Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

026 / 2018

 

Anápolis, 17 de fevereiro de 2018

 

Ao senhor Walter João de Carvalho

Benfeitor do Instituto, Anápolis – GO

 

Estimado senhor, a vida é muito curta para ser empurrada... ela deve ser vivida intensamente. Não podemos recuar diante das dificuldades; mas sim, devemos superá-las com coragem, ousadia e valentia. Aquele que suporta as dificuldades com paciência, alegria e perseverança, firma-se no caminho da luz e torna-se “aço” inflexível.

Não podemos fixar os olhos nas provações... mas em Deus que nos ajuda a vencê-las. Se a “muralha” das provações estiver na nossa frente, não podemos olhar para trás... isso pode “alimentar” a tentação de desistir, de retroceder e recuar... devemos enfrentá-la com os olhos fixos no Deus que tudo pode: “Junto convosco enfrento os inimigos, com vossa ajuda eu transponho altas muralhas” (Mt 17, 30).

Feliz da pessoa que não desiste da caminhada! Aquele que deixa de progredir na santidade por causa dos obstáculos não se salvará. Aquele que “tropeça” na “pedra” da dificuldade e abandona o caminho da luz... não ama verdadeiramente a Deus. Quem ama a Deus sofre sem desistir.

É na oração contínua e fervorosa que encontramos força para perseverar nas horas difíceis... é preciso rezar muito... rezar é falar com Deus.

Deus quer nos salvar! Entretanto, quer nos salvar como vencedores. Estando, pois, nesta vida, achamo-nos em uma guerra contínua e para nos salvar temos que combater e vencer: “Sem ter vencido, ninguém poderá ser coroado” (São João Crisóstomo). Somos muito fracos, e os inimigos numerosos e fortes. Como enfrentá-los e vencê-los? Tenhamos coragem e digamos com o Apóstolo: “Tudo posso n’Aquele que me conforta” (Fl 4, 13). Tudo poderemos com a oração, por meio da qual Deus nos dará o que não temos. Escreveu Teodoreto que a oração é toda poderosa. Ela é uma, entretanto, e pode obter todas as coisas: “A oração, sendo uma em si, pode tudo”. E São Boaventura afirma que “com a oração se obtém todos os bens e a libertação de todos os males”. Dizia São Lourenço Justiniano que “pela oração construímos uma torre fortíssima, onde estaremos livres e seguros de todas as insídias e violências dos inimigos”. São fortes as potências do inferno, entretanto, com a oração a alma consegue o auxílio divino, diante do qual desaparece todo o poder das criaturas (Santo Afonso Maria de Ligório, A oração).

 

Senhor Walter, leia essa passagem da Paixão de Jesus Cristo durante o Tempo da Quaresma (Mc 14, 32-52).

 

“E foram a um lugar cujo nome é Getsêmani. E Ele disse a seus discípulos: ‘Sentai-vos aqui enquanto vou orar’. E, levando consigo Pedro, Tiago e João, começou a apavorar-se e a angustiar-se. E disse-lhes: ‘A minha alma está triste até a morte. Permanecei aqui e vigiai’. E, indo um pouco adiante, caiu por terra, e orava para que, se possível, passasse d’Ele a hora. ‘Abba! Ó Pai! Tudo é possível para ti: afasta de mim este cálice; porém, não o que eu quero, mas o que tu queres’. Ao voltar, encontra-os dormindo e diz a Pedro: ‘Simão, estás dormindo? Não foste capaz de vigiar por uma hora? Vigiai e orai para que não entreis em tentação: pois o espírito está ponto, mas a carne é fraca’. E, afastando-se de novo, orava dizendo a mesma coisa. E, ao voltar, de novo encontrou-os dormindo, pois os seus olhos estavam pesados de sono. E não sabiam o que dizer-lhe. E, vindo pela terceira vez, disse-lhes: ‘Dormi agora e repousai. Basta! A hora chegou! Eis que o Filho do Homem está sendo entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos! Vamos! Eis que o meu traidor está chegando’. E, imediatamente, enquanto ainda falava, chegou Judas, um dos Doze, com uma multidão trazendo espadas e paus, da parte dos chefes dos sacerdotes, escribas e anciãos. O seu traidor dera-lhes uma senha, dizendo: ‘É aquele que eu beijar. Prendei-o e levai-o bem guardado’. Tão logo chegou, aproximando-se d’Ele, disse: ‘Rabi!’ E o beijou. Eles lançaram a mão sobre ele e o prenderam. Um dos que estavam presentes, tomando da espada, feriu o servo do Sumo Sacerdote e decepou-lhe a orelha. Jesus, tomando a palavra, disse: ‘Como a um ladrão, saíste para prender-me com espadas e paus! Eu estive convosco no Templo, ensinando todos os dias, e não me prendestes. Mas é para que as Escrituras se cumpram’. Então, abandonando-o, fugiram todos. Um jovem o seguia, e a sua roupa era só um lençol enrolado no corpo. E foram agarrá-lo. Ele, porém, deixando o lençol, fugiu nu”.

 

Leia com atenção essa “historinha”: Verdadeira caridade.

Qualquer amor não é caridade. Amor de caridade era aquele de Santa Joana de Chantal, que curava os enfermos, levava-os à sua casa e beijava-lhes as chagas. “Mas que fazes?” perguntaram-lhe um dia. “Beijo as chagas de Jesus”. Se alguém ama uma pessoa, porque é rica e poderosa ou porque é capaz de socorrê-lo e protegê-lo, seu amor não é caridade; é interesse.

Caridade é... amar ao próximo como a si mesmo por amor de Deus.

 

Estimado senhor, obrigado pela ajuda financeira.

Rezamos pelo senhor e família todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração da Virgem Maria: “Se os cristãos nas tentações tivessem o cuidado de proferir com devoção e confiança o nome de Maria, é certo que não cairiam nelas” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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