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      Anápolis, 22 de outubro de 2005 
      
       
       
      
      Ao Exmo. Senhor Arcebispo 
      
      Dom Geraldo do Espírito Santo Ávila 
      
      Ordinário Militar do Brasil 
       
       
      
      Exmo. senhor, que a vossa alma esteja 
      mergulhada na Sagrada Paixão de Nosso Senhor: “Coisa excelente e muito 
      santa é pensar e meditar sobre a paixão do Senhor; pois por esse caminho 
      chegamos à união com Deus” (São 
      Paulo da Cruz, Epist. 1, 43; 2, 440. 825). 
      
      Fiquei sabendo através de benfeitores de Brasília que o 
      senhor se encontra gravemente enfermo, rezo para que tenha 
      paciência de suportar tudo por amor a Deus: “Estou doente… mas estou na 
      cruz e nela está Jesus Cristo. Vivo, pois, em permanente comunhão. Jesus, 
      dou-te graças pela cruz” (Santa Teresa dos Andes, Diário 36). 
      
      Como Vossa Paternidade pode observar, tudo 
      passa nesse mundo, também os senhores bispos, como está acontecendo com o 
      senhor; e com certeza, terás que prestar contas a Deus da vossa vida e de 
      vossa administração, como escreve Santo Agostinho: “Nós, porém, além de 
      cristãos, tendo de prestar contas a Deus de nossa vida, somos também 
      bispos e teremos de responder a Deus por nossa administração” 
      (Início do Sermão sobre os pastores). 
      
      Querido Pastor, esses mesmos benfeitores, pessoas cultas e 
      preparadas, já haviam me informado anos atrás, que  Vossa Paternidade 
      sempre atacou-me com expressões baixas, mas eu nunca dei atenção para tais 
      calúnias; o que não entendo, é que o senhor sendo um 
      Arcebispo, nunca quis denunciar-me à Nunciatura Apostólica, ao Tribunal 
      Eclesiástico, etc.; com certeza Vossa Paternidade não queria nenhuma 
      explicação: “O caluniador não deseja explicação, ele deseja sim, a 
      destruição do próximo” (Pe. 
      Orlando Gambi, Paz e Bem). 
      
      Seria muito bom, se V. Excia. antes de 
      partir para a eternidade, provasse com documentos e não com “ti ti ti”, 
      tudo o que disse a meu respeito. Eu ficaria muito grato e Vossa 
      Paternidade morreria mais tranqüilo: “Toda falta cometida contra a 
      justiça e a verdade impõe o dever de reparação” 
      (Catecismo da Igreja Católica, 2.487). 
      
      Confesso-lhe que quando seminarista, achava 
      que todos os bispos eram santos, mas depois o “véu” caiu, então conheci a 
      triste realidade: “...chamam-nos de bispos  a nós que temos a honra do 
      nome, não o mérito... Quando, porém, conseguiremos corrigir a vida de 
      outrem, se descuramos a nossa?” (Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa). 
      
      Rezarei para que V. Excia. viva os últimos 
      dias no Calvário, unido a Cristo Crucificado: “O monte Calvário é o 
      monte dos amantes. Todo o amor que não tiver por origem a Paixão do 
      Salvador é frívolo e perigoso” (São Francisco de Sales, Tratado do Amor de Deus, Livro XII, Capítulo XIII). 
        
      
      Respeitosamente, 
        
           
            Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
					  
             
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