Anápolis, 15 de fevereiro de 2018
Ao senhor Antônio Ernesto Filho
Benfeitor do Instituto, Anápolis – GO
Estimado senhor, viva na presença de Deus e não
trema diante das dificuldades... não fomos criados por Deus para
vivermos escondidos em cantos escuros; mas sim, para enfrentar
todos os obstáculos com a cabeça erguida, coração forte e com os
olhos fixos no Deus que ajuda seus amigos fiéis. Uma
pessoa cheia de ânimo e coragem vale mais que um exército
medroso, trêmulo e indeciso:
“Quem estiver tremendo de medo volte e observe do monte Gelboé”
(Jz 7, 3). Não podemos ficar observando do
“monte”, porque não fomos filhos de um Deus medroso
e covarde; mas sim, somos filhos do Deus guerreiro e poderoso...
é grande consolo saber que o nosso Deus é vencedor.
Deus não aceita covardes na sua presença... nem
pessoas melindrosas e medíocres. Deus quer que esmaguemos
o desânimo e o medo com a “rocha” da vontade de vencer:
“Não temas e não desanimes!”
(Js 8, 1).
Não fujamos da luta e não lutemos com indiferença
e frieza; mas sim, lutemos para vencer... quem não vencer será
derrotado... e isso não é bom para a vida.
Quando o caminho vai se estreitando... então é
preciso escancarar o coração para o Deus do impossível e
implorar a sua ajuda:
“Deus, porém, é meu
socorro, o Senhor é quem sustenta minha vida”
(Sl 54, 6).
É preciso fazer acontecer... fazer
acontecer a cada minuto, a cada hora... a cada dia... é preciso
realizar o bem, fazer progresso... é preciso trabalhar...
trabalhar muito... trabalhar até doer... nada de se poupar, é
preciso se consumir por Deus. Para fazer acontecer é preciso
descruzar os braços e sair da “poltronice”, é preciso enveredar
pelo caminho do sacrifício... é preciso abraçar a todos os
sacrifícios, pequenos e grandes; eles nos fortalecerão na luta
pelo bem.
Leia atenciosamente a Vida de Santo Antônio
Maria Zaccaria.
Origens:
Antônio nasceu no ano 1502 em Cremona,
Itália. Era filho da família Zaccaria, que era rica, nobre e
tradicional. Ele foi filho único do casal Antonieta e Lázaro.
Com apenas dois anos de idade, Antônio sofreu um grande golpe na
vida: o falecimento de seu pai. Por causa disso, apareceram
vários pretendentes a um casamento com sua mãe, pois ela tinha
apenas dezoito anos na ocasião. Antonieta, porém, recusou-se e
foi viver afastada do círculo social da aristocracia de Cremona.
Ela decidiu dedicar sua vida à educação e formação de Antônio.
Austeridade da mãe:
A jovem Antonieta passou a viver
uma vida dedicada também a Deus. Aos poucos ela foi se tornando
para todos um belo exemplo de vida marcada pela austeridade,
pela busca da oração, do conhecimento e da fé. Tudo isso ela fez
pensando em fazer de Antônio um homem de bem. O empenho de
Antonieta ajuda-nos a compreender um pouco sobre quem foi Santo
Antônio Maria Zaccaria: um homem muito bem preparado para viver
no mundo e servir a Igreja.
Inteligência e caridade:
Na medida em que crescia, Antônio
Maria demonstrava que o esforço de sua mãe estava valendo a
pena. Ele começou a se destacar na escola pela inteligência e
pela bondade. Várias vezes voltou para casa no extremo frio, sem
os agasalhos caros com que se vestia, pois tinha dado a algum
mendigo.
Jovem despojado:
Quando completou dezoito anos
decidiu partir para estudar mais. Antes disso, porém, doou toda
a herança que lhe cabia à sua mãe. Estudou filosofia na cidade
de Pavia e medicina em Pádua. Durante o tempo de estudos foi
sempre dedicado e ótimo aluno, ao contrário da maioria dos
estudantes que preferiam gastar seu tempo com diversões e
prazeres. Ao invés de usar roupas dos ricos
e nobres, ele preferia se vestir com simplicidade e se
comportava humildemente.
Médico competente e caridoso:
Depois de formado, Antônio Maria
tornou-se um médico competente e caridoso. Era procurado por
todos por causa dessas qualidades. Ele ainda se destacou por
também aliviar os males da alma dos que estavam sob seus
cuidados. Distribuía remédios gratuitamente a quem precisava e
paz de espírito aos aflitos e angustiados. Durante esse tempo,
nunca deixou sua vida espiritual de lado. Dedicava-se sempre à
oração e às leituras espirituais.
Padre aos 28 anos:
Aos poucos, o médico e santo Antônio Maria
Zaccaria foi sentindo em seu coração o chamado para cuidar mais
da alma do que do corpo de seus pacientes. Foi se definindo em
sua vida o chamado para o sacerdócio. Assim, como ele já tinha
formação, ordenou-se sacerdote em 1528. Partiu, então, para a
cidade de Milão, onde foi exercer o sacerdócio. Lá, Deus iria
lhe mostrar novos rumos de vida e de missão.
Fundador:
Em Milão, Santo Antônio Maria Zaccaria se
uniu a dois companheiros que compartilhavam do mesmo ardor
apostólico: Bartolomeu Ferrari e Tiago Morigia. Os três fundaram
a Congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo. Os membros da
Congregação passaram a ser chamados de “Barnabitas” porque a
primeira casa que tiveram foi construída ao lado da igreja
dedicada a São Barnabé, na cidade de Milão.
Reformador:
Mais tarde Santo Antônio Maria Zaccaria, ajudado
por uma condessa chamada Ludovica Torelli, fundou uma
congregação feminina chamada Angélicas de São Paulo. Mas seu
trabalho não se restringiu apenas ao círculo religioso.
Preocupado com a situação das famílias, ele fundou o Grupo de
Casais, com o objetivo de ajudar os leigos a viverem bem o
sacramento do matrimônio, para que as famílias fossem mais
felizes. Toda a Obra de Santo Antônio Maria Zaccaria se voltou,
então, para a reforma dos padres, das religiosas e dos leigos.
Devoto da Eucaristia:
Santo Antônio Maria Zaccaria foi um grande devoto
da Eucaristia. Neste sentido, ele deixou marcas na Igreja. Foi
ele quem instituiu o toque dos sinos das igrejas às três horas
da tarde, para lembrar a todos a hora da morte de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Ele também instituiu o que ficou conhecido como
“quarenta horas de adoração ao Santíssimo Sacramento”.
Morte:
Santo Antônio Maria Zaccaria pregava missões em vários lugares
na Itália. Numa dessas missões ele contraiu a peste proveniente
de uma epidemia que contagiava toda a região. Ele tinha apenas
36 anos quando pegou a peste. Sabendo, como médico, que não
teria chances de sobreviver, voltou para a casa de sua mãe e
veio a falecer nos braços dela. Santo Antônio Maria Zaccaria
faleceu na mesma casa onde tinha nascido no dia 5 de julho de
1539. Sua canonização aconteceu em 1897.
Prezado senhor, leia essa passagem da
Paixão de Jesus Cristo durante o Tempo da Quaresma
(Mt 27, 11-26).
“Jesus foi posto
perante o governador e o governador interrogou-o: ‘És tu o rei
dos judeus?’ Jesus declarou: ‘Tu o dizes’. E ao ser acusado
pelos chefes dos sacerdotes e anciãos, nada respondeu. Então lhe
disse Pilatos: ‘Não estás ouvindo de quanta coisa te acusam?’
Mas ele não lhe respondeu sequer uma palavra, de tal sorte que o
governador ficou muito impressionado. Por ocasião da Festa, era
costume o governador soltar um preso que a multidão desejasse.
Nessa ocasião, tinham eles um preso famoso, chamado Barrabás.
Como estivessem reunidos, Pilatos lhes disse: ‘Quem quereis que
vos solte, Barrabás ou Jesus, que chamam de Cristo?’ Ele sabia,
com efeito, que eles o haviam entregue por inveja. Enquanto
estava sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer: ‘Não te
envolvas com esse justo, porque muito sofri hoje em sonho por
causa dele’. Os chefes dos sacerdotes e os anciãos, porém,
persuadiram as multidões a que pedissem Barrabás e que fizessem
Jesus perecer. O governador respondeu-lhes: ‘Qual dos dois
quereis que vos solte?’ Disseram: ‘Barrabás’. Pilatos perguntou:
‘Que farei de Jesus, que chamam de Cristo?’ Todos responderam:
‘Seja crucificado!’ Tornou a dizer-lhes: ‘Mas que mal ele fez?’
Eles, porém, gritavam com mais veemência: ‘Seja crucificado!’
Vendo Pilatos que nada conseguia, mas, ao contrário, a desordem
aumentava, pegou água e, lavando as mãos na presença da
multidão, disse: ‘Estou inocente desse sangue. A
responsabilidade é vossa’. A isso todo o povo respondeu: ‘O seu
sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos’. Então soltou-lhes
Barrabás. Quanto a Jesus, depois de açoitá-lo, entregou-o para
que fosse crucificado”.
Leia com atenção essa “historinha”: Os pais
deseducam.
Aquele colégio figura entre os mais
afamados. Dirigem-no religiosos eminentes por sua ciência e
virtude.
Desfilaram diante de nós primeiramente os
estudantes. Eram uns 130 internos... Havia entre eles
jovenzinhos de poucos anos; e havia outros já crescidos, belos
rapazes. Todos traziam no rosto a alegria, a esperança...
– Padre (dizia-me o Diretor), aí vê o
senhor cento e trinta rapazes. Destes, uns cento e vinte
comungam todos os dias; os outros ao menos uma vez por semana.
Atrás vinham os Padres Professores. Seriam
uns trinta aproximadamente. Uns começaram a carreira do
magistério, outros haviam envelhecidos no ensino. Depois que
passaram disse-me o Reitor:
– Todos eles têm, às vezes, tentações de
desânimo... quase de desespero.
– Por quê? – interroguei:
Porque trabalham nove meses no ano. Com
grandes sacrifícios conseguem implantar nos corações desses
meninos o amor da virtude e o respeito às leis divinas... São
bons... são honestos...
Mas saem daqui e em quinze dias os pais,
meio descrentes, indiferentes e relaxados no cumprimento dos
deveres cristãos, destroem o trabalho de um ano inteiro... Nas
férias, a exemplo dos pais, faltam à missa, aos sacramentos...
Terminando o curso, tornam-se ímpios, libertinos... Lançam
muitos a culpa nos religiosos, esquecendo-se de que os pais é
que deseducam os filhos.
Os pais vão prestar terríveis contas a Deus
na hora do julgamento sobre os filhos! Muitos filhos vão para o
inferno por culpa dos pais.
Caríssimo senhor, obrigado pela ajuda financeira.
Rezamos pelo senhor e família todos os dias.
Eu te abençoo e te guardo no Coração de Nossa
Senhora: “Quereis outra advogada
junto a esse medianeiro? Recorrei então a Maria! Por vós ela
rogará ao Filho e Ele com certeza a ouvirá”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Com respeito e
gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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