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      Carta 3 
		 
       
		
      Anápolis, 02 de julho de 2003 
        
      
      Ao Exmo. Senhor Cardeal 
      
      José Freire Falcão 
        
      
      Fiquei sabendo através de alguns dos nossos 
      benfeitores de Brasília, que o senhor escreveu algumas linhas no folheto 
      da missa dominical, pedindo para o povo não colaborar com as irmãs do meu 
      Instituto que pedem esmola em Brasília. 
      
      Dentre os benfeitores, existem juízes, 
      desembargadores, advogados, e outras pessoas cultas e humanas, que possuem 
      mais caridade do que V. Excelência, que tem a cabeça cheia de teologia e o 
      coração vazio de amor ao próximo. Eles ficaram escandalizados com a sua 
      atitude e perguntaram como o senhor tem coragem de pregar o ecumenismo, 
      se ao mesmo tempo chuta e persegue os que estão trabalhando com seriedade 
      e dedicação dentro da Igreja Católica Apostólica Romana. 
      
      Senhor Cardeal, eu também fiquei 
      escandalizado em saber que um ancião de quase 80 anos de idade, ao invés 
      de escrever algo sobre Deus, preferiu escrever baboseiras perseguindo 
      religiosos que lutam para sobreviverem. Sei muito bem que o senhor nasceu 
      em Ererê, sertão miserável do Nordeste brasileiro, região paupérrima onde 
      faltam comida e água; com certeza o senhor teve uma infância muito 
      sofrida, mas agora vive em uma mansão no Lago Sul em Brasília, local mais 
      rico do DF, comendo do bom e do melhor, e se acha no direito de perseguir 
      quem mendiga para sobreviver. O senhor pela idade que tem e pelo que 
      prega, deveria se envergonhar com essa sua atitude. 
      
      Brasília é uma cidade que necessita de 
      evangelização, basta olhar para o comportamento e a maneira do povo se 
      vestir, e pela população que tem, é mínima a participação do povo nas 
      igrejas. Os evangélicos, espíritas, muçulmanos, maçons, etc., estão 
      tomando conta da capital brasileira, e o senhor, com tanto trabalho 
      evangelizador para cumprir, prefere picar, perseguir e humilhar religiosos 
      sérios e apaixonados pela Igreja de Deus. 
      
      Gostaria de fazer-lhe uma pergunta: ao 
      invés de perseguir religiosos que trabalham para a glória de Deus; porque 
      não trabalha para acabar com os motéis, os prostíbulos, os pontos de 
      reuniões de drogados, com o paganismo que aumenta a cada instante em 
      Brasília, etc., e também orientar  os mendigos e delinquentes. 
      
      Gostaria imensamente que o senhor tivesse 
      pena dos presentes e futuros seminaristas que estudam no Seminário 
      Arquidiocesano Nossa Senhora de Fátima, e construísse uma capela digna 
      para fazer oração, porque esta atual, parece mais uma rodoviária. 
      
      Se o senhor continuar nos perseguindo, 
      teremos que resolver no tribunal da justiça, porque não estamos cometendo 
      nenhum erro em pedir esmola, inclusive para tratar de crianças que 
      recebemos de Brasília, porque o senhor não foi capaz de construir um 
      internato para elas. 
      
      Lembre-se de que a vida é breve e que a morte 
      não manda recado. 
        
      
      Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). 
					 
       
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