Anápolis, 18 de janeiro de 2018
Ao senhor Marcos Antônio Cagnin
Benfeitor do Instituto, Araraquara – SP
Prezado senhor, enfrente as dificuldades com a
cabeça erguida e com os olhos fixos em Jesus Cristo, Deus Forte
e cheio de amor pelos valentes, ousados e
corajosos: “O Reino dos céus
padece violência, e aqueles que se esforçam o arrebatam”
(Mt 11, 12), e:
“Padece violência a Igreja por parte dos
poderes do mal, como também padece violência a alma de cada
homem, inclinada ao mal em consequência do pecado original. Será
necessário lutar até o último dos nossos dias para podermos
seguir o Senhor nesta vida e contemplá-lo eternamente no Céu”
(Pe. Francisco Fernández Carvajal).
Para conquistar a Vida Eterna, o céu, devemos
lutar todos os dias... lutar sem descanso... porque o demônio
não dorme nem tira férias. Deus quer que sejamos perseverantes
na prática do bem... cada boa obra que realizamos aqui nesse
mundo é um “tijolo” que colocamos na nossa “mansão”
na Eternidade Feliz; por isso, é muito perigoso uma pessoa
viver de braços cruzados... com certeza morrerá de mãos vazias.
Deus quer que sejamos “violentos” na
prática do bem... trabalhando para a glória d’Ele e pelo das
almas até “doer”... “doer” os pés, as mãos, a cabeça, todo
o corpo... o Criador merece todo o nosso amor, saúde,
inteligência... descasaremos no céu:
“Essa força não se manifesta na
violência contra os outros; é fortaleza para combater as nossas
debilidades e misérias, valentia para não mascarar as nossas
infidelidades, audácia para confessar a fé, mesmo quando o
ambiente é contrário”
(São Josemaría Escrivá, Cristo que passa, n° 82),
e ainda: “O Reino dos Céus não
pertence aos que dormem e vivem dando-se todos os gostos, mas
aos que lutam contra si mesmos” (Clemente de
Alexandria, Quis dives salvetur, 21).
Não basta marcar metas e fazer uma lista de
propósitos; mas devemos colocar tudo em prática. Para
chegar ao lugar desejado é preciso caminhar com firmeza e
perseverança: “Marcar metas
não basta. É preciso lutar. É forte não aquele que não
experimenta fraquezas – todos nós a sentimos –, mas aquele que
luta por superá-las; é corajoso não aquele que não sente medo –
ninguém é um super-homem-, mas aquele que luta por ultrapassar a
covardia... A meta está no fim da vida. A luta dura a existência
inteira. E para esse longo combate não bastam gestos enérgicos
intermitentes, mas é necessária uma atitude habitual de
fortaleza que nos faça ganhar, com o último tiro, a última
batalha” (Dom Rafael Llano Cifuentes).
O céu é a pátria dos perseverantes e
batalhadores! Os desanimados desfalecerão pelo caminho e não
conquistarão o céu.
Estimado senhor, leia atenciosamente a Vida
do Bem-aventurado Marcos Barkworth, mártir.
Marcos Barkworth (também conhecido como
Lamberto) nasceu no Lincolnshire em 1572 e foi educado no
protestantismo. Diplomou-se pela Universidade de Oxford, e na
viagem pelo continente visitou o seminário de Douay, onde pouco
depois foi recebido na Igreja. Neste seminário começou a estudar
para padre, e concluiu o curso em Valladolid, onde se ordenou em
1599. Havia nessa época, no colégio inglês de Valladolid, um
movimento de estudantes interessados na Ordem de São Bento, e
parece que Marcos foi quem o liderou. Tal movimento era visto
com muito desagrado pelos padres jesuítas que dirigiam o
colégio, tanto que Marcos era ainda padre secular quando, no ano
de sua ordenação e acompanhado do Beato Tomás Garnet, saiu da
Espanha para a missão na Inglaterra. Assim, ao passar por
Navarra, visitou a abadia de Hirache e aí foi aceito como noviço
beneditino, com o privilégio de fazer sua profissão na hora da
morte, caso não tivesse podido fazê-la antes.
Poucos meses depois de sua chegada à
Inglaterra, Pe. Marcos foi detido, e durante esse período de
prisão contou ao soldado genovês Hortênsio Spinola a visão que
tivera de São Bento. Este informara, então, que Marcos morreria
mártir e monge. Dizem que foi por esse motivo que ele não
aproveitou as oportunidades de fuga, e assim, em fevereiro de
1601, foi levado a julgamento na Old Bailey, juntamente com o
Venerável Rogério Filcock. O júri incluía três homens que eram
não só apóstatas, mas provavelmente antigos colegas do Pe.
Marcos e, portanto, sabedores de que ele era padre. Suas
respostas às questões provocaram muita irritação no tribunal, de
modo que ele foi condenado sem que qualquer testemunha fosse
ouvida.
No dia da sua execução fazia um frio intenso e
nevava muito. Pe. Marcos deu um jeito de conseguir um hábito
beneditino, vestiu-o e raspou a cabeça na forma da tonsura
monástica. Quando ele e o Pe. Rogério Filcock chegaram a Tyburn,
o corpo da Beata Ana Line pendia da forca. Pe. Marcos beijou-lhe
a fímbria do vestido e a mão, dizendo: “Irmã, tu nos tomaste
a dianteira, mas nós te seguiremos o mais rápido que pudermos”.
Dirigindo-se então ao povo, Marcos lembrou que o Papa São
Gregório enviara monges beneditinos para pregar o Evangelho aos
seus ancestrais pagãos: “E eu vim aqui – disse ele –
para morrer como católico, padre e religioso dessa mesma ordem”.
Assim, fez ele sua profissão em dois sentidos. A seguir, como
estivesse para ser tirado da carroça, pôs-se a cantar: “Hoje
é o dia do Senhor; jubilemos, jubilemos, jubilemos neste dia”.
O relato contemporâneo sobre a carnificina que se seguiu é um
dos mais horríveis na história dos mártires ingleses. Ao Pe.
Rogério, porém, deixaram-no ficar na forca até que estivesse
morto. Enquanto os mártires iam sendo esquartejados, viu-se que
os joelhos do Pe. Marcos eram cobertos de calos devido ao
constante ajoelhar-se. Um jovem apanhou uma das pernas do mártir
e mostrou-a aos ministros protestantes presentes, perguntado:
“Qual de vós, evangelistas, pode mostrar um joelho assim?”
Primeiro mártir beneditino da Inglaterra, o Beato Marcos
Barkworth morreu a 27 de fevereiro de 1601.
Estimado senhor, reze com fé e atenção o
Salmo 118, do versículo 1 até o versículo 32, durante os meses
de janeiro e fevereiro de 2018.
Salmo 118, 1-32:
“Felizes os íntegros em
seu caminho, os que andam conforme a lei de Deus! Felizes os que
guardam seus testemunhos, procurando-o de todo o coração, e que,
sem praticar a iniquidade, andam em seus caminhos! Tu
promulgaste teus preceitos para serem observados à risca. Que
meus caminhos sejam firmes para eu observar teus estatutos.
Então eu não terei vergonha ao considerar todos os teus
mandamentos. Eu te celebrarei com um coração reto, aprendendo
tuas justas normas. Vou observar teus estatutos, não me
abandones completamente. Como um jovem conservará puro o seu
caminho? Observando a tua palavra. Eu te busco de todo o
coração, não me deixes afastar dos teus mandamentos. Conservei
tuas promessas no meu coração para não pecar contra ti. Bendito
sejas, Senhor, ensina-me teus estatutos. Com meus lábios eu
enumero todas as normas de tua boca. Eu me alegro com o caminho
dos teus testemunhos, mais do que com todas as riquezas. Vou
meditar teus preceitos e considerar teus caminhos. Eu me delicio
com teus estatutos e não me esqueço da tua palavra. Faze o bem
ao teu servo e eu viverei observando a tua palavra. Abre meus
olhos para eu contemplar as maravilhas que vêm de tua lei. Eu
sou um estrangeiro na terra, não escondas de mim teus
mandamentos. Minha alma se consome, desejando tuas normas todo o
tempo. Ameaças os soberbos, os malditos, que se desviam dos teus
mandamentos. Tira de mim o ultraje e o desprezo, pois eu guardo
os teus testemunhos. Que os príncipes se reúnam e falem contra
mim, o teu servo medita os teus estatutos. Teus testemunhos são
as minhas delícias, teus estatutos são os meus conselheiros.
Minha garganta está pegada ao pó, dá-me vida pela tua palavra.
Eu enumero meus caminhos, tu me respondes, ensina-me teus
estatutos. Faze-me entender o caminho de teus preceitos, e eu
meditarei sobre as tuas maravilhas. Minha alma se desfaz de
tristeza, põe-me de pé, conforme tua palavra. Afasta-me do
caminho da mentira, e gratifica-me com tua lei. Eu escolhi o
caminho da verdade, e me conformo às tuas normas. Eu me apego
aos teus testemunhos, Senhor, não me deixes envergonhado. Eu
corro no caminho dos teus mandamentos, pois tu alargas o meu
coração”.
Leia com atenção essa “historinha”: Destino
de uma alma.
Um comerciante que se enriquecera muito
cometendo toda a sorte de fraudes, à hora da morte, chamou um
tabelião e ordenou-lhe que ao seu testamento acrescentasse o
seguinte:
“Quero que, depois de morto, o meu corpo
seja devolvido à terra de onde saiu, e minha alma entregue ao
demônio ao qual pertence”. As pessoas presentes ficaram
aterrorizadas, e esforçaram-se por dissuadi-lo; mas ele insistiu
com energia, dizendo: “Não me retrato. Quero que minha alma seja
entregue ao demônio, junto com a de minha esposa e dos meus
filhos. A minha, porque me enriqueci a custa de furtos e
fraudes; a de minha esposa, porque ela me induziu a tais pecados
com seu luxo desmedido; as de meus filhos, porque, levado pelo
amor que lhes tenho, nunca me decidi a restituir o que não é
meu”. Ditas essas palavras, morreu o infeliz sem poder reparar o
mal que fizera.
Caríssimo senhor, obrigado pela ajuda financeira.
Rezamos pelo senhor e família todos os dias.
Eu te abençoo e te guardo no Imaculado Coração de
Maria: “Deus, que é amor, veio ao
mundo para acender em todos a chama do seu divino amor; mas
nenhum coração ficou tão abrasado como o Coração de sua Mãe, o
qual, sendo todo puro dos afetos terrenos, estava todo disposto
para arder neste santo fogo”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Com respeito e gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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