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		 Carta 2 
        
      
      Anápolis, 27 de dezembro de 2001 
      
        
      
      Ao Exmo. Senhor Cardeal 
      
      Dom José Freire Falcão 
      
      Digníssimo Arcebispo da Arquidiocese de 
      Brasília 
      
        
      
      A princípio, pensei em não responder a 
      vossa carta, mas depois de uma longa reflexão, no dia do grande mártir 
      Santo Estevão, resolvi respondê-la por três motivos. 
      
      PRIMEIRO: 
      Não na intenção de convencê-lo, mas para que esta fique arquivada nas 
      Crônicas do meu Instituto, a fim de que os futuros religiosos possam 
      conhecer a feroz perseguição pela qual passamos nos primeiros anos da 
      fundação: “As coisas de Deus são sempre acompanhadas da cruz e do 
      sofrimento, e suas obras regadas com o orvalho das lágrimas” 
      (Dom Servilio Conti). 
      
      No dia 25 de dezembro de 2001, às 09:00 h., 
      tive a alegria de receber em meu Seminário, em Anápolis, o Revmo. Pe. 
      Waldemar, de vossa Arquidiocese. O mesmo portava uma carta de V. Excia., 
      endereçada a mim, comunicando que não poderia mais receber os meus 
      seminaristas em vosso Seminário para os estudos. O Revmo. Pe. Waldemar 
      disse-me que não sabia se o dia de Natal era uma data oportuna para tal 
      notícia; eu lhe respondi com um sorriso nos lábios que sim, pois esse era 
      o presente do Menino Jesus, e disse também, que tal notícia não me 
      abalaria, porque a nossa obra está construída sobre a rocha, e que Deus 
      providenciaria outro seminário: “N’Ele me abrigo, meu rochedo, meu 
      escudo e minha força salvadora, minha torre forte e meu refúgio”
      (Sl 18, 3). 
      A vossa proibição, foi providencial, pois nesse ano de 2002, fundaremos 
      uma Casa em Roma, Casa Generalícia São Pedro, para de lá nunca mais sair. 
      Os meus irmãos morarão na Roma dos Mártires e dos Papas. Eu, porém, 
      permanecerei na Casa Mãe em Anápolis, suportando as perseguições com amor 
      e alegria, mas confiante em Deus: “Ei-lo, o Deus da minha salvação: 
      sinto-me inteiramente confiante, de nada tenho medo, porque Deus é a minha 
      força e o meu canto. Ele é a minha salvação” 
      (Is 12, 2). 
      
      Nunca tivemos um Natal tão fervoroso quanto 
      este, pois, pudemos nos assemelhar mais perfeitamente ao Menino Jesus na 
      Gruta de Belém, rejeitado e abandonado por todos. 
      
      São José e a Santíssima Virgem entraram em 
      Belém; a Mãe Puríssima trazia em seu ventre o Salvador do mundo, não um 
      simples rei, mas o Rei dos reis, não um simples senhor, mas o Senhor dos 
      senhores. O casal puríssimo entra na cidade. Mas quem o reconhece? Quem 
      lhe vai ao encontro? Quem lhe oferece agasalho? Ninguém, como está em João 
      1,11: “Veio para o que era seu e os seus não o receberam”. 
      
      Quando chegaram em Belém, a Santíssima 
      Virgem entendeu que se aproximava a hora do parto. Ela avisou o seu 
      puríssimo esposo São José, e ele saiu de casa em casa procurando um lugar, 
      onde a Bendita esposa pudesse dar a luz, mas foi em vão, ninguém quis 
      oferecer-lhe um abrigo. E ele, para não passar a noite no meio da rua, 
      viu-se obrigado a levar a Virgem Maria à hospedaria pública, onde já 
      muitos pobres se tinham alojado para a noite. Mas para a surpresa do 
      Bendito casal, ali não foi aceito como está em Lc 2, 7: 
		“Não havia 
      lugar para eles na estalagem”. Havia sim, lugar para todos, menos para 
      Jesus Cristo. 
      
      O Santo casal não encontrou lugar nas casas 
      de Belém e muito menos na estalagem, então foi procurar outro abrigo. O 
      Santo casal caminhou na escuridão e afinal encontrou aos pés dos muros de 
      Belém, uma rocha escavada em forma de gruta, que servia de estábulo para 
      os animais, e foi nesta gruta que a Santíssima Virgem deu a luz ao Menino 
      Jesus. Foi nesta gruta tão fria e úmida que o Menino Jesus nasceu. 
      
      Exmo. Cardeal, essa proibição injusta que 
      recebemos de estudar em vosso Seminário é pequena, nem se compara ao 
      sofrimento do Santo casal e do Menino Deus, e quanto a nós, abraçamos 
      espiritualmente ao Menino Jesus, falamos todos juntos com os corações 
      transbordantes de alegria: “Alegremo-nos. Não pode haver tristeza 
      quando nasce a vida” (São Leão 
      Magno). 
      
      Graças a Deus, a nossa Igreja é Universal, 
      se meus irmãos não podem estudar aqui no Centro-Oeste, estudarão em Roma. 
      O importante é que um dia serão sacerdotes, e santos sacerdotes como a 
      Igreja deseja, porque a nossa obra é de Deus e isso comprovamos através 
      das inúmeras perseguições recebidas: “Uma congregação religiosa ou uma 
      pessoa que não sofre e a quem todos aplaudem, está próxima de uma queda”
      (São Vicente de Paulo), 
      e Mencius dizia: “Quando o céu quer confiar uma grande obra a um homem, 
      primeiro purga pela dor seu coração, leva seus nervos ao desalento, o 
      contraria em todas as suas empresas; deste modo desperta nele bons 
      sentimentos e lhe fortalece a paciência. Pois é da dor e da provação que 
      surge a vida”, e o verdadeiro Passionista, São Paulo da Cruz, dizia: 
		“Quem 
      ama se alegra com sua dor, e exulta em seu amor sofredor”. 
      
      SEGUNDO: 
      Para agradecer o apoio e a ajuda que recebemos do senhor durante cinco 
      anos: “Em muitas vidas já aconteceram as coisas mais lindas por causa 
      do agradecimento!” (Pe. Orlando Gambi). 
      
      Os meus religiosos, estudantes de Filosofia 
      e Teologia em vosso Seminário, sempre admiraram a pureza da doutrina, a 
      didática dos professores e o respeito que reina entre os seminaristas e 
      professores. E pelo que eu ouvia dos meus seminaristas, percebi que em 
      vosso Seminário ensina somente aquilo que a Santa Mãe Igreja deseja. 
      
      Agradeço-lhe de coração pela vossa preciosa 
      ajuda, e com certeza, continuaremos rezando pelo senhor e pela 
      Arquidiocese de Brasília. 
      
      Na vossa carta, o senhor escreveu o 
      seguinte: “…esperando contar com vossa compreensão”. Quanto a isso, 
      pode ficar tranquilo, Deus, Nosso Senhor, usa dessas pequeninas provações 
      para que a árvore se torne frondosa e dê muitos frutos saborosos: 
		“…e 
      todo o que produz fruto ele o poda para que produza mais fruto ainda”
      (Jo 15, 2). 
      
      A minha compreensão é total e alegre, 
      porque o motivo da proibição não foi nenhum escândalo dado por eles, mas 
      sim, fruto de uma perseguição. Tenho certeza absoluta que o causador 
      disso aparecerá um dia diante do tribunal de Deus para se explicar, 
      principalmente se tratando de bispo: “A falsa testemunha não ficará 
      impune; e o que profere mentira perecerá” 
      (Pr 19, 9). 
      
      TERCEIRO: 
      Para esclarecer-lhe sobre a real situação. Pelo que li em vossa carta, o 
      senhor não foi bem informado sobre o que anda acontecendo. 
		“Seja o 
      vosso ‘sim’, sim, e o vosso ‘não’, não. O que passa disso vem do Maligno” 
      (Mt 5, 37). 
      
      Para esclarecer melhor, prefiro explicar os 
      seguintes trechos de vossa carta. 
      
        
		
      O senhor disse: 
      
        
      
        
        “Recebi com pesar a comunicação das 
        dificuldades de relacionamento de vossa parte com o bispo de Anápolis, 
        Dom Manoel Pestana Filho”  
      
		  
      
      Exmo. senhor Cardeal, o senhor foi muito 
      infeliz e imprudente em fazer tal acusação sem conhecer a fundo a real 
      situação, e principalmente em tomar tal atitude sem dialogar com a outra 
      parte para averiguar os fatos. É muito fácil uma pessoa ser autoridade e 
      tomar um partido sem saber da verdade, tomando decisões, não pela justiça, 
      mas sim pela conveniência: “… e aquele que se arroga autoridade será 
      odiado” (Eclo 20, 8). 
      
      Se o senhor tivesse feito tal proibição por 
      outros motivos, eu nem lhe responderia esta carta, mas para desmascarar 
      certas pessoas caluniadores e carregadas de inveja, vejo-me obrigado, 
      porque a própria Igreja Católica Apostólica Romana me dá o direito de 
      defesa. “Todo o homem e toda a mulher, por mais insignificantes que 
      pareçam, têm em si uma nobreza inviolável, que eles próprios e os outros 
      devem respeitar sem condições: toda a vida humana merece por si mesma, em 
      qualquer circunstância ser dignificada” (Documento de Puebla, nn. 316 
      e 317), e o Catecismo da Igreja Católica no nº 2479 diz: 
		“Maledicência 
      e calúnia destroem a reputação e a honra do próximo. Ora, a honra é o 
      testemunho social prestado à dignidade humana. Todos gozam de um direito 
      natural à honra do próprio nome, à sua reputação e ao seu respeito”. 
      
      Se o comunicado que V. Excia. recebeu, foi 
      o do dia 25 de maio de 2001, asseguro-lhe que é um comunicado mentiroso e 
      dúplice como comprovarei agora, citando o mesmo parte por parte. 
       
        
		 
       
		
      a)     
      “Diante de tantas interpelações e pedido de 
      explicação, daqui e de fora, o senhor Bispo de Anápolis, com seu Conselho 
      Presbiteral...” 
      
                  Está claro que, mesmo em um 
      simples comunicado, o Exmo sr. Bispo D. Manoel não foi capaz de assumir 
      sozinho, mas se escondeu por detrás do Conselho Presbiteral. Essa é sempre 
      a sua atitude, joga pedra e esconde a mão ou joga pedra usando a mão dos 
      outros, se passando por inocente, sendo que na verdade ele é o culpado de 
      tudo. 
      
      b)     
      “...após várias tentativas infrutíferas de 
      discutir e encaminhar a solução do impasse criado pelo Padre Divino 
      Antônio Lopes, o qual se desligou formalmente da Diocese e da obediência 
      dos superiores locais...” 
      
                  Esse trecho revela a covardia 
      que o Exmo senhor Bispo Dom Manoel usa para abusar da sua autoridade e para 
      tentar destruir os súditos. O senhor Bispo de Anápolis deveria ser verdadeiro 
      e reconhecer que o impasse foi criado por ele mesmo, devido à sua omissão 
      e diplomacia; quando o vigário Ilc deu uma entrevista, na Rádio Cidade de 
      Jaraguá, há cinco anos atrás, me acusando das seguintes calúnias: 
      “excomungou pessoas de Jaraguá”, “fundou uma nova seita”, “está 
      trabalhando fora da Igreja Católica”, “fazendo lavagem cerebral nas 
      pessoas, inclusive crianças”, “desequilibrado mental”, “criminoso”, 
      “destruidor”, “ladrão”, conforme transcrição de fita cassete, aos 26 
      de março de 1997, nas dependências do Instituto de Criminalística de 
      Goiás, situado à Av. Atílio Correa Lima, nº 1223, Cidade Jardim, Goiânia – 
      GO. 
      
                  Eu, e a Madre Mariana de Nossa 
      Senhora das Dores, por duas vezes, trouxemos a fita, na Cúria Diocesana de 
      Anápolis, e conversamos pessoalmente com o Exmo senhor Bispo Dom Manoel, sendo 
      que, na segunda vez, ele disse que realmente a entrevista foi muito 
      pesada, mas ele nada podia fazer. Procuramos então o Tribunal Eclesiástico 
      de Goiânia, e explicamos a situação para os padres Osvaldo e João, que nos 
      receberam cordialmente, dizendo que realmente a situação era grave e seria 
      resolvida. Na verdade, eles telefonaram e vieram pessoalmente a Anápolis 
      conversar com o Bispo, mas este, abusando de sua autoridade, depois de ter 
      se colocado como vítima, marcou uma reunião com data indeterminada; então 
      decidi não mais participar das reuniões do Clero, enquanto o vigário Ilc 
      não desfizesse as calúnias, até hoje ele não desfez e por isso não 
      participo das reuniões do Clero e de nenhuma atividade realizada na 
      Diocese. 
      
                  As tentativas infrutíferas que 
      o Exmo senhor Bispo e o seu Conselho Presbiteral mencionam no seu comunicado, 
      fazem parte do seu capricho e da sua covardia, porque ao invés dele mandar 
      o vigário Ilc desfazer as calúnias, ele achou melhor enviar sacerdotes 
      para me convencer a voltar a participar da Diocese. Em resumo, eu teria 
      que assumir a culpa de tudo, engolindo goela a baixo a lama de calúnias 
      proferidas pelo vigário Luis Ilc. Dom Gastalde tentou fazer a mesma coisa com 
      Dom Bosco, mas ele recusou abertamente. 
      
                  Quanto aos padres enviados pelo 
      Exmo senhor Bispo, eu recebi quase todos, mas disse que só voltaria se as 
      calúnias fossem desfeitas. 
      
                  E quanto ao “se desligou 
      formalmente da Diocese”, para mim é uma grande alegria, porque é 
      melhor viver sozinho e inocente, do que conviver e trabalhar com 
      caluniadores. Mas existe algo que eu não entendo, se estou fora da 
      Diocese, porque não esquecem de mim? Porque continuam me atacando dizendo 
      horrores a meu respeito? 
      
      c)     
      “...vem comunicar que as obras do referido 
      sacerdote nada tem a ver com a Diocese de Anápolis nem pode contar com seu 
      apoio...” 
      
                  É importante lembrar 
      de que o Exmo senhor Bispo Dom Manoel passará, e as obras do Instituto permanecerão na 
      Diocese até quando Deus quiser, e até o momento presente não precisamos de 
      nenhum centavo dele  nem do seu apoio para que as obras crescessem. Pelo 
      contrário, foram o Instituto e o Movimento, hoje tão perseguidos, que o 
      livraram de muitos vexames em manifestações que a Diocese promoveu. 
      
      d)     
      “...as portas do entendimento continuam, não 
      obstante, abertas e convida as pessoas de boa vontade envolvidas nesses 
      movimentos, a reconsiderar a própria situação e voltar à unidade.” 
      
                  A melhor porta para uma 
      reconciliação é uma porta chamada verdade, e não um jogo de palavras 
      covardes, mentirosas; verdadeiro abuso de autoridade. Antes de exigir uma 
      união é necessário que o superior diocesano dê primeiro o bom exemplo, 
      reconhecendo os ataques do vigário Ilc e de outros sacerdotes da Diocese. 
      Não é digno de respeito e confiança, um superior que só exige os seus 
      direitos e tenta oprimir e sufocar os súditos, através de mentiras e 
      atitudes hipócritas. 
       
        
		 
       
      
      Creio que depois deste esclarecimento, V. 
      Excia. comprovará que as dificuldades de relacionamento não partem de mim, 
      mas da omissão do Bispo Dom Manoel em proteger o Vigário Ilc. 
      
      Quem é o Vigário Ilc? 
      Este sacerdote, segundo fiquei sabendo através de padres de São Paulo, 
      sempre foi desejoso de ser bispo, motivo este que o leva a agir com 
      arrogância e autoritarismo. Agindo desta forma, teve que deixar a 
      Arquidiocese de São Paulo para trabalhar no Seminário de São José do Rio 
      Preto, onde teve que pular janelas para não apanhar dos seminarista, 
      segundo me informaram pessoas daquela Diocese. Depois deste acontecimento, 
      Dom José, hoje bispo aposentado, o expulsou da Diocese. Em Anápolis, 
      conseguiu um título de Vigário Geral que o deixou nas nuvens, e se acha no 
      direito de atropelar todos que passam em sua frente. Algumas pessoas 
      chegaram a comentar que este título lhe foi dado pelo Bispo Dom Manoel 
      para fazer pirraça para o Cardeal Dom Paulo Evaristo Ars. 
      
      Em uma entrevista à Rádio Cidade de 
      Jaraguá, levado por uma ambição insaciável de poder, disse o seguinte: “Até 
      a pouco tempo eu era pró Vigário Geral, na interpretação do Bispo, a mesma 
      coisa que Vigário Geral, umas duas, três semanas para cá, ele já me nomeou 
      Vigário Geral, sem ser ‘pró’, quer dizer o primeiro auxiliar do Bispo, 
      conforme o Direito Canônico, tenho todos os direitos que um bispo, menos 
      consagrar e ordenar padres, esta a minha missão”  
      (conforme transcrição 
      de fita cassete aos 26 de março de 1997, nas dependências do Instituto de 
      Criminalística de Goiás, situado à Av. Atilio Correa Lima, nº 1223, Cidade 
      Jardim, Goiânia-Go). 
      
      Isso me fez refletir sobre o que escreve 
      São João Crisóstomo: “Não quero mencionar os fatos de que alguns, só 
      para conseguir o cargo de chefe da Igreja, cometeram até assassínios 
      dentro das comunidades e devastaram cidades inteiras”  
      (O Sacerdócio, 
      Livro III, nº 10); e São Gregório Magno falando sobre a ambição do clero 
      diz: “…não passam assim as coisas até mesmo entre os membros do clero, 
      que querem ser chamados doutores e procuram avidamente os primeiros 
      lugares e os cumprimentos?”  
      (Pastoral., p. J, c. I, P. L., LXXVII, 
      14). 
      
      Para nossa surpresa, em setembro de 2000, o 
      Vigério Ilc recebeu uma surra tão violenta, que passou seis dia internado 
      no hospital Nossa Senhora de Lourdes em Anápolis. O motivo, até hoje, não 
      foi esclarecido pela Diocese; mas com certeza, sobra-lhes tempo para mexer 
      com a nossa vida. Para nossa maior surpresa, o Vigário Ilc abriu um TCO 
      contra a minha pessoa acusando-me de tal agressão, e muitos sacerdotes 
      inescrupulosos, segundo eles, a mando de Dom Manoel, começaram a divulgar 
      essa terrível calúnia em plena Santa Missa. Eu vi nesta surra o castigo 
      merecido por perseguir pessoas inocentes. 
      
      Ficamos sabendo, através de pessoas, que o 
      Vigário Ilc fugiu par a Eslovênia, há 20 dias atrás, por causa de um 
      inquérito na Delegacia da Mulher em Anápolis. O telefone da Delegacia é o 
      seguinte (62) 327-1136. 
      
      Exmo. senhor Cardeal, eu não pretendo mais 
      me aproximar do senhor Bispo Dom Manoel, porque ele mente muito e age 
      covardemente. 
      
      Algo que até hoje não havia citado nas 
      minhas cartas,  vejo-me obrigado a dizê-lo para deixar arquivado. Essa 
      terrível perseguição por parte do Bispo Dom Manoel contra o nosso 
      Instituto, agravou a doença da nossa saudosa Madre Beatriz de Nossa 
      Senhora das Dores, levando-a ao falecimento no dia dez de março de 1997. 
      Na semana do seu falecimento, ela mesma comentou com as irmãs que era uma 
      injustiça muito grande o que o Bispo Dom Manoel estava fazendo, e ela não 
      imaginava que  ele fosse assim. Toda vez que  ouvia falar deste 
      assunto, se sentia mal. 
      
      Para aumentar ainda mais a nossa 
      indignação, o  Exmo. e Digníssimo senhor Bispo Dom Manoel Pestana Filho 
      disse ao Pe. Aluizo, pároco de Jaraguá, que ele veio para o velório da 
      Madre Beatriz e nós batemos o portão em seu rosto; e o Pe. Aluizo disse 
      essa barbaridade na Rádio Cidade de Jaraguá, e em algumas capelas do 
      interior, isso há meses atrás. É ridículo um bispo mentir. 
      
        
		
      O senhor disse: 
      
		  
      
        
        “Lamento que tenham chagado a público 
        problemas que dizem respeito ao âmbito eclesial”  
      
		  
      
      Exmo. Cardeal, será que a raposa covarde e 
      astuta que lhe passou tais notícias, teve a delicadeza e a sinceridade de 
      lhe dizer que no dia 04 de agosto de 2001, tudo indica, em matéria paga, 
      publicaram no maior Jornal de Goiás “O POPULAR”, uma chuva de mentiras, 
      calúnias e maledicências contra mim, tentando destruir completamente o meu 
      trabalho e a minha reputação. 
      
      Eis alguns assuntos de âmbito eclesial, que 
      foram a público não por nossa parte, mas por eles. 
      
		  
      
      1.     
      Foi publicado todo o comunicado. 
      Será que o mesmo foi publicado sem a licença do bispo 
      de Anápolis? Qual seria a sua intenção: caridade ou denegrir a imagem de 
      uma pessoa? Mas ele, por ser omisso e esperto, apronta e foge, porque no 
      final da matéria do jornal do mesmo dia, dizia o seguinte: “O bispo Dom 
      Manoel Pestana Filho não foi localizado ontem para falar sobre os 
      episódios”. É uma maneira muito esperta de agir, mas Deus sabe de 
      tudo. 
      
      2.     
      O Pe. Aluizo 
      disse: “Ele falou que, na próxima vez que me visse, quebraria a minha 
      cara”. 
      
      3.     
      O Pe. Aluizo 
      disse: “O Vigário Geral, Luiz Ilc, levou uma surra a seis meses. O 
      mandante ainda é desconhecido, mas como ele também critica a postura do 
      Pe. Divino Antônio Lopes, fiquei desconfiado e resolvi me precaver”. 
      
      4.     
      O Pe. Aluizo, 
      depois de vomitar mentiras e mais mentiras, no dia de Finados, distribuiu 
      500 apostilas de 4 folhas, sendo que uma dessas folhas era a carta que Dom 
      Washington enviou para mim, e na mesma ele pedia o seguinte: “…tomo a 
      liberdade de escrever esta carta pessoal, reservada ao senhor, portanto, 
      não pública, naturalmente enviando cópia para cada bispo do Regional”. 
      Está mais uma vez comprovado que o Bispo Dom Manoel está por detrás de 
      tudo, é um perseguidor que tenta ficar anônimo, mas não consegue, porque 
      Deus não abençoa a mentira. Realmente, senhor Cardeal, “o demônio faz a 
      panela, mas esquece a tampa”. Será que somos nós os culpados de levar a 
      público, problemas que dizem respeito ao âmbito eclesial? 
      
      5.     
      E disseram 
      muitas outras aberrações, conforme podemos provar, caso haja necessidade. 
      
		  
      
      Exmo. Cardeal, a entrevista que eu dei ao 
      Jornal “O POPULAR” no dia 28 de setembro de 2001, foi para me defender, 
      também a público, de tamanhas aberrações, porque o próprio Jesus Cristo 
      nos ensinou a defender: “Durante o julgamento de Cristo diante do 
      sinédrio, um servo do Sumo Sacerdote deu uma bofetada no Senhor, que tinha 
      respondido a uma pergunta de Caifás. E Jesus defendeu-Se, dizendo: ‘Se 
      falei mal, mostra-Me em quê; mas, se falei bem, porque Me bates?”(Jo 
      18,23) (Curso de Teologia Moral, Ricardo Sada e Alfonso Monrey, pág. 237). 
      
        
		
      O senhor disse: 
      
		  
      
        
        “Interpreto como sendo prejudicial à 
        vossa família religiosa o grave desentendimento que se prolonga com a 
        autoridade eclesiástica à qual o Senhor os confia”.  
      
		  
      
      Quanto ao “grave desentendimento”, 
      já expliquei acima e o porquê do mesmo.  Dom Manoel é o Bispo da 
      Diocese, mas nós também somos gente e ele não tem o direito de abusar da 
      sua autoridade, e muito menos caluniar e apoiar caluniadores; com certeza 
      ele terá que prestar contas a Deus desse abuso de autoridade: 
		“Nós, 
      porém, além de cristãos, tendo de prestar contas a Deus de nossa vida, 
      somos também bispos e teremos de responder a Deus por nossa administração” 
      (Santo Agostinho, início do Sermão sobre os 
      Pastores). 
      
      Quanto ao “que se prolonga com a 
      autoridade eclesiástica”, asseguro que vai continuar, porque eu não 
      confio mais nele. O senhor Bispo Dom Manoel manda sacerdotes humilharem com calúnias, a 
      minha pessoa, os meus religiosos e também leigos do meu Movimento, em 
      plena Santa Missa, como o senhor pode verificar através desta fita K-7 que 
      lhe envio em anexo. 
      
      O senhor Bispo Dom Manoel não perde uma 
      oportunidade para tentar nos destruir, eu disse, tentar, porque com 
      certeza, ele jamais conseguirá: “A verdade é que todos eles nos queriam 
      amedrontar, pensando ‘suas mãos se cansarão do trabalho e jamais será 
      terminado’. No entanto, dava-se o contrário: eu fortalecia minhas mãos” 
       
      
      (Ne 6,9). 
      
      O Bispo Dom Manoel é autoridade, mas isso 
      não o torna infalível, e está sujeito a erros, como tantos outros já 
      erraram no decorrer da história, por exemplo: 
      
		  
      
      1.    
      O Patriarca 
      de Alexandria no Egito, Teófilo, perseguiu juntamente com a imperatriz 
      Eudóxia, o grande São João Crisóstomo, fazendo-o morrer no exílio. Será 
      que o Patriarca usava bem de sua autoridade? 
      
      2.    
      O Arcebispo 
      de Cantuária, não conseguindo dobrar a retidão do Bispo Santo Tomás de 
      Cantalupo, caluniou-o e o excomungou. Santo Tomás então recorreu a Roma, 
      ao Papa Martinho IV. Papa e Cardeais reconheceram de fato a inocência do 
      Bispo Tomás. Será que o Arcebispo de Cantuária usava bem sua autoridade? 
      
      3.    
      Os senhores 
      bispos que abandonaram covardemente a Igreja Católica para apoiar o rei 
      Henrique VIII, também eram autoridades, mas fracassaram. 
      
      4.    
      Será que a 
      atitude do Papa Clemente XIV, em relação aos Jesuítas agradou a Deus? Se 
      as pedras das ruínas de Jesús, Trinidad, São Cosme e São Damião, no 
      Paraguai e outras ruínas no mundo, pudessem gritar e chorar por tão cruel 
      covardia, o mundo já estaria alagado. Seria muito bom se alguns bispos 
      fizessem uma semana de retiro nessas ruínas, para aprenderem amar e 
      respeitar a Igreja e as almas, como fizeram aqueles queridos sacerdotes 
      que derramaram o sangue por amor a Cristo. Caso não tenham coragem de 
      fazer esse retiro nas ruínas, assistam ao menos, o filme “MISSÃO”. 
      
      5. 
      E atualmente, 
      o Arcebispo Emanuel Mellingo, trocou a Igreja Católica por uma simples 
      mulher. Ele também era autoridade, mas infelizmente jogou tudo fora. 
      
      6. 
      Temos dois 
      exemplos atuais na Igreja do Centro-Oeste. Porque será que os senhores 
      Bispos, Dom Celso e Dom Tarcísio abandonaram as suas Dioceses antes do 
      final do mandato? Segundo leigos e religiosos de suas dioceses, fizeram 
      coisas nada edificantes. Não estariam eles usando mal da autoridade? 
      
		 
      
       
      
      Exmo. senhor Cardeal, sabemos muito bem que: 
		“A 
      autoridade confiada por Deus não é absoluta, mas limitada por obrigações 
      morais”  
      (Pierre Grelot), e que devemos “…prestar aos magistrados e 
      autoridades estabelecidas por Deus a consideração que lhes é devida, na 
      medida em que não contrariam nossa fé”  
      (Martírio de São Policarpo, X), 
      e também: “Quando os que governam perdem a luz da ciência, aqueles que, 
      como súditos os seguem, se tornam encurvados sob o peso dos seus pecados”  
      (São Gregório Magno, PL 77,15). 
      
      Ao terminar esta, peço a V. Excia. que 
      abençoe a minha família religiosa e reza para que façamos sempre aquilo 
      que é agradável a Deus. 
      
		 
      
       
      
      Filial e cordialmente, subscrevo-me, 
      
		 
      
       
      
      Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). 
					 
       
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