Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Cartas a Dom Manoel Pestana Filho,

Bispo de Anápolis - Go

 

 

Carta 4

 

 

Jaraguá, 30 de agosto de 1995

 

Exmo. Senhor Bispo

Dom Manoel Pestana Filho

 

O senhor escreveu uma carta pedindo uma explicação sobre a minha ausência no Santo Retiro do clero. A secretária da Paróquia telefonou para o Revmo. Padre… antes do retiro, dizendo o motivo, e eu tenho certeza que o senhor sabe muito bem o porquê.

Não darei mais nenhuma explicação com relação a esse assunto, responderei com o silêncio de Nosso Senhor diante de Pilatos.

O senhor sempre apronta com alguns padres e depois sobe no pedestal e coloca uma auréola na cabeça e fica sendo o inocente, lembre-se de que a coroa de Nero caiu por terra, e a do senhor poderá cair no dia no Juízo.

Bem dizia o Pe. Vittorio Lucchesi, que o senhor não tem vocação para ser bispo, foi bispo por acaso.

Já cheguei a conclusão que o senhor “adora” brigas, eu tenho muito o que fazer na Paróquia, não tenho tempo para essas coisas, pode procurar outro que tenha o teu mesmo espírito.

O senhor é uma pessoa que merece pena, por isso, rezarei todos os dias uma Santa Missa pelo senhor, para que seja mais sincero.

Estou muito feliz com Jesus, Maria, Anjos, Santos, Papa e a Igreja Católica; não preciso participar de panelinhas de pessoas falsas e caluniadoras, que ficam alisando o rosto das moças no confessionário, e também de pessoas que ficam até meia-noite na casa de mulheres ou em conventos até tarde contando piadas, deixando os próprios parentes preocupados e escandalizados.

Se o diabo é o pai da mentira, imagina quem será o pai do caluniador?

Não escrevi atenciosamente, porque estaria mentindo. Só escrevi essa carta por obediência.

Se o senhor é tão obediente e humilde, porque não foi nas missões em Palmas? Não era também o seu dever? Ou o senhor não pertence ao Centro-Oeste?

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

No dia 27 de novembro de 1995, o nosso Revmo. Pe. Divino Antônio Lopes fez uma observação sobre a carta acima. Segue-se o resumo da observação.

 

Escrevi essa carta por obediência ao mesmo bispo. No momento estava indignado, porque ele por vingança, mandou um sacerdote fazer 51 batizados numa capela do interior no tempo de Romaria… As pessoas que participam dessa festa vão somente para dançar, prostituir… O sacerdote, por ordem do bispo, batizou as crianças sem nenhuma preparação dos pais, inclusive crianças que nem os pais eram batizados, filhos de amasiados, macumbeiros, crianças de outras Dioceses e sem autorização dos sacerdotes… Muitos casais que estavam se preparando para casar, batizaram os filhos, e depois não quiseram mais casar… No dia 21/11/1995, recebi do mesmo bispo os nomes das crianças que foram batizadas nesta festa, junto ele enviou uma carta com zombaria: “É com muito prazer”, eu devolvi e pedi que a Cúria fizesse o trabalho, porque eu não assinaria tais batizados. O bispo me telefonou em seguida, ameaçando-me tirar da paróquia.

 

Obs: O Padre… que realizou os 51 batizados, era Chanceler do Bispo Dom Manoel, homem de confiança, residia no Palácio Episcopal; depois de um ano de ter realizado os batizados, o mesmo engravidou a filha de um pastor protestante, sendo que o mesmo agora é protestante e reside aqui em Anápolis.

 

O nome do sacerdote foi preservado nesta página, porém, o mesmo está citado na carta original, que se encontra guardada em nossos arquivos.

 

 

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