Carta 04
Anápolis, 17 de abril de 2004
Ao Exmo.
Arcebispo Emérito
Dom José Cardeal Freire Falcão
Eu, Pe. Divino Antônio Lopes, Fundador e
Superior do Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso
Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima, gostaria de saber o
que V. Excia. lucrou com tantas perseguições, usando os meios de
comunicação e folhetos dominicais da Santa Missa, tentando denegrir a
imagem e atrapalhar o humilde trabalho que os meus religiosos realizaram,
também em Brasília, para a nossa subsistência.
V. Excia. fez um esforço inútil, usando
palavras dúbias e covardes, com a única intenção de confundir o povo
generoso e colocá-lo contra nós; todavia, o nosso trabalho não foi
prejudicado por essa atitude mesquinha, pois sempre trabalhamos com retíssima intenção. O senhor esqueceu que o povo age mais por amor a Deus
do que movido por comentários maldosos.
Os meus religiosos ouviram por várias
vezes, católicos praticantes, criticando abertamente e até indignados com
essa vossa atitude, porque não compreendiam o motivo da perseguição dentro
da própria Igreja; ficando escandalizados por verem o seu próprio
Arcebispo que deveria ser um autêntico e zeloso pastor das almas, atirando
pedras em religiosos que lutam para fazer o bem. Tinha plena razão São
Josemaría Escrivá ao dizer: “Triste ecumenismo esse que anda na boca de
católicos que maltratam outros católicos!” (Sulco, 364).
É lamentável que V. Excia. tenha se
preocupado tanto com o nosso trabalho e esquecido de cuidar e orientar
alguns sacerdotes de vossa Arquidiocese, principalmente o Pe. José Moura
de Araújo, que fugiu com uma catequista de Sobradinho e de outros que
também deram escândalo.
Agora que V. Excia. não está mais à frente
da Arquidiocese de Brasília, não sente a consciência pesada? Como vê, tudo
passa, o senhor não é mais o Cardeal de Brasília, e nós continuamos
firmes, com a cabeça erguida e com o coração abrasado de amor a Deus e
pelas almas.
As vossas tentativas para nos destruir
foram infrutíferas, e para reparar tais difamações, seria muito bom se V.
Excia. depositasse uma boa ajuda na nossa conta bancária, como ordena o
Catecismo da Igreja Católica: “Toda falta cometida contra a justiça e a
verdade impõe o dever de reparação, mesmo que seu autor tenha sido
perdoado. Quando se torna impossível reparar um erro publicamente, deve-se
fazê-lo em segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não pode ser
diretamente indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moralmente, em nome da
caridade. Esse dever de reparação se refere também às faltas cometidas
contra a reputação de outrem. Essa reparação, moral e às vezes material,
será avaliada na proporção do dano causado e obriga em consciência”
(2487).
V. Excia. percebe que o que fez contra
nós não foi uma simples brincadeira, mas algo muito sério e grave,
porque também temos direito à honra: “Todos gozam de um direito
natural à honra do próprio nome, à sua reputação e ao seu respeito. Dessa
forma, a maledicência e a calúnia ferem as virtudes da justiça e da
caridade” (Catecismo da Igreja Católica, 2479).
Se V. Excia. não quiser pagar a
indenização, nós te perdoamos mesmo assim, e rezamos para que o senhor
nunca tenha que passar por tamanha humilhação, e se algum dia precisar da
nossa humilde ajuda, estaremos à disposição para servi-lo.
Peço que abençoe a mim e aos meus
religiosos, para que sejamos cada vez mais dedicados e fiéis à Santa Mãe
Igreja Católica Apostólica Romana.
Respeitosamente,
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C).
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