Senhor nosso Deus. 
				Eles se inclinam e caem; nós, porém, nos levantamos e ficamos de 
				pé. Deus, salva o rei! No dia em que clamarmos, responde-nos!” 
				  
				
				Salmo 21: 
				“Deus, o rei se alegra com tua força, e como 
				exulta com tua salvação! Concedeste o desejo do seu coração, não 
				negaste o pedido de seus lábios. Pois tu o precedes com bênçãos 
				felizes, colocas uma coroa de ouro em sua cabeça; ele te pediu a 
				vida e tu a concedeste, dias sem fim, para sempre. Grande é sua 
				glória com a tua salvação, tu o vestiste com honra e esplendor; 
				sim, tu o constituis como bênção para sempre e enches de alegria 
				com tua presença. Sim, o rei confia em Deus, e, com o amor do 
				Altíssimo, jamais vacilará. Tua mão encontrará teus inimigos 
				todos, tua direita encontrará os que te odeiam; deles farás uma 
				fornalha no dia da tua face: Deus os engolirá em sua ira, um 
				fogo os devorará; extirparás da terra sua posteridade, sua 
				descendência dentre os filhos de Adão. Que pretendam o mal 
				contra ti, façam planos: nada conseguirão, pois tu os porás de 
				costas, visarás sua face com teu arco! Levanta-te com tua força, 
				Deus! Nós vamos cantar e tocar ao teu poder”. 
				  
				
				Leia com atenção essa “historinha”: Perdoar 
				aos inimigos. 
				
				João Gualberto era homem como os outros. 
				Trazia uma espada à cinta e costumava viver metido em brigas e 
				desafios. Tinha um irmão a quem amava com toda a sua alma. Um 
				dia, porém, um malvado matou o seu irmão. Gualberto conhecia 
				muito bem o assassino, e daquele dia em diante procurava ocasião 
				de furar o seu peito com sua espada. Ele o havia jurado e assim 
				o faria. 
				
				Era uma Sexta-feira Santa. João Gualberto 
				montou a cavalo e saiu a passear pelo campo… Foi andando, até 
				que entrou num caminho estreito entre montanhas altas. Nesse 
				momento vê que vem ao seu encontro um homem… fixa-o… conhece-o… 
				e, veloz como um raio, salta do seu cavalo. Era o assassino do 
				seu irmão. Ali o tinha diante de si; podia saciar seus desejos 
				de vingança, e grita: 
				
				— Canalha! Assassino! Por Barrabás que 
				agora mesmo morres em minhas mãos. 
				
				E, desembainhando a espada, lança-se sobre 
				o outro. 
				
				Nesse momento, o assassino, que ia 
				desarmado, prostra aos seus pés e, com voz angustiosa e com os 
				braços em cruz, dirige-lhe esta súplica: 
				
				— Irmão, hoje é Sexta-feira Santa; por amor 
				de Cristo crucificado, perdoa-me! 
				
				Que se passou então no coração de 
				Gualberto? 
				
				Conteve-se; ergueu os olhos ao céu… olhou 
				para a cruz gravada em sua espada… Pensou em Jesus Cristo que do 
				alto da cruz perdoara a seus crucificadores. 
				
				— Irmão – disse Gualberto ao assassino – 
				por amor de Jesus Cristo eu te perdoo. 
				
				Despediram-se. O assassino afastou-se 
				arrependido e dando graças a Deus. Gualberto entrou numa capela 
				que encontrou no caminho. Ajoelhou-se diante do Cristo que ali 
				estava pregado na cruz. Tirou a espada, suspendeu-a aos pés 
				daquela Vítima divina e jurou aos pés da mesma deixar tudo e 
				enveredar pelo caminho da santidade. E assim fez. A Igreja 
				Católica comemora o seu dia no dia 12 de julho: São Gualberto. 
				
				Feliz daquele que sabe perdoar… que não 
				guarda ódio no coração: 
				“O ódio é um espírito de rancor, de vingança. 
				Odiar é desejar mal a outrem, é sentir prazer com a desgraça 
				alheia” (Pe. Leo J. Trese). 
				  
				
				Caríssima senhora, obrigado pela ajuda mensal. 
				
				Rezamos pela senhora e família todos os dias. 
				
				Eu te abençoo e te guardo no Coração da Virgem 
				Maria: “Deus te salve, Mãe de Deus, 
				que alumiaste aos que estavam em trevas e sombras de morte; 
				porque o povo que jazia nas trevas viu uma grande luz, uma luz 
				não outra senão Jesus Cristo nosso Senhor, luz verdadeira que 
				ilumina todo homem que vem a este mundo” (São 
				Cirilo de Alexandria). 
				
				Com respeito e gratidão, 
				  
				
				Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) 
				  
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