Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

048 / 2018

 

Anápolis, 28 de fevereiro de 2018

 

À senhora Iolanda Nobuco Nakamura

Benfeitora do Instituto, Brasília – DF

 

Prezada senhora, viva na presença de Deus e enfrente com garra, coragem e “santo” atrevimento todos os obstáculos que surgem pelo caminho. Não desista de progredir por causa das dificuldades e provações; olhe para Jesus Crucificado e lute com valentia. Aquele que possui o crucifixo nas mãos e no coração, isto é, que segue “furiosamente” a Cristo Crucificado… não pode desistir de caminhar… todo esforço será recompensado por Deus. Seja otimista! Mesmo se tudo desabar em sua volta… busque apoio na “coluna” da sua vontade de vencer. É grande covardia abandonar o campo de batalha por causa das grandes dificuldades. Aquele que confia em Deus não teme as “armas” dos homens: “Tu vens contra mim com espada, lança e escudo; eu, porém, venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos” (1 Sm 17, 45).

Não deixe de fazer o bem por causa da maldade do homem… não deixe de ser luz por causa da agressividade das trevas… não deixe de amar a Deus e de se consumir por Ele por causa da frieza e indiferença dos corações… o mundo está cheio de “monstros” falando em nome de Deus. Aquele que se fecha no egoísmo torna-se repugnante e nojento… apodrece!

Senhora Iolanda, Deus existe! Verdade consoladora, apaixonante, segura e animadora… essa verdade “prende” os nossos olhos no céu! Como é agradável saber que existe um Deus que nos ama… devemos pagar esse amor com amor. Quem ama verdadeiramente a Deus confia no seu poder… não fica parado e de braços cruzados, mas luta para viver na presença d’Ele: “Quanto a mim, estar junto de Deus é o meu bem!” (Sl 72, 28). Aquele que abandona a amizade de Deus para mendigar o lixo e lama do mundo… vive mergulhado no vazio: “Árido está o meu espírito, porque se esquece de apascentar em ti” (São João da Cruz).

Quem possui Deus é rico de todos os bens! Quem não o conhece vive numa completa ignorância… possui uma “luz” que não ilumina: “Até mesmo o mais perfeito dentre os homens não é nada, se não tem vosso saber” (Sb 9, 6).

Não deixe de caminhar por causa das decepções… não desista de lutar por causa da falsidade dos corações. A decepção é uma ótima “Faculdade”. Ela nos ensina a confiar sempre em Deus e a desconfiar quase sempre do homem. Feliz da pessoa que se “apaixona” pela decepção; com certeza não sofrerá muito.

Aquele que está alicerçado em Deus com profundas raízes… não treme diante das “tempestades” furiosas.

 

Caríssima senhora, leia essa passagem da Paixão de Jesus Cristo durante o Tempo da Quaresma (Jo 19, 23-30).

 

“Os soldados, quando crucificaram Jesus, tomaram suas roupas e repartiram em quatro partes, uma para cada soldado, e a túnica. Ora, a túnica era sem costura, tecida como uma só peça, de alto a baixo. Disseram entre si: ‘Não a rasguemos, mas tiremos a sorte, para ver com quem ficará’. Isso a fim de se cumprir a Escritura que diz: Repartiram entre si minhas roupas e sortearam minha veste. Foi o que fizeram os soldados. Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis o teu filho!’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe!’ E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa. Depois, sabendo Jesus que tudo estava consumado, disse, para que se cumprisse a Escritura até o fim: ‘Tenho sede!’ Estava ali um vaso cheio de vinagre. Fixando, então, uma esponja embebida de vinagre num ramo de hissopo, levaram-na à sua boca. Quando Jesus tomou o vinagre, disse: ‘Está consumado!’ E, inclinando a cabeça, entregou o espírito”.

 

Leia com atenção essa “historinha”: Um saco de pedras.

Um rico comerciante fizera casar sua filha única e dera-lhe todos os bens que possuía. Não passou muito tempo, o rico começou a ser xingado e maltratado pela filha e pelo genro, chegando a passar fome. A essa altura viu-se obrigado a contar a um amigo o seu infortúnio e a pedir que lhe emprestasse por três dias uma boa soma em moedas. Entrando em seu quarto, pôs a tilintar todo aquele dinheiro, assim que sua filha pudesse ouvir. Pediu-lhe, depois, que mandasse chamar um tabelião porque queria constituí-la herdeira de mais aquela fortuna. Assim se fez, e, dali em diante, o genro e a filha cercaram de cuidados o velho, o qual, secretamente, devolveu o dinheiro ao amigo e encerrou no cofre um saco de pedras. Após a sua morte, abriram o cofre e encontraram as pedras acompanhadas deste bilhete: “Pedras para apedrejar todo aquele que, antes da morte, faz entrega de seus bens”.

Poucos filhos valorizam os bens doados pelos pais; por isso, merecem o desprezo. A ingratidão é um punhal que fere profundamente!

 

Estimada senhora, obrigado pela ajuda financeira. Alimentamos aproximadamente 200 crianças todos os dias; exceto aos domingos.

Rezamos pela senhora e família todos os dias.

Eu te abençoo e te guardo no Coração de Jesus Cristo: “Quem ama verdadeiramente a Jesus Cristo não se apega aos bens da terra e procura despojar-se de tudo para se conservar unido só a Ele. Para Jesus Cristo dirige todos os seus desejos, pensa sempre n’Ele, procura agradar-lhe em todo o lugar, em todo o tempo e em toda a ocasião” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Com respeito e gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

 

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