Anápolis, 17 de fevereiro de 2018
Ao senhor Walter João de Carvalho
Benfeitor do Instituto, Anápolis – GO
Estimado senhor, a vida é muito curta para ser
empurrada... ela deve ser vivida intensamente. Não podemos
recuar diante das dificuldades; mas sim, devemos
superá-las com coragem, ousadia e valentia. Aquele
que suporta as dificuldades com paciência, alegria e
perseverança, firma-se no caminho da luz e torna-se “aço”
inflexível.
Não podemos fixar os olhos nas provações... mas
em Deus que nos ajuda a vencê-las.
Se a “muralha” das provações estiver na nossa frente, não
podemos olhar para trás... isso pode “alimentar” a tentação de
desistir, de retroceder e recuar... devemos enfrentá-la com os
olhos fixos no Deus que tudo pode:
“Junto convosco enfrento
os inimigos, com vossa ajuda eu transponho altas muralhas”
(Mt 17, 30).
Feliz da pessoa que não desiste da caminhada!
Aquele que deixa de progredir na santidade por causa dos
obstáculos não se salvará. Aquele que “tropeça” na “pedra”
da dificuldade e abandona o caminho da luz... não ama
verdadeiramente a Deus. Quem ama a Deus sofre sem desistir.
É na oração contínua e fervorosa que encontramos
força para perseverar nas horas difíceis... é preciso rezar
muito... rezar é falar com Deus.
Deus quer nos salvar!
Entretanto, quer nos salvar como vencedores.
Estando, pois, nesta vida, achamo-nos em uma guerra contínua e
para nos salvar temos que combater e vencer:
“Sem ter vencido, ninguém poderá ser
coroado” (São João Crisóstomo).
Somos muito fracos, e os inimigos numerosos e fortes. Como
enfrentá-los e vencê-los? Tenhamos coragem e digamos com o
Apóstolo: “Tudo
posso n’Aquele que me conforta” (Fl 4, 13).
Tudo poderemos com a oração, por meio da qual Deus nos dará o
que não temos. Escreveu Teodoreto que a oração é toda poderosa.
Ela é uma, entretanto, e pode obter todas as coisas:
“A oração, sendo uma em si, pode tudo”.
E São Boaventura afirma que “com a
oração se obtém todos os bens e a libertação de todos os males”.
Dizia São Lourenço Justiniano que
“pela oração construímos uma torre fortíssima, onde estaremos
livres e seguros de todas as insídias e violências dos inimigos”.
São fortes as potências do inferno, entretanto, com a
oração a alma consegue o auxílio divino, diante do qual
desaparece todo o poder das criaturas (Santo Afonso
Maria de Ligório, A oração).
Senhor Walter, leia
essa passagem da Paixão de Jesus Cristo durante o Tempo da
Quaresma (Mc 14, 32-52).
“E foram a um
lugar cujo nome é Getsêmani. E Ele disse a seus discípulos:
‘Sentai-vos aqui enquanto vou orar’. E, levando consigo Pedro,
Tiago e João, começou a apavorar-se e a angustiar-se. E
disse-lhes: ‘A minha alma está triste até a morte. Permanecei
aqui e vigiai’. E, indo um pouco adiante, caiu por terra, e
orava para que, se possível, passasse d’Ele a hora. ‘Abba! Ó
Pai! Tudo é possível para ti: afasta de mim este cálice; porém,
não o que eu quero, mas o que tu queres’. Ao voltar, encontra-os
dormindo e diz a Pedro: ‘Simão, estás dormindo? Não foste capaz
de vigiar por uma hora? Vigiai e orai para que não entreis em
tentação: pois o espírito está ponto, mas a carne é fraca’. E,
afastando-se de novo, orava dizendo a mesma coisa. E, ao voltar,
de novo encontrou-os dormindo, pois os seus olhos estavam
pesados de sono. E não sabiam o que dizer-lhe. E, vindo pela
terceira vez, disse-lhes: ‘Dormi agora e repousai. Basta! A hora
chegou! Eis que o Filho do Homem está sendo entregue às mãos dos
pecadores. Levantai-vos! Vamos! Eis que o meu traidor está
chegando’. E, imediatamente, enquanto ainda falava, chegou
Judas, um dos Doze, com uma multidão trazendo espadas e paus, da
parte dos chefes dos sacerdotes, escribas e anciãos. O seu
traidor dera-lhes uma senha, dizendo: ‘É aquele que eu beijar.
Prendei-o e levai-o bem guardado’. Tão logo chegou,
aproximando-se d’Ele, disse: ‘Rabi!’ E o beijou. Eles lançaram a
mão sobre ele e o prenderam. Um dos que estavam presentes,
tomando da espada, feriu o servo do Sumo Sacerdote e decepou-lhe
a orelha. Jesus, tomando a palavra, disse: ‘Como a um ladrão,
saíste para prender-me com espadas e paus! Eu estive convosco no
Templo, ensinando todos os dias, e não me prendestes. Mas é para
que as Escrituras se cumpram’. Então, abandonando-o, fugiram
todos. Um jovem o seguia, e a sua roupa era só um lençol
enrolado no corpo. E foram agarrá-lo. Ele, porém, deixando o
lençol, fugiu nu”.
Leia com atenção essa “historinha”:
Verdadeira caridade.
Qualquer amor não é caridade. Amor de
caridade era aquele de Santa Joana de Chantal, que curava os
enfermos, levava-os à sua casa e beijava-lhes as chagas. “Mas
que fazes?” perguntaram-lhe um dia. “Beijo as chagas de Jesus”.
Se alguém ama uma pessoa, porque é rica e poderosa ou porque é
capaz de socorrê-lo e protegê-lo, seu amor não é caridade; é
interesse.
Caridade é... amar ao próximo como a si
mesmo por amor de Deus.
Estimado senhor, obrigado pela ajuda financeira.
Rezamos pelo senhor e família todos os dias.
Eu te abençoo e te guardo no Coração da Virgem
Maria: “Se os cristãos nas tentações
tivessem o cuidado de proferir com devoção e confiança o nome de
Maria, é certo que não cairiam nelas” (Santo
Afonso Maria de Ligório).
Com respeito e gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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