Anápolis, 19 de fevereiro de 2018
À senhora Yara Pina Godoy
Benfeitora do Instituto, Anápolis – GO
Caríssima senhora, suporte as pequenas e fortes
tentações por amor a Jesus Cristo! A tentação não é
pecado… pecado é consentir na tentação:
“Podemos senti-las, embora desagradem;
mas não podemos consentir sem ter gosto nelas, porque o prazer é
de ordinário um grau de consentimento”
(São Francisco de Sales).
É preciso suportar as tentações com muita
paciência… infeliz da pessoa que se desespera diante delas. Deus
não tenta ninguém, mas as permite para o nosso próprio bem:
“Deus a ninguém
tenta” (Tg 1, 13).
O demônio gosta imensamente de ver uma pessoa
desesperada nas horas de tentações! Para desapontá-lo: use água
benta, faça o sinal da cruz, repita com fé, amor e confiança os
nomes de Jesus e Maria… reze com fervor e pense somente no que
agrada a Deus.
O demônio é um “cão” que “ladra”
furiosamente contra os amigos e heróis de Deus. Não nos
inquietemos diante de tanto alarido, mas “distraiamo-nos”
com o bem, e o Maligno fugirá.
Santo Agostinho escreve:
“Com efeito, nossa vida, enquanto somos
peregrinos neste mundo, não pode estar livre de tentações, pois
é através delas que se realiza nosso progresso e ninguém pode
conhecer-se a si mesmo sem ter sido tentado. Ninguém pode vencer
sem ter combatido, nem pode combater se não tiver inimigo e
tentações… O Senhor poderia impedir o demônio de aproximar-se
dele; mas, se não fosse tentado, não te daria o exemplo de como
vencer na tentação”.
Devemos suportar as tentações… sem elas ninguém
entrará no céu: “Esta é a grande
labuta do homem: assumir sobre si mesmo a culpa própria diante
de Deus, e esperar a tentação até o último suspiro… Ninguém sem
tentações poderá entrar no reino dos céu. Suprime as tentações,
e ninguém será salvo”
(Santo Antão, Abade).
Só será coroado no céu aquele que lutar com
firmeza e garra nesse mundo. Fomos
criados para a luta… esse mundo é um campo de batalha. Perder a
batalha da vida é perder tudo: Deus… o céu… a alegria infinita.
Não são apenas os pecados de ações que levam a tal derrota.
Podemos ser derrotados por omissões. Deixar de fazer, quando
havia obrigação de fazer, pode ser tão mortal quanto fazer o
errado. O pecado de omissão quase não é confessado!
Senhora Yara, leia
essa passagem da Paixão de Jesus Cristo durante o Tempo da
Quaresma (Mc 15, 1-15).
“Logo de manhã, os
chefes dos sacerdotes fizeram um conselho com os anciãos e os
escribas e todo o Sinédrio. E manietando a Jesus, levaram-no e
entregaram-no a Pilatos. Pilatos o interrogou: ‘És tu o rei dos
judeus?’ Respondendo, Ele disse: ‘Tu o dizes’. E os chefes dos
sacerdotes acusavam-no de muitas coisas. Pilatos o interrogou de
novo: ‘Nada respondes? Vê de quanto te acusam!’ Jesus, porém, já
nada mais respondeu, de sorte que Pilatos ficou impressionado.
Por ocasião da Festa, ele lhes soltava um preso que pedissem.
Ora, havia um, chamado Barrabás, preso com outros amotinadores
que, numa revolta, haviam cometido um homicídio. A multidão,
tendo subido, começou a pedir que lhes fizesse como sempre tinha
feito. Pilatos, então, perguntou-lhes: ‘Quereis que eu vos solte
o rei dos judeus?’ Porque ele sabia, com efeito, que os chefes
dos sacerdotes o tinham entregue por inveja. Os chefes dos
sacerdotes, porém, incitavam o povo para que pedisse que, antes,
lhes soltassem Barrabás. Pilatos perguntou-lhes de novo: ‘Que
farei de Jesus, que dizeis ser o rei dos judeus?’ Eles gritaram
de novo: ‘Crucifica-o!’ Disse-lhes Pilatos: ‘Mas que mal ele
fez?’ Eles, porém, gritaram com mais veemência: ‘Crucifica-o!’
Pilatos, então, querendo contentar a multidão, soltou-lhes
Barrabás e, depois de fazer açoitar a Jesus, entregou-o para que
fosse crucificado”.
Leia com atenção essa “historinha”: O amor
dos pequeninos.
Perguntaram a uma piedosa jovenzinha:
– Que é a Primeira Comunhão?
– É um dia de céu na terra.
– Perguntaram-lhe em seguida:
– E que é o céu?
– É uma Primeira Comunhão que nunca terá
fim – respondeu ela graciosamente.
E respondeu muito bem, porque a felicidade
dos Anjos e Santos no céu consiste em possuir a Deus
eternamente. Ora, não é justamente a Jesus, verdadeiro Deus e
verdadeiro homem, que possuímos na Santa Comunhão?
Estimada senhora, obrigado pela ajuda financeira.
Rezamos pela senhora e família todos os dias.
Eu te abençoo e te guardo no Coração de Jesus
Cristo: “O mesmo Jesus Cristo foi
também no mundo desprezado pelos homens, e na maior aflição
entre grandes afrontas, desamparado de amigos e conhecidos”
(Tomás de Kempis).
Com respeito e gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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