Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

Carta 2

 

Anápolis, 27 de dezembro de 2001

 

Ao Exmo. Senhor Cardeal

Dom José Freire Falcão

Digníssimo Arcebispo da Arquidiocese de Brasília

 

A princípio, pensei em não responder a vossa carta, mas depois de uma longa reflexão, no dia do grande mártir Santo Estevão, resolvi respondê-la por três motivos.

PRIMEIRO: Não na intenção de convencê-lo, mas para que esta fique arquivada nas Crônicas do meu Instituto, a fim de que os futuros religiosos possam conhecer a feroz perseguição pela qual passamos nos primeiros anos da fundação: “As coisas de Deus são sempre acompanhadas da cruz e do sofrimento, e suas obras regadas com o orvalho das lágrimas” (Dom Servilio Conti).

No dia 25 de dezembro de 2001, às 09:00 h., tive a alegria de receber em meu Seminário, em Anápolis, o Revmo. Pe. Waldemar, de vossa Arquidiocese. O mesmo portava uma carta de V. Excia., endereçada a mim, comunicando que não poderia mais receber os meus seminaristas em vosso Seminário para os estudos. O Revmo. Pe. Waldemar disse-me que não sabia se o dia de Natal era uma data oportuna para tal notícia; eu lhe respondi com um sorriso nos lábios que sim, pois esse era o presente do Menino Jesus, e disse também, que tal notícia não me abalaria, porque a nossa obra está construída sobre a rocha, e que Deus providenciaria outro seminário: “N’Ele me abrigo, meu rochedo, meu escudo e minha força salvadora, minha torre forte e meu refúgio” (Sl 18, 3). A vossa proibição, foi providencial, pois nesse ano de 2002, fundaremos uma Casa em Roma, Casa Generalícia São Pedro, para de lá nunca mais sair. Os meus irmãos morarão na Roma dos Mártires e dos Papas. Eu, porém, permanecerei na Casa Mãe em Anápolis, suportando as perseguições com amor e alegria, mas confiante em Deus: “Ei-lo, o Deus da minha salvação: sinto-me inteiramente confiante, de nada tenho medo, porque Deus é a minha força e o meu canto. Ele é a minha salvação” (Is 12, 2).

Nunca tivemos um Natal tão fervoroso quanto este, pois, pudemos nos assemelhar mais perfeitamente ao Menino Jesus na Gruta de Belém, rejeitado e abandonado por todos.

São José e a Santíssima Virgem entraram em Belém; a Mãe Puríssima trazia em seu ventre o Salvador do mundo, não um simples rei, mas o Rei dos reis, não um simples senhor, mas o Senhor dos senhores. O casal puríssimo entra na cidade. Mas quem o reconhece? Quem lhe vai ao encontro? Quem lhe oferece agasalho? Ninguém, como está em João 1,11: “Veio para o que era seu e os seus não o receberam”.

Quando chegaram em Belém, a Santíssima Virgem entendeu que se aproximava a hora do parto. Ela avisou o seu puríssimo esposo São José, e ele saiu de casa em casa procurando um lugar, onde a Bendita esposa pudesse dar a luz, mas foi em vão, ninguém quis oferecer-lhe um abrigo. E ele, para não passar a noite no meio da rua, viu-se obrigado a levar a Virgem Maria à hospedaria pública, onde já muitos pobres se tinham alojado para a noite. Mas para a surpresa do Bendito casal, ali não foi aceito como está em Lc 2, 7: “Não havia lugar para eles na estalagem”. Havia sim, lugar para todos, menos para Jesus Cristo.

O Santo casal não encontrou lugar nas casas de Belém e muito menos na estalagem, então foi procurar outro abrigo. O Santo casal caminhou na escuridão e afinal encontrou aos pés dos muros de Belém, uma rocha escavada em forma de gruta, que servia de estábulo para os animais, e foi nesta gruta que a Santíssima Virgem deu a luz ao Menino Jesus. Foi nesta gruta tão fria e úmida que o Menino Jesus nasceu.

Exmo. Cardeal, essa proibição injusta que recebemos de estudar em vosso Seminário é pequena, nem se compara ao sofrimento do Santo casal e do Menino Deus, e quanto a nós, abraçamos espiritualmente ao Menino Jesus, falamos todos juntos com os corações transbordantes de alegria: “Alegremo-nos. Não pode haver tristeza quando nasce a vida” (São Leão Magno).

Graças a Deus, a nossa Igreja é Universal, se meus irmãos não podem estudar aqui no Centro-Oeste, estudarão em Roma. O importante é que um dia serão sacerdotes, e santos sacerdotes como a Igreja deseja, porque a nossa obra é de Deus e isso comprovamos através das inúmeras perseguições recebidas: “Uma congregação religiosa ou uma pessoa que não sofre e a quem todos aplaudem, está próxima de uma queda” (São Vicente de Paulo), e Mencius dizia: “Quando o céu quer confiar uma grande obra a um homem, primeiro purga pela dor seu coração, leva seus nervos ao desalento, o contraria em todas as suas empresas; deste modo desperta nele bons sentimentos e lhe fortalece a paciência. Pois é da dor e da provação que surge a vida”, e o verdadeiro Passionista, São Paulo da Cruz, dizia: “Quem ama se alegra com sua dor, e exulta em seu amor sofredor”.

SEGUNDO: Para agradecer o apoio e a ajuda que recebemos do senhor durante cinco anos: “Em muitas vidas já aconteceram as coisas mais lindas por causa do agradecimento!” (Pe. Orlando Gambi).

Os meus religiosos, estudantes de Filosofia e Teologia em vosso Seminário, sempre admiraram a pureza da doutrina, a didática dos professores e o respeito que reina entre os seminaristas e professores. E pelo que eu ouvia dos meus seminaristas, percebi que em vosso Seminário ensina somente aquilo que a Santa Mãe Igreja deseja.

Agradeço-lhe de coração pela vossa preciosa ajuda, e com certeza, continuaremos rezando pelo senhor e pela Arquidiocese de Brasília.

Na vossa carta, o senhor escreveu o seguinte: “…esperando contar com vossa compreensão”. Quanto a isso, pode ficar tranquilo, Deus, Nosso Senhor, usa dessas pequeninas provações para que a árvore se torne frondosa e dê muitos frutos saborosos: “…e todo o que produz fruto ele o poda para que produza mais fruto ainda” (Jo 15, 2).

A minha compreensão é total e alegre, porque o motivo da proibição não foi nenhum escândalo dado por eles, mas sim, fruto de uma perseguição. Tenho certeza absoluta que o causador disso aparecerá um dia diante do tribunal de Deus para se explicar, principalmente se tratando de bispo: “A falsa testemunha não ficará impune; e o que profere mentira perecerá” (Pr 19, 9).

TERCEIRO: Para esclarecer-lhe sobre a real situação. Pelo que li em vossa carta, o senhor não foi bem informado sobre o que anda acontecendo. “Seja o vosso ‘sim’, sim, e o vosso ‘não’, não. O que passa disso vem do Maligno” (Mt 5, 37).

Para esclarecer melhor, prefiro explicar os seguintes trechos de vossa carta.

 

O senhor disse:

 

“Recebi com pesar a comunicação das dificuldades de relacionamento de vossa parte com o bispo de Anápolis, Dom Manoel Pestana Filho

 

Exmo. senhor Cardeal, o senhor foi muito infeliz e imprudente em fazer tal acusação sem conhecer a fundo a real situação, e principalmente em tomar tal atitude sem dialogar com a outra parte para averiguar os fatos. É muito fácil uma pessoa ser autoridade e tomar um partido sem saber da verdade, tomando decisões, não pela justiça, mas sim pela conveniência: “… e aquele que se arroga autoridade será odiado” (Eclo 20, 8).

Se o senhor tivesse feito tal proibição por outros motivos, eu nem lhe responderia esta carta, mas para desmascarar certas pessoas caluniadores e carregadas de inveja, vejo-me obrigado, porque a própria Igreja Católica Apostólica Romana me dá o direito de defesa. “Todo o homem e toda a mulher, por mais insignificantes que pareçam, têm em si uma nobreza inviolável, que eles próprios e os outros devem respeitar sem condições: toda a vida humana merece por si mesma, em qualquer circunstância ser dignificada” (Documento de Puebla, nn. 316 e 317), e o Catecismo da Igreja Católica no nº 2479 diz: “Maledicência e calúnia destroem a reputação e a honra do próximo. Ora, a honra é o testemunho social prestado à dignidade humana. Todos gozam de um direito natural à honra do próprio nome, à sua reputação e ao seu respeito”.

Se o comunicado que V. Excia. recebeu, foi o do dia 25 de maio de 2001, asseguro-lhe que é um comunicado mentiroso e dúplice como comprovarei agora, citando o mesmo parte por parte.

 


 

a)      “Diante de tantas interpelações e pedido de explicação, daqui e de fora, o senhor Bispo de Anápolis, com seu Conselho Presbiteral...”

            Está claro que, mesmo em um simples comunicado, o Exmo sr. Bispo D. Manoel não foi capaz de assumir sozinho, mas se escondeu por detrás do Conselho Presbiteral. Essa é sempre a sua atitude, joga pedra e esconde a mão ou joga pedra usando a mão dos outros, se passando por inocente, sendo que na verdade ele é o culpado de tudo.

b)      “...após várias tentativas infrutíferas de discutir e encaminhar a solução do impasse criado pelo Padre Divino Antônio Lopes, o qual se desligou formalmente da Diocese e da obediência dos superiores locais...”

            Esse trecho revela a covardia que o Exmo senhor Bispo Dom Manoel usa para abusar da sua autoridade e para tentar destruir os súditos. O senhor Bispo de Anápolis deveria ser verdadeiro e reconhecer que o impasse foi criado por ele mesmo, devido à sua omissão e diplomacia; quando o vigário Ilc deu uma entrevista, na Rádio Cidade de Jaraguá, há cinco anos atrás, me acusando das seguintes calúnias: “excomungou pessoas de Jaraguá”, “fundou uma nova seita”, “está trabalhando fora da Igreja Católica”, “fazendo lavagem cerebral nas pessoas, inclusive crianças”, “desequilibrado mental”, “criminoso”, “destruidor”, “ladrão”, conforme transcrição de fita cassete, aos 26 de março de 1997, nas dependências do Instituto de Criminalística de Goiás, situado à Av. Atílio Correa Lima, nº 1223, Cidade Jardim, Goiânia – GO.

            Eu, e a Madre Mariana de Nossa Senhora das Dores, por duas vezes, trouxemos a fita, na Cúria Diocesana de Anápolis, e conversamos pessoalmente com o Exmo senhor Bispo Dom Manoel, sendo que, na segunda vez, ele disse que realmente a entrevista foi muito pesada, mas ele nada podia fazer. Procuramos então o Tribunal Eclesiástico de Goiânia, e explicamos a situação para os padres Osvaldo e João, que nos receberam cordialmente, dizendo que realmente a situação era grave e seria resolvida. Na verdade, eles telefonaram e vieram pessoalmente a Anápolis conversar com o Bispo, mas este, abusando de sua autoridade, depois de ter se colocado como vítima, marcou uma reunião com data indeterminada; então decidi não mais participar das reuniões do Clero, enquanto o vigário Ilc não desfizesse as calúnias, até hoje ele não desfez e por isso não participo das reuniões do Clero e de nenhuma atividade realizada na Diocese.

            As tentativas infrutíferas que o Exmo senhor Bispo e o seu Conselho Presbiteral mencionam no seu comunicado, fazem parte do seu capricho e da sua covardia, porque ao invés dele mandar o vigário Ilc desfazer as calúnias, ele achou melhor enviar sacerdotes para me convencer a voltar a participar da Diocese. Em resumo, eu teria que assumir a culpa de tudo, engolindo goela a baixo a lama de calúnias proferidas pelo vigário Luis Ilc. Dom Gastalde tentou fazer a mesma coisa com Dom Bosco, mas ele recusou abertamente.

            Quanto aos padres enviados pelo Exmo senhor Bispo, eu recebi quase todos, mas disse que só voltaria se as calúnias fossem desfeitas.

            E quanto ao “se desligou formalmente da Diocese”, para mim é uma grande alegria, porque é melhor viver sozinho e inocente, do que conviver e trabalhar com caluniadores. Mas existe algo que eu não entendo, se estou fora da Diocese, porque não esquecem de mim? Porque continuam me atacando dizendo horrores a meu respeito?

c)      “...vem comunicar que as obras do referido sacerdote nada tem a ver com a Diocese de Anápolis nem pode contar com seu apoio...”

            É importante lembrar de que o Exmo senhor Bispo Dom Manoel passará, e as obras do Instituto permanecerão na Diocese até quando Deus quiser, e até o momento presente não precisamos de nenhum centavo dele  nem do seu apoio para que as obras crescessem. Pelo contrário, foram o Instituto e o Movimento, hoje tão perseguidos, que o livraram de muitos vexames em manifestações que a Diocese promoveu.

d)      “...as portas do entendimento continuam, não obstante, abertas e convida as pessoas de boa vontade envolvidas nesses movimentos, a reconsiderar a própria situação e voltar à unidade.”

            A melhor porta para uma reconciliação é uma porta chamada verdade, e não um jogo de palavras covardes, mentirosas; verdadeiro abuso de autoridade. Antes de exigir uma união é necessário que o superior diocesano dê primeiro o bom exemplo, reconhecendo os ataques do vigário Ilc e de outros sacerdotes da Diocese. Não é digno de respeito e confiança, um superior que só exige os seus direitos e tenta oprimir e sufocar os súditos, através de mentiras e atitudes hipócritas.

 


 

Creio que depois deste esclarecimento, V. Excia. comprovará que as dificuldades de relacionamento não partem de mim, mas da omissão do Bispo Dom Manoel em proteger o Vigário Ilc.

Quem é o Vigário Ilc? Este sacerdote, segundo fiquei sabendo através de padres de São Paulo, sempre foi desejoso de ser bispo, motivo este que o leva a agir com arrogância e autoritarismo. Agindo desta forma, teve que deixar a Arquidiocese de São Paulo para trabalhar no Seminário de São José do Rio Preto, onde teve que pular janelas para não apanhar dos seminarista, segundo me informaram pessoas daquela Diocese. Depois deste acontecimento, Dom José, hoje bispo aposentado, o expulsou da Diocese. Em Anápolis, conseguiu um título de Vigário Geral que o deixou nas nuvens, e se acha no direito de atropelar todos que passam em sua frente. Algumas pessoas chegaram a comentar que este título lhe foi dado pelo Bispo Dom Manoel para fazer pirraça para o Cardeal Dom Paulo Evaristo Ars.

Em uma entrevista à Rádio Cidade de Jaraguá, levado por uma ambição insaciável de poder, disse o seguinte: “Até a pouco tempo eu era pró Vigário Geral, na interpretação do Bispo, a mesma coisa que Vigário Geral, umas duas, três semanas para cá, ele já me nomeou Vigário Geral, sem ser ‘pró’, quer dizer o primeiro auxiliar do Bispo, conforme o Direito Canônico, tenho todos os direitos que um bispo, menos consagrar e ordenar padres, esta a minha missão (conforme transcrição de fita cassete aos 26 de março de 1997, nas dependências do Instituto de Criminalística de Goiás, situado à Av. Atilio Correa Lima, nº 1223, Cidade Jardim, Goiânia-Go).

Isso me fez refletir sobre o que escreve São João Crisóstomo: “Não quero mencionar os fatos de que alguns, só para conseguir o cargo de chefe da Igreja, cometeram até assassínios dentro das comunidades e devastaram cidades inteiras” (O Sacerdócio, Livro III, nº 10); e São Gregório Magno falando sobre a ambição do clero diz: “…não passam assim as coisas até mesmo entre os membros do clero, que querem ser chamados doutores e procuram avidamente os primeiros lugares e os cumprimentos?” (Pastoral., p. J, c. I, P. L., LXXVII, 14).

Para nossa surpresa, em setembro de 2000, o Vigério Ilc recebeu uma surra tão violenta, que passou seis dia internado no hospital Nossa Senhora de Lourdes em Anápolis. O motivo, até hoje, não foi esclarecido pela Diocese; mas com certeza, sobra-lhes tempo para mexer com a nossa vida. Para nossa maior surpresa, o Vigário Ilc abriu um TCO contra a minha pessoa acusando-me de tal agressão, e muitos sacerdotes inescrupulosos, segundo eles, a mando de Dom Manoel, começaram a divulgar essa terrível calúnia em plena Santa Missa. Eu vi nesta surra o castigo merecido por perseguir pessoas inocentes.

Ficamos sabendo, através de pessoas, que o Vigário Ilc fugiu par a Eslovênia, há 20 dias atrás, por causa de um inquérito na Delegacia da Mulher em Anápolis. O telefone da Delegacia é o seguinte (62) 327-1136.

Exmo. senhor Cardeal, eu não pretendo mais me aproximar do senhor Bispo Dom Manoel, porque ele mente muito e age covardemente.

Algo que até hoje não havia citado nas minhas cartas,  vejo-me obrigado a dizê-lo para deixar arquivado. Essa terrível perseguição por parte do Bispo Dom Manoel contra o nosso Instituto, agravou a doença da nossa saudosa Madre Beatriz de Nossa Senhora das Dores, levando-a ao falecimento no dia dez de março de 1997. Na semana do seu falecimento, ela mesma comentou com as irmãs que era uma injustiça muito grande o que o Bispo Dom Manoel estava fazendo, e ela não imaginava que  ele fosse assim. Toda vez que  ouvia falar deste assunto, se sentia mal.

Para aumentar ainda mais a nossa indignação, o  Exmo. e Digníssimo senhor Bispo Dom Manoel Pestana Filho disse ao Pe. Aluizo, pároco de Jaraguá, que ele veio para o velório da Madre Beatriz e nós batemos o portão em seu rosto; e o Pe. Aluizo disse essa barbaridade na Rádio Cidade de Jaraguá, e em algumas capelas do interior, isso há meses atrás. É ridículo um bispo mentir.

 

O senhor disse:

 

Lamento que tenham chagado a público problemas que dizem respeito ao âmbito eclesial

 

Exmo. Cardeal, será que a raposa covarde e astuta que lhe passou tais notícias, teve a delicadeza e a sinceridade de lhe dizer que no dia 04 de agosto de 2001, tudo indica, em matéria paga, publicaram no maior Jornal de Goiás “O POPULAR”, uma chuva de mentiras, calúnias e maledicências contra mim, tentando destruir completamente o meu trabalho e a minha reputação.

Eis alguns assuntos de âmbito eclesial, que foram a público não por nossa parte, mas por eles.

 

1.      Foi publicado todo o comunicado. Será que o mesmo foi publicado sem a licença do bispo de Anápolis? Qual seria a sua intenção: caridade ou denegrir a imagem de uma pessoa? Mas ele, por ser omisso e esperto, apronta e foge, porque no final da matéria do jornal do mesmo dia, dizia o seguinte: “O bispo Dom Manoel Pestana Filho não foi localizado ontem para falar sobre os episódios”. É uma maneira muito esperta de agir, mas Deus sabe de tudo.

2.      O Pe. Aluizo disse: “Ele falou que, na próxima vez que me visse, quebraria a minha cara”.

3.      O Pe. Aluizo disse: “O Vigário Geral, Luiz Ilc, levou uma surra a seis meses. O mandante ainda é desconhecido, mas como ele também critica a postura do Pe. Divino Antônio Lopes, fiquei desconfiado e resolvi me precaver”.

4.      O Pe. Aluizo, depois de vomitar mentiras e mais mentiras, no dia de Finados, distribuiu 500 apostilas de 4 folhas, sendo que uma dessas folhas era a carta que Dom Washington enviou para mim, e na mesma ele pedia o seguinte: “…tomo a liberdade de escrever esta carta pessoal, reservada ao senhor, portanto, não pública, naturalmente enviando cópia para cada bispo do Regional”. Está mais uma vez comprovado que o Bispo Dom Manoel está por detrás de tudo, é um perseguidor que tenta ficar anônimo, mas não consegue, porque Deus não abençoa a mentira. Realmente, senhor Cardeal, “o demônio faz a panela, mas esquece a tampa”. Será que somos nós os culpados de levar a público, problemas que dizem respeito ao âmbito eclesial?

5.      E disseram muitas outras aberrações, conforme podemos provar, caso haja necessidade.

 

Exmo. Cardeal, a entrevista que eu dei ao Jornal “O POPULAR” no dia 28 de setembro de 2001, foi para me defender, também a público, de tamanhas aberrações, porque o próprio Jesus Cristo nos ensinou a defender: “Durante o julgamento de Cristo diante do sinédrio, um servo do Sumo Sacerdote deu uma bofetada no Senhor, que tinha respondido a uma pergunta de Caifás. E Jesus defendeu-Se, dizendo: ‘Se falei mal, mostra-Me em quê; mas, se falei bem, porque Me bates?”(Jo 18,23) (Curso de Teologia Moral, Ricardo Sada e Alfonso Monrey, pág. 237).

 

O senhor disse:

 

Interpreto como sendo prejudicial à vossa família religiosa o grave desentendimento que se prolonga com a autoridade eclesiástica à qual o Senhor os confia”.

 

Quanto ao “grave desentendimento”, já expliquei acima e o porquê do mesmo.  Dom Manoel é o Bispo da Diocese, mas nós também somos gente e ele não tem o direito de abusar da sua autoridade, e muito menos caluniar e apoiar caluniadores; com certeza ele terá que prestar contas a Deus desse abuso de autoridade: “Nós, porém, além de cristãos, tendo de prestar contas a Deus de nossa vida, somos também bispos e teremos de responder a Deus por nossa administração” (Santo Agostinho, início do Sermão sobre os Pastores).

Quanto ao “que se prolonga com a autoridade eclesiástica”, asseguro que vai continuar, porque eu não confio mais nele. O senhor Bispo Dom Manoel manda sacerdotes humilharem com calúnias, a minha pessoa, os meus religiosos e também leigos do meu Movimento, em plena Santa Missa, como o senhor pode verificar através desta fita K-7 que lhe envio em anexo.

O senhor Bispo Dom Manoel não perde uma oportunidade para tentar nos destruir, eu disse, tentar, porque com certeza, ele jamais conseguirá: “A verdade é que todos eles nos queriam amedrontar, pensando ‘suas mãos se cansarão do trabalho e jamais será terminado’. No entanto, dava-se o contrário: eu fortalecia minhas mãos” (Ne 6,9).

O Bispo Dom Manoel é autoridade, mas isso não o torna infalível, e está sujeito a erros, como tantos outros já erraram no decorrer da história, por exemplo:

 

1.     O Patriarca de Alexandria no Egito, Teófilo, perseguiu juntamente com a imperatriz Eudóxia, o grande São João Crisóstomo, fazendo-o morrer no exílio. Será que o Patriarca usava bem de sua autoridade?

2.     O Arcebispo de Cantuária, não conseguindo dobrar a retidão do Bispo Santo Tomás de Cantalupo, caluniou-o e o excomungou. Santo Tomás então recorreu a Roma, ao Papa Martinho IV. Papa e Cardeais reconheceram de fato a inocência do Bispo Tomás. Será que o Arcebispo de Cantuária usava bem sua autoridade?

3.     Os senhores bispos que abandonaram covardemente a Igreja Católica para apoiar o rei Henrique VIII, também eram autoridades, mas fracassaram.

4.     Será que a atitude do Papa Clemente XIV, em relação aos Jesuítas agradou a Deus? Se as pedras das ruínas de Jesús, Trinidad, São Cosme e São Damião, no Paraguai e outras ruínas no mundo, pudessem gritar e chorar por tão cruel covardia, o mundo já estaria alagado. Seria muito bom se alguns bispos fizessem uma semana de retiro nessas ruínas, para aprenderem amar e respeitar a Igreja e as almas, como fizeram aqueles queridos sacerdotes que derramaram o sangue por amor a Cristo. Caso não tenham coragem de fazer esse retiro nas ruínas, assistam ao menos, o filme “MISSÃO”.

5.  E atualmente, o Arcebispo Emanuel Mellingo, trocou a Igreja Católica por uma simples mulher. Ele também era autoridade, mas infelizmente jogou tudo fora.

6.  Temos dois exemplos atuais na Igreja do Centro-Oeste. Porque será que os senhores Bispos, Dom Celso e Dom Tarcísio abandonaram as suas Dioceses antes do final do mandato? Segundo leigos e religiosos de suas dioceses, fizeram coisas nada edificantes. Não estariam eles usando mal da autoridade?

 

Exmo. senhor Cardeal, sabemos muito bem que: “A autoridade confiada por Deus não é absoluta, mas limitada por obrigações morais” (Pierre Grelot), e que devemos “…prestar aos magistrados e autoridades estabelecidas por Deus a consideração que lhes é devida, na medida em que não contrariam nossa fé” (Martírio de São Policarpo, X), e também: “Quando os que governam perdem a luz da ciência, aqueles que, como súditos os seguem, se tornam encurvados sob o peso dos seus pecados” (São Gregório Magno, PL 77,15).

Ao terminar esta, peço a V. Excia. que abençoe a minha família religiosa e reza para que façamos sempre aquilo que é agradável a Deus.

 

Filial e cordialmente, subscrevo-me,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C).